terça-feira, 30 de janeiro de 2024

"Ressurreição de Jesus até aos Últimos Dias"

A compreensão da ressurreição de Jesus, de acordo com a narrativa cristã, é vista como um evento único, central e específico na fé cristã que possui significados teológicos e escatológicos profundos, enquanto a ressurreição dos mortos é associada ao cumprimento final dos propósitos divinos para a história.

A ressurreição de Jesus não é equiparada à ressurreição de todos os seres humanos, que é uma postura central na esperança cristã futura.


A convicção na ressurreição dos mortos está associada à esperança cristã na vida eterna e à consumação do Reino de Deus. A ideia é que, ao final dos tempos, todos os seres humanos experimentarão a ressurreição, e haverá um julgamento final. Então, a ressurreição de Jesus é vista como um evento precursor e antecipação desse futuro evento universal. Enquanto a ressurreição de Jesus é um testemunho específico da ação de Deus na história, a ressurreição de todos está vinculada à escatologia cristã e ao cumprimento final do plano divino.

Sinal da Nova Criação: A ressurreição de Jesus é vista como o início de uma nova criação. Ela representa a inauguração de um novo tempo na história da salvação, antecipando a ressurreição futura de todos os cristãos e a restauração completa da criação. A ressurreição dos mortos é frequentemente associada à ideia de uma nova criação. Isso não se refere apenas à ressurreição física, mas à restauração completa da criação, onde o mundo será renovado e transformado.

Revelação da Identidade de Jesus: A ressurreição autentica a identidade de Jesus como o Filho de Deus e o Messias. Ela é uma confirmação divina de sua obra redentora na cruz e sua autoridade sobre a vida e a morte. É uma manifestação do poder de Deus sobre a morte, revelando seu controle supremo sobre todas as coisas.

Julgamento Final: A ressurreição geral está associada ao julgamento final. Na teologia cristã, esse julgamento ocorrerá quando Jesus retornar para avaliar a vida de cada pessoa. A ressurreição dos mortos é entendida como parte desse evento final, quando todos serão julgados e receberão sua recompensa ou punição.

Harmonização com a Escatologia Cristã: A espera pela ressurreição geral está em consonância com a escatologia cristã, que abrange eventos futuros relacionados ao fim dos tempos, como a segunda vinda de Cristo, o juízo final e a inauguração do Reino de Deus em sua plenitude.

A ressurreição dos mortos é vista como parte integrante do cumprimento final dos propósitos divinos. Enquanto a ressurreição de Jesus é vista como um evento único que antecipa e assegura a ressurreição geral, esta última é adiada até o momento em que todos os eventos escatológicos previstos na teologia cristã serão consumados.

Esta é uma história real de um Deus que, ao lidar com a humanidade, transforma impossibilidades em realidades, cumprindo Suas promessas além de qualquer expectativa, que continua a ser escrita, à medida que confiamos na sua fidelidade para cumprir cada promessa em nossas próprias vidas. História de redenção, um presente não merecido, livrando os homens do julgamento divino e da condenação eterna. A morte de Jesus foi um pagamento completo e suficiente para nosso perdão e reconciliação, e sua ressurreição é a prova da plena eficácia da sua obra expiatória. Sua morte não foi em vão; Ele ressuscitou, validando a obra realizada, assegurando nosso perdão diante de Deus.

A morte de Jesus, longe de ser um acaso, é parte de um plano divino, onde Deus entregou Seu próprio Filho para lidar com nossas transgressões, tratadas com seriedade, e condenadas; mas, a sua misericórdia nos redimiu pela sua morte, substitutiva, providenciada, para que não enfrentássemos a execução pelos nossos pecados. Ele é o Deus que ressuscitou Jesus para nossa absolvição.

Nessa narrativa única, Deus ressuscitou Jesus dos mortos, após três dias, devolvendo-o, trazendo à vida aquele que havia experimentado a mortalidade, elevando-o como Senhor do universo. Criador de todas as coisas, capaz também de ressuscitar os mortos e realizar feitos que desafiam a lógica humana. Chamou à existência aquilo que parecia impossível, Isaac, de um ventre estéril, cujo nascimento surpreendente foi um testemunho do seu poder criativo.

Nossa confiança deve estar em Deus, aquele que cumpre promessas que ultrapassam os limites do impossível. Confiamos naquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos. Confiamos naquele que chama à existência as coisas que não existem: o poder para gerar Isaac, de um ventre estéril de uma mulher com 90 anos de idade e seu marido, Abraão, quando tinha 100.

O fato de colocar a ressurreição de Jesus em primeiro lugar é que ela se une com o poder que fez Isaac nascer. Isso era impossível. Mas foi o que tornou a fé do patriarca Abraão, exemplar: ele creu naquele que ressuscitou dentre os mortos, e que vivifica os mortos.

A fé que é considerada para o perdão é a mesma fé em Deus que ressuscita os mortos; é a fé naquele que opera um poder inconcebível. Ele ressuscita mortos, Ele faz aquilo que as pessoas dizem que não pode ser feito. Deus pode cumprir toda promessa. Portanto, confiamos nele. Ele é o Deus que ressuscitou a Jesus “pela nossa absolvição”.

A morte de Jesus Cristo ocorreu pelo desígnio de Deus. Deus planejou sua morte. Ele não morreu simplesmente. Ele foi entregue à morte por Deus. Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou. E o desígnio teve um propósito: “Pelas nossas transgressões”. O desígnio de Deus foi lidar com nossas transgressões. Ele quis prover uma morte substituta para que não precisássemos morrer pelas nossas transgressões. E a única morte que poderia fazê-lo seria a morte de seu Filho.

Nossas transgressões não são varridas para debaixo do tapete. Não são ignoradas. São condenadas. Acarretam uma execução. Mas não a nossa. A de seu Filho, Jesus. Assim, somos redimidos pela sua morte, ou seja, somos salvos de nossos pecados. Somos libertos da condenação do inferno. Salvos do julgamento de Deus. E toda essa redenção não a merecemos. Merecemos morrer e ir para o inferno e suportar o julgamento de Deus.

Mas esta é uma redenção misericordiosa. Este é o Deus em quem confiamos para sermos perdoados — o Deus que realiza uma redenção misericordiosa. Ele designou nos salvar de nossas transgressões através da morte de seu Filho.

Quando Jesus morreu pelas nossas transgressões, um pagamento total e suficiente foi realizado para o nosso perdão e reconciliação. Trata-se de ser considerado livre de culpa ou pecado. Portanto, seria injusto ter deixado Jesus na sepultura, visto que Ele pagou totalmente por nossos pecados. Assim, Deus o ressuscitou dentre os mortos para vindicar a expiação e a obediência de Jesus.

A ressurreição de Jesus foi uma confirmação do que Ele realizou em sua morte e foi perfeitamente bem-sucedido. A compra de nossa reconciliação, ou seja, quando Jesus morreu e derramou seu sangue pelas nossas transgressões, expiou os pecados que o matou. Uma vez que esses pecados agora são cobertos e pagos, não há razão para que Jesus permaneça morto. Sua morte foi somente para pagar por nossos pecados. Quando eles foram perfeitamente pagos, não há mais obrigatoriedade de sua morte. Seria injusto mantê-lo no túmulo. Ele não poderia ficar mais ali, porquanto não era possível que Ele fosse retido pela morte.

Numa confiança profunda naquele que opera um poder insondável, lançamo-nos ao mistério de Deus, o autor de uma história extraordinária que transcende a realidade que conhecemos.

Cumprimento das Escrituras: A ressurreição de Jesus é entendida como o cumprimento de profecias do Antigo Testamento, e ela ocorre de acordo com o plano divino para a redenção da humanidade. Ela é vista como um ponto culminante na história da salvação, mas a consumação final desse plano divino está ligada ao fim dos tempos. A história da salvação, na visão cristã, ainda está em andamento, e o retorno de Jesus e a ressurreição dos mortos são eventos esperados que marcarão o encerramento dessa história.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O Horizonte do Tempo

A jornada da vida é um caminho sinuoso, repleto de encruzilhadas, altos e baixos, que nos leva a lugares inexplorados e nos desafia a descobrir quem somos. É como um livro cujas páginas se desdobram a cada experiência, uma narrativa contínua escrita pelas nossas escolhas, desafios e vitórias.

Deus, o observador eterno, contempla essa jornada com um olhar que transcende o tempo. Ele não se detém nas páginas já escritas, mas se deleita na história que se desenrola a cada novo capítulo. Seu olhar não é crítico, mas é permeado por um amor infinito que abraça a essência de quem somos agora.

Nos momentos em que lançamos o olhar sobre o ombro, contemplando as pegadas deixadas para trás na areia do tempo, vemos não apenas nossos erros e acertos, mas as lições valiosas que moldaram nossa alma. Cada escolha, cada desafio superado, é uma marca na areia que revela a resiliência de nosso espírito.

A vida, esse presente constante, é uma jornada de constante evolução. A cada passo, aprendemos, crescemos e nos transformamos. Deus nos vê não apenas como somos, mas como nos tornamos ao longo dessa jornada. Ele percebe os gestos de bondade que florescem no solo do coração e a compaixão que cultivamos, nutrindo a essência que nos define.

O horizonte do tempo estende-se diante de nós, uma promessa de novos dias e oportunidades. A sabedoria está em aprender a olhar para além desse horizonte, abraçando o presente com gratidão. Cada momento é uma dádiva, uma chance de viver, amar e aprender. Ao vislumbrar o futuro com esperança, permitimos que a jornada da vida se desdobre com uma promessa renovada de possibilidades.

Deus olha para o que somos e para o que ainda seremos, não para o que fomos.

A vida é uma jornada em constante evolução. Deus olha para nós não com olhos críticos, mas com amor infinito. Ele vê a essência de quem somos agora, os gestos de bondade, as lições aprendidas e a compaixão que cultivamos. A vida é um presente constante, uma jornada cujo significado se desdobra a cada passo.

Às vezes, olhamos para trás e vemos os caminhos que percorremos. As pegadas do passado são como marcas na areia, revelando nossas escolhas, nossos desafios e nossas vitórias. Contudo, o olhar de Deus não está fixo no que fomos, mas no que somos e nos tornamos.

Que possamos aprender a olhar para além do horizonte do tempo, abraçando o presente com gratidão e vislumbrando o futuro com esperança.

Que, nesta jornada, possamos carregar conosco a compreensão de que Deus não julga o passado com rigidez, mas celebra a constante evolução de nossas almas. Que possamos caminhar adiante, guiados pelo amor divino, conscientes de que a essência de quem somos transcende as páginas já escritas, e que a verdadeira magia da vida está no desdobramento contínuo de nossas histórias pessoais.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Promessas e Desafios!

Em um mundo repleto de incertezas, há algo intrinsecamente transformador em nossas vidas: a presença de Deus! Em uma jornada marcada por altos e baixos, a promessa divina se entrelaça com as complexidades da existência cotidiana.

Na tapeçaria da vida, os fios da adversidade se misturam aos das bênçãos, criando um cenário único e multifacetado. A presença de Deus não é apenas um conceito espiritual; é uma força que permeia nossas ações diárias, moldando nossas escolhas e atitudes diante dos desafios que surgem.

Essa presença transcende o puramente espiritual, refletindo-se nas circunstâncias práticas que enfrentamos. Não é apenas uma experiência subjetiva, mas algo tangível que os outros podem reconhecer pelos resultados positivos e pela prosperidade evidente que se manifestam em nossa vida.

As bênçãos de Deus não são concessões automáticas de favores e graças. A promessa divina não elimina os desafios, mas os tece habilmente em nossa vida, moldando nossas jornadas e proporcionando crescimento espiritual durante os períodos difíceis.

A fé, a fidelidade e a prosperidade formam um trio inseparável. Aqueles que permanecem fiéis e confiam em Deus são abençoados não apenas espiritualmente, mas também em aspectos materiais. Suas vidas tornam-se testemunhos vivos da presença divina, espalhando bênçãos não apenas sobre si mesmos, mas também sobre os que os rodeiam.

Ao contemplar as histórias bíblicas, percebemos uma dinâmica recorrente entre a promessa de Deus e as dificuldades enfrentadas. Assim como personagens bíblicos encontraram força e crescimento espiritual em meio à adversidade, nossa própria jornada pelo deserto molda o cenário para eventos futuros em nossas vidas.

A responsabilidade de confiar em Deus, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, é a âncora que nos mantém firmes. Sua presença é real, uma fonte de força que capacita a mantermos nossa integridade e confiança na soberania divina.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Sementes: O Início da Vida e a Promessa do Amanhã

Queremos bons frutos, bons resultados, em todas as áreas da vida, mas nem sempre valorizamos as sementes. Lutamos com as conseqüências por termos sido pouco atenciosos com as causas. Se desejamos grandes realizações, não podemos desvalorizar os começos humildes. Quem é fiel no pouco será colocado sobre muito (Mt.25.21).

Os frutos, de modo geral, com suas cores e sabores, são muito atraentes. As sementes, porém, são bem discretas. Muitas delas são desprezadas, embora possuam grande poder genético para a multiplicação e perpetuação de suas espécies. 

Não podemos nos esquecer de que as sementes de hoje estão diretamente relacionadas aos frutos de amanhã. A preguiça de hoje trará necessidades amanhã. As ações do presente podem retornar em quantidade multiplicada. Todos são semeadores. Estamos sempre semeando para nós e para os outros. De modo muito especial, os pais semeiam na vida dos filhos. Devemos fazê-lo com muito zelo, persistência e responsabilidade. 

Os grãos, mesmo que sejam pequenos, podem gerar grandes plantas, inclusive árvores gigantescas. Pequenas sementes podem produzir grandes frutos. É o caso das melancias. 

Pequenos gestos, palavras, ensinamentos e exemplos podem trazer grandes conseqüências, boas ou ruins. Alguns atos, realizados em poucos minutos, podem determinar o rumo de uma vida, marcando o futuro de modo indelével. Nossas atitudes e decisões produzirão muitos frutos, conforme a espécie que escolhemos para semear. 

As sementes são poderosas. Muitas são desvalorizadas e passam despercebidas. Algumas, tendo germinado em local impróprio, produzem árvores tão fortes que são capazes de romper grandes estruturas. 

“É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu” (Lc.13.19; Mc.4.31).

É preciso vigilância em relação às sementes que estamos lançando no solo da nossa vida e também com aquelas que as outras pessoas lançam a todo instante. Precisamos ficar atentos, rejeitando tudo aquilo que possa nos contaminar. 

“O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se" (Mt.13.24-25). 

Observe que Satanás também é um semeador. Espalhar sementes pode ser fácil. Recolhê-las pode ser muito difícil, desaconselhável ou até impossível. Portanto, não podemos ser irresponsáveis. A colheita será árdua, se não tivermos plantado o bem. Comer os frutos poderá ser um grande sofrimento do qual não poderemos nos esquivar. É muito fácil dizer palavras ofensivas, mentiras, calúnias, maledicências. Entretanto, os danos causados poderão ser irreparáveis. 

Nesta linha de raciocínio podemos avaliar a seriedade da questão sexual. A semente humana gera o fruto do ventre (Salmo 127.3), e isso não pode ser realizado de modo leviano. Quantos estão espalhando sua valiosa semente por aí, como se Deus não fosse lhes pedir contas a esse respeito! 

É fácil a constatação de que sementes ruins prosperam por si mesmas. As boas precisam de muitos cuidados, pois são alvo de predadores diversos. 

“Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na” (Mt.13.4). A semente da palavra

A palavra de Deus é a bendita semente celestial (Lc.8.11; Mt.13.24). Precisamos recebê-la todos os dias em nosso coração, cuidando para que ela não se perca. A germinação não é automática. Precisamos aceitar a palavra e tomar decisões no sentido de aplicá-la em nossas vidas. Só assim, ela produzirá frutos. De nada adianta deixar a bíblia guardada na estante ou aberta sobre a mesa. A semente precisa estar no coração e na vida. Precisa ser cultivada e cuidada para que produza.

“Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas” (Ec.11.6).

O inimigo está atento à semeadura da palavra de Deus (Mt.13.4,19). A leitura bíblica, a pregação, o ensino e a meditação não lhe passam despercebidos. Ele logo procura um meio de prejudicar a ação da semente na vida do homem, conforme vemos na parábola do semeador, proferida pelo Senhor Jesus: 

“Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho” (Mt.13.19).

Certamente, o inimigo está muito interessado em parar o trabalho dos semeadores. Aqueles que anunciam a Palavra de Deus devem estar sempre atentos. Uma das formas de ataque de Satanás é algo muito sutil. Ele simplesmente lança outra semente naquele mesmo terreno, uma outra palavra em oposição ao que Deus falou (Gn.3.4).

Semear pode parecer um despedício de sementes e uma perda de tempo. Quando a semente cai na terra, ocorre uma explosão imediata, e aparece uma planta enorme? Nada disso. Naquele instante nada acontece. O ato de semear parece inútil e inofensivo. Contudo, o tempo passa e tudo muda. A planta cresce e pode vir a produzir inúmeros frutos. Uma única semeadura, pode render muitas colheitas. É o que acontece com as árvores frutíferas.

O pregador do evangelho, ou aquele que ensina a palavra de Deus, pode não ver resultados imediatos do seu esforço, mas não deve desistir. 

“Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Salmo 126.6).

Não podemos ser omissos. Se temos boas sementes, devemos semear.  

“Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós” (Os.10.12).

“Então te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta será fértil e cheia; naquele dia o teu gado pastará em largos pastos” (Is.30.23).

Se a semente é boa, mas nada está acontecendo, não desanime. Espere. Por outro lado, se a semente é ruim e a consequência parece não vir, não pense que Deus deixará o culpado na impunidade. Todo pecado é uma semente maligna. O fruto da maldade virá no tempo certo e alcançará aquele que o plantou. 

Além de sermos semeadores, somos também ceifeiros, ainda que não queiramos. Não podemos ignorar ou menosprezar isso.

“O que semear a perversidade segará males; e com a vara da sua própria indignação será extinto” (Pv.22.8).

O arrependimento e a conversão aplacam os maiores danos que o pecado possa produzir, mas não todos. Portanto, a prevenção continua sendo o melhor remédio.

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gál.6.7).

Cuidado com as sementes misturadas. 

“Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto da semente que semeares, e a novidade da vinha”. (Dt.22.9).

Algumas pessoas querem servir a dois senhores, como se isso fosse possível. Espalham boas sementes no domingo e semeiam a maldade nos outros dias da semana. Não podemos fazer isso. Aquele que anuncia o evangelho, mas não vive de acordo com a verdade, matará as boas plantas que tentou cultivar. 

Escolha boas sementes e espere bons frutos. 

“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (IICor.9.10). 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Periélio Espiritual

Moramos na Terra que está inserida no espaço, no meio do sistema solar, que por sua vez está envolto por outros 400 bilhões de sóis com possíveis 400 bilhões de sistemas solares. Além disto, ainda há bilhões de cometas, satélites e uma infinidade de asteroides. Todos esses incontáveis corpos estão num espaço de 2.600.000 anos luz, ou seja, 23.530.000.000.000.000.000 km². O impressionante é que os estudiosos (físicos e astrônomos) pensam que há entre 200 e 400 outras galáxias, sendo Andrômeda a mais próxima, a 2 bilhões de anos luz. Multiplique-se 2 bilhões por 9,5 trilhões e teremos a quantidade de km que se separam uma da outra.

Dá para imaginar a área total dos 400 bilhões de Galáxias mais os 399 bilhões de espaços intergalácticos de 2 bilhões de anos/luz cada um? O número de km é infinito para a mente limitada do homem. Quais são a extensão, a área e o volume ocupado pelo Universo?

Impressiona-nos o só pensar sobre os movimentos dos corpos celestes. Desde a segunda série elementar sabemos que a Terra tem o movimento de rotação (em torno dela mesma) e o de translação (em torno do Sol), e ainda há outros 13 movimentos: nutação (movimento de inclinação do seu eixo – produzindo verão e inverno); de dilatação e de maré alta e baixa); de revolução (todo o sistema solar (satélites, cometas, asteroides, planetas e o Sol) em relação ao centro da galáxia; rotação da Galáxia em torno de si mesma e também em torno de outras galáxias.

No movimento de translação em torno do Sol a Terra faz uma volta elíptica, ou seja, há ponto em que passa mais próxima do Sol (periélio) e noutro ponto passa mais longe (afélio). Notemos que simultaneamente a Lua também gira em torno dela e também em torno da Terra e a acompanha em todos os seus movimentos. Isto ocorre com todos os satélites (64) do sistema solar. Os asteroides também circulam em torno do Sol na órbita entre Marte e Júpiter. O Sol tem seu movimento de rotação, e, junto com todo o sistema planetário, faz todos os movimentos pela galáxia, e com esta, os movimentos galácticos. E segundo Edwin Hubble todos os corpos estão no movimento de expansão. E não se chocam!

Deus criou grandes forças fundamentais na natureza: gravidade, força forte, força fraca e eletromagnetismo.

Todos os corpos exercem essas forças mutuamente uns sobre os outros, mantendo-os perfeitamente cada um na sua órbita e sua distância impedindo que se choquem! Essas forças foram estudadas por Isaac Newton e Albert Einstein.

Em 1895 a astronomia tomou impulso com a construção do Telescópio YERKS, com o Monte Palomar em 1948, o Monte Wilson em 1949 e com o Telescópio espacial Hubble (homenagem a Edwin Powel Hubble) em 1990, e por último, o Telescópio Espacial James Webb, em 2021. Os primeiros estudos com galáxias ou nebulosas extragalácticas foram realizados com eles. Embora Ticho Brahe, fosse o primeiro astrônomo a inventar a luneta em 1780.

Deus tem dois livros: um obviamente é a Bíblia Sagrada. O outro é um livro que infelizmente a igreja não está muito acostumada a examinar. Trata- se de um livro anterior a Bíblia. Antes da Bíblia ser formada e concluída este “outro livro” já estava disponível. Aliás, tal livro está pronto antes mesmo da formação do homem. Quem tem os olhos espirituais iluminados pela graça de Deus é capaz de ler linha por linha e ter o discernimento do que Deus fala por meio deste outro livro sem ser a Bíblia.

É graças a existência dele, que não existe um só povo na Terra para o qual Deus não tenha dado testemunho de Si, ainda que a Bíblia nunca tenha chegado nas mãos deles. Não houve uma única geração de seres humanos que não tenha recebido o testemunho de Deus através deste outro livro. Estou me referindo ao livro da natureza, o livro da criação.

Isto não é de hoje, Thomas de Aquino, Agostinho de Hipona e Lutero por exemplo, já recorriam ao livro da Criação para nele encontrar a manifestação de Deus. Mas, de um tempo para cá a igreja foi se abitolando e perdeu este contato com a natureza. A igreja se tornou mística demais. Ouve-se falar de seres angelicais, querubins, serafins, arcanjos, sala do trono, harpa, etc. Tudo isso é muito bonito, mas até que ponto este apego da igreja nas coisas invisíveis não acaba nos desvencilhando daquilo que é concreto? Deus se revela no concreto. Paulo foi veemente em sua epístola aos Romanos, quando ele diz que:

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas.” (Romanos 1:20).

Toda vez que olharmos para a Lua, o Sol ou as estrelas, Deus poderá estar falando conosco. Ele fala através do arco íris, do vento, do mar, até por meio de um inseto! Nós é que não prestamos atenção.

No quarto dia da criação Deus resolve criar dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia (Sol) e o menor para governar a noite (Lua). Durante este processo de criação, Ele vai atribuindo funcionalidades para os luminares, tais como: iluminar a terra, fazer separação entre o dia e a noite, servir de sinais, para tempos determinados, para dias e anos. (Gênesis 1: 14 ao 19). Tais luminares foram criados com funções previamente determinadas e as vem cumprindo fielmente até hoje.

Da mesma forma que o Pai colocou o Sol e a Lua nos céus com funções previamente determinadas, assim também Ele “Nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus." (Efésios 2:6). "Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” (Efésios 3:10).

Ele é o nosso Sol da justiça (Malaquias 4:2). Aquele que tem luz própria e é fonte de tudo. Partindo desse princípio, de que Deus é o Sol da justiça e de que Nele estamos assentados nos céus, podemos atribuir à Lua uma representação da Igreja.

A Lua não cria sua própria luz como o Sol faz, mas brilha refletindo a luz que o Sol lança sobre ela. Portanto, é perfeitamente aplicável atribuirmos as mesmas funções dos luminares para a igreja nos dias de hoje. Assim como a Lua foi colocada na expansão do céu para governar na noite e assim iluminar a Terra, da mesma forma a Igreja tem a função de ser luz do mundo. (João 5:14).

No paraíso o homem desfrutava da comunhão imediata com Deus, e mesmo assim ele consegue a proeza de pecar alienando-se da fonte de sua existência. Como consequência, o homem se viu completamente perdido em meio às trevas da ignorância espiritual e toda a humanidade mergulhou numa noite escura e duradoura. É neste cenário de escuridão pós queda, que a igreja é colocada para resplandecer como astro, no meio de uma geração corrompida e perversa. (Filipenses 2:15).

Durante este período de trevas, Deus deu a Sua Lei e enviou profetas para que provessem alguma luz para a humanidade, servindo de guia: "O mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida."(Provérbios 6:23).

A forma que ocorre esta dinâmica da Igreja no mundo, é a mesma que a Lua aplica por meio do Perigeu e Apogeu.

Perigeu e Apogeu são dois conceitos da astronomia, que indicam a menor distância (perigeu) e a maior distância (apogeu) de um corpo celeste em relação ao planeta Terra.

Todos vivemos um perigeu e apogeu existencial. Existem momentos que exigem de nós uma aproximação, e existem momentos que nos exigem um afastamento.

“...e foi tarde e a manhã, o dia quarto.” (Gênesis 1:19)

A humanidade está em transição, passando da tarde para manhã. De um período nebuloso para um amanhecer glorioso. Todo momento de transição requer cuidado e aproximação. A humanidade necessita do “perigeu da Igreja.”

Quando a lua se encontra no seu perigeu, ela pode estar aproximadamente 50 mil quilômetros mais perto da terra do que quando está no seu apogeu, o que modifica bastante a sua aparência. É neste momento que somos brindados pelo seu brilho esplendoroso.

A dimensão física da Lua não altera com o tempo, assim como o seu volume permanece igual. No entanto, o seu aspecto pode mudar, dependendo da sua fase. Quando está mais perto da Terra (perigeu), a Lua aparenta ser muito maior e mais brilhante.

Da mesma forma, o amor de Deus não muda. Nele, não existe sombra de variação. Porém, a percepção que o mundo tem deste amor, depende da ação da Igreja. Se ela insistir em viver só para si, em reter a luz que tem recebido do Sol da Justiça e não a refletir no mundo, a humanidade nunca terá acesso ao brilho deste amor.

Quando a Lua se aproxima da Terra, por meio do perigeu, é que acontecem as chamadas marés altas, ou seja, é a aproximação da Lua que faz a maré subir. Por exemplo, no Egito tem o Rio Nilo, a aproximação da Lua faz com que a maré do mar suba e inunde o Rio Nilo.

É como se a água que deveria ir em uma direção viesse na outra. Na cheia do Rio Nilo, as terras são irrigadas e as plantações florescem. A aproximação da Lua exerce poder no crescimento das plantações.

Da mesma maneira, a Palavra de Deus diz que “A terra se encherá do conhecimento da Glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Habacuque 2:14).

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (II Pedro 1:19).

A ação do perigeu da Igreja, é uma ação contingencial, ou seja, é pratica, necessária, mas não dura para sempre. Tem prazo de validade, até que o dia amanheça e a Estrela da Alva (Cristo,) apareça. A Lua é para governar a noite, e, passada a noite, ela não se faz mais necessária.

A mesma transição que a humanidade, espiritualmente falando vive, cada indivíduo vive também. Todo ser humano está em um processo de transição, de um entardecer para o amanhecer. Portanto, ninguém pode abrir mão da presença de um perigeu, alguém que se aproxime a fim de ajudar na condução deste processo transacional. É neste momento que entra o amor, que nos dá disposição de irmos além e onde os frutos do Espírito Santo se revelam.

A aproximação não é para sufocar, mas sim para tirar a pessoa do sufoco. Quando o propósito se cumpre, é o momento de afastar, de sair de cena, é a hora do apogeu. Hoje infelizmente, as pessoas não percebem o tempo da vida: se afastam quando é para se aproximar, se mantém próximas quando é para se afastar. “Para tudo há um tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo da Terra, tem o tempo de juntar e o tempo de espalhar.” (Eclesiastes 3).

Foi Isaac Newton, pai da Física, que descobriu uma das forças mais misteriosas da natureza. Reza a lenda que ele estava descansando do almoço debaixo de uma macieira, quando uma maçã despencou em sua cabeça e ele se perguntou: porque que as coisas quando não estão presas, não ficam flutuando, mas caem? Que força é essa que puxa e atrai? Ele descobriu então a força da gravidade.

Desde Isaac Newton para cá, homens como Einstein e tantos outros se debruçaram sobre isso e até hoje ninguém deu conta de entender como a gravidade funciona. Mas afinal, o que está por de trás da gravidade? O que se sabe é que corpos maiores atraem corpos menores.

O que faz com que a Lua esteja presa à órbita da Terra é o fato de a Terra ser um corpo maior. Logo, a Lua gira em torno da Terra e não consegue se desprender, é atraída pela gravidade da Terra, mas não cai. O mesmo ocorre com a Terra em relação ao Sol. É a gravidade do Sol que mantém a Terra em sua órbita.

Um dia chega um doutor da lei até Jesus, querendo saber o que precisava fazer para herdar a vida eterna. A reposta para isto foi simples: Amar a Deus acima de tudo e o próximo como a si mesmo. Mas a questão é: quem é o meu próximo? Em outras palavras, a quem tenho obrigação de amar? Jesus então vem com uma parábola:

“Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou aos pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele.” (Lucas 10:34).

Jesus termina perguntando para aquele homem: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.” (Lucas 10:36,37).

A gravidade representa a mais poderosa lei do universo, a saber, o amor. O amor atrai! Não devemos esperar que alguém se aproxime de nós, mas sim deixarmos nos atrair em direção ao outro, é isso que o amor faz.

"...cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2:3).

Quando olhamos para o outro com as lentes do amor, o enxergamos com sendo superiores a nós mesmos. Lembre-se- se que na lei da gravidade corpos maiores atraem corpos menores e os mantém presos uns aos outros.

Da mesma forma, quando considero o outro como sendo superior a mim mesmo, ele ganha status de corpo maior, logo exerce sobre mim uma espécie de “força gravitacional do amor”, onde somos atraídos e movidos para servir uns aos outros, gerando assim uma relação recíproca. O amor sempre toma a iniciativa! Leva-nos a viver uma aproximação (perigeu) e é nesta aproximação que o brilho da glória de Deus é manifestado.

Chegará o momento do Apogeu, onde falaremos como Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (II Timóteo 4: 7). Até lá, temos muito trabalho para fazer, pois “a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” (Romanos 8: 19-21).

O apogeu virá por meio do perigeu, o caminho para glória passa pela humildade.

Como você deve lembrar, a Terra possui duas rotações: uma que ela faz em torno do seu próprio eixo, que dura 24 horas, e uma que faz em torno do Sol, que normalmente leva 365 dias.

Porém, o que nem todo mundo sabe é da existência do periélio, período no qual a Terra se aproxima mais do Sol enquanto dá a volta na estrela mãe, e o afélio, nome dado ao momento em que o nosso planeta se encontra mais distante do Sol.

Apesar de pouco estudados, esses conceitos astronômicos são comuns, com eventos ocorrendo com certa frequência. Mas o periélio do ano de 2024, em especial, chamou a atenção de estudiosos e entusiastas da astronomia. A Terra chegou “pertinho” do Sol logo no início de 2024

De acordo com informações veiculadas pelo site norte-americano EarthSky, que reporta relatos de observação astronômica, a Terra atingiu o periélio no dia 2 de janeiro de 2024.

Especialistas afirmam que a órbita da Terra em relação ao sol não é tão larga quanto a de outros planetas. Porém, em eventos como esse o planeta azul chega a ficar a cerca de 152 milhões de quilômetros do lumiar diurno, o que, astronomicamente falando, é bem pouco.

Durante o periélio o Sol costuma aparecer maior nos céus, sobretudo no hemisfério sul da Terra. Também pode ser sentido um aumento nas temperaturas do verão nesse hemisfério, que ocorre justamente entre dezembro e março, época “preferida” desse movimento de aproximação.

Por outro lado, apesar de ser mais comum no início do ano, o periélio pode ocorrer em outras datas, a depender de eventos astronômicos diversos. De qualquer forma, a variação não costuma ser maior que um ou dois dias para mais ou para menos. Devido à dinâmica orbital previsível, curta e contida da Terra, é improvável que o afélio e/ou periélio possam causar alguma mudança significativa na forma como vivemos por aqui.

Quando o nosso planeta terra chega ao ponto mais distante do sol em 2 milhões de quilômetros além de sua órbita normal, temos o afélio terrestre. Se o planeta fica 2 milhões de quilômetros mais perto do sol, chamamos de periélio. Estamos em média a 152 milhões de quilômetros do sol. A órbita da terra ao redor si mesma tem em uma inclinação de 23 graus e 27 minutos. Se nesse momento temos o inverno no Brasil acontece o verão na Europa. A sua volta ao redor do sol deste modo produz as 4 estações do ano.

No início, as civilizações criam que a Terra era plana e tudo girava entorno dela. A filosofia, e a religião estavam estabelecidos sobre essa crença. Quando ficou claro que a Terra é esférica e gira em volta do sol, isso afetou profundamente o modo de enxergar a vida, desenvolver a ciência e exercitar a espiritualidade. A Terra não gira apenas entorno de si como você também não vive apenas em função da sua pessoa. Sua vida percorre uma órbita ao redor de Cristo.

A descoberta do periélio da Terra, assim como o de outros planetas, ajudou a confirmar a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, que explica a gravidade como uma curvatura do espaço-tempo causada pela massa dos corpos celestes.

Importante lembrarmos que Jesus falou de vários periélios espirituais.
Há um momento na Escatologia Bíblica (estudo dos acontecimentos profetizados para o futuro) em que todos os salvos serão aproximados intima e plenamente de Jesus.

“Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o Seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar (convergir) em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.” - Ef. 1:9-10.

Assim, no fim do tempos, Deus reunirá tudo que foi preservado da queda (os anjos eleitos) e os salvos da queda (os seres humanos que foram remidos dos seus pecados) em Cristo, na Eternidade, chamada, em Apocalipse 21 e 22, e Isaías 65, de Novos Céus e Nova Terra.

Na Eternidade futura haverá a unidade perfeita entre o Criador Redentor e os salvos em Cristo.

Mas, a Bíblia Sagrada também fala de um periélio de comunhão santa e íntima com o Senhor agora, quando exorta o homem, dando o seu ultimato:

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto!” (Isaías 55:6).

E aos que vão ao Pai, através de Jesus, em conversão, a Palavra de Deus também exorta:

“Buscai ao Senhor e a Sua força; buscai a Sua face continuamente! (1 Crônicas 16:11).

Imitemos a fé de David que, ao ouvir o chamado de Deus para um periélio espiritual de comunhão mais íntima com o Senhor, prontamente atendeu e respondeu com um sim de fé e obediência:

“Quando Tu disseste: Buscai o Meu rosto; o meu coração disse a Ti: O Teu rosto, Senhor, buscarei.” )Salmos 27:8).

domingo, 14 de janeiro de 2024

O Filho de Deus, Jesus, é a Ponte!

“Respondeu Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por Mim (João 14:6).

A Sky Bridge 721 é a ponte para pedestres mais longa do mundo, e foi construída na República Tcheca, na vila Dolní Morava. A ponte atravessa um vale, a 95 metros de altura e tem 721 metros de comprimento. E a segunda ponte para pedestres mais longa do mundo, está sobre o Rio Paiva, ao norte de Portugal e tem 516 metros de extensão, a 175 metros acima do rio. Finalmente, a terceira maior é a passarela Charles Kuonen, nos Alpes Suíços, que tem 494 metros de comprimento.

As primeiras pontes que se tem registro em nosso mundo, foram construídas 4000 anos antes de Cristo, na Mesopotâmia e no Egito. Desde que o homem entendeu que uma ponte pode conectar dois pontos que não estão conectados, esta tem sido uma alternativa muito utilizada.

Lembro-me então que Jesus também foi a ponte que conectou o homem com Deus. Depois do pecado e da separação entre Deus e os homens, Jesus veio a este mundo e Ele é a ponte que nos conecta novamente com Deus.

No entanto, lembro-me também que Jesus não é apenas a ponte da minha salvação. Ele também é a ponte entre o homem que eu sou e o que eu devo ser, porque através Dele eu sou transformado.

Ele também é a ponte entre onde estou agora e onde estarei em minha carreira profissional. Ele também é a ponte entre minha decepção com alguém e o perdão que devo dar a essa pessoa. Ele é a ponte entre meu problema e a solução.

Finalmente, Jesus é a ponte em todas as diferentes situações que estarei enfrentando durante minha passagem nesta vida.

Seja qual for a situação que você está vivendo agora mesmo, lembre-se: Jesus é a ponte.
A subida de Jesus ao céu não é vista como uma separação definitiva. Jesus não passou para uma outra dimensão, para junto de Deus, sem mais possibilidade de comunicação. Isso, sim, criaria sofrimento e tristeza nos seus amigos!

Jesus, subindo ao céu depois de ressuscitado, criou uma ponte. Toda a sua vida foi dedicada em colocar as bases dessa ponte entre a realidade de Deus e a realidade dos homens, que parecem sempre tão incomunicáveis e distantes.

Quantas vezes também para nós a realidade de Deus parece distante e quase inexistente. São tantas as preocupações que temos na margem da nossa vida, que pensar em Deus às vezes parece inútil e, para muitos, é uma perda de tempo.

Jesus ressuscitado que sobe ao céu é como uma ponte construída para chegar até Deus.
A nossa tarefa como cristão é ser ponte entre quem busca Deus e o próprio Deus. Parece difícil e às vezes impossível, mas é justamente por isso que Jesus sempre nos dá a promessa de uma força que vem do alto. É o Espírito Santo – e não somente as nossas fracas forças humanas – que nos transforma em pontes vivas.

Na vida você sempre terá o poder de decidir se quer erguer barreiras ou construir pontes. São decisões diárias que somente você pode fazer. Em relação à sua vida espiritual, decida seguir pelo caminho que Jesus Cristo abriu para você. O passo fundamental é recebê-Lo como seu Salvador, Senhor e Mestre. Esse é o Caminho que te conduz à presença de Deus.

Somos pontes não somente para quem está próximo de nós, mas para todos com os quais nos encontramos e para os quais somos enviados, até os confins da terra.

Para que possamos iniciar um novo relacionamento ou consolidar os que já temos é necessário quebrar barreiras. Pode ser a barreira da indiferença, das diferenças, da distância ou das inconveniências.

O fato é que não se constrói pontes sem transpor as dificuldades que se erguem diante do desafio de construir os caminhos para a unidade.

Você já atravessou uma ponte muito grande? Imagine se não existissem pontes. Fica claro que o principal objetivo de sua criação é nos levar de um lado para o outro. Pois assim é Jesus: uma linda e única ponte que nos leva a Deus.

Não existe outro caminho. Alguns pensam que basta trilhar o caminho da bondade, da justiça própria, do esforço, do sacrifício. Pensam que podem criar seus próprios caminhos.
Mas, segundo as Escrituras, tudo isso é em vão, sem Jesus. Não tente ir por atalhos, siga logo pelo caminho certo. Convide Jesus para ocupar o centro de sua vida e Ele se tornará o Caminho que te conduz a Deus.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Não Perca a “Estrela” de sua Vida!

 
Epifania significa “manifestação”. No sentido original significa a primeira luz que aparece no horizonte, antes de sair o sol. Essa luz foi tomada como símbolo da iluminação espiritual em muitas religiões; por isso, a luz vem sempre do Oriente. Toda manifestação de Deus tem a marca da universalidade. Na relação com Deus estão excluídos os privilégios e exclusivismos. “Fora da Igreja há salvação!”

Na Epifania, não estamos celebrando a data de um acontecimento, mas a realidade de quem é Deus e a imensa alegria de poder descobri-Lo presente em tudo e em todos.

Se o Senhor não se manifestasse, sua Encarnação não teria chegado à toda a humanidade. Pois bem, a manifestação de Deus em Jesus tem um alcance universal, está destinada a toda humanidade.

É interessante que a tradição tenha interpretado que os Três Magos procediam dos três continentes até então conhecidos: África, Ásia e Europa. O mago negro aparece sempre. No Reino de Jesus Cristo não há distinção de raça ou de origem, não há diferenças nacionais, nem sociais, nem raciais. Todos somos filhos do mesmo Pai. Jesus Cristo une todos os povos e todas as pessoas, sem perder a riqueza de sua diversidade.

A tradição também relacionou os três reis com as três idades da vida do ser humano: a juventude, a idade madura e a velhice. Deste modo, todos podemos nos ver representados nos três magos que vão ao encontro do menino-Deus.

Jesus Cristo como “estrela”, é guia da humanidade e por isso desce à terra. De fato, a estrela se deteve no presépio, onde estava Jesus. A estrela, portanto, é Jesus presente no cosmos; logo, o cosmos fala implicitamente de Cristo, embora sua linguagem não seja totalmente decifrável para o ser humano.
 
A Criação deixa transparecer os atributos do Criador: bondade, compaixão, verdade, justiça... Desperta também a expectativa, mais ainda, a esperança de que um dia este Deus se manifestará plenamente.

A partir de então, as verdadeiras estrelas da humanidade são as pessoas que nos mostram o novo caminho para o Deus encarnado.

Também hoje continuamos necessitados de estrelas que iluminem nossos caminhos e guiem nossos corações, porque a noite é escura, as certezas se debilitam ou se petrificam, os abusos de poder violentam, destroem e marginalizam, a esperança continua sendo um desafio para quem consentiu acreditar.

Essas estrelas são pessoas, gestos, conversações que iluminam nossa vida cotidiana e nos recordam a verdade salvadora que se encarna em Jesus. Mas também são acontecimentos, sinais dos tempos, mudanças que ajudam a crescer e a melhorar, porque guiam para esses lugares que nos fazem mais humanos, que nos ajudam a compreender que nem tudo está dito e nos recordam que Deus continua sendo surpresa e impulso, que sua salvação não é algo do passado ou de um futuro distante e enigmático, mas presente e atuante em cada geração e em cada pessoa.

Como Igreja e como cristãos temos de repensar muitas coisas, mas não a partir do poder (Herodes e Jerusalém), mas a partir da Luz. A revelação, a estrela, estão no fluxo da história da Igreja e da humanidade; precisamos procurar fazer nossa essa luz para que ilumine cada situação humana e eclesial.

A Boa Notícia de Jesus nos levanta, nos convida a caminhar com a certeza de que sempre haverá estrelas que alimentem nossa esperança, orientem nossos projetos, nos sustentem nos momentos vulneráveis, nos abram na obscuridade. Nem sempre é fácil pôr-se de pé, fugir das seguranças do poder e do êxito, começar de novo... Mas, aí está uma multidão de estrelas que continuarão comprometidas em acompanhar-nos em todos os nossos esforços.
Mais uma vez somos convidados(as) a ser “magos/as”, caminhantes e buscadores que sabem seguir a estrela sem medo a que nos leve a lugares desconhecidos, surpreendentes ou inesperados. Magos/as que presenteiem perdão, bondade e solidariedade sem esperar outra coisa em troca a não ser fraternidade e empatia.

Magos(as), em definitiva, que coloquem a confiança naquilo que constrói e liberta, e abandonem tudo aquilo que é imposto, violento ou interesseiro. Não é um caminho fácil. Não basta escutar o chamado do coração; é preciso pôr-se em marcha, expor-se, correr riscos.

O gesto final dos magos é sublime. Não matam o menino, mas o adoram. Inclinam-se respeitosamente diante de sua dignidade; descobrem o divino no humano. Esta é a mensagem de sua adoração ao Filho de Deus encarnado no menino de Belém.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Fé. Um Programa para 2024.

"O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se"
(II Pe. 3,9).

Nesta reflexão, encontramos o eco suave do convite divino, um chamado que ressoa através das eras. A passagem do tempo não diminui a paciência de Deus, mas nos oferece um espaço precioso para a jornada do arrependimento e da graça.

A passagem destaca a paciência de Deus em cumprir Suas promessas, Seu desejo de que todos se arrependam em vez de perecerem e Sua vontade, que ninguém se perca. Expressa a natureza misericordiosa de Deus.

A paciência divina destaca o fato de que Deus não está sujeito ao tempo humano. Ele opera em Seu próprio cronograma e está disposto a dar às pessoas, tempo para se voltarem para Ele.Todos são convidados a considerarem a paciência de Deus como uma oportunidade para o arrependimento e a mudança de vida. Ela nos lembra que a vontade de Deus é a salvação de todos e que, mesmo em meio às demoras aparentes, podemos confiar em Sua fidelidade e amor. Isso também ressalta a responsabilidade humana de responder ao convite de Deus para o arrependimento e aceitar Sua graça.

É no silêncio da alma que começamos, encarando a verdade de nossas escolhas e reconhecendo as falhas que marcam nossa jornada. O convite não é para os perfeitos, mas para os que reconhecem sua imperfeição. Em meio às sombras dos erros passados, surge a necessidade de mudança.

É necessário reconhecer a própria necessidade de arrependimento. Isso envolve uma consciência sincera dos próprios erros e pecados. O arrependimento implica mais do que simplesmente reconhecer o pecado; é uma mudança de mente e coração que leva a uma mudança de comportamento. Envolve a contrição verdadeira e o desejo de abandonar os caminhos errados. O arrependimento se revela como uma jornada de transformação, uma virada de página no livro de nossas vidas. Não é apenas o lamento pelo que foi, mas a decisão corajosa de seguir por um caminho diferente. É a sincera vontade de deixar para trás as vestes desgastadas do pecado e abraçar a promessa de uma nova criação.

O convite de Deus para o arrependimento não é apenas sobre seguir regras, mas sobre estabelecer um relacionamento pessoal com Ele. Isso envolve comunhão, oração e busca constante da vontade de Deus.

Aceitar Sua graça significa confiar na obra redentora de Cristo e acreditar que, através do sacrifício de Jesus na cruz, há perdão e reconciliação disponíveis. Aceitar a graça de Deus é mais do que um gesto passivo; é uma resposta ativa à oferta divina. É abrir as mãos para receber o presente do perdão, reconhecendo que somos indignos, mas amados. A graça não é ganha, é dada, e é nesse ato generoso que encontramos a base sólida para nossa esperança. A graça de Deus é um presente não merecido.

Aceitar a graça de Deus não é apenas um evento único; é um compromisso contínuo de viver de acordo com os princípios divinos. Isso envolve a busca constante da santidade e a orientação pelo Espírito Santo.

Mas essa aceitação não é o fim, é o início de uma jornada de compromisso. É uma mudança é contínua, uma sintonia constante entre o homem e o sagrado. Que nos compromete a seguir os passos do Mestre, guiados pela luz que a graça lança sobre nossos caminhos.

A fé se entrelaça com o tecido da transformação. É confiar no invisível, crer na obra redentora que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço. Crer na obra salvadora de Jesus Cristo e comprometer-se a seguir Seus ensinamentos. A fé é o fio que conecta o coração humano ao divino, dando significado à jornada de arrependimento e aceitação da graça. A fé desempenha um papel crucial. Isso implica confiar em Deus.

E assim, no delicado equilíbrio entre a responsabilidade humana e a soberania divina, nasce um relacionamento pessoal com o Criador. A oração se torna um diálogo íntimo, a comunhão um abraço espiritual. A jornada, embora desafiadora, é permeada pela presença constante daquele que é lento em irar-se, abundante em amor.

Que cada passo dessa meditação ecoe não apenas nas palavras, mas na essência da vida. Que o convite divino encontre resposta não apenas em pensamentos, mas em ações, moldando corações que, uma vez perdidos, agora se encontram na infinitude da graça. Mesmo que pareça que Deus está demorando em cumprir Suas promessas, isso não significa que Ele tenha se esquecido delas. Pelo contrário, Deus é fiel às Suas promessas, e a demora pode ser uma oportunidade para as pessoas se arrependerem.

Deus não deseja a destruição de ninguém. Seu desejo é que todos se arrependam de seus caminhos errados e encontrem a salvação. Isso ressalta o amor de Deus por cada indivíduo, independentemente de seus erros passados.

A vontade expressa de que "ninguém se perca" enfatiza a universalidade da salvação. Deus está interessado na redenção de todos, independentemente de sua história, pecados ou falhas.

Esses elementos destacam a responsabilidade ativa do ser humano em responder ao convite de Deus. Ao mesmo tempo, é fundamental reconhecer que a capacidade de arrepender-se e aceitar a graça de Deus é, em si mesma, um dom de Deus. A colaboração humana com a obra divina é uma expressão da graça transformadora de Deus em nossas vidas. 
(Pr. Maurício).

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

O Natal e a Igreja da Cocheira

“E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2,7).
 
Em uma noite estrelada, não muito diferente daquela que testemunhou o nascimento de Jesus há séculos, encontrei-me perdido à sombra de uma montanha, em busca de algo que ainda não compreendia totalmente. A escuridão era densa, o silêncio profundo, e minha ansiedade crescia a cada passo incerto.
Era 24 de setembro de 2016. Ao pé da montanha, vi-me um pouco assustado, ansioso sem saber como chegar ao meu destino. Era muita escuridão, muito silêncio e muita expectativa.
 
Foi então que, como uma estrela que surge no céu noturno, avistei a tênue luz de uma pequena igreja. Um refúgio simples, onde almas humildes se reuniam para adorar a Deus. Eram pessoas do campo, preparadas para o culto com uma simplicidade tamanha. Sem fazer muitas perguntas, minha esposa e eu nos juntamos a eles, participando daquela celebração que se desenrolava entre cânticos, leituras da Bíblia e palavras inspiradoras.
 
A emoção, as lágrimas e a surpresa que experimentei naquela noite me conduziram a uma reflexão profunda: a semelhança com a noite de Belém, onde Jesus nasceu em uma manjedoura entre um boi e um burro, tornou-se clara como as estrelas no céu. Assim como naquela noite sagrada, ali estávamos, envoltos em simplicidade e humildade, testemunhando a presença divina.

O Filho de Deus, Jesus, veio ao mundo, escolhendo um berço modesto, uma manjedoura como primeiro leito, entre um boi e um burro, para nos ensinar a amar a pobreza e a valorizar a riqueza do coração, não a acumulação material. A mensagem era clara: Ele amou tanto a humanidade que escolheu a pobreza, o sofrimento e a morte por nós. Veio a nós numa cocheira, entre um boi e um burro, conforme fora escrito pelo profeta Isaías: 
 
"Conhecerá o boi o seu dono e o asno conhecerá o presépio de seu Senhor” (Is. I, 3).
 
Imagino a cena daquela noite extraordinária, com o cheiro do líquido amniótico misturado à urina dos animais, em uma condição que poderia ser considerada sub-humana. No entanto, naquele ambiente humilde, Deus se manifestou. O bebê fragilizado, rodeado por desconforto e impurezas, era o próprio Criador do Universo, o Salvador do mundo. É uma condição inferior ao que se pode chamar de sub-humano…
 
A cocheira, onde os animais deixam no chão suas imundícies e comem no coxo, carregam o odor da serragem, restos de estrume e a presença persistente de moscas, é uma caixa úmida, com restos de ração e também limbo da boca dos animais, e por mais que sempre lavem e escovem, torna-se um símbolo marcante da Igreja. A Igreja permanece humilde, sem brilhar com luz própria, mas irradiando a luz de Cristo.
 
Jesus nasceu numa cocheira e foi reverenciado por gente vinda de lugares distantes. Uma cocheira de 2000 anos atrás, numa das regiões mais pobres do mundo, localizada às vizinhanças de um deserto. Maria, uma gestante, sentindo dores de parto, foi instalada numa dessas cocheiras e ali deu à luz a um bebê, que sem nenhuma outra possibilidade, foi embalado em alguns poucos panos limpos e deitado no coxo para que a mãe pudesse descansar por alguns instantes. 
 
E pensar que hoje, vemos “presépios” decorativos de natal, todos iluminados, coloridos, com pedras e cristais ornamentais e outros fru-frus, quando na verdade, esta palavra “presépio”, ou “estrebaria”, “cavalariça”, “curral”, não se refere a outra coisa senão a uma cocheira! Os presépios decorativos que muitas vezes adornam nossas casas durante o Natal, com suas luzes cintilantes e ornamentos, podem ofuscar a verdadeira essência da palavra "presépio", uma cocheira, uma estrebaria, um lugar simples e despretensioso.
 
Jesus nasceu mesmo num lugar humilde, provavelmente numa cocheira, e seu primeiro berço foi uma manjedoura. Por que? Porque não havia lugar para Ele em nenhuma estalagem (Lucas 2:6). Na maioria dos corações das pessoas hoje ainda está escrito "NÃO HÁ VAGA" para Jesus. E no seu? O nascimento de Jesus nos corações humanos é um dos grandes e mais belos momentos de nossa história. A manjedoura é um exemplo de simplicidade e humildade, onde aquele frágil bebezinho que ali repousava numa dessas cocheiras imundas, com tamanho olor, moscas, calor, serragem, poeira e desconforto, era simplesmente Deus!
 
É uma lição para nós humanos, cegos num mundo materialista e de acúmulo. Atentemos: A riqueza reside no coração, não nos palácios. Esta Igreja, pobre e humilde, não brilha com sua própria luz, mas com a luz de Cristo! Uma Igreja pobre, que não tem outras riquezas. Sua grande virtude deve ser não brilhar como luz própria, mas brilhar com a luz que vem de seu Esposo, Cristo.
 
“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2 Cor 8, 9). 
 
Pobre, pequeno, nascido em uma cocheira, não representava nenhuma barreira para a aproximação. Ninguém teria receio de chegar a um estábulo. Ele estaria facilmente ao alcance tanto de pobres como de ricos. Identifica-se com a sorte humana na sua condição mais baixa, a morte de cruz. Desceu até nós a fim de restaurar o que o primeiro homem perdera no Paraíso pelo pecado e a rejeição a Deus. É dessa forma que o Homem das Dores se identifica com o sofrimento humano e reergue a humanidade até a condição de filhos de Deus.
 
Assim, como a Igreja que testemunhei naquela noite estrelada, humilde e pobre, que não busca brilhar com sua luz própria, mas sim irradiar a luz que provém de seu Esposo, Jesus Cristo, torna-se uma lição valiosa em um mundo obscuramente materialista.
 
O Pastor Helder Alencar, da cidade de Gonçalves MG. no Bairro Lambari, deixou sua vida palaciana, para assistir aos irmãos junto a uma cocheira, com a fundação da Igreja Evangélica Apostólica Coluna de Fogo. Louvores ao Senhor Jesus! (Pr. Maurício de Souza Lino).

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