Dimensões Celestiais

 Um Palácio Para Deus 


"E mandou o rei que trouxessem pedras grandes, e pedras preciosas, e pedras lavradas, para fundarem a casa"
  I Reis 5:17. 

A edificação do primeiro templo em Jerusalém é uma maravilhosa figura profética.   Salomão recebeu de seu pai Davi a incumbência de construir um palácio para Deus, um lugar que seria referência da presença do Senhor, não apenas para seu povo, mas para todas as nações da Terra. 
O templo, por causa da sua decoração, foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo... foi a obra mais caras da época, a mais linda... 
Mas, tudo que envolveu aquela magnífica obra revelava grandeza e excelência. - isto, porque, o "endereço de Deus" entre os homens deveria manifestar seu caráter.  
 
 Por isso cada detalhe da obra estava impregnado de sentido profético. 
 
 O templo de Salomão, assim como várias outras figuras do Antigo Testamento, apontava para uma realidade maior.  
Na Nova Aliança, Deus não está mais morando em
 lugares e objetos.
Ele não habita em prédios feitos por mãos humanas. 
Pregando na Câmara Municipal de Atenas, na Grécia, o apóstolo Paulo declarou: "Deus, que fez o mundo e tudo o que nele existe, é o Senhor do céu e da terra e não mora em templos feitos por seres humanos". Tremendo, não!! (At 17:24).  
 
Já chegou a hora em que a adoração não está mais restrita a Jerusalém e nem a nenhum outro lugar da Terra.  
Jesus disse isso à mulher samaritana (Jo 4:21,22):
"Chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém". 
 
Porque, hoje, há um grandioso templo sendo edificado com o mesmo propósito do de Salomão: ser referência da presença do Senhor para os povos. 
 
Só que agora, o templo é vivo, as pedras são vivas, a edificação não é mais feita com areia, tijolo, matéria inanimada. Não, é com gente!   Esta é a grande revelação que Pedro nos traz ao escrever a sua primeira carta: "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual..." (I Pe 2:5). A NTBH diz: "Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual". 
Sim, eu e você somos a matéria-prima com a qual Deus está levantando um grande palácio para Ele. 
 
A Bíblia diz que Salomão "mandou que trouxessem pedras grandes, e pedras preciosas, e pedras lavradas para fundarem a casa" (I Rs 5:17).   Que maravilhoso paralelo! É deste tipo de gente que Deus precisa nos nossos dias para que o templo, chamado Igreja, seja acabado e sua glória finalmente possa vir.  
 
Essa é a revelação: Nós fomos salvos, fomos separados do pecado, fomos comprados, e agora, Deus quer usar-nos para a construção do Seu magnífico palácio: a Igreja! 
E à semelhança de Salomão, Deus está mandando que sejam trazidas pedras grandes, pedras preciosas e pedras lavradas para a Sua casa ser construída. Vamos considerar isto! 
 
...Primeiro, para a construção do Palácio de Deus: 
VOCÊ DEVE SE APRESENTAR COMO PEDRA GRANDE
             
Nós precisamos ser e precisamos preparar os novos crentes para que se revelem como "pedras grandes" na Casa do Senhor.  
 
Estou falando de gente que pensa grande, que enxerga grande, que frutifica grande. 
Para tanto, é preciso que façamos cair por terra as "fortalezas de tacanhice" que o sistema secular plantou em nossas mentes e emoções.   O que eu chamo de tacanhice? ...aquela mentalidade do "do jeito que tá, tá bom"; a cultura do "se melhorar, estraga"... essas coisas... são fortalezas que o diabo levantou! 
 
No dicionário, tacanho é não ter largueza de vistas nas suas ideias; é ser estreito, pequeno. Um baterista que sempre tocar do mesmo jeito, sem se aperfeiçoar em novos métodos, é tacanho... Um dançarino que não aprimorar seus passos com novos movimentos, é tacanho... Um pregador que sempre prega num mesmo estilo, sem se aventurar a novos métodos, é tacanho... Uma igreja que não enxerga além das suas paredes, é tacanha. Muitas pessoas têm a visão curta! Isso faz mal à obra. Uma visão enferma, torna a vida enferma.
 
Irmãos, falo em nome do Senhor: Nós não podemos mais admitir uma mentalidade de submundo, regida por sentimentos de incapacidade, de inferioridade e de desvalor. 
 
O Senhor nos chamou para um enorme projeto - um projeto de conquista das nações. Ele disse: "Ide por todo o mundo e fazei discípulos de todas as nações"! 
 
É uma grande comissão! É uma grande obra! ...comecemos a conquistar, para Jesus, o nosso bairro, depois a cidade, depois vamos avançando, avançando, até conquistar as nações... a obra é grande! 
 
Mas para isto, Deus precisa de vidas que sejam capazes de se mover na força do seu poder, que suportem nos ombros grandes pesos, e que caminhem como conquistadores por natureza.
Amém?            
 
Você se apresenta para este propósito divino?         
 
Em segundo lugar, para construir um Palácio para Deus: 
VOCÊ   DEVE   SE        APRESENTAR COMO PEDRA PRECIOSA        
Precisamos ser e preparar os crentes novos para que sejam do tipo "pedras preciosas".
Com isso, me refiro a gente que traga a excelência no seu caráter e, por conseguinte, que revele esse caráter em ações e frutos.  
 
Há uma voz profética sobre a Igreja dizendo: "Chega de mediocridade!" O povo de Deus não pode mais ser um povo comum, dado à mesmice, contente com o pouco de Deus, enquanto há dEle, uma vida abundante a ser experimentada!  
Tenho uma conclusão triste a respeito de alguns irmãos que conheci, porque me passaram a ideia de que se lá no céu, não puderem passear pelas ruas de ouro, mas se puderem ficar naquela lamazinha de beira de estrada, estarão com isso, muito contentes. Eles dizem: "Que me importa? O negócio é entrar no céu; entrar já é negócio!" ...e assim, vão levando uma vida de crentes muito morna. Isso é mediocridade. 
 
Jesus advertiu uma igreja inteira, a igreja de Laodicéia, contra essa mentalidade, ao dizer: "porque são apenas mornos, nem frios nem quentes, vou logo vomitá-los da minha boca" (Ap 3.16).  
 
Nossa vida tem que revelar em tudo o padrão de excelência dos céus: o céu é lindo, é sublime, é espetacular, é de uma santidade absoluta... a nossa vida tem que refletir isso! 
Nossas práticas devocionais, nosso ministério, nossa família, nossa saúde, nossas finanças, nossa profissão, enfim, tudo o que somos e fazemos precisa trazer a marca do precioso, do superior, do melhor. 
 
É claro que isto custa um preço. Você não tropeça em pedras preciosas andando pela rua. É necessário cavar, garimpar, buscar com perseverança. 
Mas quero lhe dar uma boa notícia: a excelência já está plantada em você! Sim, todo aquele que nasceu de novo é verdadeiramente nobre, tem capacidade de projetar coisas nobres e tem nobreza para perseverar.  
Digo isto porque o melhor de Deus, que é Jesus, está em você! 
 
Então, é necessário apenas remover os entulhos da velha natureza, para que a sua vida seja uma referência do que há de melhor nesta terra. 
 
Finalmente, para construir um Palácio para Deus: 
VOCÊ   DEVE   SE        APRESENTAR COMO PEDRA LAVRADA         
O Senhor quer nos levantar como "pedras lavradas" para edificar sua casa.          
Isto fala de tratamento, fala de mudança em nossas vidas, fala de discipulado.     
 
É através do processo de discipulado que somos transformados de pedras brutas em pedras lavradas, polidas, prontas para a obra de Deus.  
 
Você sabe o que é DISCIPULADO?      
 
O crente cai facilmente na rotina; o discípulo é um revolucionário.            
O crente depende dos afagos de seu pastor; o discípulo está determinado a servir a Deus. 
O crente gosta de elogios; o discípulo do sacrifício vivo. 
O crente entrega parte de suas finanças; o discípulo entrega toda a sua vida.       
O crente reclama e murmura; o discípulo obedece e nega-se a si mesmo.  
O crente exige que os outros o visitem; o discípulo visita. 
O crente pensa em si mesmo; o discípulo pensa nos outros. 
O crente se senta para adorar; o discípulo anda adorando.             
A meta do crente é ir para o céu; a meta do discípulo é ganhar almas para povoar o céu.  O crente pede que os outros orem por ele; o discípulo ora pelos outros. 
 
O fato é que precisamos ser lavrados em nosso caráter, polidos no caráter, moldados no caráter, pelo Senhor - e o discipulado é que proporciona isso. 
Por isso que, somente aqueles que se submetem ao tratamento, podem finalmente ser aproveitados em lugares-chave da Casa do Senhor.  
 
Deus está edificando a Igreja, um Palácio para Ele!
Coisa nobre, porque Deus é nobre!   
 
Você está disposto a andar por este caminho?         
Está disposto a assemelhar-se àquelas pedras que Salomão mandou trazer, pedras grandes, preciosas e lavradas para a edificação do templo? 
 
Você vai permitir que aquelas áreas da sua vida, que trazem deformidades, sejam tratadas?  
 
Isso pode ser bem doloroso, mas não há como revelar a glória de Deus sem antes passarmos pelo caminho da renúncia e do quebrantamento. 
 
Minha oração é para que Deus encontre em você uma pedra viva, pronta para fazer parte do magnífico palácio para Deus, que Ele mesmo está edificando neste tempo.
 

Do Buraco ao Palácio!

A jornada que cada ser humano empreende na vida é única e intransmissível. É por isso que devemos ter sempre em mente duas coisas: nunca nos compararmos aos outros ou invejarmos a sua condição…
Desde que saímos do ventre materno, empreendemos a viagem mais fantástica que alguma vez sonharíamos fazer: a nossa própria vida! Todavia, enquanto uns preferem “andar à boleia”, outros escolhem viajar em “primeira classe”. Esta é a diferença entre viver a vida ou vê-la passar por si, como se de um espetador se tratasse.
Algumas pessoas chegam a pensar que é necessário possuir dons especiais para se vencer neste mundo, todavia, o único “dom” que é necessário é ter um coração acessivelmente humilde à atuação do Poder de Deus. Várias personagens bíblicas exemplificaram esta realidade, mas José foi o homem que revelou o pleno potencial que demonstra ter, mesmo entre os incrédulos, todo aquele que se sujeita 100% à vontade de Deus.
Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente. 
Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos; por isso, o odiaram ainda mais.” (Génesis 37.4-5)
 
Nesta passagem, observamos que José cometeu um erro grave: autopromoveu-se diante dos irmãos! Ou seja, quando revelamos os nossos projetos e sonhos aos demais, colocamos em risco duas coisas: os ditos sonhos e projetos e a nós próprios, pois tornamo-nos objeto de perseguição por todos os flancos.
Infelizmente, o mundo não quer ver o sucesso de ninguém, pois presume-se que quando uma pessoa sobe na vida, alguém terá forçosamente que descer ou que quando alguém vence, outra pessoa acabará sempre por perder…. E essa “outra pessoa” será, obviamente, quem está a assistir ao seu sucesso.
Devido à inveja dos seus próprios irmãos, José foi transportado aos mais terríveis sofrimentos: foi humilhado, escravizado, lançado numa prisão… mas, no entanto, sempre permaneceu fiel ao pacto que mantinha com Deus.
Ora, meus caros amigos, quem mantém um pacto com Deus deve saber que, para vencer neste mundo, terá de superar as mais diversas e duras provas, verdadeiros momentos em que se encontrará sozinho, no fundo de um “buraco”, mas, com a certeza de que todo o “buraco” tem uma saída, bastando, para isso, olhar para cima, ou seja, manter-se fiel a Deus.
O conselho foi agradável a Faraó e a todos os seus oficiais. Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus? 
Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. 
Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu. 
Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito. Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino, e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro. 
E fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! 
Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do
Egito.” (Génesis 41.37-43)
 
José, ao revelar a visão de Deus para o Egito, foi honrado, porque se manteve fiel, mesmo sob severas condições, e, por isso, lhe foi confiado tudo. Através de José, o Egito prosperou durante os 7 piores anos de fome e seca. “Como é que é possível crescer nos tempos em que estamos a viver?” – perguntar-se-ão muitos… como o foi com José no passado, ou seja, mantendo-se fiel a Deus! 
 

Deserto ou Palácio

 
A bíblia narra a história de Mefibosete. Ele era filha de Jônatas e neto de Saul. Saul foi o primeiro rei de Israel e com o passar do tempo desobedeceu a Deus e foi rejeitado. Jônatas era seu filho e candidato a sucessor do trono e poderia se tornar rei, mas Deus ungiu Davi como segundo rei de Israel. Jônatas reconheceu a unção de Deus sobre Davi e pediu que se acontecesse alguma coisa com ele, que Davi se lembrasse de seus descendentes e cuidasse bem deles. Davi fez uma aliança com Jônatas. Após morte de Jônatas e Saul, Davi é colocado como Rei. A criada que tomava conta de Mefibosete o escondeu com medo que Davi o matasse sem saber que eles fizeram um acordo e com pressa derrubou Mefibosete e ele ficou manco.  Mefibosete ficou escondido de 15 a 20 anos até que um dia Davi se lembra da promessa que havia feito a Jônatas e manda Ziba (ex empregado de Saul) trazer Mefibosete para abençoá-lo.
 
O comportamento do Rei Davi para com Mefibosete por causa de Jônatas tem uma comparação com a atitude de Deus para conosco por amor a Jesus. Nós, como Mefibosetes, se não temos deficiência física visíveis, temos feridas na nossa alma e muitas vezes vivemos fugindo da presença do Rei e paramos no deserto. 
A todo tempo Deus pergunta assim como Davi: “Aonde nós estamos?”  Deus quer nos tirar do deserto, quer nos usar de bondade, nos colocar assentado junto a Sua mesa.
 
Isaías 41:11 – A vergonha não é para nós, mas para os nossos inimigos.
 Deus não se esqueceu de nós!
 Quando o Rei chamou Mefibosete, ele teve três atitudes:
 
1.         Respondeu ao chamado do Rei
 Versículo 6 – Deus espera que aprendemos a crer.
Crer que Ele é o Rei. Isaías 41:11
2.         Humilhou-se diante do Rei
 Versículo 6 – Quando Deus nos chama, devemos nos apresentar crendo Nele com humildade. Lucas
14: 11
3.         Reconheceu que não era digno Versículo 8 – Tudo que temos de Deus é de “graça”.
Efésios 2: 8 e 9 Mefibosete foi colocado como herdeiro (versículo 7). Deus nos colocar como herdeiro e quando cremos em Jesus, nos humilhamos na presença do Senhor, então Deus nos torna filho Dele.
 
Tudo que é do Rei Jesus é nosso, podemos crer e receber todas as suas promessas. João 1: 12 / Romanos 8: 17 / II Coríntios 1: 20.
 
Mefibosete pôde desfrutar da comunhão do Rei (versículo 11). Nós podemos desfrutar dessa comunhão com o Rei Jesus através da leitura da palavra de Deus e da oração.
 
Mefibosete foi suprido em suas necessidades (versículo 13). Nós, na presença do Rei temos todas as nossas necessidades supridas, todas as dores saradas, todas as lágrimas enxugadas e todos os sonhos realizados. Filipenses 4: 19.
 
Mefibosete morou com o Rei para sempre (versículo 13). Nós somos a morada de Deus, temos o Espírito Santo na nossa vida, dentro de nós. I
Coríntios 3: 16
 
Você só vai experimentar o melhor de Deus quando se assentar à mesa e receber Dele. Assentar à mesa é lugar de honra, é ser abençoado ao extremo. A mesa real cobre todas as deficiências, coloca todas as pessoas em um mesmo nível, pois somos todos iguais.
 
Nós, também podemos ser como Ziba e buscar outras pessoas que tem vivido no Deserto e levar na presença do Rei. Temos que levar as boas novas e assim ser abençoado.
 
David e a Casa de Deus
 
Dificilmente acharemos no Antigo Testamento um personagem que tenha agradado o coração de Deus de uma maneira tão profunda como Davi.
 
Os sofrimentos de Davi
 
Davi não era perfeito; ele era como você ou como eu. No entanto, a Bíblia diz que ele foi um homem segundo o coração de Deus. O Salmo 132 nos recorda que Davi teve aflições: "Lembra-te, OH Senhor, de Davi, e de toda a sua aflição" (V. 1).
 
Quando Davi tinha quinze anos de idade, foi ungido rei secretamente por Samuel. E por ter sido ungido rei em segredo, ele sofreu muito nas mãos do rei Saul. Davi correu para salvar a sua vida, de um deserto a outro, de uma caverna a outra, por cerca de quatorze anos.
 
Podem imaginar quantas das suas noites foram noites de insônia? Ele não tinha um lugar de descanso. O deserto nos fala de carência de repouso. E só uns poucos -quatrocentas ou seiscentas pessoas- lhe seguiram. Essas foram as aflições de Davi.
 
Fugindo de Absalão
Davi teve que fugir para salvar a sua vida da perseguição de Saul; mas nunca pensou que um dia teria que fugir também por causa de seu filho Absalão.
 
Entre todos os filhos de Davi, provavelmente era Absalão quem tocava no mais íntimo do coração de Davi. Quando Absalão se rebelou contra o seu pai e procurava matá-lo, Davi teve que fugir do trono. A Bíblia fala de como Davi cruzou o vale de Cedrom, como subiu ao monte das Oliveiras, atravessou o cume do monte, e cruzou o rio Jordão. E, no caminho, muitos lhe desprezaram e alguns lhe amaldiçoavam; no entanto, Davi sofreu o vitupério, e quando um dos seus assistentes quis matar ao que lhe amaldiçoava, ele disse: "Deixem-no em paz". Essas eram as aflições de Davi.
 
E mais ainda, quando os sacerdotes que levavam a arca vieram a ele porque queriam seguir-lhe, ele lhes disse: "Por favor, retornem, não me sigam; sigam a vontade de Deus. Se eu for agradável a Deus, então voltarei. Eu sempre posso voltar para a arca; mas a arca nunca deve me seguir; a arca é sempre o centro de tudo".
 
Quando esteve sob algum tipo de disciplina, Davi teve um coração muito puro.
Recordamos as duas vezes em que ele peregrinou no deserto, as duas vezes em que ele fugiu por sua vida. Estas foram as aflições de Davi.
 
Outra classe de aflição de Davi
 
Mas no Salmo 132:1, refere-se a uma aflição específica de Davi, a um sofrimento quase desconhecido para nós.
 
Ao ver o contexto, encontramos Davi já no trono, e não só isso, Deus já lhe tinha concedido o repouso. Tinha vencido os seus inimigos, e achado o seu descanso. Esta é a melhor época em toda a sua vida. Ele não só estava em Jerusalém e tinha tomado a fortaleza de Sião, mas também tinha sentado no trono de Davi. Agora nos fala a respeito das aflições de Davi, quando os seus sonhos tinham sido maravilhosamente cumpridos.
 
Irmão, você conhece este tipo de sofrimento? Quando Deus te abençoa, e te concede uma linda família, maravilhosos filhos, uma casa preciosa, um trabalho bem-sucedido, e está sendo muito usado pelo Senhor, as portas se abrem de todo lado. Chegastes ao ápice da sua vida cristã. É como se estivesse sentado no trono, aquilo que sempre sonhaste. Quando o seu sonho foi realizado, Davi padeceu por muitas e longas noites. Estas muitas noites de insônia nos falam das aflições de Davi. "Aconteceu que quando já o rei habitava em sua casa, depois que o Senhor lhe tinha dado repouso de todos os seus inimigos em redor, disse o rei ao profeta Natã: Eis que eu habito numa casa de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas" (2 Sm. 7:1).
 
Ao comparar esta passagem com a passagem no Salmo 132, podemos imaginar que, depois de muitas noites sem dormir, Davi veio ao profeta Natã e lhe disse: "Eis que eu habito numa casa de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas. Se Deus não tiver repouso, eu tampouco o terei". Aqui entendemos como o coração de Davi era um com o coração de Deus.
 
Então Natã lhe disse: "...faze tudo o que está em seu coração, porque o Senhor está contigo". Davi não havia dito o que estava em sua mente; só havia expressado que não teria descanso até que Deus tivesse o seu repouso. No entanto, por causa do seu amor por seu Deus, intimamente Davi tinha algo em seu coração, e Natã sabia muito bem. Natã representa o Espírito Santo.
 
Se amas ao Senhor, se de fato sofres e não por ti mesmo -por ti mesmo não há razão para que sofras, pois já está sentado no trono, desfrutando do repouso-, por que terias que torturar-te a ti mesmo? 
Aqui há alguém que nunca vai desfrutar do seu descanso até que o seu Deus também obtenha o seu descanso. Há algo na mente de Davi: ele deseja edificar a casa de Deus. Natã sabe muito bem e lhe diz: "Faze tudo o que está em seu coração, porque o Senhor está contigo".
 
A Casa é a Igreja de Deus
 
A casa de Deus, traduzida para a linguagem do Novo Testamento, é a igreja de Deus. O nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja". Pedro disse: "Achegando-vos para ele como pedras vivas, sendo edificados juntamente como uma casa espiritual". E Paulo disse: "Vós sois a casa de Deus, vós sois o templo de Deus".
 
Então, se lermos Efésios, ali temos um chamamento. Paulo fala a respeito da esperança desse chamamento. O que é um chamamento? Quando fomos salvos, um dia, respondemos ao seu chamamento. E, depois que fomos salvos, ouvimos outro chamamento do Senhor: "Vêm e siga-me, e eu te farei pescador de homens".
 Agora cada um pode dizer: 'Eu fui chamado pelo Senhor'. Mas se lermos Efésios, quando Paulo fala a respeito da esperança do seu chamamento, e se lermos também Colossenses, tal chamamento é único.
Ao ler essas duas cartas, vemos que somos chamados para sermos um Corpo, temos um chamamento para sermos edificados como a igreja de Cristo.
 
Antes da volta do Senhor, essa casa tem que estar construída, pois ele vai apresentar a si mesmo uma igreja gloriosa. Agora entendemos que temos não só um chamamento individual, mas também compartilhamos o mesmo chamamento. E este chamamento é para que sejamos um Corpo.
 
Um sonho de juventude de Davi
 
De alguma forma, esse desejo de Deus estava impresso no coração de Davi. Nós não sabemos quando Davi teve aquela visão; se quando ele era jovem, ou quando era um pastor, não sabemos. Porque naquela época, como pastor, ele dizia: "O Senhor é o meu pastor, nada me faltará" (Salmo 23:1). No entanto, o último versículo deste Salmo, diz: "Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias" - ou "para sempre".
 
Deus pôs esse desejo em Davi, mesmo que este fosse muito jovem.
Mas, quando Davi chegou ao ápice ele deveria estar satisfeito, mas por que não podia dormir? Porque a arca de Deus ainda estava em uma tenda.
 
Irmãos, conhecer o coração de Deus é uma coisa; satisfazer o coração de Deus é outra coisa. Por meio dos livros, por meio das revistas, conheces a vontade de Deus, sabe que o nosso Senhor quer edificar a sua igreja, sabes que antes da sua volta ele vai apresentar a si mesmo uma igreja gloriosa. Tens todo o conhecimento, mas, onde você está? Está na casa de cedro, desfrutando do seu repouso? Irmãos, onde está a arca de Deus hoje?
 
Se nós desejamos ser edificados juntos como a igreja de Deus, temos o coração de Davi? Esse é o começo de toda verdadeira edificação. De outra maneira, tudo o que sabes não é mais que um sonho. Somos sonhadores, e somos belos sonhadores. Tudo está no futuro, tudo é uma teoria. Mas se você morar no palácio de cedro, isso é muito real; se está dirigindo um automóvel magnífico e olhas para os seus filhos maravilhosos; isso é muito real. Mas, o que acontece com a casa de Deus? É ainda um sonho, ou sabe que Deus está cumprindo o que ele deseja fazer?
 
Como podemos ser edificados juntos? O primeiro passo é a experiência das aflições de Davi.
Se nós não conhecermos nada a respeito desse sofrimento, somos meros sonhadores. 
Poderá esperar por mais de dez anos, e nada ocorrerá. Pode estar muito ocupado, pode haver muitas portas abertas para ti e para mim; mas onde está a arca de Deus? Ele já obteve o que deseja?
 
Embora esteja ocupado trabalhando para o Senhor, isso não significa que Deus já tenha encontrado o seu lugar de repouso. Aqui aprendemos uma lição da história de Davi. Finalmente, a vontade de Deus foi cumprida, e o templo de Deus foi edificado. Mas antes, Davi passou por uma série de sofrimentos. A operação da cruz impregnou profundamente em sua vida.
 
Tu não és o homem
 
"Aconteceu naquela noite, que veio a palavra do Senhor a Natã, dizendo: Vai, e dize a meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Tu me hás de edificar casa em que eu more?" (2 Sam. 7:4).
 
Aquele dia Natã disse a Davi: "Anda, e faze tudo o que está em seu coração, porque o Senhor está contigo". 'Esse é o seu sonho, tencionas realizar o seu sonho'. Por quê? 'Porque o Senhor está contigo'. Mas, menos de vinte e quatro horas depois, houve uma surpresa para Davi.
Deus havia se agradado do coração de Davi, mas ao seguir lendo vemos que aquela noite foi a noite mais difícil para Davi. 
Depois de tantas noites sem dormir, houve para ele uma noite de maior aflição. Deus lhe disse: "Não serás tu que a edifique".
 
Na vida de Davi, Deus usou duas vezes a Natã para falar com ele. Quando Davi cometeu o pecado de adultério e de homicídio, durante quase um ano ele recusou confessar o seu pecado. O que lhe disse Natã? "Tu és esse homem".
 
E em seguida temos esta ocasião. Davi tinha muito zelo pela casa de Deus. E embora o profeta lhe houvesse dito: "Anda e faz o que quer; o seu sonho se cumprirá"; no entanto, repentinamente, Natã veio com más notícias: "Tu não és o homem".
 
Davi tinha milhares de planos; ele tinha uma paixão por Deus; ele tinha muito zelo pelo Senhor; mas nunca esperava que Deus lançasse água fria nos seus planos. "Tu não és o homem, porque há muito sangue em suas mãos". Essas são as aflições de Davi. Quando tens um coração para o Senhor e não é seu irmão o que te diz: "Tu não és o homem"; não é a sua esposa quem te diz: "Tu não és o homem". É o próprio Deus quem lhe diz isso!
 
Não somos nós os qualificados para edificar a igreja de Deus. Quantas vezes ferimos os nossos irmãos e irmãs! Aos olhos de Deus, quanto sangue há em nossas mãos!
Portanto, só porque você conhece alguma teologia, porque conhece algumas verdades bíblicas, você diz: 'Agora, eu vou edificar a igreja'. Mas quando tenta edificar a igreja, por causa do seu temperamento, por causa da sua natureza, inconscientemente, você fere os seus irmãos, e em seguida pensa que Deus vai te usar para edificar a sua igreja? Se você deseja edificar um muro de cinco metros, tem que trabalhar duro. Mas, se ferir os seus irmãos e irmãs, se tiver derramado tanto sangue, de fato, consegue destruir três metros.
 
Então, se desejamos ser edificados juntos, cedo ou tarde o Senhor terá que nos dizer: "Tu não és o homem".
 
Alguém perguntou à senhorita Barber, alguém que ajudou muito a Watchman Nee: "Qual é o segredo para trabalhar para o Senhor?". A sua resposta foi: "O segredo para trabalhar para o Senhor é não trabalhar para o Senhor". Essas são as aflições de Davi. Se tiver consagrado tudo ao Senhor, ele te dirá: "Tu não és o homem, você não está qualificado". Ouviste?
 
Este é o começo da edificação da casa, e isso é o que estava ocorrendo com Davi. Mas pense isto: se Deus te disser: "Tu não és o homem", qual será a sua reação? 'Bem, então, vou amar ao mundo. Se não é comigo, não tenho nada a ver com isso. 
A partir de agora, não vou mais às reuniões, ou me sentarei atrás. Ainda vou sorrir para os irmãos e irmãs, vou abraçá-los; mas permanecerei muito passivo, porque Deus me tem dito: Tu não és o homem'.
 
Frequentemente, Deus não diz isto diretamente, mas diz por meio de um irmão ou uma irmã. E quando ouve isso, diz: 'Não contribuirei mais, não vou usar os meus talentos; nada vai sair de mim'. Mas, isso é o que aconteceu com Davi? Não, irmãos. Quando Deus nos diz 'Não', é uma prova para saber onde estamos.
 
Algumas vezes temos uma pretensão, como se fôssemos muito espirituais, até que um dia esta parte da obra da cruz sobrevém. É a parte mais difícil de aceitar, quando tens toda a energia, e lançam lhe um balde de água fria. E isso vem do próprio Deus.
 
A edificação da própria casa
 
Por que Deus disse: 'Não és tu o homem'? Para entender isto, você terá que ler toda a Bíblia.
Tem um coração, mas não tem a qualificação. Cedo ou tarde, descobrirá que não é capaz. Isso é parte da obra da cruz. Tem que ser exercitado na paciência e escutar o que Deus tem a dizer-te. "Também o Senhor te faz saber que ele te fará casa.  Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará casa ao meu nome, e confirmarei o trono de seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho" (2 S. 7:11-14).
 
Por que não és tu o homem? Antes que você deseje estabelecer casa para Deus, tem que permitir que Deus mesmo estabeleça a sua própria casa. Em seu coração, você pensa na casa de Deus; no coração de Deus, ele pensa em sua casa.
 
É preciso que a sua casa seja estabelecida, para que então a casa de Deus seja estabelecida. Antes que trabalhe para Deus, tem que permitir que Deus trabalhe em ti. Contigo não é possível, não está qualificado. Mas, quando estará qualificado? Só quando a sua casa estiver estabelecida. Então, Deus vai estabelecer a casa de Davi. Davi tem muitos filhos, um dos seus filhos será escolhido, e este é Salomão.
 
Aquela noite, Deus prometeu a Davi que ia edificar a sua casa, e que um dos seus filhos se sentaria no trono de Davi, e aquele filho edificaria a casa de Deus. Isso é muito interessante. Só quando a casa de Davi foi estabelecida, então Salomão edificou a casa de Deus. Assim é como Deus edifica a sua própria casa.
 
Nós somos exatamente como Davi - nenhum de nós está qualificado. Então, o que faremos? Permitas que Deus trabalhe em ti, que Deus trabalhe em sua casa. Salomão é parte da edificação de Deus. Quando Deus fez a sua obra, então, por meio de Salomão, foi edificada a casa. Deus não vai usar a Davi diretamente; mas isso não significa que ele o tenha recusado. Por um lado, Deus não te usa; mas, por outro lado, ele ainda vai te usar; mas vai te usar de uma maneira indireta, só quando a sua casa estiver estabelecida.
 
Em seguida, o caminho para a casa de Deus é que Deus tem que trabalhar em nós e em nossas casas. Por essa razão, a vida de família está intimamente relacionada com a vida da igreja. Sem uma vida de família normal, nunca teremos uma vida de igreja normal. Se não souber como governar a sua casa, como poderá governar a igreja? Isto é muito importante. Por tal razão, Davi teve que permitir que Deus fizesse a sua obra de uma maneira muito profunda.
 
E sabemos como Davi aprendeu a lição, apesar dele ter falhado terrivelmente. Ele esteve sob a mão disciplinadora de Deus, mas, pela graça do Senhor, nasceu Salomão. 
Quando Salomão se converteu no escolhido de Deus, Davi recordou que ele mesmo não era capaz de edificar a casa de Deus; ele era só um pecador preservado por graça.
 
O nascimento de Salomão nos faz recordar a história do fracasso de Davi. Davi era um vaso nas mãos de Deus; no entanto, aquele vaso estava completamente rachado. Pela misericórdia do Senhor, ele fez um vaso novo. Os caminhos de Deus são sempre mais elevados que os nossos caminhos, e finalmente, Salomão achou-se no trono.
 
O lugar da edificação
 
Em 1 Crônicas 21 descobrimos que Davi pecou mais uma vez, quando fez o censo do povo. Ele tinha sido restaurado, e isto, de fato, pode ser muito perigoso. Depois de retornar a Jerusalém, a tentação foi esta: Agora sabes que Deus está contigo, sabes que ele se agrada da sua vida, e então a carne, gradualmente, levanta-se outra vez, e quer saber qual é o poder que há em suas mãos.
Assim, Davi pecou contra Deus mais uma vez.
 
Dois grandes pecados de Davi ficaram registrados na Bíblia: o primeiro, quando cometeu o adultério; outro, quando fez o censo do povo. 
Ele sabia que tinha pecado contra Deus. Quando o anjo quase matou a todos, então ele orou.
 
Deus enviou o profeta e pediu que Davi fosse à eira no monte Moriá, o lugar onde se separa a palha do grão. As pessoas se alimentam com o grão, não com a palha. Cristo é o grão; nossa carne é como a palha. Quando está alimentando às pessoas com Cristo, inconscientemente, as estás alimentando também de ti mesmo. Por essa razão, Davi estava muito orgulhoso, e queria recensear o povo, para saber como estava o seu desempenho, para conhecer os seus lucros.
 
Davi pecou contra Deus, e por isso teve que passar pela eira. A obra da cruz teve que cortar profundamente a vida de Davi. Então pôde ser útil nas mãos de Deus. Quando ele passou pela eira e ofereceu o holocausto, para a sua surpresa, o fogo do céu se derramou sobre o altar e consumiu o sacrifício. Isso significava que Deus estava satisfeito, Deus estava em paz.
 
Quando Davi viu o acontecido, disse: 'Este é o templo de Deus'. O que significa isto? Antes que o povo de Israel entrasse na terra, Deus disse a Moisés:
"Quando entrares na terra, não siga os costumes dos povos da terra; eles procuram os lugares altos e fazem as suas oferendas, mas tu não deve fazer isso". 
Deus escolheria um lugar e todo o povo de Israel tinha que ir a esse lugar para oferecer os seus sacrifícios. Em outras palavras, se queres edificar a casa de Deus, ele mesmo já tem o lugar escolhido.
Ali é onde deves ir.
 
No entanto, quatrocentos ou quinhentos anos depois que o povo entrou na terra, ninguém sabia qual era o lugar. Ninguém sabia, nem Salomão, nem Davi. Tudo o que sabiam é que um dia havia um lugar escolhido por Deus. Mas, graças a Deus, depois da sua dolorosa experiência, os seus olhos foram abertos. Naquela eira, onde a palha e o grão eram separados, estava o lugar para a casa de Deus. Ao mesmo tempo, esse era o lugar exato onde Abraão ofereceu a Isaque.
 
Pela primeira vez na história, Davi viu o lugar. Mas Deus teve que edificar primeiro a Davi. Se a casa de Davi não estivesse estabelecida, Davi não saberia onde estaria a base da casa de Deus. É uma lição que Davi aprendeu em sua velhice.
 
"E disse Davi: Aqui estará a casa do Senhor Deus, e aqui o altar do holocausto para Israel" (1 Crônicas 22:1). Os olhos de Davi foram abertos.
Naquele lugar deveria ser edificada a casa de Deus. Na linguagem do Novo Testamento, qual é a base da vida da igreja? Há dois elementos importantes: primeiro, alguém como Abraão, que ofereceu o seu filho Isaque; e segundo, somos nós como Davi, que passou pela eira?
 
Preparando os materiais
 
"Depois mandou Davi que se reunissem os estrangeiros que havia na terra de Israel, e estabeleceu dentre eles pedreiros que lavrassem pedras de cantaria para edificar a casa de Deus" (1 Cr. 22:2). Quando Davi soube onde deveria lançar as bases, ele se tornou muito ativo. Apesar de Deus lhe haver dito: "Tu não és o homem que vai edificar", não significa que ele não estivesse qualificado para preparar os materiais da construção.
 
O que edifica está em primeiro plano, e o que prepara os materiais está por trás. Salomão recebeu toda a glória, porque dali em diante o templo foi conhecido como o templo de Salomão, e Davi estava por trás da cena.
 
Não importa o que ele tenha feito, as pessoas não veriam a sua glória. Deus lhe diz: 'Não és tu o que irá edificar', mas nem por isso ele se negou a fazer algo.
Falando estritamente, se nós conhecermos a história dessa edificação, noventa por cento é o esforço de Davi, e só dez por cento pertence a Salomão. No entanto, Salomão recebeu toda a glória.
 
Irmão, você está disposto a prosseguir? Se Deus te disser: 'Tu não és o homem que vai edificar', ele não tem dito que não é o homem que pode preparar os materiais. Você está disposto a fazer isso? Graças a Deus, ao seguir lendo o capítulo 22, vemos como Davi fez aquele maravilhoso trabalho.
 
"E disse Davi: Salomão meu filho é moço e de tenra idade, e a casa que se há de edificar ao Senhor há de ser magnífica por excelência, para renome e honra em todas as terras; agora, pois, eu lhe prepararei o necessário. E Davi antes da sua morte fez preparativos em grande abundância ... Eis aqui, eu com grandes esforços tenho preparado para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e bronze e ferro sem medida, porque é muito. Também preparei madeira e pedra, ao qual tu acrescentarás (1 Cr. 22:5, 14).
 
Organizando a Casa
 
Aqui vemos quão positiva era a atitude de Davi.
Ao seguir lendo esta passagem, o seu coração vai ser tocado. Aquele a quem Deus disse 'Não' - como se tivesse sido recusado por Deus - ainda prossegue, embora já sendo ancião, não abandona tudo nas mãos do seu filho. Ele não desperdiçou o seu tempo; ele fez muito esforço em preparar tudo para o templo.
 
E não só isso, quando avançamos para o capítulo 23, já temos o templo, mas onde estão os levitas e os sacerdotes? Davi reuniu todos os levita e sacerdotes, e os distribuiu em vinte e quatro grupos. Ele era um bom organizador e, naquela época, Salomão era ainda muito jovem e inexperiente.
 
No capítulo 25, Davi organizou os músicos e cantores. Ele sabia que não podia trabalhar na edificação da casa; no entanto, quando a casa estivesse edificada, teria que haver sacerdotes, levitas e cantores. Antes da sua morte, Davi organizou tudo. Recordem, em sua carne, havia uma marca que dizia: 'Tu não és o homem'. Mas ele seguiu, e no capítulo 26, 27, e especialmente no 28, ele reuniu a todos em Jerusalém. E diante de todos, Davi disse a Salomão: "Sê forte e faz a obra". Salomão era o homem. Agora sabemos onde edificar o templo, mas nessa época, Davi mostrou a Salomão em Jerusalém, o plano da casa de Deus: "Todas estas coisas, disse Davi, foram-me traçadas pela mão do Senhor..." 
 
Pensem isto: o desenho foi esboçado pela mão do Senhor. Para edificar a casa, é necessário um plano, um desenho para ver como é a casa. Deus disse 'Não' a Davi; no entanto, lhe mostrou o plano. 
E Davi disse: 'Isso foi esboçado pela mão de Deus'. A casa de Deus deve ser edificada segundo o plano. Quando Salomão edificou o templo, ele devia seguir aquele plano. Se Davi desistisse e dissesse: 'Eu não tenho nada a ver com isso', quem haveria de saber qual era o lugar para edificar a casa?
 
Isto ocorreu no final da vida de Davi. Ele não só preparou o material, mas também o lugar onde deveriam ser postos os fundamentos, preparou os planos, organizou os sacerdotes, pôs os cantores na casa do Senhor. Tudo estava quase preparado. Agora só era necessário o toque de ouro de Deus. Finalmente, quando Salomão esteve no trono de Davi, Deus realizou o que desejava.
 
Edificando as famílias
 
Agora pode ver como a casa de Deus deve ser edificada. A lição é muito clara aqui: Se você quiser edificar a casa de Deus, comece por sua família, permita que o Senhor opere nela, ensine aos seus filhos não apenas que sejam bons cidadãos.
Neste mundo cheio de pecado, há muitas tentações; serem puros é quase impossível. Se quiser ajudar que seus filhos estejam longe das drogas, do adultério, da fornicação, permita que Deus edifique a sua família, que ele estabeleça a sua casa.
 
Mas não esqueça, a razão pela qual tem muitos filhos é porque um ou dois deles serão usados por Deus para cumprir a Sua vontade. Por essa razão, como pai, como mãe, não tem que ensinar os seus filhos para ti mesmo; tem que permitir que Deus trabalhe em sua família, e então nascerá um Salomão. E tudo isso é por graça. Um dia, ele chegará ao ápice de sua vida, não por si mesmo - Deus o terá escolhido para fazer a Sua obra.
 
Nós sabemos que o Senhor virá muito em breve. Mas, se ele não vier tão logo - embora desejássemos nos reunir com ele hoje - quando a igreja será uma igreja gloriosa? Não devemos dizer: 'Não deveríamos nos envolver, não conhecemos a vontade de Deus, ainda não é o tempo'. Mas está preparado para preparar os materiais, não é verdade? Pode preparar o ouro, a prata e todo o resto. Isso significa que está preparando a sua família.
 
Por essa razão, a igreja tem que crescer, a igreja tem que seguir animando os jovens.
Estes são os materiais para a edificação da igreja. Quando eles estão sendo edificados, converteram-se nas sete colunas da casa de Deus. "A sabedoria edificou a sua casa", mas antes da edificação é necessárias as sete colunas. (Prov. 9:1).
 
O futuro da igreja está nos jovens. Por essa razão, se a igreja está pelo Senhor, deveria preparar ouro e prata, e deveria recompensar os jovens quando eles seguem o Senhor, animá-los e lhes dar recompensa. Os jovens precisam ser incentivados. Se o Senhor não vier tão logo, quem sabe se o Senhor usará a um dos seus filhos ou suas filhas, assim como usou a Salomão, para que, finalmente, a vontade de Deus seja cumprida?
 
Eu penso que hoje temos um problema. Pensamos: 'Deus vai cumprir a sua vontade, e eu sou indispensável, assim ele tem que me usar'. Não, irmãos. Os caminhos de Deus são mais altos do que os nossos. O problema é o seguinte: Quantos Davis há aqui? Nós deveríamos ser como Davi.
 
Damos graças a Deus. Ele já tem feito uma maravilhosa obra no Chile. Em muitos lugares, o testemunho do Senhor já foi estabelecido. No entanto, Deus vai fazer algo mais - ele vai trazer uma geração mais jovem para a sua igreja. Nós somos pais. Agora, como igreja, precisamos nos levantar e saber o que o Senhor está fazendo. Animo-os a prosseguir lendo toda a história de Davi, para que os seus corações sejam tocados, pois essa é a história da edificação da casa de Deus, ainda que Davi não recebesse a glória, senão que toda a glória tenha pertencido a outro. Vocês estão dispostos?
 

Palácio ou Tenda?

Certo dia ele disse ao profeta Natã: “Aqui estou eu, morando num palácio de cedro, enquanto a arca do Senhor permanece numa simples tenda”. (2 Samuel 7:2)
 
Nos tempos de Davi a arca da Aliança era a presença de Deus. Vemos no velho testamento as inúmeras vezes que a arca da aliança ia à frente das batalhas do povo de Israel para lhes garantir a vitória, aonde a arca estava ali estava o poder de Deus. Em 2 Samuel 6:11-12 diz: “Ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o giteu, três meses; e abençoou o SENHOR a Obede-Edom, e a toda a sua casa. Então avisaram a Davi, dizendo: Abençoou o SENHOR a casa de Obede-Edom, e tudo quanto tem, por causa da arca de Deus; foi pois Davi, e trouxe a arca de Deus para cima, da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, com alegria”. 
 
Não temos dúvida o quão importante era a Arca, não por garantir bênção, mas por representar o próprio Deus.
E Davi sabia disso, por isso ele não podia aceitar que a Presença de Deus estive numa tenda e não em uma grande casa, não eu um palácio.
 
Mas onde está presença de Deus hoje?
Ela está em nós, nós somos a arca da aliança, nós carregamos a presença de Deus, o poder do Senhor se manifesta através de nossas vidas, SOMOS A MORADA DE DEUS. “Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”. (Hebreus 3:6)
 
Mas que tipo de casa eu sou? Um Palácio ou uma Tenda?
 
A tenda é uma morada provisória, pode ser desmontada facilmente, não é forte, não é segura. Ser tenda significa isso, algo frágil e temporário. No entanto o Palácio é a casa do Rei, é uma fortaleza grandiosa, totalmente segura. E ser Palácio é isso é ser a casa do Rei, do REIS DOS REIS, nosso Senhor, uma morada firme e permanente. 
 
Agora cabe a nós escolhermos ser uma simples tenda, ou sermos um lindo palácio que represente fielmente a grandiosa presença de Deus.
 
Eu escolho ser palácio e você?
 
 

Palácio para Deus?

O Antigo Testamento está repleto de passagens que reiteram a importância do Templo para os israelitas. Para ele eram levadas as ofertas e sacrifícios. Nele o povo se reunia para adorar a Deus. Davi sonhou em construí-lo, mas foi Salomão que concluiu a obra, o que lhe rende grande fama até hoje. O templo era o centro do culto a Deus no Antigo Testamento, mas ao que parece essa visão ainda está presente em muitas igrejas atualmente.
 
Prova de que a centralidade do templo anda em alta no meio do povo cristão está patente aos olhos de quem contempla as mega construções, às vezes sem fim, de igrejas. A justificativa está quase sempre amparada em textos bíblicos do AT. No final das contas, quase todo o dinheiro arrecadado que sobrou das despesas fixas teve como destino a conclusão da obra (do templo, não de Deus).
 
Poucas heresias têm sido tão bem sucedidas como esta, que se tem disseminado entre as mais diferentes denominações sob o disfarce de glorificação do nome do Senhor, “que é santo, grande e belo, e por isso merece um palácio”, como alguns gostam de dizer. Na verdade, o que está por trás desse anseio que muitos líderes têm por ver suas casas de oração impecavelmente acabadas é a velha e conhecida vaidade, que causou a queda do homem e de Satanás e ainda faz estagnar ministérios limitados às quatro paredes, impecavelmente pintadas, por sinal.
 
Já perdi as contas de quantas vezes ouvi o mesmo discurso em torno do templo. Campanhas e mais campanhas são feitas para terminar aquela parte ali e começar aquela acolá. A coisa vira uma bola de neve e nunca tem fim. Os crentes se empolgam em torno da mais recente obra eclesiástica inaugurada, dão glórias a Deus e motivam-se ainda mais a contribuir para a conclusão do Palácio para o Rei dos reis.
 Enquanto isso, a crise humanitária nas mais longínquas regiões do planeta, ou ali mesmo na esquina, passa despercebida. A seca, a violência urbana e a miséria na favela ao lado são assuntos retóricos, e se o Poder Público não faz, não se deve responsabilizar as igrejas. Fotos de missionários implorando por auxílio financeiro enfeitam as paredes do templo, e ex-drogados, ex-presidiários e ex-doentes são trazidos à baila com seus testemunhos para refrigerar nossas consciências e comprovar que a igreja está fazendo a coisa certa.
 O discurso até pode variar, mas a prática é quase sempre a mesma. Algumas moedas para as agências missionárias carentes, um discurso retaliador a obras sociais supostamente ancoradas na Teologia da Libertação e o carnê da construção no bolso, e deste pro gazofilácio.
Afinal, Deus é maravilhoso, e merece mármore, granito e, se possível, um santo dos santos como o que está descrito na Bíblia. E não se pode esquecer os bancos confortáveis para os membros fieis (leia-se dizimistas), ambiente climatizado para aumentar o conforto dos filhos da promessa e um púlpito digital para otimizar a mensagem pregada.
 
Onde é que estamos, Senhor? Que santidade é essa que pregamos que faz do supérfluo prioridade e transforma missionários em pedintes? De que parte do discurso de Jesus aprendemos que tu te importas mais com templos que com vidas? 
 
Não estou aqui propondo que as igrejas deixem de investir completamente em seus edifícios, nem afirmando que comprar aparelhos de ar condicionado ou bancos acolchoados seja sempre futilidade. Sei muito bem que cada comunidade tem seu contexto e suas necessidades específicas. Estou perguntando a você e a mim mesmo, que somos a Igreja, onde estamos colocando nossos dízimos e ofertas. E presumo que a resposta não seja a mais satisfatória.
 
Pergunto-me se quando Cristo voltar as paredes dos templos irão encontrar com ele nas alturas juntamente com a Igreja. Acho que não. E tenho cá minhas dúvidas de que se trata de cegueira espiritual.
Está mais para leviandade, comodidade e vaidade. E ouso afirmar que a Igreja será rigorosamente cobrada pela forma como tem tratado questões bíblicas urgentes e prioritárias.
 
“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos. Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. Mt 25:41-46
 
 

Um Grande Sonho, um Palácio para Deus!

Eu sou um homem sonhador! Se tem uma coisa que faço e faço bem é sonhar.  Me identifico com o rei Davi. Davi era um homem sonhador.  Um homem apaixonado pelo Senhor, quebrantado de espírito e ardente em suas paixões.
Davi tem um sonho: “Vou construir um Palácio para Deus.” 
Ele chama Natã, o amigo e profeta, e diz: “Natã eis que moro em casa de cedros, mas a arca da aliança do Senhor, está debaixo de cortinas.”
 
Naquela noite Deus visitou a Natã e lhe deu uma ordem: “Natã meu servo – vai e diz a Davi meu servo a quem tirei de detrás das malhadas e pus como rei em Israel, homem segundo o meu coração, que não irás construir um palácio para Mim, mas quando passares o reino ao teu filho menor Salomão este sim me edificará casa; e confirmarei o seu trono para sempre.”
 
Os anos se passam, Davi trabalha no projeto do palácio, prepara a planta, prepara a madeira, o povo traz a prata e o ouro.
Davi deixa tudo pronto, porque Davi acreditava no sonho. 
Ainda que ele mesmo não realizasse, Davi era um sonhador.
Agora Davi já está velho chama todo o seu povo, chama Salomão e diz pela última vez como rei de Israel: “Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, ainda é jovem, e esta obra é grande, porque não é palácio para homem, senão para o
Senhor Deus!”
 
E depois Davi louvou ao Senhor – “Tua é ó Senhor, a magnificência, o poder, a honra, a vitória e a majestade, porque tudo é teu Senhor, quanto há no céu e na terra. Riquezas e glórias vem diante de Ti e na tua mão há força e poder agora pois te damos graças e louvamos o Nome da Tua glória. 
Quem sou eu Senhor? E quem é o meu povo que voluntariamente, deu riquezas, ouro, prata, pedras preciosas e toda esta abundância que .... Preparamos para Te edificar uma casa ao teu Santo Nome, vem da tua mão e é toda Tua.”
A Bíblia diz que Davi morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória; e Salomão seu filho, reinou em seu lugar.
Vivemos estes dias esta oração de Davi, temos que gerar este sonho em nosso coração. 
O sonho se torna um desafio, e é preciso coragem, fé e ousadia para conquistá-lo.
 
Os sonhos que vem de Deus nem sempre te trazem aplausos. 
Os sonhos de Deus normalmente trazem perseguição, lutas, pois vem com uma guerra.
Se você tem um sonho e publica, prepare-se para a guerra!
Se você publica um sonho, você compra uma guerra com aquele que aborta e mata sonhos (o diabo). 
Temos que sonhar os sonhos de Deus!
Ninguém se faz líder, é Deus que unge, é Deus que levanta. 
 
A unção que vem de Deus é inquestionável e irrevogável.
Deus é um Deus de aliança. 
Deus é um Deus sonhador. 
E Deus é um Deus de autoridade.
O que fez Salomão?
Decidiu ser mais do que ele era. 
Você tem que se decidir! 
Salomão decidiu fazer grandes coisas para Deus. Creia como Salomão, Deus me ungiu, então estou certo que Deus vai me usar e farei algo grande na minha vida para glorificar o Nome de Jesus Cristo.
Salomão construiu este palácio em sete anos.
Sete nos fala de um novo tempo, de um novo ciclo.
Um projeto vem por um sonho.
 
E assim quando Salomão consagrou o palácio, a glória de Deus, a nuvem da glória de Deus encheu a casa e as pessoas não ficavam em pé, os sacerdotes não conseguiam ficar em pé para ministrar, nem os levitas a louvarem.
Deus veio para a Tenda de Davi.
Deus veio para o Tabernáculo de Moisés.
Deus veio para o templo de Salomão em Jerusalém.
 
Um palácio é para reis, príncipes e princesas. E você é este príncipe e princesa!
Jesus Cristo decidiu levantar um palácio de corações. 
 
O 1° Palácio foi o de Salomão, o 2° foi o de Herodes No 1° veio a glória de Deus em uma nuvem. 
No 2° entrou nele e ali ministrou o Senhor Jesus
Cristo. 
Mas no 3° palácio – você – Jesus decidiu habitar.  O 3° Palácio, à 3ª glória é maior, Deus mora dentro de você. 
 
Sabe porquê?
Porque Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores.  Palácio é lugar para os reis e Deus decidiu fazer de você um palácio para o Espírito Santo habitar. 
Você é um palácio de adoração, de fogo e de glória. 
Deus construiu você na força do seu poder.  Deus construiu você no sangue de Jesus Cristo na cruz do calvário.
Não por mãos de homens, mas pelas mãos poderosas de Jesus – o Messias.
 
Você deve viver exatamente o que a Bíblia diz quem você é, a mente de um Santo e abençoado e o diabo precisa saber que você sabe quem é Jesus.
De que precisamos? 
Precisamos de sabedoria.
Salomão deu a dica. 
Quando Deus veio e disse: “Salomão, o que queres; Eu te darei.”
Salomão disse: “Uma coisa só, eu te peço meu
Deus, que me dê sabedoria.”
 
Quem tem sabedoria – adquire riquezas.
Quem tem sabedoria – saberá liderar o povo.
Quem tem sabedoria – fará justiça
Quem tem sabedoria – prospera e amará a Deus. A sabedoria é a base, é o alicerce do sucesso, é a ferramenta que se trabalha para realizar um sonho.
 
Somos a Igreja de Jesus
O que ainda nos falta? 
O 2º palácio, a 2ª casa para Deus. 
A 1ª foi erguida com muita fé, amor e sacrifício.  
Uma igreja forte no poder do Espírito Santo.
Uma igreja que tem um grande desafio pela frente.
Somos um palácio para Deus que vai habitar em outro palácio. 
 
Temos as riquezas de Deus e estas; Deus haverá de derramar sobre nós e será abundante. 
Quem para de sonhar, morre. 
Somos movidos pelas circunstâncias, ou pela pressão, somos movidos por um sonho. 
Eu e você somos o sonho de Deus. 
Um Palácio para Deus
 
“Eu, pois, com todas as minhas forças já preparei para casa de meu Deus ouro para as obras de ouro, prata para as de prata, bronze para as de bronze, ferro para as de ferro e madeira para as de madeira, pedras de ônix, pedras de engaste, pedras de várias cores, de mosaicos e toda sorte de pedras preciosas e mármore, e tudo em abundância. E ainda, porque amo a casa de meu Deus, o ouro e a prata particulares que tenho dou para a casa de meu Deus, afora tudo quanto preparei para o santuário.” 1 Crônicas 29:2-3
 
O Projeto de construção de um palácio para Deus foi sonhado por Davi, que amou o sonho, pois queria dar o melhor para o Senhor. Deus, porém, disse a Davi (I Crônicas 28:3,6) que quem construiria o templo seria seu filho. O rei Salomão foi o escolhido para empreender esse grande projeto e para ser instrumento de realização de um grande sonho.
 
Deus deu a Salomão sabedoria e empreendedorismo para que o mesmo tivesse condições de arrecadar fundos suficientes para a construção do templo, deu-lhe também discernimento espiritual para compreender a vontade de Deus.
 
Davi deu vários conselhos a Salomão e entre eles estava: “...Sê forte e corajoso e faze a obra; não temas, nem te desanimes, porque o Senhor Deus, meu Deus, há de ser contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que acabes todas as obras para o serviço da Casa do Senhor” (1Crônicas 28:20).
 
Nós também temos a promessa de um palácio para Deus. Antes que passássemos a sonhar, Deus suscitou em nós o Seu sonho, quando nos falou de uma grande Igreja para as famílias, que chamaria a atenção de todos que por ela passassem. Nos falou que lá ele estabeleceria o seu Nome e que seria como um grande hospital para curar toda sorte de enfermidade, para restauração das famílias e salvação. Deus colocou em nossos corações o sonho que nasceu no coração Dele.
 
Ficamos como quem sonha (Sl 126:1), mas pensávamos: Onde iremos construir algo tão grandioso, se nem temos um local próprio? Mas Deus, pelo seu eterno poder, nos deu um terreno.
Hoje temos o local. E a construção? Seremos como Salomão, teremos sabedoria vinda do Pai, empreendedorismo e discernimento espiritual para entendermos a vontade de Deus. Seremos fortes e corajosos, não desanimaremos, porque sabemos que o Senhor é conosco, Ele não nos deixará nem nos desamparará, até que todas as obras para o serviço da Casa do Senhor cheguem ao fim.
 
Quando Salomão terminou a construção, trouxe a Arca do Senhor e a pôs em seu local devido. No templo não pode faltar a presença de nosso Deus, porque tudo é por Ele e para Ele são todas as coisas. E ao final orou Salomão dizendo: “Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como Tu, nos céus e na terra, como Tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo coração andam diante de Ti.” (2 Crônicas 6:14)
 
Assim como Salomão conseguiu construir a Casa de Deus, nós também estamos debaixo dessa mesma unção. Em breve veremos a promessa cumprida, louvaremos ao Senhor e declararemos Seus grandes feitos.
 
“Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa.” (2 Crônicas 7:1)
 
 

Três Características de Neemias

Há pessoas que nada fazem e esperam algum tipo de vitória nas batalhas da vida. 
 
O triunfo, porém, é dos que lutam, dos que confiam em Deus o suficiente para fazer alguma coisa.
Característica é o traço, atributo ou marca que identifica um objeto, distingue um ser de outro, particulariza um indivíduo. O homem de Deus tem atributos específicos por pertencer ao Senhor.
 
Neemias, notável articulador e líder político, é um exemplo disso, Ne 6: 1-11. Mesmo estando em cativeiro, na Babilônia, fez o necessário para obter os meios e a permissão para reconstruir Jerusalém, Ne 1: 1-9. Além de soldados e construtores, contou com a ajuda de Esdras, o escriba e líder religioso.
 
Estudando os elementos que marcaram o caráter desse servo do Senhor, deduziremos preciosas lições para nosso proceder.
 
Neemias não deu ouvidos a vozes estranhas
 
A voz é necessária para a comunicação e, no dia a dia, há diversas vozes que tentam alcançar nossos ouvidos. Vamos destacar três delas.
A voz do homem pode parecer bonita, mas não significa que fale a vontade de Deus.
Por isso, temos de tomar cuidado. Há muitas vozes que falam conosco dizendo ser de Deus, mas não são. São vozes humanas que manifestam o desejo do coração humano.
 
Um exemplo disso ocorreu com Davi. Reinou em Israel, construiu palácios, teve descanso temporário das guerras e desejou construir uma casa para Deus. O profeta Natã disse para fazê-lo de acordo com seu coração, 2Sm 7: 3, mas Deus não o deixou dormir. Ele teve de voltar ao palácio e, agora, falar a Davi as exatas palavras de Deus.
 
De fato, temos de ter cuidado, pois em muitos momentos, ouvimos vozes de homem e não de Deus.
 
A voz do diabo é mansa, mas destruidora. Há várias situações, no contexto bíblico, em que pessoas deram ouvido à voz de Satanás e o resultado foi trágico. Satanás falou aos ouvidos de Eva e ela pecou. Tentou Jesus no deserto, mas Cristo o venceu pela Palavra de Deus. Ele sempre fala para destruir, nunca para edificar a vida de alguém.
 
Temos de estar com os ouvidos ligados no Espírito Santo para discernir entre a voz de Deus e a do inimigo. 
Tenhamos cuidado, porque o diabo tenta falar aos nossos ouvidos, mas em lugar de dar atenção à sua voz, é necessário repreendê-lo em o nome de Jesus e pela Palavra de Deus. Só assim será possível evitar desastres na vida cristã.
 
A voz de Deus nem sempre diz o que queremos ouvir, mas habitualmente diz o que precisamos escutar. Basta haver disposição para ouvi-la e, principalmente, colocá-la em prática. Precisamos estar preparados e o discernimento é um pré requisito fundamental para percebermos que Ele está realmente falando conosco. O Espírito Santo sempre fala aos nossos ouvidos: 
“Quem têm ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” Ap 2:7.
 
Deus fala de diversas maneiras. Pode ser pela pregação, pela leitura bíblica, pela palavra profética. Ou através de uma criança, da natureza, da experiência de pessoas idosas; enfim, o Senhor fala da forma que julgar necessário. Isso porque Ele conhece cada pessoa: suas características pessoais, seu caráter, sua personalidade, seu temperamento. Quando quer, fala diretamente ao nosso coração. Por isso é importante aprendermos ouvir a voz de Deus, 1Sm 3: 4.
 
Neemias é um exemplo de alguém que ouviu a voz de Deus, mas não ficou apenas nisso.
 Neemias confiou em Deus
 
Confiar implica em depositar toda a sua esperança nas mãos de alguém. Na vida cristã, significa entregar-se totalmente nas mãos de Deus, principalmente naqueles momentos em que imaginamos que temos a solução para um problema.
 
Nossos planos podem não ser os planos de Deus, nossos caminhos podem não ser os de Deus. Por isso, é que temos de entregar tudo em suas mãos.
Só Ele é onisciente, onipotente e onipresente.
 
Neemias arriscou sua vida. Ele estava convicto de que nada de mal lhe aconteceria porque conhecia o Deus a quem servia. Obstáculos não faltaram, inimigos tentaram destruí-lo, os meios necessários para o cumprimento da missão não eram os melhores, mas ele prosseguiu no seu alvo.
 
No momento mais complicado, ele orou: “Ó Deus, fortalece as minhas mãos”, Ne 6: 9b. Nesta oração, encontramos uma atitude de confiança em Deus. Sua missão em meio a tantas perseguições não foi fácil, contudo sua fé estava firmada no Senhor dos Exércitos, no Deus Todo-poderoso.
 
Em nossos dias, não é diferente. O mundo espiritual é o mesmo, estamos em guerra contra o reino das trevas. Veja bem, não contra a carne e o sangue, mas contra Satanás, contra os demônios.
Para vencermos essa batalha, temos de realmente depositar nossa fé em Deus, confiar naquele que tudo pode.
 
Não há outro caminho. Só o Senhor tem poder para agir e fazer com que nosso inimigo bata em retirada. Ele é o Deus da vitória.
 
 Neemias não fugiu da batalha
 
A vida é uma guerra constante e a vitória só pertence àqueles que perseveram até o fim. Não é fácil, mas é necessário. Aqueles que viram as costas para seu inimigo demonstram medo e podem ser alvejados com facilidade, sem nenhuma chance de se desviar das setas lançadas. Por isso, o melhor caminho é sempre enfrentá-los.
 
Neemias fez isso. Seu exemplo mostra que nós também não podemos fugir da batalha. O soldado que foge da guerra está praticando um ato de covardia. Por que fugirmos, se nossa guerra já está ganha? Por que fugir da batalha se o Senhor Jesus caminha conosco e nos dá vitória? O apóstolo Paulo diz: “Em Cristo somos mais que vencedores”, Rm 8: 37. Não há nada a temer. Basta obedecermos à sua vontade.
 Semaías, alegando falsamente que seus inimigos poderiam vir à noite e matá-lo, convidou Neemias para fugir e se esconder no templo, Ne 6: 10-11. Contudo, ele não aceitou tal proposta porque tinha a certeza de que era um homem de Deus e, por isso, não poderia fugir ao seu compromisso. O Senhor lhe daria vitória.
 
Assim, mesmo ameaçado, concluiu toda a obra de reconstrução de Jerusalém e teve a alegria de ver os judeus retornando do cativeiro babilônico e celebrando a Deus. Esdras, o líder religioso, fez um apelo para o povo voltar-se para Deus, leu a lei do Senhor para todos e eles se reconciliaram com Deus. E uma nova fase se instalou na vida de Israel, porque Neemias ouviu a voz de Deus, confiou nele e não fugiu à batalha.
 
Pela sua firmeza, a história de Neemias traz grandes lições para o cristão e princípios de liderança para os obreiros da seara do Senhor. Cabe a cada um aprender essas lições. No dia-a-dia, não devemos ouvir vozes estranhas, mas somente a do Senhor. Confiar somente em Deus e não fugir da batalha. Que Deus nos dê essa graça.
 

Salomão, o Rei Sábio

Acerca de Salomão, grande parte dos cristãos conhece apenas a parte romanesca deste personagem: que teve 700 ou 1000 mulheres, teve também um romance com a rainha de Sabá e manifestou a sua grande sabedoria, propondo a duas mulheres, que disputavam o mesmo filho, que o cortassem ao meio, ficando cada uma delas ficasse com uma parte do menino. Ora, para além dos aspectos superficiais, vamos tentar encontrar outros aspectos bem mais importantes deste grande personagem da Bíblia.
 
 
1. Salomão, rei de Israel
 
Não podemos esquecer que Salomão (que significa “pacífico”) é, antes de mais, um dos grandes reis de Israel e, por isso, deve ser visto no contexto social e religioso dos reis. Quando nasceu «o Senhor amou o e ordenou ao profeta Natan que lhe desse o sobrenome de Jedidias, que significa “amado do Senhor”» (2 Sm 12,24-25).
 
Salomão reinou de 970 a 931 a. C. e era filho da formosa Betsaba, de quem David se tinha enamorado.
Neste sentido, Salomão é “filho do pecado”, pois David mandou matar Urias, esposo de Betseba, colocando-o na frente de batalha (2 Sm 11). Sobre a temática dos reis, os textos da Bíblia são variados e pouco homogéneos. Sobre Salomão, falam textos de vários géneros literários e de várias escolas: há textos históricos da escola Deuteronomista (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis); e da escola do Cronista (1 e 2 Crónicas, Esdras e Neemias); sobre Salomão, falam ainda os livros sapienciais, como os Provérbios, Eclesiastes, ou Qohélet, e Sabedoria, para além de várias alusões, nos Salmos. De Salomão falam também alguns livros do Novo Testamento: Mateus, Lucas, João e Atos. O nome de Salomão aparece ao longo da Bíblia umas 300 vezes, o que diz bem da importância deste personagem.
 
Foi dura a conquista do poder real por Salomão: como tinha um irmão mais velho – Adonias – este reivindicou o poder, ignorando o testamento de David, que confiava a sucessão a Salomão, segundo filho de Betsabé (1 Rs 1,5-53).
 
O belo texto da sagração de Salomão pode mostrar-nos como se fazia, então, uma unção real:
 
“Saíram, pois, o sacerdote Sadoc, o profeta Natan, Benaías, filho de Joiadá, os cretenses e os peleteus; montaram Salomão na mula do rei David e conduziram-no a Guion. O sacerdote Sadoc tomou do santuário o chifre do óleo e ungiu Salomão; tocaram a trombeta; todo o povo exclamou: ‘Viva o rei Salomão!’ Todo o povo subia após ele; o povo tocava flauta e exultava de efusiva alegria; a terra vibrava com as suas aclamações (1 Rs 1,38-40; ver 1,33-35; 1 Cr 29,21-25).
 
Esta sagração consistia, pois, no seguinte cerimonial: unção com óleo feita por um sacerdote ou profeta (Samuel ungiu Saul e David); aclamação do novo rei; procissão para o palácio real, onde se sentava sobre o trono e era coroado; recebia, então, as primeiras homenagens; era ainda feito um documento comprovativo da legitimidade do rei, “o testemunho”, que deveria ser guardado nos arquivos reais ou no templo; por vezes, a rainha mãe sentava-se num trono ao lado do filho (1 Rs 2,19).
 
2. O sucessor de David
 
Depois da primeira tentativa da instituição real, com o rei Saul, David aparece como o verdadeiro rei, modelo de reis, que assume a realeza com todas as suas obrigações, fundando um Estado “moderno”, com todos os seus requisitos. Salomão não poderá ser compreendido sem esta relação com seu pai, o grande rei David, que, segundo a Bíblia, é o verdadeiro fundador do reino de Israel: Uniu as tribos do Norte e do Sul, organizou o exército, conquistou territórios, fundou uma capital – Jerusalém – onde centralizou a autoridade do Estado; no seu palácio real começaram a organizar-se as primeiras tentativas de recolha de tradições da História de Israel. David, antes de morrer, entregara, “de mão beijada”, ao filho Salomão um reino a duras penas conquistado. Salomão só teve o trabalho de receber a herança que seu pai David conquistou em contínuas campanhas militares.
 
O problema mais difícil que Salomão teve que resolver foi o da unidade do Reino: o individualismo tribal e mesmo regional, sobretudo do Norte, prevalecia ainda sobre a centralização levada a cabo por David e por ele próprio. Para uma melhor organização do território, dividiu-o em doze distritos e colocou à frente de cada um deles um prefeito, ou governador, da sua confiança pessoal, para manter a coesão entre todas as tribos e para cobrar os impostos (1 Rs 4,7-20). Podemos, pois, dizer que é Salomão quem consolida a unidade do território conquistado por David; mas esta unidade foi feita a ferro e fogo, o que lhe criou uma multidão de inimigos. A este descontentamento geral não é alheio o facto do aumento dos impostos, para construir o templo e levar a cabo outras grandes e obras civis e militares, sobretudo o seu luxuoso palácio (1 Rs 7,1-12).
Estas obras, feitas à custa do povo humilde, alimentavam a vaidade e orgulho de Salomão e pretendiam igualmente impor a sua imagem a nível internacional. 
A propósito da construção do templo, Salomão mandou organizar grupos de homens sujeitos à corveia, ou trabalho forçado, para os trabalhos da pedra e da madeira (1 Rs 5,27-32).
 
Salomão não foi, pois, um rei conquistador, porque recebeu um reino já organizado, sem ter que fazer qualquer campanha militar vitoriosa. Além disso, o aumento dos impostos foi até bastante prejudicial a Israel, porque levou a luxos excessivos e despoletou uma onda de descontentamento contra o poder real, sobretudo por parte das tribos do Norte. Precisamente esse facto irá dar azo à divisão do Reino entre Norte e Sul. Daí em diante, as dez tribos do Norte terão como rei Jeroboão (1 Rs 1213), ficando Roboão, filho de Salomão, como rei do Sul (1 Rs 14,21-31).
 
Nestes aspectos negativos, Roboão, sucessor de Salomão, foi um digno imitador de seu pai, o que produziu o efeito que já se esperava: a divisão das tribos entre o Norte e o Sul. O seguinte texto exprime muito bem este acontecimento dramático da História de Israel:
  Roboão foi a Siquém, porque todo o Israel se reunira em Siquém para o proclamar rei.
Ora, quando Jeroboão, filho de Nabat, teve conhecimento disso encontrava-se ainda no Egipto, pois tinha fugido da presença do rei Salomão e residia no Egipto. 
Mandaram, pois, chamá-lo; Jeroboão veio com toda a assembleia de Israel para falarem com Roboão, dizendo: «Teu pai tornou pesado o nosso jugo; tu, agora, alivia-nos da pesada escravidão de teu pai, do pesado jugo que ele nos impôs, e nós te serviremos!» Ele respondeu-lhes: «Ide-vos embora; dentro de três dias voltareis à minha presença.» E o povo foi-se embora. Então o rei consultou os anciãos que sempre tinham sido os conselheiros de Salomão, seu pai, enquanto viveu, dizendo: «Que me aconselhais que responda a este povo?» Eles responderam: «Se hoje te fizeres servo deles, se fores condescendente, se lhes falares com palavras agradáveis, eles serão teus servidores por todo o sempre.» O rei, porém, rejeitando o conselho que lhe tinham dado os anciãos, foi aconselhar-se junto dos jovens, seus companheiros de infância, e que estavam então ao seu serviço. E disse-lhes: «A este povo que me disse: ‘Alivia o jugo que teu pai nos impôs’, que me aconselhais vós que responda?» Os jovens, seus companheiros de infância, responderam-lhe, dizendo: «A esse povo que te falou, dizendo: ‘O teu pai tornou pesado o nosso jugo; alivia-nos dele’, responderás assim: ‘O meu dedo mindinho é mais grosso do que os rins do meu pai.
Doravante, já que meu pai vos carregou com um jugo pesado, eu vou torná-lo ainda mais pesado; meu pai castigou-vos com açoites; pois eu vos castigarei com azorragues!’».
Jeroboão e todo o povo vieram ter com Roboão ao terceiro dia, conforme o rei tinha dito: «Vinde ter comigo ao terceiro dia.» O rei respondeu asperamente ao povo, desprezando o conselho que os anciãos lhe tinham dado, e falou-lhes conforme o aconselharam os jovens dizendo: «Meu pai impôs vos um jugo muito pesado? Pois eu vos aumentarei ainda o peso! Meu pai castigou-vos com açoites? Pois eu vos castigarei com azorragues!» O rei não ouviu o povo, pois foi este o meio usado indiretamente pelo Senhor para cumprir a sua palavra, que Ele dissera a Jeroboão, filho de Nabat, por meio de Aías de Silo.
Todo o Israel viu então que o rei não queria ouvi-los, e replicaram assim ao rei: «Que temos nós a ver com David? Nós não temos herança com o filho de Jessé! Vai para as tuas tendas, Israel! A partir de agora, cuida da tua casa, David!» E Israel foi para as suas tendas (1 Rs 12,1-16).
Podemos, pois, dizer que o reinado de Salomão não teve pleno sucesso, pelo menos a nível da política interna e da coesão nacional.
 
3. Salomão, o diplomata
 Quanto à política externa, na sua relação com os reis vizinhos, tudo indica que Salomão teve um enorme sucesso: perante países muito mais poderosos, como era, por exemplo, o Egito, o grande império do Sul, Salomão teve o melhor relacionamento possível, na medida em que empreendeu uma política de cooperação, tendo mesmo casado com a filho do faraó, o que, já na altura, era um meio de estreitamento de laços políticos (1 Rs 3,1).
 
Quanto a outros povos vizinhos, fez-se respeitar, mantendo em permanente alerta um pequeno mas bem organizado exército, com armazéns de víveres e reservas de cavalos e de carros de guerra, segundo o modelo dos filisteus. Estes carros eram fabricados no Egito e os cavalos eram importados da Silicia (Ásia Menor):
“Salomão reuniu carros e cavaleiros: tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, que levou para as cidades onde tinha cavalaria, e para junto de si, em Jerusalém. Fez com que em Jerusalém a prata fosse tão abundante como as pedras, e os cedros tão numerosos como os sicómoros da planície. Os cavalos de Salomão eram provenientes do Egito e de Qué; os mercadores do rei compravam-nos em Qué. Um carro trazido do Egito ficava-lhe por seiscentos siclos de prata, e um cavalo, por cento e cinquenta siclos; e assim era também para todos os reis hititas e dos arameus, que os adquiriam por intermédio dos seus mercadores” (1 Rs 10,26-29).
 
Temos aqui certamente números propositadamente exagerados, mas que indicam a relativa importância que tinha o reino de Salomão no contexto internacional do seu tempo. Havia inclusive cidades fortificadas que defendiam o acesso às grandes vias de comunicação, como as cidades de Haçor, Guézer, Meguido, Tamar e outras. Eram “as cidades dos carros” de Salomão. São conhecidas também as “Cavalariças de Salomão”, em Meguido (1 Rs 5,6-8).
 
4. A administração e comércio de Salomão
 
Mediante a organização do pagamento dos impostos e do comércio com os povos vizinhos, Salomão conseguiu criar uma economia relativamente próspera, pois um país, para se fazer respeitar, não depende apenas de um exército bem organizado, mas sobretudo de uma economia forte. A Bíblia diz que Salomão se aliou ao rei Hiram, da vizinha cidade-estado de Tiro, a fim de criar uma frota internacional de comércio, sediada no Mar Vermelho.
 
Aliás, os fenícios, que eram peritos na arte de navegar e de comerciar (1 Rs 9,26-28; 10,11.22), trocavam mercadorias, sobretudo o ouro, pelo ferro das “minas de Salomão”, de Ecion-Guéber, perto da atual Elat.
Salomão também fazia comércio com as caravanas que circulavam na região (1 Rs 10,15), com o rei de Tiro (1 Rs 5,15-26; 9,27; 10,11-14) e com o Sul do atual Iémen ou reino de Sabá (1 Rs 10,1-13). Aliás, o reino ficava situado precisamente entre o Norte e o Sul – o Egito – numa das rotas mais importantes do comércio de então, por onde passavam as caravanas.
 
O comércio desenvolvia o artesanato local e trazia riqueza para o país. Poderemos dizer que David conquistou territórios e unificou as tribos, deixando a Salomão o encargo de desenvolver o país. A construção do templo de Jerusalém foi um dos motivos que levou Salomão a estabelecer relações de comércio com o vizinho rei de Tiro (1 Rs 5,1532).
 
5. Salomão, construtor do Templo
 
Antes de morrer, David deixou em testamento ao seu sucessor a grande tarefa da construção do templo, que ele próprio não teve tempo de edificar (1 Rs 8,18-19). Naquele tempo, era costume edificar um palácio para o rei e outro para o deus da cidade (2 Sm 7,13; 1 Rs 5,19). David não fez mais do que cumprir um costume. Aliás, o termo utilizado para palácio e templo (‘eykal) é o mesmo, pois o que chamamos “templo” era, nada menos, o palácio do deus da cidade.
David ordenara que o seu sucessor construísse o Templo de Jerusalém, em honra do verdadeiro e único Deus, o qual seria, ao mesmo tempo, um laço de unidade entre todas as tribos (2 Sm 7,12-14; 1 Rs 5,19).
 
Segundo a Bíblia, este templo demorou 7 anos a construir (1 Rs 6,37-38), e foi com a colaboração do rei de Tiro que tal obra se pôde concretizar. A descrição pormenorizada do templo de Salomão encontra-se em 1 Rs 6,1-38 e 2 Cr 3,1-17. As suas medidas são exageradas, a fim de realçar a importância que esta obra tinha para Israel e para o olhar atónito dos povos estrangeiros que a visitavam. Não podemos esquecer que tais medidas são também simbólicas. Além disso, parece que não foi Salomão quem edificou este templo, que é visto como templo ideal e com as medidas ideais; os autores destes textos teriam colocado no tempo de Salomão um templo bastante posterior a este rei. O de Salomão deveria ser bastante mais simples e modesto.
 
A este propósito, pode dizer-se que o esquema geral do templo de Salomão, partindo de dentro para fora, é o seguinte:
 
Debir, o recinto sagrado mais interior, chama-se também Santo dos Santos. Era o lugar próprio de Deus, a “Sala reservada” a Deus.
 Esta peça tinha uns 10 metros de comprimento, por 10 de largura e 10 de altura (1 Rs 6,20; 2 Cr 3,8-9), o que perfazia um cubo, medida considerada perfeita, ideal, naquele tempo. Além disso, e comparando este espaço com o de outros templos da mesma região, poderemos pensar que era um espaço completamente escuro, sem qualquer entrada de luz direta. 
O Debir devia estar construído sobre a rocha que ainda hoje se encontra dentro da mesquita de Omar, no monte do Templo, em Jerusalém. Dentro do Debir, encontrava-se a Arca da aliança, que aí foi solenemente introduzida por Salomão (1 Rs 8,19); sobre a Arca encontravam-se as imagens dos dois querubins, que simbolizavam dois pagens ou guardas de honra de Deus, rei do céu e da terra (Ex 25,18; Sl 18,10-11; Is 6,2; Ez 1,5-10). Neste caso, o conjunto da Arca e dos querubins tinham também a função de estrado dos pés de Deus sobre a Terra, Ele que tem o seu trono no mais alto dos céus (2 Rs 19,15; Is 37,16).
 
Hêkal, corpo central do Templo, recebia alguma luz através de janelas e constituía o lugar onde os sacerdotes preparavam e ofereciam os sacrifícios; era a sala do culto (1 Rs 6,4-8). Por isso, se chamou Santo, em oposição ao Santo dos Santos, ou Debir, e tinha uns 20m de comprimento. Aí se encontrava o altar do incenso, ou de ouro (1 Rs 6,20-21), a mesa ou altar dos 12 pães da oferenda ─ símbolo das 12 tribos ─ que eram apresentados todos os sábados ao Senhor (Lv 24,5-9; 1 Rs 7,48); os dez candelabros (1 Rs 7,49; 2 Cr 4,7), que foram os antecessores do candelabro de 7 braços (Ex 25,3140; Nm 8,2). Entre o Debir e o Hêkal havia uma porta (1 Rs 6,31), ou o chamado “véu do Templo”, pela qual apenas o Sumo Sacerdote podia entrar e apenas uma vez por ano, por ocasião da festa da Expiação, para aspergir a parte superior da Arca, o Propiciatório (hakkapporet: Lv 16,1-14).
 
Ulam era o vestíbulo ou Pórtico do Hêkal, e era a parte mais exterior do Templo. Tinha uns 5 metros de comprimento. Diante dele havia duas colunas (Jaquin e Booz), com um significado algo misterioso (1 Rs 7,13-22). Poderão significar a perpetuidade do templo e do povo. No Pórtico de Salomão (Jo 10,23; Act 3,11; 5,12) organizava-se a assembleia que ia participar nos actos sagrados, fazendo aí as respectivas purificações.
 
Ao redor deste conjunto arquitetónico, havia um Pátio exterior onde se encontrava um enorme depósito de bronze chamado “Mar”, que servia certamente para as purificações antes da oração e dos sacrifícios (1 Rs 7,23-26). Havia também 10 depósitos mais pequenos colocados em bases móveis, que tinham a mesma função do “Mar” (1 Rs 7,38-39).
 
Resumindo, poderíamos dizer que o Santo dos Santos é o Santuário, o lugar de Deus; o Hêkal é o templo, lugar dos sacerdotes, tendo um pórtico de entrada, o Ulam (Ez 40,48-41,4). É fácil de notar a intenção do narrador: ele pretende exaltar a grandiosidade da construção, sobretudo através da esmerada qualidade dos elementos com que o texto é construído. 
Segundo estas medidas, o templo de Salomão teria uns 35 metros de comprimento, uns 10 de largura e 13,50 de altura. Não podemos esquecer que o Templo não era propriamente o espaço para as pessoas, como acontece com as nossas igrejas, mas para a Arca do Senhor (Ex 26; Ez 40-42).
 
 OS TRÊS TEMPLOS DE JERUSALÉM
 
1.         O Templo de Salomão foi construído por volta de 950 a.C. e destruído por Nabucodonosor em 588, quando tomou Jerusalém. Durou, portanto, uns 360 anos.
 2.        O Templo de Zorobabel, mais pequeno e humilde que o de Salomão, foi construído nas ruínas do anterior, depois da volta do Exílio da Babilónia, terminando em 515.
 3.        Pouco antes do nascimento de Cristo, Herodes, o Grande, para agradar aos judeus, iniciou a construção de um templo ainda mais majestoso que o de Salomão, no ano 20 a.C.
Jesus anunciou a sua ruína. Foi destruído pelos romanos no ano 70 d.C., quatro anos depois de terminado. 
 
Este nunca mais foi reconstruído e o que resta é um pouco do muro de suporte da colina onde estava o Templo, o famoso Muro das Lamentações, tão caro a todos os judeus.
 
6. A sabedoria de Salomão e a rainha de Sabá
 
Uma das características da pessoa de Salomão é certamente a sabedoria. Já acima referíamos os contatos de Salomão com o Egito, país da sabedoria. Aí se organizaram as primeiras escolas, não apenas para aprender a ler e contar, mas sobretudo para aprender as sentenças dos sábios mais antigos, a fim de saber viver bem com Deus e com os homens. De facto, a sabedoria humana e a sabedoria divina são as duas espécies de sabedoria da Bíblia. Salomão pode ter sido o primeiro a fundar escolas em Israel, à maneira das que existiam no Egito.
 
Sabedoria é, ao mesmo tempo, inteligência, arte, esperteza, de modo a agradar a Deus e aos homens. Por isso, a sabedoria era uma virtude essencial para o governo dos reis, a fim de julgar com justiça os casos mais difíceis do seu povo.
Ela está, pois, na base da organização real. Será por isso que, tendo concluído a organização do reino fundado por David, Salomão irá receber de Deus a sabedoria, como se fosse ele o autêntico fundador da monarquia israelita. Será por isso que a sabedoria atravessa todos os textos referentes a Salomão, como seu fio condutor. Isto é de tal modo verdade que dele se afirma: “A sabedoria de Salomão excedia a de todos os filhos do Oriente e toda a sabedoria do Egito” (1 Rs 5,10). 
Será por isso também que Salomão, como juiz supremo, irá pronunciar a famosa “sentença salomónica” da divisão do bebé em dois, para saber qual das duas mulheres era a mãe do menino (1 Rs 3,16-28).
 
 Livros atribuídos a Salomão
A Salomão é atribuído vários livros da Bíblia: Sabedoria, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Provérbios. Além destes livros da Bíblia, alguns outros apócrifos são também atribuídos a Salomão: Odes de Salomão, que contém quarenta e duas Odes (do séc. II, d.C.); Salmos de Salomão, 18 Salmos atribuídos a Salomão, mas pouco anteriores a Cristo. São também atribuídos a Salomão os Sl 72 e 127. Não é possível que qualquer destes livros possa ter sido escrito por Salomão, pois são muito posteriores a este rei sábio.
  Será por isso que a Salomão é atribuído diferentes livros chamados sapienciais ou de sabedoria (Sabedoria, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Provérbios), embora sejam muito posteriores a ele. Trata-se de uma maneira de falar, para dizer que foi ele o primeiro a iniciar esta corrente literária e religiosa em Israel. Além disso, os livros que falam da história de Salomão referem com certa insistência a sabedoria deste rei, o que prova certamente o mesmo facto. Poderemos dizer que todos os capítulos de 1 Reis 3-10 falam da sabedoria de Salomão e apresentam-no como o rei sábio por excelência. Por isso, Hiram, rei de Tiro, assim fala dele: “Bendito seja hoje o Senhor que deu a David um filho sábio para governar este povo tão numeroso” (1 Rs 5,21).
 
O leitor é convidado a ler estes maravilhosos textos, tentando beber neles também a sabedoria divina que o Senhor comunica realmente a todos os que leem a sua palavra com fé. Quanto ao famoso tema da vinda da rainha de Sabá a Jerusalém “para escutar a sabedoria de Salomão” (Mt 12,42; Lc 11,31), este pertence ao género de textos que falam da vinda dos povos estrangeiros ao monte santo do Senhor e da conversão dos povos ao verdadeiro Deus.
 
É à rainha de Sabá que Salomão mostra toda a sabedoria:
 
«A rainha de Sabá, tendo ouvido falar da fama que Salomão alcançara para glória ao Senhor, veio pô-lo à prova por meio de enigmas. Chegou a Jerusalém com um séquito muito importante, com camelos carregados de aromas, enorme quantidade de ouro e pedras preciosas. Tendo-se apresentado a Salomão, falou-lhe de tudo quanto trazia na ideia. Salomão respondeu-lhe a tudo; nenhuma questão foi tão enredada que o rei lhe não desse solução. A rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão bem como a casa que ele tinha construído; viu as provisões da sua mesa e o alojamento dos seus criados, as habitações e os uniformes dos seus oficiais, os copeiros do rei e os holocaustos que imolava no templo do Senhor, e ficou deslumbrada.
Disse então ao rei:
‘É realmente verdade o que tenho ouvido na minha terra acerca das tuas palavras e da tua sabedoria. Não quis acreditar nisso antes de vir aqui e ver com os meus próprios olhos; ora, o que me diziam não era sequer metade; tu ultrapassas em sabedoria e dignidade tudo quanto até mim tinha chegado. Felizes os teus homens, felizes os teus servos que estão sempre contigo e ouvem a tua sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus, a quem aprouve colocar-te sobre o trono de Israel. É porque o Senhor ama Israel com amor eterno que Ele te constituiu rei para exercer o direito e a justiça’» (1 Rs 10,1-9).
 
  Existiu a Rainha de Sabá?
 
Os textos bíblicos falam da rainha de Sabá, sem nos dizerem o seu nome. Tudo indica que uma rainha do Sul, provavelmente do Iémen, território que ficava na rota do incenso e outros perfumes, veio a Jerusalém. No entanto, só um século depois de Salomão é que consta a existência de um reino com este nome. Uma outra dificuldade viria do facto da existência de uma rainha, pois apenas os homens tinham, geralmente, acesso à realeza. O importante nesta narração de 1 Reis 10 é o facto de existirem relações internacionais do reino de Salomão com outros reinos longínquos, assim como o facto de a sua sabedoria ser conhecida nesses reinos. 
Sobre os povos sabeus ou de Sabá, sabe-se pouco no tempo de Salomão (ver Gn 10,28; Ez 27,21-22). Uma tradição judaica, transmitida por Rashi, falará mais tarde do casamento de Salomão com esta rainha dos sabeus; e uma lenda da Etiópia fará do seu rei Menelik I o fruto da união de Salomão com esta rainha. Será por isso que os antigos reis da Etiópia tinham o título de “Leão de Judá” e o seu emblema era a estrela com seis pontas, igual à estrela de David. O Alcorão também fala da rainha de Sabá, a partir de tradições populares judaicas, cristãs e outras. 
Nos Evangelhos, esta rainha é referida em relação com a sabedoria de Salomão e é chamada “a rainha do Sul” (Mt 12,42; Lc 11,31-32).

 7. Sombras sobre o reinado de Salomão
 
Salomão foi certamente um grande rei. No entanto, algumas sombras empalidecem a sua história: utilizou os trabalhos forçados para ter mão de obra suficiente e barata para as grandes construções (1 Rs 5,29-32; 12,4-16). Estas obras endividaram o reino, de tal modo que teve que ceder ao rei Hiram, de Tiro, uma parte costeira do território da Galileia (1 Rs 9,10-12). O seu desejo de fama e glória empobreceu e revoltou o povo. A sua visão era demasiado grandiosa para os recursos económicos de que podia dispor. Numa palavra, foi dominado pelo orgulho e pela vaidade.
 
A este mal foi associado um outro, não menor: o de casar com muitas mulheres estrangeiras, que trouxeram para Israel os seus deuses, com todas as sequelas religiosas conhecidas.
A Bíblia recrimina-o, não pelas mulheres, mas pelos deuses que tais mulheres trouxeram:
 
«O rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras: a filha do Faraó e, além disso, moabitas, amonitas, edomitas, sidónias e hititas. Eram oriundas de povos de quem o senhor dissera aos filhos de Israel: ‘Não tomareis deles mulheres para vós nem eles se casarão com as vossas, porque certamente haviam de perverter os vossos corações, arrastando-os para os seus deuses’.
Foi precisamente a estes povos que Salomão se ligou, por causa dos seus amores. Teve setecentas esposas de sangue nobre e trezentas concubinas. Foram as suas mulheres que lhe perverteram o coração.
Na idade senil de Salomão, as suas mulheres desviaram-lhe o coração para outros deuses; e assim o seu coração já não era inteiramente do Senhor, seu Deus, contrariamente ao que sucedeu com David, seu pai. Foi atrás de Astarte, deusa dos sidonios, e de Milcom, abominação dos amonitas. Salomão fez o mal aos olhos do Senhor e não seguiu inteiramente o Senhor, como David, seu pai. Por essa altura, ergueu Salomão um lugar alto a Camós, deus de Moab, e a Moloc, ídolo dos amonitas, sobre o monte que fica mesmo em frente de Jerusalém. E fez o mesmo por todas as suas mulheres estrangeiras, que queimavam incenso e sacrificavam aos seus deuses. O senhor irritou-se contra Salomão, pois o seu coração se afastara do Senhor, Deus de Israel, que se lhe tinha revelado por duas vezes, e lhe ordenou sobre estas coisas para não seguir os deuses estrangeiros. Ele, porém, não cumpriu o que o Senhor lhe prescrevera» (1 Rs 11,110).
 
Não podemos interpretar à letra tal quantidade de mulheres. Isto é apenas um número simbólico de grandeza e riqueza, no sentido em que a mulher era, de algum modo, comprada pelo marido.
Ora, dizer que alguém tinha determinado número de mulheres equivalia a um certo grau de riqueza: quanto maior era o número das mulheres, maior era a riqueza do marido, que as tinha “comprado”. Além disso, há aqui um evidente exagero, próprio dos semitas, para recriminar o mal que Salomão praticou, abandonando o Senhor. 700+300 = 1000 mulheres, número simbólico de grande quantidade, número indeterminado. Nada mais do que isso. O pecado de Salomão não é, pois, um pecado de tipo sexual, mas de luxo desnecessário, enquanto o povo vivia na miséria; é sobretudo um pecado de idolatria, de abandono de Deus, o que é muito mais grave ainda (2 Rs 23,13).
 
Numa palavra, Salomão aparece como modelo de rei sábio, inteligente e piedoso, o construtor do Templo; e esta é a herança que recebeu de David; mas torna-se também o anti-rei, o rei idólatra, que será a característica de alguns dos seus sucessores no trono. Deste modo, a personagem de Salomão é claramente ambivalente. Ele personifica o mal e o bem do seu pai David e dos outros reis, seus sucessores.
 
8. Salomão, profecia de Jesus Cristo
 
Dentre todos os personagens da Bíblia, Salomão distingue-se sobretudo pela sabedoria divina que o Senhor derramou sobre ele.
Mas ele não era mais que uma imperfeita profecia de Jesus Cristo, sabedoria      de        Deus incarnada             no        meio    da humanidade. É isso mesmo que Jesus afirma, quando se compara a Salomão: «No dia do juízo, a rainha do Sul há de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está alguém quem é maior do que Salomão!» (Mt 12,42).
 Ao olharmos para este personagem, vemos, por um lado, muitos males e pecados atuais, traduzidos sobretudo na “idolatria” de hoje: o luxo de alguns e a miséria de quase todos os habitantes do planeta; o materialismo, o agnosticismo e o ateísmo modernos; mas vemos também, no seu lado de rei sábio e piedoso, o modo de compensar tais males e pecados. O Segundo Livro das Crónicas tentou, depois do Primeiro dos Reis, limpar a figura de Salomão dos seus traços negativos (2 Cr 1-9). Mas penso que devemos gostar desta imagem de Salomão, tal como ela nos é transmitida pelo Primeiro Livro dos Reis: uma imagem verdadeira, realista, a imagem de um rei santo e pecador, ao mesmo tempo, porque essa imagem de ontem traduz a situação de todos nós diante de Deus, na nossa história de hoje. Se assim interpretarmos os textos bíblicos sobre Salomão, estaremos certamente a trilhar o caminho certo, o caminho da sabedoria, como seguidores de Jesus Cristo, Sabedoria Divina incarnada.
 

Um Palácio Chamado Bíblia

Há anos atrás entrei em um maravilhoso Palácio. Já tinha visitado vários locais, mas nada se compara a este que irei compartilhar nesta narrativa.
Passei o portão e dei de frente com um belo jardim que se chama Eden, deslumbrado com aquela paisagem entrei pelo pórtico do Gênesis; atravessei a galeria de arte do Antigo Testamento, onde quadros de autores chamados Noé, Abraão, Jacó, José, Isaque, embelezam as paredes com suas belas histórias. Passei para sala de música dos Salmos, onde o regente que se chama Davi tocava sua Harpa e salmodiava às maravilhas e Vitórias do Todo Poderoso. Entrei na câmara do Eclesiastes onde só ouvia a voz do pregador, mas eu não o enxergava; entrei em uma biblioteca ao lado chamada Provérbios, me deparei com um homem aparentemente muito rico e demasiadamente sábio chamado Salomão. Curioso é que a voz dele parecia com ao do pregador (da sala ao lado) não importa a sabedoria de ambos é realmente Divina! Continuando a andar no glorioso Palácio, subindo uma grande escada, entrei no observatório dos profetas onde vi telescópios de vários tamanhos apontados para eventos distantes do futuro, porém concentrados sobre a resplandecente Estrela da Manhã.
Então com temor entrei na sala de audiência do Rei dos Reis, por sinal Ele é muito humilde se vestia simples, mas com grande poder no olhar e no falar, disse-me, Eu te aliviarei; então um homem chamado João, servo ao qual Ele o amava; guiou me nos corredores claros como o dia, me apresentou outro servo do Rei chamado Pedro (às vezes ele o chamava de Cefas); este me levou a uma sala chamada Atos dos Apóstolos, lá era um salão enorme, onde eu pude ver povos de várias nações, tribos e línguas, foi onde eu conheci outro servo chamado Paulo, muito culto, mas empregava todas as suas faculdades para o serviço do seu Rei.  Ainda nesse mesmo salão eu percebi que todos adoravam a um único Deus, e que Pedro e Paulo pregavam sobre o seu Rei; eles também escreviam cartas endereçadas a todos os servos espalhados em todo o reino.
Eu lendo algumas destas cartas no mesmo salão que eles chamam Igreja, um chamado Tiago que também escrevia uma carta, me pegou pela mão e levou-me ao último aposento; era uma sala imperial chamada Apocalipse, abrindo a porta ele ficou do lado de fora e a porta se fechou (tive medo), mas João o servo em que outrora tinha conhecido me deu a sua mão e disse vem e vê.  Lá eu deslumbrado com tudo, sem entender muita coisa, vi o Rei assentado sobre o seu trono com todo poder e glória, era o Mesmo da sala da audiência, Jesus o Próprio que me disse:
"Eu te aliviarei", o seu poder no olhar, e seu amor era o mesmo, mas agora Ele estava com vestes de Rei com todo seu esplendor; eu não resisti olhar, só me prostrar e adorar, e exclamei: Saudai o nome de Jesus, arcanjos vos prostrai... ao filho do glorioso Deus, com glória coroai!
 

Excelência ao Senhor

A Cruz revelou para nós a excelência do amor celestial. Que resposta podemos dar a ela, senão oferecer ao Amado de nossa alma o nosso melhor? Se é para Deus, tem que ser excelente!
Porque dizia Davi: A casa que se há de edificar para o Senhor se há de fazer magnífica em excelência, para nome e glória em todas as terras; eu, pois, agora, lhe prepararei materiais. Assim, preparou Davi materiais em abundância, antes da sua morte. (I Crônicas 22:5)
Davi se fez um homem muito especial para Deus. Dele o Senhor falou coisas maravilhosas... “Achei a Davi, homem segundo o meu coração, o qual fará todas as minhas vontades” (At 13: 22).
“Estabelecerei o seu trono para sempre” (IRs 4:25), são só alguns dos suspiros e promessas do
Altíssimo sobre “o suave salmista de Israel”.
Desde cedo Davi entendeu a excelência do Senhor. O episódio traumático da morte de Uzá, durante a primeira tentativa de trazer para Jerusalém a arca da aliança, deixou lições preciosas para o resto de sua vida. Naquela ocasião, recém-ungido rei, ele estava cheio de paixão, mas não havia ainda compreendido uma verdade básica: se é para Deus, tem que custar um preço, tem que ser feito com excelência.
Davi construiu um carro novo para trazer a arca.
 Achou que a presença do Senhor poderia ser atraída sem que houvesse ombros santos para sustentá-la. Colheu reprovação e morte... Diante do corpo sem vida de um sacerdote sem excelência, uma pergunta queimava o coração do rei: “Como trarei a mim a arca do Senhor?” (I Cr 13: 12). Foi a resposta a esta inquietação que fez de Davi um homem especial para Deus. Ao compreender que, se é para o Senhor, não pode ser de qualquer jeito, ele passou a buscar excelência em tudo o que empreendia ou oferecia ao Amado de sua alma.
Já no fim da vida, farto de dias, Davi ainda ansiava por surpreender o coração de Deus e dar a Ele algo que fosse digno de sua grandeza... Decidiu então construir uma casa, ou melhor, um palácio para Deus. E, embora, não lhe tenha sido permitido fazê-lo diretamente, preparou tudo para que seu filho, Salomão, pudesse edificar um templo em Jerusalém que se tornou, não apenas expressão de grandeza para as nações, mas um lugar tão digno que, quando foi consagrado, Deus o encheu com sua glória, ao ponto dos sacerdotes não terem nele espaço para ficar em pé. E suas palavras foram: “Agora estarão abertos os meus olhos, e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta casa para que nela esteja o meu nome para sempre; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração em todo o tempo” (II Cr 7:15-16).
Antes, quando Davi em seus últimos dias transmitia a Salomão a missão e os recursos para edificar o templo, suas palavras revelam os segredos da excelência que fizeram dele “o homem que Deus sempre buscou”. Ao lemos o capítulo 29 de I Crônicas, podemos compreender o que significa fazer conforme o coração do Senhor...
A excelência está em fazermos para Deus melhor do que fazemos para os homens, melhor do que fazemos para nós mesmos. Ao dizer, “porque não é palácio para homem, senão para o Senhor” (vs.1b), Davi expressa a sublimidade de seus propósitos. Aliás, o que o instigou a construir uma casa para o Altíssimo, foi a inquietação do seu coração, que dizia: “Eis que eu estou morando numa casa de cedro, e a arca de Deus dentro de cortinas?” (II Sm 7:2). Ele não podia admitir que a porção do seu Amado fosse inferior à sua própria porção...
A excelência demanda preço, esforço, total dedicação. O testemunho público do rei em sua velhice é: “Eu, pois, com todas as minhas forças já tenho preparado para a Casa do meu Deus ouro para as obras de ouro, e prata para as de prata, e cobre para as de cobre, e ferro para as de ferro, e madeira para as de madeira, e pedras sardônicas, e as de engaste, e pedras de ornato, e obra de embutido, e toda sorte de pedras preciosas, e pedras marmóreas em abundância” (vs. 2). Prestou atenção? “Com todas as minhas forças...”
Desde o dia em que viu Uzá tombar diante da arca, Davi decidiu que nunca mais construiria carros de boi, que nunca mais investiria em artifícios humanos que substituíssem os ombros, o zelo e o esforço de um verdadeiro sacerdote. “Não oferecerei a Deus sacrifício que não me custe alguma coisa” (I Cr 21:24) foi um princípio que ele guardou até o fim de sua vida.
A verdadeira excelência só pode ser concebida pelo amor. O esforço por si só ainda não é suficiente. Por que Davi reservou tantos tesouros para a obra? Ele diz: “porque amo a casa de meu Deus” (vs. 3a)... Não havia uma lei que o obrigasse. Não eram os homens que cobravam. Não se tratava apenas de obedecer. O que movia Davi ao exagero para Deus era a paixão que dominava o seu coração. Muito antes do tempo, ele descobriu que o “caminho sobremodo excelente” é o amor (conf. I Co 12:31). Quem não ama, não chega lá.
A excelência que honra ao Senhor é fruto de uma voluntariedade pessoal. Ela não pode ser terceirizada. “O ouro e a prata particulares que tenho dou para a casa de meu Deus, afora tudo quanto preparei para o santuário” (vs. 3b), foram as palavras do ancião de Judá. Ele entendia que, ainda que outros pudessem participar da mesma visão, ainda que seu filho Salomão fosse o grande executor da obra, nada podia substituir o seu investimento pessoal.
A excelência não reconhece as raias do exagero. Ela nunca acha que algo é muito para Deus. 
Davi entesourou e ofertou “cem toneladas do mais puro ouro e duzentos e quarenta mil quilos de prata pura para revestir as paredes do santuário” (vs.4). Como a pecadora que quebrou o seu vaso de alabastro e derramou sobre Jesus o caríssimo perfume, como as viúvas que ofertaram o seu último sustento, como Paulo que não considerou a própria vida por preciosa, como tantos que pela sua fé têm sido chamados de loucos ou fanáticos, Davi estava resolvido a dar ao Senhor o exagero do seu melhor. Nada menos que isso.
A excelência, quando vivida, desafia, inspira, instiga outros a moverem-se na mesma dimensão. Do alto do seu exemplo, Davi conclama o povo: “Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor?” (vs. 5b). O resultado, não só desse apelo, mas desse modelo, foi um mover coletivo de excelência ao Senhor. Toneladas de ouro, prata e tantas riquezas foram trazidas para a construção. E quando a obra acabou, Deus se agradou de tal maneira da casa, que decidiu manifestar nela a sua glória e habitar ali.
Hoje estamos nós também debaixo deste chamado. A Cruz revelou para nós a excelência do amor celestial. Que resposta podemos dar a ela, senão oferecer ao Amado de nossa alma o nosso melhor?
Se é para Deus, tem que ser excelente!
O Palácio de Tomé
 
O que aconteceu com os apóstolos de Cristo depois dos eventos narrados no livro de Atos? Inúmeras lendas sobre o destino deles surgiram ao longo dos séculos. Uma muito interessante conta a vida de Tomé.
 
De acordo com os Atos de Tomé, esse apóstolo foi para a Índia como escravo carpinteiro e recebeu ali a incumbência de construir um palácio para o rei Gundafórus que lhe deu uma grande soma em dinheiro para realizar o projeto.
 
Tomé, contudo, resolveu construir um palácio no céu e distribuiu todo o dinheiro entre os pobres. Quando o rei quis ver o palácio, ele respondeu: “Não o podeis ver agora, mas quando partirdes desta vida, então vê-lo-eis.” Resultado: o apóstolo foi para a prisão. Mais tarde, contudo, o rei se tornou cristão e tudo acabou bem.
 
Nunca saberemos quanto há de verdade nessa história. Contudo, com o ano chegando ao fim, sempre é bom fazer uma análise de quanto ajuntamos no céu.
A Bíblia realmente ensina que nossas obras produzem frutos na pátria de além (Mt 6.19-21;
19.21; Lc 12.33; 1Tm 6.18-19).
E ainda que os evangélicos modernos estejam preocupados em ajuntar bens aqui, como se isso fosse prova de fé, a verdade é que, na Bíblia, o crente é exortado a zelar pelos atos de justiça e bondade e, assim, tornar-se rico para com Deus, com uma grande herança celeste.
 
Se você partisse para a eternidade hoje, como seria o seu palácio? Qual seria o tamanho do tesouro que você ajuntou até aqui? Que Deus nos conceda um zelo maior para que naquele dia não tenhamos surpresas que nos envergonhem (1Jo 2.28).
 

Um Rei Sem Palácio

Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi.  Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho. Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
 
Na época do nascimento de Jesus, o povo judeu estava debaixo do domínio do Império Romano e sofriam com os altos impostos e as imposições do governo. Mas eles tinham a promessa de que Deus lhes enviaria o Messias, um novo Rei que governaria sobre eles. 
Mas quem esperaria que o Rei não nasceria num palácio? O Rei dos Reis deveria nascer no palácio em meio ao conforto e ao luxo. Essa era a lógica do povo e a nossa lógica, mas não eram esses os planos de Deus.
 
Isaías 53 fala desse Rei como Servo humilde e sofredor. E desde o seu nascimento, Jesus, o Filho de Deus, o Rei dos Reis se despiu de toda pompa e honra. A Bíblia nos diz que não havia nem um quarto numa simples hospedaria. 
Esse é o único texto da Bíblia que diz que Jesus nasceu numa estrebaria e foi colocado numa manjedoura, que era uma espécie de cocho, em que se colocava a comida dos animais.
 
Deus quis demonstrar desde o início que o Rei dos Reis, o Salvador do mundo, teria como marca a humildade.
 
Jesus foi o Rei que veio para servir, curando, ensinando, lavando os pés de seus seguidores até chegar ao ponto de dar a sua vida por nós.  Nesse Natal se lembre do exemplo de humildade e serviço que o Salvador nos deu.
 Jesus não precisava de um palácio para nascer, mas Deus poderia ter conseguido um simples quarto para o nascimento do Salvado. Por que ele não fez isso?
O que Deus quer nos ensinar quando permitiu que o nascimento de Jesus acontecesse numa estrebaria?
E se Jesus tivesse nascido num berço de ouro em um palácio? O que isso mudaria?
Se você ainda não tem ou ainda não montou o seu presépio, essa é hora de fazer isso. Aproveite o momento de fazer seu próprio presépio ou de montar seu presépio para conversar mais sobre as circunstâncias do nascimento de Jesus.
 
 

De Lo Debar Para o Palácio

Todos nós conhecemos a história do povo de Israel que era oprimido e escravo no Egito. Deus levantou Moisés e tirou-os da servidão do Egito.
 
Moisés conduziu aquele povo por quarenta anos no deserto e guiou-os até a terra prometida a eles por Deus: Israel.
 
 O povo conquistou a terra, derrotou os inimigos, mas eles não estavam satisfeitos com o que Deus tinha preparado para eles.
 
No livro de I Samuel 10:17 a 19 diz que o povo de Israel “rejeitou a Deus que os livrou de todos os males e trabalhos e pediu a Deus. Constitui um rei sobre nós” Eles queriam ser como as outras nações que tinham um rei.
 
CUIDADO: Não queira ser como todo o mundo. Não queira ter o que todo o mundo tem. Não queira ser o que todo o mundo é POR QUE VOCE NÃO É COMO TODO O MUNDO. Deus permitiu que fosse eleito e separado um rei para Israel. O Primeiro rei da nação de Israel chamado SAUL.
 Porém, Saul deixou que o orgulho e a soberba tomassem conta de sua vida e ele passou a desobedecer a Deus até o momento em que Deus não tinha mais comunhão com ele.
O Espírito de Deus afastou-se de Saul. Este homem chamado Saul gerou um filho chamado Jônatas. Jonatas era comandante das tropas de seu pai Saul e algumas vezes derrotou guarnições inteiras de filisteus do exército inimigo.
 
Segundo a Bíblia, os filisteus eram oriundos de Caftor, lugar identificado como a ilha de Creta. Os egípcios chamavam os filisteus de “povos do mar”. Os filisteus fundaram cinco cidades principais no sudoeste da Palestina: Gate, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza. Mas, voltando ao filho de Saul chamado Jônatas, ele era amigo de Davi
 
Em I Samuel 18: 1 a 4 está escrito que Jonatas e Davi fizeram aliança. Nessa passagem Jônatas dá a Davi sua capa e suas armas para selar a aliança que fizeram entre si. Após essa aliança Jônatas, filho do rei Saul livrou Davi muitas vezes das mãos de seu pai que queria matar Davi, mesmo sabendo que Davi sucederia Saul no trono de Israel, pois fora ungido por Deus como sucessor de Saul. Jonatas como filho de Saul poderia ter inveja de Davi. Nos reinos do mundo inteiro existe a sucessão hereditária dos reis. O primogênito ou filho mais velho do rei sucede a seu pai no trono. Mas Jônatas era diferente. Apesar de saber que não seria rei no lugar de seu pai, e sim Davi seria rei, ele fez quatro coisas importantes que só aqueles que obedecem à voz de Deus fazem:
Primeiro – Ele fez um pacto com Davi. (I Samuel 18:3 diz que Jônatas e Davi fizeram aliança). Quem sabe que Deus é um Deus de princípios respeita aqueles a quem Deus escolheu como líderes.
 
Segundo – Jônatas avisou a Davi sobre o plano de Saul seu pai para matar a Davi. “Em I Samuel 19: 1 e 2 diz assim: Meu pai Saul procura matar-te; acautela-te, pois, pela manhã fica num lugar oculto e esconde-te” Disse Jônatas a Davi. O servo de Deus sabe que importa obedecer a Deus. O que Jônatas fez foi bom para ele e para o pai. Ele obedeceu a Deus, pois avisou um inocente sobre uma emboscada feita por seu próprio pai a quem ele devia fidelidade. Por outro lado ele fez um bem ao próprio pai Saul, pois impediu que Saul tocasse em um ungido de Deus e fosse severamente repreendido por Deus, pois a bíblia diz: não toqueis nos meus ungidos nem maltrateis os meus profetas.
 
Terceiro – Como se não bastasse, em terceiro lugar, Jonatas intercede junto a Saul pela vida de Davi. Em I Samuel 20:32 Jônatas perguntou a Saul: “Por que há ele de morrer? Que fez ele? Não se associe com ninguém que queira levantar-se contra um ungido de Deus ainda que essa pessoa sejam seu pai e sua mãe. Importa primeiro obedecer a Deus. E a palavra de Deus condena tal tipo de comportamento.
 
Quando você tomar conhecimento de que um ungido de Deus fez algo muito errado e ainda que isso saia em tudo que é canal de televisão e na internet, tenha cuidado. Ele vai ter que se acertar com Deus, sim. A bíblia diz que se um servo for pedra de tropeço ou servir de escândalo para os pequeninos dele melhor seria amarrar uma pedra no pescoço e lançar-se ao mar.
 
Mas nós temos que ter cuidado com aquilo que falamos contra um ungido de Deus, um servo de Deus. Não devemos apoiar nem mesmo nossos familiares e amigos. Também não devemos brigar com as pessoas por causa disso. Devemos expressar nossa opinião de forma tranquila e segura. Quando brigamos perdemos a razão, pois a bíblia diz que “se possível devemos ter paz com todos”.
 
Quarto – em quarto lugar Jônatas sempre encorajava Davi em momentos de perigo, como vemos em I Samuel 23:16 que diz assim: “Então, se levantou Jônatas, filho de Saul e foi para Horesa, e lhe fortaleceu a confiança em Deus, e lhe disse: Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará.” 
Jônatas ajudou a Davi, fez tudo sem interesse algum porque não fazia sentido algum o filho do rei apoiar outra pessoa para suceder seu pai no lugar que deveria ser dele, Jônatas. Jônatas sabia que Deus sabe e vê além das aparências.
 
Jônatas parecia ter tudo para ser um grande rei, mas não vemos em lugar algum na vida de Jônatas o que vemos na vida de Davi. Jônatas não era o homem segundo o coração de Deus. Por isso a escolha de Deus não recaiu sobre as aparências. Muitas vezes não entendemos o que Deus faz por que vemos apenas as aparências, mas Deus vê o CORAÇAO e só ele conhece a natureza humana. E esse homem que ajudou Davi diz a bíblia que os filisteus o mataram em uma batalha na qual ele lutava ao lado do pai. Não faz sentido! Ele deveria estar ao lado do pai porque Jonatas era o sucessor natural de Saul.
 
Mas como é que um homem que ajudou Davi, o eleito de Deus colheu a morte ao lado do pai que fora rejeitado por Deus? “I Samuel 32:2 diz assim: Os filisteus apertaram com Saul e seus filhos e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul.” Jônatas era um bom homem, mas ele não soube quebrar os laços com seu pai Saul quando ele se tornou ímpio. Ele deveria ter continuado a honrá-lo, mas não poderia obedecer todas as ordens do pai quando elas fossem contrárias às ordens de Deus. É por isso que o apóstolo Pedro certa vez disse às autoridades que queriam que ele se calasse e não pregasse mais o evangelho. Ele disse: importa antes obedecer a Deus que aos homens. (Atos 5:29).
 
Jônatas sabia que seu pai se tornara um homem mau e ímpio, principalmente quando Saul mandara matar todos os sacerdotes do Senhor, mas mesmo assim ele continuou a segui-lo. Jonatas ajudou a Davi porque ele sabia que Deus tinha ungido a Davi. O pai de Jônatas foi para a guerra e Jônatas estava ao lado dele. O juízo de Deus estava sobre a vida de Saul e quando o julgamento de Deus veio sobre a vida de Saul alcançou também a Jônatas e os outros filhos de Saul que andavam lado a lado com ele.
 
Em Provérbios está escrito: anda com o sábio e serás sábio. O companheiro do tolo será afligido. (Provérbios 13:20) Quem é que você está acompanhando? Quem é seu amigo ou amiga inseparável? Quem você está acompanhando? Aí você pode dizer: mas é meu pai, minha mãe, meu irmão, meu esposo, minha esposa. Não ande nos caminhos deles. Se seu marido ou sua mulher tem o hábito de ir para o bar beber, não vá. Se ele tem hábitos que são condenados pela palavra de Deus, não desenvolva tais hábitos. Se Jônatas não tivesse seguido seu pai ímpio o juízo de Deus não teria vindo sobre ele também. Não o teria alcançado. Jônatas tinha aliança com Davi e ele teria um futuro brilhante no reino de Davi.
 Mas voltando ao texto, no dia da morte de Saul, Jonatas e seus companheiros, surge na história um nome, um personagem.
Uma pessoa chamada MEFIBOSETE. Tem gente que reclama do seu nome. Diz que é feio, mas imagina se você se chamasse Mefibosete? Mefibosete, filho de Jônatas nasceu ali no período em que seu avô era Rei de Israel e ele crescia em meio a muitas promessas. Ele era Neto do Rei. Neto de Rei tem grande possibilidade de se tornar rei. Ele nasceu debaixo de uma promessa. Era um nobre. A bíblia diz que ele tinha uma ama que cuidava dele. Aos cinco anos de idade Mefibosete vivia ali no palácio cercado de mordomias.
 
DE REPENTE, TUDO MUDOU. – Em II Samuel 4.4 diz que “Jônatas filho de Saul tinha um filho aleijado dos pés. Era da idade de cinco anos quando de Jezreel chegaram as notícias da morte de Saul e de Jonatas, então, sua ama o tomou e fugiu. Sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu e ficou manco. Seu nome era Mefibosete”. Quando a babá soube da morte de Saul e de Jônatas (avô e pai de mefibosete) ela pegou o menino de 5 anos e começou a correr com ele ao colo para salvá-lo. E ela o derrubou no chão no desespero de salvá-lo. 
A bíblia não fala da mãe do menino. O menino cai e fica aleijado dos dois pés. Pegam o menino e o levam para um lugar chamado Lo Debar. Lo Debar era uma cidade que ficava em Manasses.
 
Lo-Debar era tão seca que se fosse plantasse alguma coisa não tinha condições de nascer.
 Era pobre, sem perspectivas de vida e distante de Jerusalém, Não tinha infraestruturas para absolutamente nada. Em resumo era o fim do mundo. E a Bíblia diz que era lá que Mefibosete morava, portanto era um sofredor, indigente, pobre, aleijado, sem teto, sem alimento porque era um mendigo, sem emprego, sem família, sem parentela. E aí vem a pergunta: A vida do neto do rei mudou drasticamente. Qual o futuro desse jovem chamado Mefibosete? Você já se sentiu assim, sem futuro? Mas de repente, Mefibosete perde tudo.
 
Já aconteceram alguns “de repentes” na sua vida? Todos nós passamos por fases assim. De repente o menino que tinha um futuro está lá em Lo Debar, a leste do rio Jordão. E como se não bastasse sua herança consistia em apenas duas coisas: A primeira coisa que ele tinha como herança era o fato de estar aleijado dos dois pés como consequência da perda do pai e do avô. A segunda coisa que ele tinha como herança e essa ninguém jamais tiraria de sua vida.
 Ele era neto do rei Saul. O rei que Deus havia abandonado em virtude de sua impiedade. Saul se transformou num homem que vivia tão distante de Deus que além de mandar matar todos os sacerdotes do Senhor ele consultou uma macumbeira que eles chamavam de Necromante (I
Samuel 28:7 e 8)
 Diz assim a Palavra de Deus (I Samuel 28:8) Saul consulta a médium de En-Dor. Saul disfarçou-se e pediu à mulher e disse: peço-te que me adivinhes pela necromancia e me faças subir aquele que eu te disser”. A nação de Israel repudiava Saul, pois Deus havia tirado de Saul a unção. E agora? Que futuro esperava por Mefibosete em Lo Debar?
 
Se você se sente como Mefibosete, não desanime por que o teu futuro está nas mãos do Deus todo poderoso. Você pode ter caído ou se sente imobilizado por algo que você passou ou viveu, mas o seu futuro pertence ao Rei dos Reis.
 
Não temas! Esse texto nos ensina algo importante! É um princípio. Semeie o bem e os teus filhos, e os filhos dos teus filhos, alguém da tua descendência vai colher o bem que você fez que você semeou. Se você quer deixar herança para os seus filhos, semeie o bem. Ame e ajude as pessoas e os seus filhos e os filhos dos seus filhos vão colher o que você plantou. Foi por isso que Mefibosete colheu o que Jônatas plantou.
 
A bíblia diz que Davi assumiu o trono e certo dia, Deus colocou no coração de Davi uma ideia. Em II Samuel 9 está escrito assim: “Disse Davi. Resta ainda, porventura, alguém da casa de Saul, para que use eu de bondade para com ele, por amor de Jônatas?”
Ou seja: resta alguém a quem eu possa demonstrar lealdade e amizade? Saul não tinha amigos. Ele era uma pessoa estranha que deixou a soberba subir ao seu coração. E a bíblia diz que primeiro vem a soberba e depois vem a queda.
 
Por outro lado, adiante da honra vai a humildade Quem vai à frente do homem honrado é a sua humildade. Disseram a Davi: Tem um homem chamado ZIBA. Ele foi servo de Saul. Ele sabia tudo o que acontecia no reinado de Saul. E Ziba disse: ainda há um filho de Jônatas. Talvez você pense que ninguém se lembra de você. Que você não tem futuro. Mas eu quero te dizer que no reino de Deus ainda existe um rei e um Ziba.
 
E Deus vai colocar um Ziba no teu caminho. Um portador de BOAS NOVAS e vai mudar a tua vida. Mas quem é Ziba? Nós já vamos saber quem é Ziba. Ainda há um filho de Jônatas. Quais são as características desse único filho de Jônatas que sobrou, que restou vivo, cujo nome é Mefibosete?
São cinco características:
 
A primeira característica – ele era aleijado dos pés. Neto de rei, e por causa do desespero de sua ama que correu para salvá-lo, deixou o menino cair e ele ficou aleijado
 
Segunda característica – ele era pobre. A bíblia diz que ele morava na casa de Maquir. Quem era Maquir? Não se sabe. O neto do rei agora não tinha onde morar.
 
Terceira Característica – ele era um fugitivo. Fugindo para não morrer. Ajudado por alguém. E o fugitivo traz consigo a quarta característica.
 
Quarta Característica – ele era um exilado. Sem pátria. Sem documento. E sem documento não pode ter quase nada. Por que ele foi levado exilado para Lo Debar. O que significa Lo Debar? Lo – significa Não Debar – palavra, fala Era um lugar sem fala, sem palavra, sem voz, sem vez. Uma cidade que não significava nada Um lugar fora dos domínios de Israel. Inexpressivo. Um lugar sem expressão, sem voz Quem não tem voz não tem vez.
 
Quinta Característica – seu nome, MEFIBOSETE significa vergonha destruidora. Agora, por circunstâncias da vida ele se encontrava em Lo Debar Alguém que morava em um lugar inexpressivo cujo nome significa vergonha destruidora. Mas DE REPENTE, Davi manda busca-lo. Eu quero te dizer uma coisa: Se você estiver em Lo Debar hoje, espere. Você não vai ficar lá. O Rei Jesus vai mandar te buscar por que o seu lugar é em Jerusalém, comendo à mesa do Rei. Deus sempre usa alguém para nos beneficiar.
Ziba, servo de Saul foi ao encontro de Mefibosete levar a boa nova. A mensagem do rei Davi.
 
Satanás levanta os mensageiros dele com más novas, mas o Senhor vai mandar um Ziba na tua vida. Deus está preparando um Ziba para vir ao teu encontro com uma mensagem do Rei. O Rei Jesus vem te buscar e vai tirar você desse lugar de desespero, de desprezo, sem perspectiva. Ziba traz
Mefibosete à presença de Davi
 
No caminho, Mefibosete vinha com o coração sobressaltado por que em geral, quando um rei descobria que alguém da família de um rei anterior estava vivo, mandava buscar para matar. E agora o jovem Mefibosete devia estar pensando: Querem vingar-se de mim? O que vão fazer comigo? A bíblia diz que ao chegar, Mefibosete prostrou-se em terra. Ele estava com medo. Mas Davi disse a Mefibosete: Não temas! Por que usarei de bondade para contigo” Jônatas semeou mas ele não pode colher. Estava morto. 
E Davi disse a Mefibosete: não tenha medo, eu vou te tratar com bondade e misericórdia por causa da minha amizade com Jônatas, seu pai.
 
O problema muitas vezes não é o lugar em que nos encontramos, o espaço físico, e sim, como nos sentimos.
Se nos sentimos derrotados, contaminados pelo desespero e pela falta de esperança, pela dor, não importa onde estamos, não nos sentimos bem. Mas imagine a situação de Mefibosete.
 
Ele estava arrasado. Olhem a reação dele diante das palavras de consolo do Rei Davi para com ele. Ele disse assim em II Samuel 9.8: “Quem é teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu? Olha as palavras que saíram da boca daquele jovem.
 
Ele se sentia como um cão morto. A escória do mundo não prestava para nada. Ele se sentia morto. Não tinha esperança em nada. Mas o corpo de uma pessoa morta é respeitado. Ele sentia como se não fosse nada e sua autoestima era tão baixa que além de se sentir morto para a vida ele ainda se sentia como um cão. Ele chama a si próprio de cão morto. Vejam bem as palavras que saíram da boca daquele jovem. Ele se sentia como um cão morto Ele tinha um “pré conceito”. Pré conceito é quando chegamos com um conceito formado e isso nos impede de conhecermos os desígnios de Deus para as nossas vidas. Se Deus te chamar para fazer algo, não pergunte: Eu? Você chamou a mim mesmo? Assim estava Mefibosete.
 
Quando Deus te chamar é porque Ele te escolheu. Ele vai abrir portas, vai curar, vai dar sabedoria, vai capacitar e vai repreender o inimigo.
Então você vai se tornar apto para cumprir os projetos de Deus para a sua vida. Você vai cumprir os desígnios DELE e sua vida vai mudar. Agora, depois que tudo isso aconteceu, Mefibosete foi tirado da presença do rei. Ele não estava mais em Lo Debar. Ele foi tirado de Lo Debar por que Lo Debar não é lugar para quem tem futuro. Não é lugar para quem já pertence à família real.
 
Eu não sei como você está vivendo hoje, mas tem gente que vive com cara de residente de Lo Debar. Cidade sem expressão. Que não representa nada. Lugar de gente sem expressão. Aonde é que você está vivendo? Aonde é que a sua mente diz que você está vivendo? A sua mente está dizendo que você pertence a Lo Debar?
 
Mas você não pertence a Lo Debar. Você pertence a Jerusalém, que é a cidade do Grande Rei. Agora o rei passa para Mefibosete uma mensagem de restituição. Deus vai restituir algo a você que você não sabe que tem.
Davi disse: Ziba! “Chamou Davi a Ziba, servo de Saul e lhe disse: Ziba! Tudo o que pertencia a Saul e toda a sua casa dei ao filho de teu Senhor.” Aprendemos nesse texto que ainda que tudo pareça perdido ou esquecido, Deus vai suscitar, vai fazer alguém se lembrar de você e essa pessoa vai até você a mando do Rei. O Ziba da tua vida vem mandado pelo Rei dos Reis.
Quando você encontrar com o Ziba que Deus vai mandar sua vida não será mais a mesma. Será que você está preparado para receber o Ziba de Deus? Mas espere Deus te chamar. Não faça com as suas forças. Espere ouvir a voz de Deus.
 
VOCE VAI SER CHAMADO POR DEUS. Você não vai passar a vida toda comendo migalhas. Não se acomode em Lo Debar por que o Rei vai te chamar. Depois que o Rei mandou chamar Mefibosete, ele foi morar em Jerusalém, mas não é só isso.
 
O versículo 7 do capítulo 9 diz assim: “Então, lhe disse Davi: Não temas, porque de certo usarei contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai,
e tu sempre comerás à minha mesa”
 
Esse versículo traz três promessas de Deus para a vida de Mefibosete e para a sua e a minha vida. A primeira promessa é que DEUS USARÁ DE BENEVOLÊNCIA CONTIGO. 
Deus está trabalhando em seu favor para que você venha e sente-se à mesa do rei. Deus vai mandar buscar você para o lugar que Ele tem para você. Seu lugar não é em Lo Debar Seu lugar é em Jerusalém, Terra prometida. Terra que mana leite e mel.
 
A Segunda promessa é de RESTITUIÇÃO.
O Rei Jesus vai restituir o que você perdeu. Saúde, alegria, honra, respeito, família, um filho com problema, um marido ou esposa que foi embora, um emprego, a unção de Deus na sua vida… Deus vai dar ordem de restituição na sua vida. PERSEVERE nele.
 
A Terceira declaração do Rei contida no versículo 7 é que Mefibosete comerá sempre à mesa do Rei. Eu posso imaginar uma mesa linda na casa do Rei Davi, os filhos do rei sentados à volta da mesa, de repente, todos fazem silêncio por que chegou alguém muito importante. E entra Mefibosete, vindo de LO DEBAR, de lugar nenhum, direto para a MESA DO REI. É assim que Deus vai fazer na sua vida.
 
A promessa de Deus é que você vai sentar-se SEMPRE à mesa do Rei. Para sentar-se à mesa do Rei só quem recebe honra do próprio Rei. O Rei dos Reis vai te honrar. Humilhe-se debaixo da potente mão de Deus e a seu tempo Ele te honrará.
 

Na Lama ou em um Palácio

Você alguma vez já desejou que a vida fosse feita só dos momentos maravilhosos, quando de uma ou várias maneiras os seus sonhos de tornam realidade? Talvez esteja aprendendo novas coisas ou fazendo progressos em algo que lhe é importante.
Talvez esteja ganhando dinheiro ou fazendo conexões com pessoas que têm fome da verdade espiritual, e tem uma vida vibrante com metas e propósitos; e sente a presença calorosa de Deus o preencher com bênçãos plenas. Mesmo que exija mais esforço do que o normal, a felicidade e a satisfação do que está conseguindo realizar algo, é emocionante.
 
Tenho certeza que todos gostaríamos de vivenciar isso o tempo todo, porém a vida segue o seu curso. Às vezes precisamos enfrentar tumultos que representam experiências difíceis de suportar. A situação talvez coloque à prova a nossa paciência e fé. Talvez nem consigamos encontrar um senso de valores no que fazemos, porque ou nos escapa ou nem existe. Talvez fiquemos insatisfeitos conosco mesmos ou com as circunstâncias se todo o nosso esforço para agir corretamente no final parece ser dominado por uma lama de problemas e dificuldades.
 
Nesse tipo de circunstância é fácil se sentir abandonado ou sem o amparo e orientação do Senhor. O dia a dia parece um constante esforço de caminhar na lama. Nossos maiores esforços aparentemente rendem pouco ou nenhum resultado, e parece que nos afundamos cada vez mais no lamaçal do desespero.
 
Mas é possível extrair encorajamento e motivação no fato de que não estamos sós. Muitos do povo de Deus na Bíblia até os dias de hoje passaram um tempo “na lama” até conseguirem realizar as importantes tarefas das quais Ele os havia incumbido.
 
Vejamos o caso de Paulo. Muitos cristãos o consideram um exemplo de fé invencível diante de constante perseguição e dificuldades durante o seu ministério. Todavia, apesar de ele ter uma atitude geralmente positiva em relação a essas provas, ele deve ter tido os seus momentos “na lama”. Pense nos dois anos que ele passou em Tarso, a sua cidade natal.
 
Em Damasco, depois do encontro com Jesus, quando se converteu, Paulo queimou as pontes com o passado. Dedicou-se totalmente à vida como discípulo de Jesus. Entregou tudo, mas descobriu que aquele fervor provocou um tumulto com muitos líderes judeus, transformando-o em persona non grata entre os seus antigos colegas judeus. Ficaram com tanta raiva que montaram uma emboscada para matá-lo antes de ele sair da cidade. Além disso, nenhuma das pessoas que ele considerava irmãos na fé em Cristo confiava nele. O fato de ele antes perseguir cristãos fez muitos duvidarem da sinceridade da sua conversão.
 
Abandonado e tendo que voltar à sua cidade, eu tenho certeza que foi difícil Paulo não sentir que havia falhado. Mas ele não desistiu. Continuou usando as circunstâncias em Tarso para testemunhar, mesmo parecendo não obter grandes resultados. Ele perseverou fazendo um pouco aqui e um pouco ali por dois anos, até o Senhor enviar Barnabé com a visão de disseminar o Evangelho na região da Ásia Menor e, eventualmente por todo o Império Romano.
 
E Elias? Depois do encontro com a rainha Jezabel e o rei Acabe, quando previu uma seca e fome como resultado de seus pecados, Deus o enviou para um vale distante onde ele viveu ao lado de um ribeiro sem ter com quem compartilhar as mensagens de Deus. Elias provavelmente se sentiu inútil. Afinal, não tinha nada para fazer, apenas passar o tempo e lembrar de tudo o que ele havia sido e feito até então. E a história fica pior.
 
Imagine-se nessas mesmas circunstâncias. A essa altura ele já estava desesperado para ir embora e enfrentar o rei e rainha com outras mensagens de Deus. Mas a sua tarefa seguinte não foi ir para o palácio nem desafiar os profetas de Baal. Ele foi enviado à cidade estrangeira de Sarepta. Ali não houve nenhuma grande testificação, multidões para inspirar, ou inimigos para sobrepujar, apenas uma pobre mulher e seu filho, e o quartinho simples que lhe ofereceram onde se hospedar. Como seria possível ele se distanciar tanto da sua posição anterior? Mas ele obedeceu e permaneceu fiel, mesmo diante do que parecia uma derrota total.
 
Ele perseverou durante o período de dificuldades. E no momento certo Deus o convocou para enfrentar centenas de profetas de Baal. Chamar fogo do Céu foi a obra mais poderosa que Deus fez através de Elias até então. Mas ele não conseguia visualizar o resultado final durante aquele período em que passava pela “lama” e se sentia inútil. Considerando as aparências tudo o levava na direção oposta do que ele desejava fazer. Ter que ficar foragido em outro país deve ter dado a impressão de que Elias era fraco e covarde. Muito humilhante provavelmente! Mas quando ele voltou, a pedido de Deus e no poder do Espírito de Deus, ficou claro que Deus era o autor do milagre. 
 
É verdade que muitos grandes homens de fé passaram por momentos em que estavam no auge, como vemos na história de José com Faraó, Elias quando chamou fogo dos céus, ou Daniel no palácio do rei. Mas a maior parte do tempo eles viveram na lama junto com as outras pessoas, porque nessa circunstância a sua fé se tornava visível e se fortalecia.
 
Um momento José vivia praticamente por cima de tudo, sonhando que até os irmãos mais velhos se curvavam diante dele. Num próximo momento ele estava sendo vendido como escravo e levado para outro país. Eventualmente ele alcançou o que poderia ser considerado o auge do poder, quando passou a administrar a casa de um dos personagens mais proeminentes do Egito. Mas isso não durou muito. Vítima da vingativa esposa do seu patrão, José foi parar na cadeia por não ceder.
 
Imagino o seu grau de desespero e sentimento de derrota. Parecia que ele estava acabado. Mas, por mais que se sentisse inútil, ele usou o pouco de que dispunha para continuar fazendo o melhor, mesmo que fosse interpretar sonhos para diferentes criminosos e alguns infelizes como ele.
 
José fez bom uso do que tinha em mãos, lá no lamaçal da prisão.
 
E uma vida que foi tocada naquela lama serviu de instrumento para alçá-lo à posição que Deus tinha preparado: a de segundo homem mais poderoso no governo no Egito.
 
O poder e o amor do Senhor na vida dos Seus filhos deve ser demonstrado tanto nos piores como nos melhores momentos. Tem que funcionar na lama, não só no palácio.
 
Às vezes, esses períodos na “lama” podem ocorrer pouco antes do nosso maior serviço para o Senhor. Mas quem pode saber com certeza o que o futuro nos reserva? Como já foi dito: “Se não estamos
mortos, é porque ainda não terminamos!”
 
Daniel permaneceu fiel em muitas situações impossíveis nas quais o poder de Deus foi provado diversas vezes para Nabucodonosor. No entanto, em determinado momento a sua presença na corte do novo rei, Belsazar, deixou de ser bem vinda. Mas o que parecia o fim foi apenas um período de preparação para algo que ninguém podia prever. Deus interviu para que se instituísse uma nova ordem mundial que colocou Daniel em uma nova tarefa: instruir Dario, governante do império medo persa.
 
E Moisés?
Apesar de Deus ter permitido que Moisés fosse criado na corte, essa não seria a sua obra mais importante.             Jovem, forte    e autoconfiante, ele ainda não estava pronto para o período no “palácio”, ou seja, para ser o instrumento que Deus usaria para salvar o Seu povo. Deus teve que colocá-lo na lama de Midiã, onde ele batalhou por anos no deserto tendo que confiar em Deus para tudo. Mas quando vemos o homem que ele se tornou, mesmo tendo dificuldade em se comunicar, mas enviado por Deus para viver entre os escravos no Egito e com fé de que Deus cumpriria o Seu plano por meio dele, então tem-se o material necessário para milagres.
 
Os nossos “palácios” podem não ser todos iguais exteriormente. No caso de Moisés, parece que o seu “palácio” foi o cumprimento do seu desejo de salvar o seu povo da escravidão. Toda aquela responsabilidade e as lutas para guiar o povo de Deus talvez não pareçam ser um “palácio”, mas Deus vê os desejos do nosso coração e prometeu cumpri-los se Lhe entregarmos nossos caminhos. O que poderia ser melhor do que isso?
 
E Jesus? Ele certamente teve o seu período de “lama”! Ele, o Deus do universo, deixou a glória do Céu para passar por frustrações, dores e os pesares da nossa existência. Ele abriu mão do Seu poder ilimitado de fazer tudo o que já havia feito antes. Jesus disse: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça.” Ele passou a maior parte do Seu tempo entre os pobres, os doentes e os desprezados, porque era onde havia uma necessidade desesperadora da Sua luz. Dessa forma pudemos entender a profundidade do Seu amor por nós.
 
Você já passou por um desses “lamaçais” e se indagou por que Deus haveria de afastá-lo de coisas importantes que estava fazendo para deixa-lo com a cara na lama ou em um lugar que mais parecia uma cela só que sem as barras? Você pode estar passando por um desses “momentos de profeta”, quando Deus o está preparando para algo que vai impactar outros e ecoar pela eternidade. Só entendemos o que é andar por fé quando andar por vista deixa de ser uma opção.
 
Se alguma vez sentiu que as coisas na sua vida deram tão errado que Deus não podia mais resgatá-lo e usá-lo para algo que Ele considerava grandioso, lembre-se das palavras do rei Davi. Ele cometeu atrocidades, no entanto sabia que se ele se arrependesse jamais seria abandonado pelo amor divino que sempre esteve ao seu lado.
 
“Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença?
Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu dissesse que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.”
 
Todas as pessoas grandiosas que Deus usa como exemplos tinham algo em comum: estavam decididas a permanecer fieis mesmo quando não entendiam o que Deus tinha planejado para suas vidas. Cada uma teve experiências singulares projetadas pelo Senhor para ajudar a formar um caráter forte e temente a Deus. Talvez precisassem aprender a ser humildes, como no caso de José, ou apenas a obedecer em fé, por mais impossíveis que as coisas lhes parecessem, como no caso de Elias. Na situação de Daniel, uma das coisas que Deus aparentemente queria lhe ensinar era que, enquanto estivermos nesta vida, Ele terá um propósito para nós e jamais saberemos tudo o que o futuro nos reserva.
 
Jesus trabalha na nossa vida de maneiras específicas. Não existem duas pessoas exatamente iguais ou duas vidas que transcorram exatamente da mesma maneira.
Não importa o que o presente e o futuro lhes reservem, lembre-se que tem a promessa divina de que Ele estará ao seu lado o tempo todo, quer no palácio, quer na lama.
 
 

Do Monturo ao Palácio

Havia ainda um jovem com um nome bem peculiar – Mefibosete -, que era filho de Jônatas e, provavelmente, estava na linhagem real. Fora nascido para ser príncipe, mas vivia no deserto. A Palavra de Deus diz que Mefibosete era aleijado de ambos os pés. 2 Sm 4:4 “Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés; era de idade de cinco anos quando de Jezreel chegaram as notícias da morte de Saul e de Jônatas; então sua ama o tomou e fugiu; sucedeu que, apressando ela a fugir, ele caiu, e ficou mando. Seu nome era Mefibosete.” O Vale de Jezreel, era a planicie onde se travou a batalha entre Israel e os Filisteus.
Como naquela época a medicina não era tão avançada, e havia pouco conhecimento de ortopedia, os ossos daquela criança cicatrizaram de forma errada, por isso seus pés cresceram deformados.
O nome “Mefibosete” em hebraico é composto por duas palavras; a primeira significa: “despedaçado”, e a segunda: “vergonha”. Creio que toda essa história, o ESPÍRITO SANTO escreveu para revelar nosso próprio estado decaído vergonhoso e vil. Assim é a expressão do nosso coração despedaçado pelo pecado, envergonhado diante de Deus e dos homens.
Em 2 Sm 9.8, Mefibosete ao chamar-se de “Cão morto”, ele usa as palavras descritivas para lembrar que ele era uma criatura desprezível, vil e indigna o pecado transtorna tanto o ser humano que afinal o torna desprezível aos seus próprios olhos, formando uma autoimagem negativa de si mesmo, incapaz de perceber que em Jesus Cristo ele se torna uma nova criatura.
 
O AMOR DE DEUS É INCONDICIONAL
 
No versículo 1 Davi faz menção de usar de benevolência baseado na Aliança de Amor que ele havia feito com Jônatas: “E DISSE Davi: Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul, para que lhe faça benevolência por amor de Jônatas?”; e num espaço de tempo entre os versículos 1 e 3 eu imagino que Davi tenha pensado, refletido, e chegado à conclusão de que ele conhecia o seu próprio coração, que era incapaz de amar a Mefibosete baseado no seu próprio amor, então no verso 3 ele recorre à outra expressão: “Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu use com ele da benevolência de Deus?” Davi entende que seria incapaz de amar a Mefibosete baseado somente na Aliança que ele havia feito ao seu fiel amigo Jônatas, então ele recorre ao amor incondicional de Deus, que ele mesmo conhecia profundamente. Não há absolutamente nada em nós humanos pecadores que altere o amor incondicional de Deus.
Não temos méritos algum, nada podemos fazer para Deus para que Ele nos ame.
 
SE ELE NÃO OBTIVER UMA REVELAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS!
 
1.Olhando para o versículo 1 do capítulo 9 de 2 Samuel, a frase “…para que lhe faça bem…”, é o termo hebraico CHESED, traduzido por GRAÇA; é muito mais que um favor imerecido; a Graça só pode mesmo brotar do coração de Deus que tanto amou o homem pecador.
2.Quando ele indaga: “Há alguém…” – é um desejo incondicional, uma questão que flui graça, amor e misericórdia de Deus; O que levaria ao Rei Davi se interessar por alguém da linhagem antecessora do rei, se era comum que o novo rei desterrasse por completo a linhagem anterior do seu reino? Só o amor de Deus derramado em nossos corações nos levam às atitudes reais e tão sublimes como esta do Rei Davi.
Quais as realidades espirituais deste texto podemos tirar como lições para nossas vidas hoje através de Davi e Mefibosete?
Davi – representa o Senhor Jesus Cristo que, por causa da Nova Aliança baseada no Seu sangue derramado na cruz do calvário, decidiu usar de bondade amor e Graça para conosco. Davi foi bondoso com Mefibosete, não porque o filho de Jônatas fosse merecedor de honras, deficiente físico que deveria gozar de algum privilégio social, ou bonzinho, mas apenas por causa da aliança firmada com o filho de Saul.
Mefibosete – representa o homem pecador, aleijado, deficiente físico e espiritual por causa do pecado. O homem fora criado por Deus para ser rei, mas vive na plebe, na miséria, com os pés quebrados, mas saiba: Deus é Misericordioso, e Suas Misericórdias são a causa de não sermos consumidos, pois Elas se renovam a cada manhã.
Hoje, Jesus, o nosso Rei, quer usar de bondade para conosco, não porque sejamos merecedores, porque não há nada que façamos nesta terra que nos faça ser merecedores de alguma Graça que vem de Deus, mas por causa da aliança firmada com o Sangue do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, vertido na cruz do calvário.
 
O QUE SIGNIFICA TER OS PÉS ALEIJADOS?
 
A principal característica de Mefibosete eram os seus pés aleijados. O significado de pés na Bíblia, apontam para o nosso caminhar. O Fato de
Mefibosete ter os pés aleijados, significa que seu caminhar diante dos homens era torto, deficiente, e diante de Deus, era espiritualmente defeituoso; definitivamente havia pecados na vida deste homem e ao estudar a sua história podemos concluir isto. 
Destacamos aqui o grande Amor que o Senhor demonstrou: Ele resolveu usar de bondade para conosco quando ainda tínhamos nossos pés aleijados, joelhos trôpegos e mãos decaídas, quando andávamos por caminhos tortuosos, andávamos desgarrados, andávamos no pecado Se o pecado persistir em nossas vidas teremos as mesmas características de alguém com os pés aleijados.
Em primeiro Lugar, um aleijado não anda normalmente, anda cambaleante, ele não anda ereto. Quando há pecado em nossas vidas, andamos cabisbaixos, alienados de Deus, incapazes de olhar para o céu em gratidão a Deus, por causa da terrível vergonha que o pecado nos causa;
Em segundo lugar, alguém que possui um andar defeituoso não consegue andar tanto quanto os outros, este indivíduo é lento, cansando-se rapidamente porque precisa gastar muita energia; É perceptível como o pecado na nossa vida drena nossas forças e nos faz incapazes de avançar normalmente na Vida Cristã como os demais irmãos, então passamos a ser fardos pesados, pedras de tropeços, e impedimos a Igreja de avançar, pois somos carregados pelos outros;
Em terceiro lugar, por ser uma pessoa com os pés aleijados, além de atrasar o avanço dos outros, não conseguimos chegar até onde os outros normalmente vão, aleijados, ou deficientes físicos possuem enormes dificuldades e muitos obstáculos são colocados para eles caminharem. E atentem bem, não estou aqui me referindo às deficiências físicas, estou falando de deficiências espirituais. Lembra-se do pecado de Miriam, irmã de Moisés? Ela teve de ser colocada fora do arraial, e enquanto ela estava fora do arraial para ser restaurada da sua lepra, Moisés e o povo de Israel ficaram impedidos de prosseguir a sua jornada. Ela atrasou o avanço do arraial para chegaram em Canaã. Vejam sinceramente, o quanto eu e você muitas vezes temos impedido que o arraial do Senhor avance para o alvo que o Senhor propôs.
Se você tem percebido que não consegue caminhar normalmente junto com os demais irmãos, não tem sentido prazer na comunhão dos santos, e que está havendo um cansaço de alma constante fazendo-o desistir, deixando os sonhos morrerem à beira do caminho, enquanto todos caminham avante, pare e observe se porventura, há pecados em sua vida. Por outro lado, pode ser que você esteja consciente do seu pecado e, por isso mesmo, tem entrado num estado de prostração e desespero angustioso de tentar esticar os pés tortos. As pessoas dizem que é só uma questão de decisão, de perseverança ou disciplina mas nada parece fazer efeito sobre os seus pés.
Tantos caminham normalmente eretos ao seu lado e você não entende por que eles têm tido sucessos, parecem tão ágeis, rápidos, espertos, com um caminhar tão correto diante de Deus e você vive capengando num caminhar desajeitado de altos e baixos, tropeçando aqui, caindo acolá. Você sente se diferente, mais pecador e pior que os outros. É impossível ao homem esticar os próprios pés aleijados. É terrível quando somos cobrados por coisas que não conseguimos mudar em nós. O nosso estado psicológico fica destroçado. Foi exatamente isso que aconteceu com este homem, Mefibosete, e por isso que ele foi morar muito longe das terras reais dos seus pais, foi morar em LO-DEBAR.
 
LO-DEBAR É DESERTO, É LUGAR DE FUGA!
 
Lo-Debar é um lugar seco e árido, inóspito, onde nada se planta e nada se colhe. Em deserto, lugar de areia e sol escaldante não adianta plantar nada mesmo. É um lugar de desolação, tédio, solidão, depressão, tristeza, é de fato um lugar de fuga. A situação fica pior quando lembramos que
Mefibosete fora criado para ser um príncipe, pois era da linhagem Real de Jônatas, filho do rei Saul, criado para morar num palácio e desfrutar do melhor da vida. Não fomos criados para nos contentar com uma vida árida, pois fomos criados para abundância e para dignidade. Não somos donos do mundo, mas somos filhos do dono! Diz um provérbio popular. Mas, quando cedemos espaço em nossas vidas para aquilo que está fora da vontade de Deus; quando o nosso caminhar está fora do padrão do Senhor, invariavelmente, vamos morar fugindo isolado em Lo-Debar, no deserto, quando deveríamos morar em Canaã, o lugar de delícias. Por detrás de um deserto sempre existem pés aleijados. É por isso que o casamento de muitos é Lo-Debar, o trabalho, a vida emocional, a vida financeira e a vida espiritual de tantas pessoas é Lo-Debar. Este é o lugar daqueles feridos, machucados, daqueles que vivem no anonimato por causa do nosso pecado. Este é um lugar onde mora alguém que já perdeu todas as esperanças! Mas hoje tenho uma boa notícia para todos nós. O Rei Davi, veio buscar Mefibosete em Lo-Debar, para morar em Jerusalém a cidade do Grande Rei. Além disso, Davi restituiu tudo aquilo que, por direito de herança era de Mefibosete.
 
O Rei dos Reis, Jesus Cristo, veio hoje ao nosso encontro em Lo-Debar, para nos levar para Jerusalém, a cidade do Grande do Rei, e também veio nos restituir tudo aquilo que perdemos ou que o inimigo nos tenha roubado. Ele quer usar de bondade para conosco e nos levar para Jerusalém, onde está o melhor de Deus – uma vida de abundância e prosperidade. Não merecemos nada, mas Deus que é o dono de todo ouro e toda prata, de todas as riquezas, quer nos dar tudo. Somos Co Herdeiros com Jesus Cristo, pela Sua divina e abundante Graça.
Uma autoimagem negativa de si mesmo é extremamente venenosa, e nos impede de vermos com nitidez a Deus, e como é terrível nossa miopia espiritual, e como isto nos impede de sermos abençoados por Ele.
Qual foi a atitude de Mefibosete quando o Rei Davi o procurou para fazer-lhe bem? Mefibosete disse ao rei: “na verdade não passo de um cão morto; não mereço receber nada de Deus.” Um homem com autoimagem negativa, com baixa estima de si mesmo, não percebe que Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo conquistou uma herança incorruptível e gloriosa na Cruz, e que agora somos co herdeiros de Deus com Cristo Jesus.
Mebifosete tinha sua autoimagem negativa, só via a si mesmo, e não para o que Deus poderia fazer por ele. Forçado pelas circunstâncias em que ele vivia. Embora não tenhamos méritos nenhum diante de Deus. É como se ele dissesse: – já tentei mudar o meu andar de todas as formas, já tentei sair desta vida de sequidão de todo jeito, mas não consigo. Eu só posso concluir que eu não presto para coisa alguma. Não sou nada mesmo. Não tenho nenhum valor. Não passo de um cachorro morto. Embora devamos entender que o homem pecador é vil, desprezível, sem nenhum valor, mas Em Cristo somos novas criaturas, e temos valor para nosso Deus Pai. É nesse momento que precisamos lembrar que ninguém pode esticar os próprios pés aleijados. 
Nós precisamos de um santo ortopedista, do Médico Jesus Cristo de Nazaré.
Ficar se autodepreciando, numa atitude de auto piedade, não honra a Deus, mas esconde nosso orgulho, mascaramos uma falsa humildade.
Precisamos crer e nos abrir para receber a graça do Senhor. Não há nada imutável a não ser o próprio Eterno Deus que é o mesmo ontem, hoje e será eternamente o mesmo; mas até o pau que nasce torno, como diz o provérbio popular, O Carpinteiro de Nazaré poder endireitar. Quer mudar a sua imagem? Ande com Jesus Cristo!
 
SEIS SIGNIFICADOS ESPIRITUAIS DE SE ASSENTAR À MESA DO REI:
 
Mefibosete comeu pão assentado na mesa do rei Davi, como se fosse um dos filhos de Davi (V.11). Nós porém, nos assentamos à mesa do Senhor, porque formos feitos de fato filhos do Rei. Há pelo menos seis significados espirituais pelo fato de assentarmos à mesa do Rei:
 
1.         RECEBER HONRA REAL – Rostos tristes, deprimidos, deficientes físicos, não eram permitidos entrar na presença do Rei. Ester 4:2 diz: ”E chegou até a porta do rei, porque ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei.”
Veja também Neemias 2:2 “o rei me disse: por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Então temi sobremaneira”, sabe por que Neemias ficou amedrontado? porque um servo com o rosto triste não era permitido entrar na presença do rei. Somente as pessoas nobres e honradas comem assentados na mesa do rei. Você pode fazer ideia do que isso representava para alguém que se via como um cachorro morto, como alguém que a si mesmo sentia desprezado, sentia-se um lixo? É tamanha a bondade do rei que é quase impossível de acreditar nesta possibilidade. Mas, pelo Seu infinito amor, Deus nos fez nobres em Jesus Cristo. Não somos mais cães mortos; somos filhos do Rei.
Somos Coerdeiros do Reino, em Cristo.
 
2.         DESFRUTAR DA COMUNHÃO DO REI – É ser chegado bem próximo do Senhor, é sentir o seu perfume, o pulsar de suas veias, o bater do seu coração, ouvir as coisas de perto, seus segredos, é desfrutar da abundância da sua provisão. É comer e beber do melhor. A Palavra de Deus diz em Isaias 1:18 “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” Qual o ser humano que não gosta, não se sente honrado de estar perto e ser amado e reconhecido por uma pessoa famosa? Quando aceitamos o convite de Jesus para cearmos com Ele, nós estamos assentados diante do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, não existe um Rei maior que o Senhor Jesus Cristo, e não existe um Reino mais rico e duradouro que o Dele. 
Mas, muitos recusam o maravilhoso convite da Graça. Querem continuar vivendo em Lo-Debar na pobreza e na miséria de vida material e espiritual. E atentemos também que a Mesa do Senhor é o lugar da nossa comunhão com outros irmãos, é na comunhão que o Senhor ordena a Sua Bênção. E veja como preciosa é esta comunhão, como nos ensina o salmista Davi, Salmos 133:1-3 “OH! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. 3 Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque
ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.”
 
3.         OS PÉS ALEIJADOS SÃO ENCOBERTOS – a mesa simboliza a ação do sangue de Jesus na Nova Aliança. Pois quando estamos assentados à mesa, ninguém vê os pés uns dos outros? Assentados à mesa todos somos iguais, até mesmo o homem mais aleijado, o mais terrível pecador, e com os pés mais deformados, passa a ser saudável. Na mesa da Comunhão com Cristo e com os nossos irmãos podemos ver nitidamente como é bela a nossa comunhão com Deus e com os nossos irmãos baseado no sangue de Jesus que nos cobre e nos livra de nossas iniquidades.
Deus não quer olhar para os nossos pés tortos, pois Ele já fez a provisão completa pelo sangue de Jesus Cristo. 
Precisamos enfim, ter uma profunda revelação do significado da Mesa do Senhor. Não se trata de um pão e um pouco de vinho, mas a Mesa do Senhor aponta para o sacrifício vicário de Cristo, aponta a incomensurável Graça do Amor de Deus sendo alimento e bebida para nossa saúde espiritual. Ao olharmos para Mesa do Senhor, precisamos atentar para o significado do Pão inteiro que é o próprio Senhor Jesus Cristo, e o pão partido é a Sua Igreja. Assim, jamais os crentes devem se ausentar da mesa, não é isto que Paulo ensina em I Coríntios 11, mas Paulo fala para termos a revelação do Corpo Místico de Cristo, logo, deveremos então aproximarmos muito mais da Sua Mesa, onde está o suprimento, a cura das nossas enfermidades, a bebida, a Graça e o Amor de Deus sendo expostos ao nosso favor.
 
4.         DIETA APROPRIADA, FAZ MUDAR A IMAGEM DE SI MESMO–
A Bíblia nos mostra que nós somos mudados pela nossa dieta. Aquilo que comemos, passa a fazer parte do nosso organismo, daí a dieta apropriada nos faz mudar a autoimagem negativa que temos de nós mesmos, para alguém otimista, alegre, disposto.
 
A Palavra de Deus nos ensina que contemplando o Senhor Jesus somos transformados de Glória em glória, refletindo como por um espelho a imagem do Senhor Jesus. E na mesa do Rei os alimentos mais saudáveis, mais apropriados, os mais excelentes são servidos. 
Aqui está a maravilhosa obra do Senhor Jesus Cristo na cruz. Ele não apenas cobre os nossos pecados, mas nos liberta e nos cura quando comemos da Sua carne, que é a Palavra, e bebemos do seu sangue, que possuem todos os nutrientes de vitaminas e sais minerais mais completos. Comer diariamente à mesa do Rei é a maneira de Deus nos transformar e curar os nossos pés. Depois de tentarmos de tudo para nos curar e provarmos da angústia de um caminhar defeituoso e pecaminoso, só nos resta aceitar a Sua oferta de usar de bondade para conosco, nos levando de Lo Debar para Jerusalém, onde podemos comer sempre do mais excelente alimento assentados à Sua mesa.
 
5.         NA MESA DO SENHOR NÃO HÁ LUGAR PARA
CRÍTICAS – O Rei Davi não chamou Mefibosete para dar-lhe uma ordem que ele não fosse plenamente capaz de cumprir. Ele também não chamou
Mefibosete para criticar sua deficiência física, seu caminhar torto. Não o humilhou nem o rejeitou, mas se ofereceu para usar de bondade para com ele.
O Rei não faz acepções de pessoas todas e quaisquer pessoas que recebem a Jesus como Senhor e Salvador são aceitas de maneiras iguais na Mesa do Senhor. Ali o pecador por mais vil que seja pode desfrutar da comunhão com Rei Jesus e também com os demais irmãos.
 
6.         NO REINO NÃO HÁ LUGAR PARA OCIOSOS, TODOS SÃO ÚTEIS – Somos um reino de sacerdotes, todos nós somos ministros, esta ideia onde só o clero trabalha é fruto da religião sem Deus. Pois Deus sempre trabalhou e sempre trabalhará. Nós todos temos de ser participantes na obra de Deus. A religião criou um sistema onde só pastores tem de trabalhar, são assalariados, e os demais são meros expectadores assentados e limpando os bancos nos prédios de reuniões. Uns pagam e outros executam a obra! No verso 10 quer dizer que embora Davi fosse prover as necessidades básicas de Mefibosete, este seria responsável pela manutenção de sua própria família e de seus servos. Mesmo deficiente físico, pode ser útil no Reino. Aqui não há lugar para preguiçosos e expectadores. Aqui não há lugar para turistas espirituais.
Nestes dias o Rei tem nos enviado ÀS NAÇÕES, às cidades, aos centros, às vilas, aos becos, à convidar as pessoas para virem ao Seu Reino.
Aqui há muitíssimos lugares para os excluídos, para os pobres, meretrizes, prostitutas, homossexuais, bêbados, pobres, ricos, de todos os povos e nações.
O Rei dos Reis, Jesus de Nazaré está te chamando: – “Venha do jeito que você está, venha pecador, aleijado, mancando, arrastando, mas venha; porque eu quero usar de bondade para com você”.
A mesa já está posta, venha assentar-se já! 
 
É de Graça, não se cobra ingresso nem sacrifícios. Ele só está esperando você chegar para dar início à festa. 
 
“Eis que Eu estou à porta e bato, e se, alguém ouvir, e abrir a porta, Eu entrarei em seu coração, e farei uma Festa” Ap. 3:20.
 

Do Pó ao Palácio

Ele ergue do pó o desvalido, e do monturo, o necessitado, Para assentá-lo ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo. Faz que a mulher estéril viva em família, e seja alegre mãe de filhos.
 
A tradução NVI diz: Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre.
 
Está escrito que o trono de Deus está nas alturas; e que Ele se inclina (vs.6) para ver o que se passa no céu e sobre a terra.
 
E é na terra que se encontram os desvalidos.
 
É só irmos aos manicômios, aos asilos, aos albergues, as cadeias, as casas de recuperação, as esquinas da vida que sempre encontraremos um desvalido ou um necessitado.
 
E Deus tudo ver! Este Salmo retrata nestes três versos a condescendência de Deus para com os humildes exaltando-os do pó para o palácio. Da miséria ao aconchego do lar.
 
A Bíblia registra a história de um homem que se tornou um desvalido e necessitado por não ter quem o ajudasse; Mefibosete era o seu nome.
 
Com a idade de cinco anos Mefibosete perdeu os pais, perdeu o avô, sofreu uma violenta queda e ficou aleijado dos pés.
 
II Sm. 4:4
Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés. Ele tinha cinco anos de idade quando chegou a notícia de Jezreel de que Saul e Jônatas haviam morrido. Sua ama o apanhou e fugiu, mas, na pressa, ela o deixou cair, e ele ficou manco. Seu nome era Mefibosete.
 
Muitos como Mefibosete de uma hora para outra mudaram de classe, viram seus destinos alterados e para pior.
 
Mefibosete, da classe real, da classe dos príncipes, para a classe dos órfãos, desvalidos e necessitados; tudo em questão de horas.
 
Como costumamos dizer: de uma hora para outra!
 
Da linhagem real para a linhagem dos desabrigados, dos descamisados. Dos sem teto.
 Por ser aleijado dos pés até o direito de se chegar ao altar de Deus ele perdeu.
 O homem que tenha o pé quebrado ou a mão (Lv.21:19-23) quebrada por causa do seu defeito, não se aproximará do véu nem do altar, para que não profane os meus santuários. 
 
Qualquer ser humano nas condições de Mefibosete, não é só um desvalido, não é só um necessitado, é um miserável mesmo.
 
A sorte de Mefibosete, é que Deus se inclina (vs.6) para ver o que se passa no céu e sobre a terra. - Acredite nisto Deus está vendo a tua situação atual.
 
Ao se inclinar para ver o que se passava sobre a terra o Senhor viu Mefibosete e viu também Davi, como também nos tem visto hoje, e te ver agora, neste instante.
 
Para trazer Mefibosete do monturo (do lixo) para o palácio, Deus precisava de um homem que fosse rei; este rei foi Davi.
 
Com a morte de Saul, Davi assumiu o trono de
Israel.
 
Sobre Davi está escrito que ele administrava a justiça e o direito.
II Sm.9:15
Davi reinou sobre todo o Israel, administrando o direito e a justiça a todo o seu povo.
 
E na administração do direito e da justiça o rei Davi perguntou: II Sm.9:1
Resta ainda alguém da família de Saul a quem eu possa mostrar lealdade, por causa de minha amizade com Jônatas?
 
Ninguém sabia responder; porém havia um antigo servo chamado Ziba e Davi perguntou a ele:
Vs.3.
Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu use da bondade de Deus para com ele? Então Ziba respondeu: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés.
 
Deus incomodou a Davi que incomodou a Ziba, para saber de Mefibosete, o desvalido e necessitado. Deus me incomodou agora para te escrever esta mensagem.
 
Alguém sabia onde Mefibosete estava.
E onde está ele? Perguntou-lhe o rei. Ziba lhe respondeu: Está na casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar.
 
Lo-Debar significa: Cidade de miséria ou lugar de miseráveis.
Mefibosete do palácio foi parar no monturo vivendo entre os mendigos e miseráveis de sua época.
 
Lugar de príncipe não é no monturo e sim no palácio real entre os príncipes do seu povo. (Lugar de crente não é fora da Igreja).
 
Vs.5.
Então mandou o rei Davi traze-lo de lo-Debar, da casa de Maquir, filho de Amiel.
 
Agora pelas ruas de Lo-Debar tinha alguém procurando por Mefibosete; chamando-o pelo nome. E Mefibosete foi encontrado.
 
Trazido de volta para o palácio lugar de onde nunca deveria ter saído, Mefibosete teve um encontro real, um encontro com o rei Davi.
Vs.7
Disse-lhe Davi: Não temas, porque usarei de bondade para contigo, por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul teu pai e tu comerás para sempre à minha mesa.
 
No palácio havia um lugar reservado à mesa só para Mefibosete e ao lado do rei Davi. 
- Há um lugar reservado na Igreja de Deus só para você; creia!
O rei Davi ordenou que se devolvesse tudo que antes Mefibosete havia perdido e ordenou que Ziba cuidasse de tudo. – O Senhor fará o mesmo contigo hoje!
 
Disse ziba ao rei: Segundo tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim se fará. Comeu, pois, Mefibosete, à mesa de Davi, como um dos filhos do rei.
 
Ele ergue do pó o desvalido, e do monturo, o necessitado. 
 
Ziba nos faz lembrar o Espírito Santo a serviço do Rei Jesus que ordena:
Lc. 14:21
Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.
Depois de tudo feito disse o servo: ainda há lugar. Sai pelos caminhos e atalhos e obriga-os a entrar, para que fique cheia a minha casa.
 
Saiba que até hoje ainda há lugar para ti.
 
II Sm.9:13
Então Mefibosete, que era aleijado dos pés, foi morar em Jerusalém, pois passou a comer sempre à mesa do rei.
De Lo-Debar o lar dos miseráveis, para Sião, o palácio do rei em Jerusalém.
 
Mefibosete saiu do pó para o palácio; mas ainda há lugar para os Mefibosetes desta vida.
 
Quantos ainda hoje, que deixaram o conforto da casa do Senhor para mendigar felicidade nos antros de perdição e agora choram amargamente a perda da família e a perda da comunhão com Deus e a comunhão com a Igreja?
 
Mas o Rei Jesus o que administra a justiça e o direito melhor do que Davi, hoje perguntou por você; e o Espírito Santo disse que você está na miséria comendo o pão que o diabo amassou.
 
Mas o Rei dos reis e Senhor dos Senhores já deu ordem ao Espírito Santo para te trazer agora de LóDebar e te colocar de volta no Reino da Sua Maravilhosa Luz.
 

 Um Coração Cheio de Amor por Deus

O que fez o com Davi fosse tão importante para Deus a ponto de ser chamado homem segundo o coração de Deus? Segui abaixo algumas posições que Davi tomou que arrebatou o coração.
 
1-         Ele quis construir um palácio para Deus. 1 Cr.29:1
Ele não achava justo ele morar em um, e Deus morar numa Tenda.
Ele amava a Deus.
Ele se importava com Deus.
 
2-         Ele providenciou recursos para a construção do palácio. 1 Cr.29:2-4 Ouro, prata e bronze do reino.
Suas próprias riquezas.
 
3-         Ele incentivou outros a ofertar para construção do palácio. 1 Cr.29:5-8 Ele fez o convite. V-6 O povo ofertou espontaneamente.
Houve grande alegria.
 
4-         Para que construir um palácio (templo) para Deus?
Para Deus salvar pessoas.
Para Deus libertar pessoas.
Para Deus ensinar sua verdade as pessoas.
Para Deus Manifestar sua Glória. 2 Cronicas 7:1-3
5-         Porque muitas pessoas não conseguem ter um coração que agrada a Deus?
Elas acham que não é tempo de construir um templo para Deus. Ageu 1:3
Elas pensam apenas em suas vidas. Ageu 1: 4 Por causa dista não prosperam. Ageu 1:5-11.
 
Davi foi reconhecido por Deus como homem segundo o seu coração e foi muito rico e abençoado. E você como está sua vida? Vamos construir um palácio (templo) para Deus? A resposta sendo sim e a posição sendo verdadeira Ele te dizem:
“Mas de hoje em diante abençoarei vocês”. Ageu 2: 19.
 

O Maior Construtor do Mundo

Fazer, desfazer e refazer. A expressão lembra a criança na praia sobrepondo com cuidado e carinho os montinhos de areia para construir o seu castelo. A criança não tem pressa para terminar o castelo porque a tarefa é prazerosa. Ela está ali, sorrindo, completamente envolvida nesta construção.
 
Desde criança aprendemos a construir nossos castelos. Às vezes, dependendo das características e da importância do castelo, nos esquecemos até de nós mesmos.
 
Sabemos que o nosso castelo poderá cair se não estiver bem edificado.
 
A Bíblia exorta – “Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam” - Salmo 127.1.
 
Não é fácil edificar a sua “casa” que pode ser o seu projeto de vida, seus planos profissionais ou espirituais, seu casamento, a educação dos seus filhos, as decisões que você precisa tomar no seu dia a dia.
 Quando o Senhor está no comando, incluído nos seus planos, tudo dá certo, mesmo que aos seus olhos pareça que as coisas não andam nada bem, mesmo que em algum momento você se sinta frustrado e abandonado.
 
Mesmo que você sem entender muito bem, precise derrubar um castelo para que Deus o oriente na construção de uma casa simples, ou quem sabe até de uma choupana que conforme a vontade de Deus é infinitamente melhor do que um castelo sem a Sua presença.
 
Digo isto porque muitas vezes o nosso castelo é pura ilusão. Tenha sempre em mente: quem precisa edificar a casa é o Senhor. Isto não quer dizer que você vai cruzar os braços confiando que Deus cuidará de tudo para você.
 
A sua “casa” na verdade será edificada aos poucos, porém nenhum tijolinho será assentado sem o consentimento de Deus.
 
Viva em comunhão com o Nosso Pai Celestial.
Mantenha os seus olhos fixos no Senhor!
 
Quando Pedro caminhava sobre as águas olhando para o Senhor Jesus, ele seguia em frente, mas quando baixou os olhos e percebeu o que estava fazendo, sentiu medo e começou a afundar.
 
Nós somos iguaizinhos a Pedro. Quantas vezes perdemos a noção das coisas e aparvalhados, fraquejamos e se Deus não nos acudir perecemos.
 
Ninguém disse que a jornada cristã seria fácil, tranquila, sem problemas:
 
”No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” - João 16.33.
 
Deixe a sua “casa” nas mãos do maior construtor do mundo: Deus!
 
 

Casa do Senhor

"Acaso é tempo de habitardes em casas apaineladas, enquanto a minha casa permanece em ruínas? Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa." [Ageu 1.4,9] 
 
Lendo este texto em minha meditação desta manhã, fiquei pensando em quantas vezes acreditamos que estamos fazendo o melhor para Deus e, na verdade, estamos mais preocupados com os nossos próprios interesses egoístas. 
 
Quantos de nós achamos que estamos servindo a Deus e à Sua Igreja, quando, de fato, estamos preocupados em defender a nossa casa, os nossos familiares, o nosso carro, o nosso emprego? Pois bem, o texto acima, nos chama a atenção para o que Deus nos diz acerca de deixarmos a Sua casa em ruínas, enquanto nos preocupamos em embelezar a nossa. Ele nos diz que não é correto que Ele habite em casas caindo aos pedaços, enquanto nós estamos confortavelmente instalados em nossas bem cuidadas residências. 
Será então que isso quer dizer que Deus não quer que façamos consertos e reformas, ou mesmo que nos mudemos para uma casa melhor, maior, mais bonita e confortável? CLARO que NÃO! É lógico que Ele quer que tenhamos o melhor estilo de vida possível, desde que nos empenhemos e façamos por merecer.
 
O que Ele não quer, amados, é que nós, Seus filhos, nos esqueçamos d’Ele e de Sua Casa. E o que isso quer dizer? Ele quer que cuidemos bem do Seu templo, que o mantenhamos sempre bem organizado, limpo, pintado; Não, não precisa ser nenhuma construção faraônica, mas um lugar agradável, no qual tenhamos prazer em estar. 
 
Mas o mais importante que Deus nos fala neste texto, é que Ele quer que cuidemos de nossa vida espiritual, da nossa comunhão com Ele. Sim, o texto fala também de nós. 
 
Onde, se o texto fala é de casas, de construções? Ora... não somos nós a casa de Deus? Não é o nosso corpo o templo do Espírito Santo? Não somos nós as pedras vivas com que o Senhor constrói o Seu altar? Não somos a matéria-prima de Deus para edificação do Seu Reino de Paz e
Justiça? 
Portanto, devemos entender que é importante cuidarmos do templo, do altar, de nós, de nossas famílias e, principalmente, de nosso espírito. 
 
Cuidemos com zelo e amor da casa do Senhor e do Templo do Seu Espírito. 
 
Só assim seremos verdadeiramente Seus discípulos.
 

Edificando a Casa de Deus

Um dos meus filmes favoritos é “Crocodilo Dundee”, e umas das minhas cenas prediletas é aquela em que Dundee está em Nova York, andando pela cidade com a namorada. De repente, uma gangue de ladrões sai de um beco escuro. Um dos bandidos o ameaça com uma faca e exige que Dundee lhe entregue seus pertences. Calmamente, Dundee olha para eles antes de responder: “Isso não é uma faca... esta é uma faca! Aí ele puxa uma faca imensa, que faz a navalha do pretenso bandido parecer um canivete, enquanto a gangue se manda.
 
Essa cena me faz lembrar do nosso texto. Davi acabou de concluir a construção de seu palácio. Ele olha para fora e vê a arca do Senhor, alojada em uma tenda, e se põe a pensar... um plano começa a se delinear na sua cabeça. Por que não construir uma casa para Deus, um templo? Assim, ele chama seu amigo e confidente, o profeta Natã, e lhe dá uma ideia do que pretende. Natã consente rapidamente, achando que o plano de Davi para a tal “casa” agradará a Deus. No entanto, naquela noite, Natã é corrigido por Deus e tem de voltar a Davi com sua avaliação profética revisada. Por intermédio de Natã, Deus fala com Davi.
 É como se Deus estivesse olhando de cima para a planta desenhada por Davi para a “casa” de Deus. Ele, então, olha para Davi e diz: “na verdade, Davi, isso aí não é uma casa... isto é uma casa”. Se Davi pensa que pode edificar uma casa para Deus, ele está muito enganado. É Deus quem planeja edificar uma “casa” para ele. E que casa será! Atentemos para as palavras de nosso texto e aprendamos que tipo de casa Deus edificará para Davi, e como ela será maior do que a casa-templo que Davi quer edificar para Ele.
 
Este é um texto importantíssimo no Antigo Testamento. Mal podemos avaliar sua importância não só para Davi, como também para Israel e para toda a humanidade.
 
“Walter Brueggemann considera esta história de Davi e Natã como o ‘centro dramático e teológico de toda a obra de Samuel... um dos textos do Antigo Testamento mais importantes para a fé evangélica.’”
 
O texto contém aquilo que os teólogos costumam chamar de “a aliança davídica”, uma das grandes alianças da Bíblia. Nesta mensagem, tentaremos investigar o seu significado e a sua importância.
 O Plano de Davi e a aprovação do Profeta
“Sucedeu que, habitando o rei Davi em sua própria casa, tendo-lhe o SENHOR dado descanso de todos os seus inimigos em redor, disse o rei ao profeta Natã:
Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda. Disse Natã ao rei: Vai, faze tudo quanto está no teu coração, porque o SENHOR é contigo.”
 
Davi percorreu um longo caminho desde os seus dias de pastor de ovelhas quando jovem. Mal tinha começado a ficar claro para ele que Deus o estabelecera como rei sobre Israel (II Samuel 5:12). Por duas vezes, os filisteus procuraram destruí-lo e, por duas vezes, ele os derrotou. Os inimigos ao redor de Israel, neste momento, estão em paz com Davi. Com a ajuda de Hirão, rei de Tiro, ele conclui seu próprio palácio e agora vive em majestoso esplendor. Agora ele tem tempo para se dedicar a outros empreendimentos.
 
Após a primeira tentativa frustrada, a arca de Deus foi trazida com êxito para Jerusalém e alojada em uma tenda. Talvez Davi tenha olhado de cima de seu palácio e seus olhos tenham se fixado na tenda do tabernáculo, onde a arca era mantida. De alguma forma, pareceu-lhe inadequado viver luxuosamente enquanto a arca ficava num lugar tão simples e aparentemente provisório. Ele, então, tem a ideia de construir uma outra casa; esta segunda casa será um templo, onde a arca poderá ser           guardada        em       um       ambiente bem mais apropriado.
 
Davi já se decidiu. É isso o que ele fará. Por isso, confidencia seu plano ao profeta Natã, que também parece ser amigo e confidente do rei. Como um gesto tão generoso poderia estar errado? Por que Deus não deveria ter um lugar de habitação mais adequado? E assim, sem consultar a Deus, Natã dá permissão a Davi para ir em frente. Basicamente, ele diz: “Parece ótimo para mim e estou certo de que para Deus também.” Em termos bíblicos: “Vai, faze tudo quanto está no teu coração, porque o SENHOR é contigo”
 
Visão e Revisão
 
“Porém, naquela mesma noite, veio a palavra do SENHOR a Natã, dizendo: Vai e dize a meu servo Davi: Assim diz o SENHOR: Edificar-me-ás tu casa para minha habitação? Porque em casa nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje; mas tenho andado em tenda, em tabernáculo. Em todo lugar em que andei com todos os filhos de Israel, falei, acaso, alguma palavra com qualquer das suas tribos, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que não me edificais uma casa de cedro?”
Lembro-me de que, anos atrás, fiz parte da administração de uma pequena faculdade. Na verdade, eram duas escolas.
Uma delas era uma faculdade e a outra, um programa de recuperação escolar, destinado a preparar jovens com deficiência educacional para o nível universitário. Eu não fazia parte da faculdade, e sim desse programa. Certa vez, quando a faculdade estava precisando de um professor, achei que tinha o candidato perfeito. O problema era que o reitor já tinha feito sua escolha. Imprudentemente, falei com o presidente das duas escolas e ele me incentivou a levar minha ideia ao reitor. Não foi uma boa coisa. A resposta do reitor à minha sugestão me pegou completamente desprevenido. “Senhor Deffinbaugh”, respondeu ele bem irritado, “quem dirige esta escola, o senhor ou eu?” Epa! Fiz besteira. A propósito, ele tinha razão. Minha ideia era apenas uma ideia, e não era eu quem dirigia a escola.
 
Natã certamente poderia compartilhar da forma como me senti naquele dia. No meio da noite, Deus lhe dá uma revelação direta, que ele deve transmitir a Davi. De certa forma, isso coloca os dois no devido lugar. Como eu, Davi tinha uma ideia brilhante, mas que não correspondia ao plano de Deus. A pergunta que Deus faz a Davi dá o tom do que vem a seguir: 
“Edificar-me-ás tu casa para minha habitação?” Epa! Gosto do jeito como Eugene Peterson coloca esse ponto:
 
“Entretanto, há ocasiões em que, depois de uma noite de oração, nossos planos mirabolantes para fazer algo para Deus são vistos apenas como um grande espetáculo humano daquilo que Deus está fazendo por nós. Foi isso o que Natã percebeu naquela noite: Deus lhe mostrou que os planos de
Davi interfeririam em Seus planos para ele.”
 
Antes de prosseguirmos, tenho que ressaltar alguns detalhes importantes. Repare que os versos 1 a 3 se referem a Davi como rei, mas quando Deus se refere a ele, Ele o chama de meu servo Davi (verso 5). Creio que posso sugerir que Davi está um pouco consciente demais de sua posição como rei. Em relação ao povo de Israel (e aos de fora a quem isso importa), Davi é a maior autoridade do país. No entanto, em relação a Deus, ele é simplesmente um servo. Ele mora num palácio e Deus numa tenda, pelo menos em sua cabeça. Até parece que ele está querendo dar uma mãozinha para Deus. Seria a mesma coisa que eu, vestindo um smoking, enviasse a Ross Perot (um dos homens mais ricos do mundo) um vale-presente para que ele comprasse algumas roupas decentes. Creio que é por isso que Deus vem colocar Davi no seu devido lugar, primeiro referindo-se a ele como Seu servo, depois dizendo-lhe: “Quem é você para edificar uma casa para mim?”
 
Devemos observar ainda um outro detalhe, que é o exato valor de um templo, em contraste com o tabernáculo, conforme ressaltado por Estêvão em Atos 7:
 
“O tabernáculo do Testemunho estava entre nossos pais no deserto, como determinara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. O qual também nossos pais, com Josué, tendo-o recebido, o levaram, quando tomaram posse das nações que Deus expulsou da presença deles, até aos dias de Davi. Este achou graça diante de Deus e lhe suplicou a faculdade de prover morada para o Deus de Jacó. Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. Entretanto, não habita o altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: o céu é o meu trono, e a Terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Não foi, porventura, a minha mão que fez todas estas coisas? (atos 7:44-50)
 
Estêvão fora levado perante o Sinédrio sob acusações forjadas, uma das quais era que ele falava contra o templo (Atos 6:13). Ele não negou a acusação feita por testemunhas falsas. 
Em vez disso, ele se defendeu mostrando pelas Escrituras do Antigo Testamento que Deus não estava tão impressionado com o templo quanto os judeus estavam.
Ele argumentou que Deus dera a Israel o tabernáculo, e que o templo fora ideia de Davi. Ele, então, passou a mostrar que o Deus que criou todas as coisas certamente não poderia ser confinado a uma habitação feita por mãos humanas. Em suma, Deus não precisava de um templo, e Ele não o pediu. Ele permitiu que o filho de Davi o construísse porque Davi o queria. Não era errado; simplesmente não era ideia Sua. Deus não precisava de um templo e, para alguns, um templo transmitiria a mensagem errada.
 
O livro de II Samuel 7 está de acordo com o argumento de Estêvão. Nos versos 6 a 11a, Deus explica a Davi porque não precisa de um templo feito por ele. A primeira razão está no verso 6 e pode ser resumida nestas palavras: “Se não está quebrado, não tente consertá-lo”. Pense nisso. Por que comprar um carro novo se o carro atual está em perfeitas condições? Quando Deus deu a lei a Moisés, Ele lhe disse como o tabernáculo deveria ser construído. Durante a história de Israel, desde o monte Sinai até o reinado de Davi, o tabernáculo funcionara sem nenhum problema. Deus esteve com Seu povo enquanto a arca esteve no tabernáculo. E, quando o povo se mudou de um lugar para outro, o tabernáculo e arca foram junto.
Deus esteve com eles onde quer que estivessem. Ele lhes deu a vitória sobre seus inimigos. Deu-lhes a posse da terra prometida.
A história de Israel dava testemunho do fato de que nada havia para ser consertado; o tabernáculo prestou muito bem o seu serviço. Se não está quebrado, não conserte!
 
No verso 7, Deus dá ainda outra razão para não haver necessidade real de um templo: “Eu não pedi um templo”. No monte Sinai, Deus deu a lei a Israel por intermédio de Moisés e, nessa lei, Ele especificou como o tabernáculo deveria ser construído, como deveria ser removido e quem deveria cuidar dele. Deus ensinou aos israelitas como construir o tabernáculo; Ele nem mesmo lhes pediu um templo. Se um templo fosse necessário, certamente Ele teria pedido um e, desde que não pediu, devemos concluir que ele não era necessário.
 
Nos versos 8 a 11a Deus chega ao âmago da questão. Gostaria que observassem quantas vezes o pronome “eu” é utilizado. A seção claramente se concentra em Deus. Gosto da maneira como
Peterson coloca a questão:
 
“A mensagem que Natã transmite a Davi é um verdadeiro recital daquilo que Deus já fez, está fazendo e ainda fará. Deus é o sujeito em primeira pessoa de vinte e três verbos nesta mensagem, e todos são verbos de ação.
Davi, que só pensa naquilo que fará para Deus, agora é submetido a uma exaustiva repetição de tudo o que Deus já fez, está fazendo e ainda fará nele e por ele. O que antes parecia um empreendimento arrojado de Davi para Deus, agora parece uma coisinha de nada.”
 
Será que Davi quer dar uma mãozinha para Deus, edificando Lhe uma casa melhor para habitar? Deus o relembra de Quem cuida de quem. Será que Davi queria fazer algo grandioso, como edificar um templo para Deus? A história o relembra (e a nós também) de que é sempre Deus quem nos ajuda, e não nós a Ele. Davi, o servo de Deus, deve se lembrar de que foi o Senhor que o tirou dos pastos, de detrás das ovelhas (não da frente), e o tornou governante de todo Israel (verso 8). Deus esteve com ele onde quer que ele estivesse, e foi Deus quem entregou seus inimigos em suas mãos, o que lhe granjeou fama e reputação. É sempre Deus que vem em auxílio do homem, não o homem que vai em socorro de Deus.
 
No verso 10 há uma mudança significativa no tempo verbal. Os verbos anteriores estão no pretérito, referindo-se àquilo que Deus fez no passado. Agora, no verso 10, os verbos estão no futuro. Depois de mostrar a Davi tudo o que fez por ele e por Israel no passado, Deus continua, dizendo algo assim:
“Davi, meu servo, você ainda não viu nada. O melhor ainda está por vir.” Deus promete preparar um lugar onde o Seu povo será plantado. Eles terão o seu próprio lugar (da mesma maneira que Davi pretendia dar a Deus “o Seu próprio lugar”) e habitarão em paz, pois os ímpios não mais os afligirão. Não será mais como costumava ser desde a época dos juízes até o presente. Deus dará a Davi descanso de seus inimigos. Ousaria Davi pensar que poderia fazer algo para Deus? Foi Deus quem lhe deu tudo o que ele tinha e era Deus quem lhe daria ainda muito mais.
 
Surge, então, uma pergunta: quando é que são cumpridas estas promessas para Davi? É óbvio que aqui ainda não foram, pois são expressas como uma realidade futura. Alguns podem pensar que seu cumprimento esteja nos capítulos seguintes (8 a 10), quando Davi prevalece sobre todos os inimigos que cercam Israel. Não creio que possamos ver sua total realização nos dias de Davi; nem mesmo nos dias de seu filho Salomão. Creio que isso só ocorrerá com a vinda do reino de Deus, quando o Senhor Jesus Cristo subjugar todos os Seus inimigos e estabelecer o Seu reino sobre a terra. É no tempo falado nos últimos capítulos do livro de Isaías. Estas promessas são dadas a Davi aqui porque abrem caminho para a promessa que Deus irá cumprir nos versos seguintes, ou seja, a edificação de uma “casa” para ele.
A Casa Que Deus Edificará Para Davi: O Anúncio Da
Aliança Davídica 
 
“Dar-te-ei, porém, descanso de todos os teus inimigos; também o SENHOR te faz saber que ele, o SENHOR, te fará casa. Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre. Segundo todas estas palavras e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.”
 
 A história deste capítulo começa com Davi pretendendo edificar uma casa (um templo) para Deus. Deus ternamente o repreende por esse plano mirabolante. Davi adotou a postura errada, de ajudar a Deus em vez de ser constantemente amparado por Ele.
Deus cuidou muito bem de Seu povo quando Se associou à arca e ao tabernáculo.
 
 Ele não pediu um templo, pois não precisava de um. 
Deus sempre esteve por trás de todo o sucesso de Davi, e agora está lhe prometendo glórias ainda maiores. Assim, Deus volta à questão da “casa”. Será que Davi vai edificar uma casa para Deus? Não, não vai, embora seu filho vá. No entanto, Deus diz que Ele irá edificar uma “casa” para Davi. Os detalhes a respeito dessa “casa” são mostrados nos versos 12 a 17.
 
Esta profecia, como muitas outras, tem um cumprimento próximo e outro futuro. O cumprimento próximo está em Salomão, o segundo filho de Davi com Bate-Seba. Ele é quem tomará o lugar de Davi e reinará em Israel após sua morte. Sabemos que as palavras de Natã devem se referir a Salomão, pois incluem o fato de que o “filho” de Davi pecará e de que Deus o corrigirá. Esta afirmação não pode ser feita em relação ao Messias, o Filho de Davi que virá para tirar o pecado do mundo e Se assentar no trono de Seu pai, Davi. Diferentemente de Saul, cuja dinastia foi afastada, a “casa” de Davi (seus descendentes) será uma dinastia, e reinará sobre Israel.
 
Os descendentes de Davi - sua “casa” - desfrutarão de um relacionamento único e privilegiado com Deus.
Esse relacionamento é descrito como um relacionamento entre pai e filho, ou devo dizer entre Pai e filho (e entre Pai e Filho). Na Bíblia, ser
“filho”, às vezes, significa muito mais do que ser apenas um descendente físico do pai. O termo “filho” é empregado para designar aquele que governa em lugar de outro (o pai). Adão era “filho de Deus” no sentido de que ele dominava sobre a criação como agente de Deus (ver Lucas 3:38). Satanás e os anjos também são apresentados como “filhos” de Deus nesse sentido. Aqui, Salomão também desfruta de um relacionamento de Pai e filho com Deus.
 
Nesse sentido, ninguém se torna “filho” ao nascer; um rei só se torna “filho” de Deus quando Ele o instala no trono:
 
“Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.” (Sl 2:4-9).
 
É exatamente isso o que Deus diz ao Senhor Jesus Cristo.
Deus O chama de “Filho” no dia do Seu batismo (Mateus 3:17, Marcos 1:11, Lucas 3:22) e na Sua transfiguração (Mateus 17:5, Marcos 9:7, Lc. 9:35). 
Pedro faz menção destas palavras, ligando-as à transfiguração (II Pedro 1:17). O escritor da carta aos Hebreus também faz uso delas como prova de que Jesus é o Messias prometido aos judeus (1:5, 5:5). Em 5:5, ele especificamente se refere ao texto de II Samuel 7:14 como tendo cumprimento em
Cristo. Em Atos 13:33, Paulo alude às palavras do Salmo 2 como tendo cumprimento em Cristo, especialmente com relação a Sua ressurreição dos mortos.
 
A palavra “filho” ou “filhos” é usada ainda com referência àqueles que têm fé em Jesus Cristo. Quando somos salvos pela fé, tornamo-nos “filhos” de Deus. O termo “filhos” não significa apenas isso, mas também que seremos aqueles que reinarão com Ele:
 “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:18-23)
 
Quando Cristo voltar à terra e formos ressuscitados dos mortos, seremos adotados como filhos em Cristo, e reinaremos com Ele por toda a eternidade.
 
Davi terá filhos e esses filhos se tornarão “filhos” de Deus porque reinarão sobre Israel. Contudo, ainda haverá um “filho” muito especial, por meio do qual todas as promessas de Deus feitas aqui e em outros lugares (relativas ao Seu reino) serão cumpridas, quer na Sua primeira vinda quer no Seu retorno à terra. Davi terá muitos filhos, os quais reinarão depois dele, e ele e seus filhos se tornarão “filhos” de Deus. Entretanto, a maior de todas as promessas é que esse “filho” muito especial virá, como descendente de Davi, e Seu reino será eterno. É nesse “Filho” que todas as esperanças de Davi, todas as esperanças de Israel e todas as nossas esperanças são cumpridas. E essa é a essência da aliança davídica. Deus dará filhos a Davi que reinarão em seu lugar, mas a Sua promessa será cumprida plena e finalmente no “Filho” especial que ainda virá.
 
Estas palavras, ditas por Natã, são a genuína palavra de Deus. Elas são dadas a Natã numa visão, que exige uma “revisão” da permissão dada por ele a Davi para edificar uma casa para Deus. Deus, portanto, fala a Davi por intermédio de Natã. Com certeza esta é a palavra de Deus.
 
A Reação de Davi 
 “Então, entrou o rei Davi na Casa do SENHOR, ficou perante ele e disse: Quem sou eu, SENHOR Deus, e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui? Foi isso ainda pouco aos teus olhos, SENHOR Deus, de maneira que também falaste a respeito da casa de teu servo para tempos distantes; e isto é instrução para todos os homens, ó SENHOR Deus. Que mais ainda te poderá dizer Davi? Pois tu conheces bem a teu servo, ó SENHOR Deus. Por causa da tua palavra e segundo o teu coração, fizeste toda esta grandeza, dando-a a conhecer a teu servo. Portanto, grandíssimo és, ó SENHOR Deus, porque não há semelhante a ti, e não há outro Deus além de ti, segundo tudo o que nós mesmos temos ouvido. Quem há como o teu povo, como Israel, gente única na terra, a quem tu, ó Deus, foste resgatar para ser teu povo? E para fazer a ti mesmo um nome e fazer a teu povo estas grandes e tremendas coisas, para a tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste do Egito, desterrando as nações e seus deuses?
Estabeleceste teu povo Israel por teu povo para sempre e tu, ó SENHOR, te fizeste o seu Deus. Agora, pois, ó SENHOR Deus, quanto a esta palavra que disseste acerca de teu servo e acerca da sua casa, confirma-a para sempre e faze como falaste. Seja para sempre engrandecido o teu nome, e diga-se: O SENHOR dos Exércitos é Deus sobre Israel; e a casa de Davi, teu servo, será estabelecida diante de ti. Pois tu, ó SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, fizeste ao teu servo esta revelação, dizendo: Edificar-te-ei casa. Por isso, o teu servo se animou para fazer-te esta oração. Agora, pois, ó SENHOR Deus, tu mesmo és Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens prometido a teu servo este bem. Sê, pois, agora, servido de abençoar a casa do teu servo, a fim de permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó SENHOR Deus, o disseste; e, com a tua bênção, será, para sempre,
bendita a casa do teu servo.”
 
Precisamos atentar para o princípio da proporcionalidade neste capítulo. Dois versos são dedicados ao desejo expresso por Davi de edificar uma casa para Deus (1 e 2). Um é dedicado à resposta impensada de Natã (3). Os versos 4 a 17 registram a visão na qual Natã recebe a revelação de Deus e a transmite para Davi (14 versos no total). Os últimos 12 versos registram a reação de Davi a essa revelação. Agora a “casa” de Davi está em ordem.
Agora ele vê as coisas do ponto de vista de Deus. Os versos finais do capítulo 7 são sua resposta à aliança davídica. 
O que quero dizer é que eles também fornecem um padrão para o nosso culto.
 
Os versos 18 a 21 são expressão da humildade reconquistada por Davi, da reorganização da sua auto avaliação. Eis o tipo de autoestima que deve caracterizar todos os cristãos, especialmente (mas não exclusivamente) no culto. No início do capítulo 7, Davi está meio cheio de si. Nos três primeiros versos, ele é chamado de “rei” três vezes. O verso 18 também se refere a ele como “rei”, mas apenas para destacar sua mudança de atitude do início do capítulo. Não há outra referência neste texto.
 
Será que Davi está impressionado com sua posição e poder, como ser rei? Será que ele pensa mais em termos daquilo que pode fazer para Deus do que daquilo que Deus tem feito e fará para ele? Bem, parece que sim, pelo menos por enquanto. Nos versos 18 a 21, em vez de encontrarmos três vezes a palavra “rei”, encontramos a palavra “servo”. Isso nos surpreende? É assim que Deus o chama no verso 5. Davi agora sente profundo respeito pelo fato de Deus tê-lo tomado, um homem sem nenhum status ou posição, e tê-lo feito rei de Israel. Deus também o relembrou disso por intermédio de Natã (ver versos 8 e 9).
Davi vê sua posição e seu status como rei de Israel como resultado da graça soberana de Deus, não como reconhecimento de sua possível grandeza.  É incrível como o orgulho e a arrogância distorcem nossa opinião. Não é de admirar que a humildade seja o ponto de partida, o pré-requisito, para a sabedoria (Provérbios 11:2; 15:33; 18:12; 22:4; 29:13).
 
Agora Davi está começando a andar com o pé direito. Ele se vê como realmente é aos olhos de Deus. Ele reconhece sua fraqueza, sua insignificância. Ele fica impressionado e maravilhado com o fato de Deus o ter escolhido para usá-lo. Ele não está ensoberbecido pelo seu poder como rei de Israel, mas humilhado pela consciência de que Deus o usa como Seu servo. E, nos versos 22 a 24, ele agradece a Deus e O louva pelo que Ele é, pelas obras maravilhosas que fez no passado em favor dele e de Israel. O verso 22 resume a auto revelação de Deus no passado de Israel. Só Deus é Deus. Não há outro além Dele, não há Deus como Ele. Ele é Deus grande e temível. Isto está em harmonia com tudo o que ouviram Dele e a respeito Dele.
 
Deus fez grandes coisas para Davi, mas estas não são para ele. Deus agiu na vida dele e por meio dele para tornar possível o cumprimento de Suas promessas à nação de Israel.
Os versos 23 e 24 recontam a grandeza de Deus relevada em Seus atos em benefício de Seu povo, Israel. 
Estes versos soam muito parecidos com as palavras ditas por Deus por intermédio de Moisés em Deuteronômio:
 
“Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o SENHOR, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho? Agora, pois, pergunta aos tempos passados, que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, desde uma extremidade do céu até à outra, se sucedeu jamais coisa tamanha como esta ou se se ouviu coisa como esta; ou se algum povo ouviu falar a voz de algum deus do meio do fogo, como tu a ouviste, ficando vivo; ou se um deus intentou ir tomar para si um povo do meio de outro povo, com provas, e com sinais, e com milagres, e com peleja, e com mão poderosa, e com braço estendido, e com grandes espantos, segundo tudo quanto o SENHOR, vosso Deus, vos fez no Egito, aos vossos olhos. A ti te foi mostrado para que soubesses que o SENHOR é Deus; nenhum outro há, senão ele. Dos céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e do meio do fogo ouviste as suas palavras.
Porquanto amou teus pais, e escolheu a sua descendência depois deles, e te tirou do Egito, ele mesmo presente e com a sua grande força, para lançar de diante de ti nações maiores e mais poderosas do que tu, para te introduzir na sua terra e ta dar por herança, como hoje se vê.” (Deuteronômio 4:7-8; 32-38)
 
Davi vê a si mesmo como Israel deveria se ver. Não foi por sua grandeza, por seu tamanho ou por seus méritos que Deus quis abençoá-los. Foi por Sua graça soberana, independentemente de obras ou méritos:
 
“Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; e casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, guardate, para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.
 
O SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás.” (Deuteronômio 6:10-13)
 
“Comerás, e te fartarás, e louvarás o SENHOR, teu Deus, pela boa terra que te deu.
 
Guarda-te não te esqueças do SENHOR, teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão, que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões e de secura, em que não havia água; e te fez sair água da pederneira; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem. Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.” (Deuteronômio 8:10-18)
 
Davi cai na mesma armadilha contra a qual Deus prevenira Israel. Ele começa a tomar para si o crédito pelas coisas que Deus faz. Ele começa a achar que Deus precisa dele, em vez de adorá-lo como uma criatura dependente.
Quando passa a ver a vida do ponto de vista de Deus, ele percebe como realmente ela é. Ele a vê como Israel deveria ver. Agora ele pensa claramente, por isso, reconhece que tanto ele quanto Israel são importantes devido a graça de Deus e nada mais. Por isso, Davi humildemente louva a Deus. Nos versos 8 a 10, Deus relembra a Davi Suas bênçãos no passado. Nos versos 10 a 16, Ele promete dar a Davi e a Israel bênçãos ainda maiores no futuro. Nos versos 22 a 24, Davi O louva por Sua graça no passado. Agora, nos versos 25 a 29, ele suplica a Deus que faça como prometeu e, ao mesmo tempo, ele O adora e O louva pelas coisas que ainda fará. Davi compreende as promessas feitas por Deus na aliança que acaba de fazer com ele e as usa como fundamento para suas petições. Em resumo, Davi ora por aquilo que Deus lhe prometeu.
 
Davi não está apenas repetindo a promessa de Deus; ele a está colocando, e o seu cumprimento, na devida perspectiva. Ele estava errou ao pensar em termos de seus sucessos. Deus o relembra de que todos os seus aparentes sucessos foram dádivas graciosas de Sua mão (ver os versos 8 e 9).
 
E, da mesma forma, as coisas prometidas para o futuro também são dádivas graciosas (ver os versos 10 a 16) pelas quais Ele deve ser louvado.
 
Por isso, Davi suplica a Deus que cumpra essas promessas, não só para que o seu nome seja exaltado, mas para que o nome Dele seja magnificado (verso 26).
 
Por intermédio de Natã, Deus brandamente repreende Davi por sua arrogância em pensar que poderia edificar uma habitação mais adequada para Ele, que poderia avaliar melhor do que Ele a necessidade de alguém. Esse tipo de repreensão faz com que desejemos refrear a língua indefinidamente. Alguma vez você já disse algo muito estúpido, na presença de uma porção de gente? Se já, então conhece o desejo de nunca mais querer falar em público. Davi sente a mesma coisa, mas a promessa de Deus de uma casa eterna lhe dá coragem para pedir a Ele o seu exato cumprimento.
 
A petição de Davi continua nos versos 28 e 29, onde ele relembra Deus de Sua promessa e Lhe pede que a cumpra. A confiança de Davi está em Deus, não em si mesmo. A presunçosa autoconfiança que o caracteriza nos versos iniciais deste capítulo já se foi, substituída por uma confiança humilde baseada nos feitos de Deus. Deus promete algo bom a Seu servo (não ao rei).
 
A promessa é clara e feita por Deus. Qualquer promessa feita por Ele é coisa certa, por isso Davi Lhe pede que Ele a cumpra.
Que a promessa seja cumprida pela bênção à casa de Davi, e que esta bênção venha do Deus de todas as bênçãos. Finalmente, Davi ora para que a bênção seja eterna. Tais bênçãos só podem vir de Deus.
 
A primeira lição de nosso texto é: mesmo os anseios mais nobres e as aspirações mais elevadas são manchados pelo pecado. 
O desejo de Davi de edificar uma casa para Deus era tão sublime que até Natã se deixou levar por ele. Quem poderia culpá-lo por querer edificar uma casa suntuosa para Deus? Só Deus e Ele o fez. E a razão foi porque os motivos e as aspirações de Davi estavam muito aquém daquilo que Deus pretendia.
Parece que Davi ficou um tanto enaltecido por seus recentes sucessos, por sua posição e poder, e até mesmo pelo esplendor de seu próprio palácio. A resposta de Deus a ele certamente contém uma repreensão à sua arrogância: “Quem é você para Me edificar uma casa?” Não importa o quanto nossos planos para Deus e para Sua obra pareçam piedosos, eles estão sempre muito aquém da sinceridade de pensamentos e de motivos requeridos por Deus. Numa análise final, não há nada que possamos fazer para Deus com nossos próprios esforços. É Deus quem realizada grandes coisas por meio de nós e, muitas vezes, a despeito de nós.
 Ainda relacionada à primeira, temos uma segunda lição:
Não importa quão altos ou quão sublimes sejam os nossos planos e as nossas metas, os planos de Deus são sempre maiores. Paulo coloca a questão desta forma:
 
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! QUEM, POIS, CONHECEU A MENTE DO SENHOR? OU QUEM FOI SEU CONSELHEIRO? OU QUEM PRIMEIRO DEU A ELE PARA QUE LHE VENHA A SER RESTITUÍDO? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:33-36)
 
“Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que deus tem preparado Para aqueles que o amam.” (I Coríntios 2:9)
 
Será que Davi planeja edificar uma casa para Deus? Ele não pode nem imaginar a “casa” que Deus vai edificar para ele. A casa pretendida por Davi não chega nem aos pés da “casa” de Deus.
 
Terceira, a glória e a majestade da presença e do poder de Deus não devem ser interpretadas à luz de um contexto espetacular.
Há muitos anos Elias aprendeu que não se deve presumir que a presença de Deus está em fenômenos espetaculares (muito embora, às vezes, Ele empregue tais meios - ver Êxodo 19, 34). Deus não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo, mas num cicio tranquilo e suave (I Reis 19:11-13). Os discípulos, até certo ponto, e os judeus, em grande parte, esperavam que o Messias viesse ao mundo de forma miraculosa e espetacular; por isso, estavam sempre pedindo um sinal. 
Os coríntios do Novo Testamento chegaram a considerar mais espirituais as pessoas glamourosas e espalhafatosas, enquanto desprezavam as mais discretas, como Paulo e outros apóstolos verdadeiros (ver I Coríntios 4, II Coríntios 4 a 6). O próprio Senhor Jesus não veio em resplendor e glória. Ele veio despido de Sua majestade (ver Isaías 53:1-3; João 1:9-11; Filipenses 2:5-8); por isso, muitos não O reconheceram como o Messias. O segundo templo não era tão maravilhoso quanto o primeiro, mas aos olhos de Deus ele era magnífico. A verdadeira glória não reside na aparência externa, mas no fato de que o próprio Deus está entre nós, habitando em nós, Seu corpo. Devemos aprender com Davi, e com muitos outros na Bíblia, que a glória de Deus se encontra onde Ele está presente, e não necessariamente onde presenciamos coisas espetaculares.
 
Será que Davi supõe que Deus esteja mais presente num templo luxuoso do que numa tenda? Ele está prestes a descobrir que Deus está “entronizado entre os louvores de Israel” (Salmo 22:3). Atualmente, Deus prefere habitar num tipo diferente de “templo”; esse “templo” é o Seu corpo, a igreja:
 
“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (Efésios 2:1922)
 
“Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” (I Pedro 2: 4-5)
 
No reino eterno de Deus não haverá nenhum “templo” como tal, pois nosso Senhor mesmo será o “templo”:
 
“Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.”
(Apocalipse 21:22)
 
Quarta, vemos que Davi não precisa de um templo por perto para cultuar a Deus. Na verdade, ele está se afastando do culto quando propõe a construção de um templo. Só depois de ser lembrado de que tudo o que ele é e de que tudo o que faz vem de Deus é que Davi começa a cultuar a Deus de maneira correta. 
Assim, ele passa a reconhecer sua própria insignificância e a louvar a Deus pela presença Dele em sua vida, pela Sua grandeza e pelo Seu poder. É aqui que começa a verdadeira adoração: não num edifício espetacular, mas na grandeza e na graça de nosso Deus.
 
Há grande ênfase hoje em dia na plantação e construção de igrejas, grandes igrejas. Plantar igrejas é uma boa coisa, e construí-las não é necessariamente um mal. No entanto, estejamos alertas contra a falsa suposição de que edifícios maiores e mais impressionantes são prova da presença e do poder de Deus. Precisamos estar alertas contra os pensamentos presunçosos a respeito da nossa própria contribuição ao reino de Deus, achando que Ele realmente precisa de nós. É sempre Ele quem nos conduz, não nós a Ele.
Como é fácil começarmos a nos concentrar no que temos feito e no que podemos fazer para Deus em vez de nos concentrar em tudo o que Ele tem feito e ainda fará por nós e por meio de nós.
 
Quinta, a repreensão divina recebida por Davi serve como lição para todos os cristãos. Você já não pensou que, se pudesse sempre crescer, ganhar maturidade e sabedoria como cristão, de alguma forma ficaria livre da tentação e protegido do pecado? 
Crescimento, maturidade e sucesso não nos isolam do pecado; muitas vezes, essas coisas se tornam novas tentações para nos levar a ele. 
Há mais perigo no palácio de Davi do que quando ele fugia de Saul e se escondia em alguma caverna. Com muita frequência, levamos nosso “sucesso” a sério demais. Precisamos nos lembrar de que não existe sucesso que possamos sinceramente reivindicar como nosso, pois sucesso espiritual é dom da graça de Deus:
 “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (I Coríntios 4:7)
 Finalmente, sou lembrado mais uma vez de que as maiores bênçãos da nossa vida não são fruto de nossos esforços, mas fruto da obra de Deus e, quase sempre, enquanto Ele usa nossos fracassos e defeitos.
Davi foi repreendido por querer edificar um templo para Deus, mas, apesar disso, Deus lhe promete edificar uma casa bem maior do que ele imagina. Davi erra quando comete adultério com BateSeba e mata o marido dela; no entanto, ainda assim ela se torna sua esposa e mãe de Salomão, o rei seguinte de Israel. Davi erra quando faz o censo de Israel; entretanto, como consequência desse pecado, a propriedade onde o templo será construído é adquirida por ele.
Quão maravilhoso e grandioso é o Deus a quem servimos! Seus planos e Suas promessas não podem ser frustrados. E, mesmo os nossos maiores esforços para frustrar os Seus propósitos servem apenas para engrandecer o Seu reino. Regozijemo-nos porque o Senhor não habita mais em uma tenda ou em um templo e sim no Senhor Jesus Cristo e no Seu corpo, a igreja. Somos a casa de Deus se confiamos em Jesus Cristo.
 

O Valor do Barro

“ E esta obra é grande; porque não é palácio para homem, senão para o Senhor Deus” (I Cron. 29,1).
 
 Mas o Altíssimo não habita em templos, feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? Diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas? (At.7,48-50).
 
Quero meditar sobre o barro, na perspectiva divina. Considerar essa obra de Deus não feita por mãos humanas: o homem! Obra-prima da criação é o homem! Coroa da criação, é o homem! Menina dos olhos de Deus é o homem! O homem, produto do amor de Deus!
 
 Deus está mais orgulhoso com o que fez na alma do homem, com sua pequenez, com sua pobreza, do que por ter criado os milhões de sóis e a extensão dos céus. Que é o homem mortal, para que se lembre dele? E o filho do homem, para que o visite? Contudo, pouco menor que os anjos foi feito, e de glória e de honra o coroou.  Fez com que ele tenha domínio sobre as obras, e tudo pôs debaixo dos seus pés: ovelhas e bois, assim como os animais do campo. 
As aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. (Sl. 8,4-8). Que valor!
 
Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele. (II Cron. 16,9). Seu olhar Onisciente sobre o homem é totalmente diferente da perspectiva humana. El Roy vê tudo pronto, perfeito e acabado! Vê o homem completo, íntegro, interior e exteriormente. El Shamá! O Deus que está presente.
 
 Aprecio Lamentações do Profeta Jeremias, quando Deus diz “como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro fino e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário ao canto de todas as ruas! Os preciosos filhos de Sião comparáveis a ouro puro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro". (Isto, por causa do pecado). Ora, numa grande casa, (o Universo), não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. Que é o homem, que Deus tanto o ama, conhece, deseja e estima, e põe sobre esse barro o seu coração? Dentro dele há ouro, preciosidades, valores incalculáveis e inestimáveis! Na verdade, o homem é uma mina de ouro, para ser explorada e garimpada! 
(O Evangelho, grandioso tesouro, é guardado em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não do homem). Na verdade, o homem é maior que todo o universo, e um dia, terá uma existência divina.
 
 "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos"? (I Cor. 6,19).
 
Ah! Se ao menos o homem reconhecesse o que ele é perante Deus e a criação! Seria grato eternamente e, ainda assim, nunca terminaria de satisfazer a dívida!
 

Edificando Palácios

Conta a história que um rei queria construir um novo palácio e para tal mandou buscar os melhores operários de seu reino, remunerando-os (pagando-os) muito bem, os trabalhos iam de vento em popa. Até que certo dia o rei resolve elogiar o trabalho dos operários que mais se destacaram a um sábio de sua corte, e eram três os que mais se destacaram. Então disse o rei:  viste como são dedicados todos os meus operários e como se empenham em construir o meu palácio? Ao passo que o sábio respondeu: Perdoe-me majestade, porém mesmo diante destes três operários que se destacaram asseguro que somente um é verdadeiramente um bom operário, façamos um teste e lhe provarei. Ao Passo que o rei lhe permite e o acompanha às obras. Chegando ao pátio da construção o sábio pergunta ao primeiro operário: O que fazes? E este prontamente lhe responde faço paredes senhor. Muito bom respondeu o sábio e partindo para o segundo operário lhe dirige a mesma pergunta: O que fazes? E este lhe responde aplico reboco às paredes senhor, o sábio outra vez responde muito bom. Encaminhando-se desta vez ao terceiro operário lhe faz a mesma pergunta: O que fazes? E este lhe responde com um brilho especial nos olhos: Estou construindo um lindo palácio.
 
A diferença não está no trabalho, nas dificuldades da vida ou nos obstáculos que vamos enfrentar ao longo de nossa vida natural e espiritual, mas sim no modo como encaramos, como enfrentamos tais situações adversas. Ao longo de nossas vidas passamos por vários problemas: Saúde, família, finanças, emocional, espiritual, decepções e outros, mas se decidimos encarar como uma batalha que vamos vencer porque Jesus está conosco então a luta (que é certa e sempre virá) não terá o poder de nos arrasar.
 
Na história os dois primeiros homens são como os servos inúteis (Lucas 17) fazem somente pela ordem ou pelo prêmio, não se importam nem com o que estão fazendo, se tornam inúteis pelo desinteresse (não há galardão) pois não há comprometimento. O último é o exemplo do servo maduro, comprometido com a Obra do Seu Senhor (tipifica Jesus e o crente maduro na fé).
 
Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. João 12:24 Jesus tinha amor, comprometimento pela Obra de Deus. Podia vir pregar de qualquer maneira e morrer pela salvação dos que aceitassem, e Deus o aceitaria, porem Jesus orou pelos enfermos, expulsou demônios, Abraçou pessoas, chorou por lazaro (do qual era amigo) sofreu pela traição de Judas e Pedro, visitou pessoas, comeu com pecadores.
Enfim, Jesus queria se envolver e se envolveu.
 
Na sua vida, na sua casa, na sua família, na igreja, na obra de DEUS se não houver envolvimento da sua parte as coisas não podem se resolver, elas no máximo se melhorarão. Você pode ser um bom pai ou uma boa mãe, porem se não se envolver na criação de seus filhos eles nunca se parecerão com você, serão reflexo de todos menos de vocês. No seu casamento se você trabalha, paga contas, e cumpre todas as suas obrigações de marido ou esposa, você até pode ter um casamento duradouro, porem se você não se envolver com seu cônjuge, procurando amá-lo e desejando o melhor para ele de verdade, você nunca terá um casamento pleno, Deus requer envolvimento, amor por tudo o que fazemos, da mesma forma no seu trabalho, faça da melhor maneira possível, envolva-se, sinta seu trabalho como uma benção que Deus os deu para a sua sobrevivência.
 
A bíblia diz: " E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas."  Colossenses 3:23-25. 
Desta forma podemos concluir que ao nos empenharmos ao máximo em todas as nossas tarefas: Naturais e espirituais, estamos agradando ao Senhor, fazendo com amor, com empenho e com comprometimento com Deus e com nosso próximo. O Nível de compromisso e comprometimento que empenho em minhas obras, é o que demonstra o quão sincero é o meu sentimento (amor) por aquilo que estou fazendo. Se faço desleixadamente todos percebem (ainda que eu não) e passo a imagem que não gosto do que faço ou da pessoa para quem faço. Que Deus possa nos encher de entusiasmo e amor pela vida, pelas pessoas, pelas familias, pela igreja, a fim de nos aprofundarmos ao máximo em tudo o que nos vier as mãos para fazer. Seja para o Senhor ou seja para nosso próximo.
 
Que a graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo de Nazareth, o amor de Deus o Pai, a Santa e perfeita Consolação e Comunhão com o Espírito Santo de Deus seja com todos nós, não somente agora, mas para todo o sempre. E todos digam: Amém!
 

 Palácio da Arrogância

Quem teme o Senhor e é humilde consegue riqueza, prestígio e vida longa. Provérbios 22:4 .
 
Ao pisar naqueles portais, vi um luxo tão impactante que me senti paupérrimo. Adentrar ao palácio mais exuberante do mundo é como se sentir um plebeu pedinte. De fato, era para ser exatamente assim.
 
Próximo a Paris, capital da França, o Palácio de Versalhes atrai multidões de viajantes hipnotizados por sua beleza. Ali chegaram a conviver simultaneamente 36 mil pessoas, bajulando Luís XIV, um monarca arrogante que apelidou a si mesmo de “rei sol”. Já pensou? Por entre aqueles janelões do tamanho de portas e decoração de opulência sem igual, a nobreza vivia de maneira vazia, gastando e desperdiçando o dinheiro suado da plebe faminta. Até que um século depois, durante a Revolução Francesa, o povo invadiu o palácio, derrubando a monarquia. A realeza foi executada, e Versalhes virou símbolo de um passado de egoísmo.
 
O lugar mais visitado desse complexo palaciano é um corredor. A Galeria de Espelhos é um espaço tão cintilante e luminoso que até doem os olhos.
São tantos lustres de cristal, decorando 17 paredes espelhadas, que o visitante se sente em uma redoma encantada de vidro. Os reflexos dos jardins recortados por chafarizes inundam o ambiente. Não dá para deixar de imaginar a arrogância daquela nobreza desfilando entre o brilho refletido nas molduras.
 
Não adianta, o orgulho faz parte da natureza humana. Desde o pecado, a vaidade e o egoísmo têm sido armas poderosíssimas na tentação do inimigo. Só que ninguém suporta conviver muito tempo com gente que se acha superior aos outros. Ou você gosta de estar com quem vive de nariz empinado?
 
Nunca se esqueça: a humildade é a verdadeira coroa da realeza de Deus. No reino divino não entram pessoas arrogantes. E, se Jesus nos deu o exemplo aqui na Terra, vale a pena segui-Lo no caminho da simplicidade, certo? Ele nasceu em uma manjedoura de palha e morreu em uma cruz, mostrando-nos a humildade do Criador que Se submeteu a sofrer a condenação que pertencia às Suas próprias criaturas.
 
Se você quer brilhar como o Sol, ilumine as pessoas com o amor de Deus, sendo um nobre e humilde cristão.
 

Do Cárcere Para o Palácio

José, cujo nome provavelmente significa "que Deus acrescente", era o décimo primeiro filho do patriarca Jacó. Seu nome reflete o papel de sua vida na nação de Israel: ele foi o agente de Deus na preservação e na prosperidade de seu povo no Egito, durante o período de fome na terra de Canaã. Essa prosperidade levou os hebreus à condição de nação, 400 anos mais tarde, no Êxodo. Vejamos um esboço da biografia desse irrepreensível servo de Deus:
 
Gn 30.22-24: José nasceu, quando Jacó, seu pai, ainda trabalhava para Labão, seu sogro. Foi o primeiro filho de Raquel, a mulher a quem Jacó amava. Sua mãe lhe deu esse nome, como expressão do seu desejo de ter outro filho - o que aconteceu no nascimento de Benjamim. Gn 37.2,3: José era responsável por ajudar seus irmãos (Gade, Aser, Dã e Naftali) a pastorearem os rebanhos de Jacó, seu pai; além de ser responsável por prestar relatórios do procedimento deles, enquanto trabalhavam.
Gn 37.9-11: José contou a seus irmãos e se pai os sonhos que descreviam seu futuro domínio sobre toda a sua família, inclusive sobre Jacó. Isso aumentou o ódio dos seus irmãos contra ele.
Gn 37.12-36:
Os irmãos de José armaram uma cilada contra ele, prendendo-o, atirando-o em um poço e vendendo o irmão por vinte peças de prata aos ismaelitas (também chamados de midianitas), como se fosse um escravo. Estes, por sua vez, venderam-no a um "oficial do faraó e capitão da guarda" chamado Potifar.
 
Gn 39: A mulher do seu senhor Potifar, depois de inutilmente tentar seduzir José, acusou-o de tentativa de estupro. Essa acusação levou-o à prisão. Agora, além de escravo, José era um prisioneiro - sem direitos e sem liberdade. Contudo, o autor de Gênesis diz: "Mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade" (v. 21).
 
Gn 40: José interpretou os sonhos de dois prisioneiros especiais - o copeiro-chefe e o padeiro chefe, funcionários importantes do faraó, que estavam presos devido a alguma acusação contra eles. Com a interpretação dos seus sonhos, José previu o veredicto de faraó sobre eles: o copeiro chefe seria libertado e restaurado à sua antiga posição e o padeiro-chefe seria condenado à morte.
 
Gn 41.1-36: Dois anos depois o faraó teve dois sonhos, que o deixaram extremamente perturbado. O copeiro-chefe lembrou-se da habilidade de José para interpretar sonhos. 
Este, por sua vez, decifrou os sonhos do faraó e foi nomeado governador do Egito.
 
Gn 41.37-57: O governo de José foi um sucesso. Durante os sete anos de fartura no Egito, José arrecadou impostos e armazenou mantimentos mais que suficientes para abastecer todo o país durante os próximos sete anos de seca. Quando a fome já havia se espalhado por toda a terra, vinha gente de todas as regiões ao Egito, para comprar trigo de José (vv. 56,57).
 
Gn 42-44: Os irmãos de José desceram ao Egito, em busca de alimentos que pudessem comprar (42.13). Antes de revelar sua real identidade aos seus irmãos, José articulou uma série de situações para testar o caráter deles.
 
Gn 45: José revelou a verdade aos seus irmãos, perdoou-os e mandou que eles buscassem Jacó, seu pai, para fugirem da fome que afligia Canaã e viverem como hóspedes especiais do faraó, em uma região fértil do Egito, chamada Gósen.
 
Gn 46-50: Os descendentes de Israel passaram a viver no Egito, onde ficariam pelos próximos 400 anos e se multiplicariam - de uma família de cerca de 70 pessoas, se transformariam numa nação com mais de um milhão de pessoas.
 
Gn 48: Antes de morrer, Jacó adotou os dois filhos de José (Manassés e Efraim), tornando-os participantes da herança dos seus próprios filhos. Essa bênção, que tinha o poder de um testamento profético, transformou-os em patriarcas de duas tribos, das doze de Israel (v. 5) - o que, por sua vez, conferiu a José a bênção dobrada da primogenitura, um direito natural do seu irmão mais velho, Rúben.
 
Gn 50.22-26: José morreu no Egito, depois de passar mais de noventa anos da sua vida longe da terra prometida. Contudo, ele jamais abriu mão da certeza de que Deus um dia, finalmente, cumpriria a promessa de entregar Canaã nas mãos dos seus irmãos, os herdeiros naturais da aliança que Deus fizera com Abraão (vv. 24,25).
 
Esta é, sem dúvida nenhuma, uma das mais belas histórias do Antigo Testamento, por inúmeras razões. Primeiro, porque José foi quem abriu o caminho para que Israel fosse morar no Egito, onde se transformou em uma poderosa nação. Segundo, porque o personagem de José é um tipo que prefigura o caráter e a história de Jesus, o Salvador. E terceiro, porque José se constitui um exemplo de fidelidade inigualável em todo o Antigo Testamento.
 
1- Os sonhos de José.
Todos nós temos sonhos! Principalmente nós, jovens, Deus tem nos ensinado a sermos assim: sonhadores. “Ele tem restaurado os meus e os seus sonhos”. É tremendo! Deus requer isto não só de mim, mas de cada um de nós.
 
Deus nos fala através de sonhos
 
Há sonhos da alma e sonhos do Espírito. Os sonhos da alma se dividem em psicológicos e os da ansiedade humana natural. Os sonhos psicológicos são os afetivos e aqueles que são da necessidade de extravasar que a nossa alma tem. Por exemplo: se alguém viveu um trauma ou está com saudades de alguém, provavelmente sua mente gerará imagens confusas relacionadas a essa afetividade contida. Os sonhos da ansiedade humana natural são aqueles gerados por desejos, vaidades, ambições ou mesmo virtudes humanas nobres. Por exemplo: ter uma boa família, uma nação próspera, segurança, etc.
 Os sonhos do nosso espírito podem ser gerados pelo Espírito de Deus – por outro lado há sonhos que são gerados por opressão maligna. Os sonhos que vêm do Espírito podem vir para avisar, profetizar ou inspirar uma ação ou aproximação maior de Deus. José, também, chamado de sonhador pelos seus irmãos, teve experiências tremendas em matéria de sonhos (a história de José encontra-se no livro de Gênesis, capítulos 37 a 50).
 Devemos compartilhar os sonhos de Deus com
quem entende essa linguagem.
 
Os irmãos de José, e até seu próprio pai o criticaram quando ele sonhou que um dia sua família se inclinaria diante dele. Anos mais tarde isso aconteceu literalmente pois ele se tornou governador de todo o Egito e livrou sua família da fome e da morte. Antes disto, porém, seus irmãos tiveram inveja e por pouco não o mataram.
 
Existem pessoas que se dizem nossas irmãs e que são verdadeiras assassinas dos sonhos que Deus coloca em nossos corações. Precisamos estar atentos e velar pela profecia que o Senhor nos ministrou: os sonhos de Deus jamais morrerão em nós, pois não deixaremos que o Espírito de Deus seja extingo em nosso ser: “Não extingais o Espírito” (I Ts 5.19). Só compartilhe os seus sonhos com quem está em aliança ou sob orientação do Espírito Santo.
 
José desde muito cedo tinha sonhos que eram revelações e promessas de Deus para sua vida. Primeira lição é que Deus não olha idade para usar um vaso seu. 
O ser humano foi feito para sonhar, os jovens são cheios de "sonhos", seus projetos para a vida, a profissão, o casamento, a família, o ministério, e principalmente sobre os propósitos de Deus para cada um; mas isto não é preferência de uma faixa etária, quando o homem perde seus sonhos, perde o propósito de vida. A Bíblia mesmo relata que nos últimos tempos os jovens teriam visões e os velhos sonhos. Fazendo já uma menção de que mesmo na velhice quando se pensa que não há mais o que fazer Deus prepara e cuida dos sonhos de cada um.
 
Os sonhos de Deus jamais serão frustrados. 
 
Os sonhos de Deus, os propósitos de Deus para a sua vida, têm o poder de se tornar realidade porque nenhum dos desígnios do Senhor pode ser frustrado. Aleluia! 
 
Na Bíblia, quando alguém recebia uma profecia, era simples saber se vinha ou não de Deus. Se acontecesse, é porque era de Deus; se não se concretizasse, é porque não era.
 
Os sonhos de Deus se realizam no tempo de Deus. 
 
Você pode descansar, porque se algum sonho é de Deus para sua vida, vai se realizar.
 
Pode parecer que está demorando, que é impossível, que é algo grande demais, mas para Deus todas as coisas são possíveis. Deus sabe a melhor hora para você desfrutar a realização dos seus sonhos.
Assim será com o sonho do seu casamento, do seu emprego, da sua faculdade, do seu ministério, enfim, todos os sonhos de Deus se realizarão, no tempo certo, em sua vida. 
 
Existe um intervalo de tempo entre a revelação de Deus e a concretização da Sua promessa em nossas vidas. Vemos a volta por cima que José deu relatada a partir de Gênesis 41:40 a 45 quando o faraó o fez o segundo homem mais importante do
Egito.
 
Um ponto que chama a atenção é que isso não ocorreu de uma hora para outra: entre o sonho e a sua primeira vitória passaram-se mais de treze anos! José tinha em torno de 17 anos quando sonhou (Gênesis 37:2) e só se iniciou a concretização da meta divina aos 30 anos. (Gênesis 41:46) Os propósitos de Deus para nós se cumprem, mas não existe passe de mágica para que isso ocorra e requer um período de tempo para que se concretizem.
 
Não se impaciente, siga firme e confiante, mantendo os seus olhos em Deus, no lugar onde estiver, pois Deus é com você.
 
Continue andando com Deus, paute a sua vida na Palavra e será próspero e bem sucedido em tudo o que fizer!
 2-        As tribulações de José.
 
Ao destacar o contraste entre o plano de Deus e a realidade aparente a história de José parecia tomar um rumo totalmente oposto aos seus sonhos. Suas experiências seguintes são: o poço, a escravidão, a acusação de adultério e a prisão. Ao invés de melhorar, a situação de José parecia piorar cada vez mais. Entretanto, ele estava sendo conduzido para o lugar onde Deus queria levá-lo. Cada tribulação fazia com que ele chegasse mais perto do propósito final. Muitas vezes Deus não nos fala diretamente, mas nos conduz através das circunstâncias.
 
Não há cristão sem tribulação. No caminho de Cristo certamente passaremos por tribulações. “… pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1 Pedro 4.13-14). 2. Outra certeza é que Deus não nos abandonará e venceremos as tribulações. 
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tiago 1:2).
 
3-         A fidelidade de José.
 José no Egito recebeu os méritos humanos por ter decidido ser fiel ao seu Senhor!
 Tinha um diferencial em seu ser era fiel, e por ser fiel recebeu dons divinos para interpretar sonhos.
 
A fidelidade de José foi testada em tudo e em tudo ele não recuou, permaneceu firme no seu propósito de honrar o nome do senhor, e no início das fases de José ele teve um sonho, e anos depois o Senhor realizou os seus sonhos! Quando o homem decide ser fiel ao senhor ele realiza os seus sonhos!!
 
O segredo da prosperidade de José foi ser fiel!
 
José, vendido por seus irmãos, ao faraó do Egito Potifar, o qual deposita toda a confiança em José.
 
José temente a Deus fora sempre fiel à Potifar. José é preso, por um pecado não cometido. Na prisão, ele se mostra exemplo a todos os detentos. Potifar o liberta dali e o faz Rei do Egito. José sempre temente a Deus, em tudo é exemplo de fidelidade, nos mostra que mesmo em meio a tantas provações Deus é conosco. Pense nisso.
 
4 - A exaltação de José.
 
Tendo interpretado os sonhos, e assim terminado de fazer o que o Faraó havia pedido, José poderia ter se calado. Sua natureza, porém, era de ajudar os outros.
Ele por isso não se conteve e, dada a gravidade da situação, imediatamente sugeriu que medidas o Faraó deveria tomar para aproveitar os anos de abundância e suavizar os efeitos dos anos de carência:
 
1.         Escolher um homem ajuizado e sábio para governar o Egito.
2.         Nomear administradores sobre a terra.
3.         Instituir um imposto de 20%, em espécie, sobre as colheitas dos próximos 7 anos.
4.         Armazenar sob guarda, debaixo de Faraó, o cereal, produto do imposto, destinado a abastecer as cidades durante os sete anos de fome.
 
Tanto o Faraó como seus oficiais, se agradaram do conselho de José, e Faraó declarou que José tinha uma percepção sobrenatural, nele havendo Espírito de Deus, como em nenhum outro homem.
 
Faraó então seguiu o conselho de José e imediatamente escolheu o governador geral do Egito: o próprio José, pois Deus o havia feito saber tudo aquilo, logo não havia ninguém tão ajuizado e sábio como ele.
 
Sua autoridade foi definida pelo Faraó: José administraria a casa do Faraó, e teria autoridade absoluta sobre todo o povo egípcio. Somente o Faraó estaria acima dele.
Como evidência da autoridade outorgada, José recebeu do Faraó seu anel de sinete: colocado sobre um documento, por exemplo, (usavam documentos de papiro), em uma bolota de cera quente, era como se fora a própria assinatura do Faraó: ele era seu procurador plenipotenciário.
 
O novo cargo exigia certas vantagens e privilégios: roupas de linho fino (usadas pelos ricos), um colar de ouro no pescoço (símbolo de soberania), um excelente carro (só o Faraó tinha um melhor) e batedores à frente, obrigando o povo a se inclinar diante dele.
 
O Faraó indicou que não desejava interferir no que José fazia. Talvez para que José não parecesse tão estrangeiro aos egípcios, o Faraó lhe deu o nome Zafenate-Panéia (Revelador de Segredos), e uma esposa egípcia, Azenate (Dedicada a Neiti (deusa egípcia) ou Dom do Deus-Sol) filha de Potífera, sacerdote de Om (Cidade do Sol, ou Heliópolis, que ficava na margem oriental do rio Nilo, um pouco ao norte de Mênfis, perto do Cairo).
 
A esta altura, José tinha 30 anos de idade, e andou por toda a terra do Egito. Isto nos lembra que o Senhor Jesus também está glorificado, nos céus, à destra de Deus, tendo recebido dele um novo nome e toda a autoridade nos céus e na terra, e uma noiva gentia que está sendo preparada para Ele.
Ele começou seu ministério na terra também aos 30 anos. O que Deus havia anunciado nos sonhos aconteceu, e houve primeiro os sete anos de grande abundância no Egito. José armazenou o mantimento produzido durante esses sete anos, sob guarda, juntando muitíssimo cereal, como a areia do mar.
 
Sua mulher lhe deu dois filhos durante esses anos, a quem chamou Manassés (Aquele Que Me Faz Esquecer), pois Deus o havia feito esquecer as provações por que havia passado, e a ausência da família de seu pai, e Efraim (Frutífero), por causa da prosperidade que Deus lhe havia dado.
 
Conforme anunciado, depois vieram os sete anos de fome. Devido à previsão de José, o Egito se encontrava preparado, mas nas terras em redor o povo não tinha cereais.
 
Primeiro os egípcios, depois os estrangeiros, vinham a José, que abriu seus armazéns, e vendia o que eles continham.
 
Não obstante ao fato das situações serem igualadas em tempos diferentes, o fim destes acontecimentos foi uma antecipação do que haveria de ser pois os prisioneiros que estavam com José dirigiram palavras a ele, e um foi elevado daquela posição e o outro padeceu condenado, sem expectativa, e com os dois ladrões que estavam ao lado de Cristo na cruz não foi diferente, um foi exaltado tendo acesso no mesmo dia ao Paraíso e o outro morreu sem perspectiva.
 
Prosseguindo, notamos que em Gênesis 41.55-56 o povo clamava por pão e José lhes abria os celeiros e dava-lhes de comer, quando clamaram para Cristo dar-lhes pão, ele apresenta-se como o pão da vida, suficiente para saciar a fome de todos os povos.
 
(João 6.34-35) - Disseram-lhe, pois: SENHOR dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.
 
Vemos por fim, em Gênesis 41.40 José sendo elevado da situação de humilhado para exaltado, de sentenciado para contentor de todos os direitos, como governador de um poderoso império, erguido da cela, do calabouço para a mão direita do rei, da mesma forma ocorreu com Cristo. De humilhado e desprezado é exaltado como Rei dos reis, Todo Poderoso, vitorioso, Salvador, da vergonhosa masmorra do palácio, da desonrada cruz para o conhecido trono da Divindade, á destra do grande Rei e Senhor.
 
(Marcos 16.19) - Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
 
VEJA AS SEMELHANÇAS ENTRE JOSÉ E JESUS (Gen
37-50)
 
(Gen 37.3.) Seus pais o amavam profundamente. (Mateus 3.17)
(Gen 37.2.) Pastores das ovelhas de seus pais. (João 10.11,27)
(Gen 37.13,14.) Enviados pelos pais para os irmãos.
(Hb 10.11)
(Gen 37.4.) Odiados pelos irmãos. (João 7.5) (Gen 37.20.) Outros conspiraram para prejudicálos. (Jo 11.53)
(Gen39.5.) Tentados. (Mt 4.1)            
(Gen 37.25.) Levados ao Egito. (Mt 2.14,15) (Gen 37.23.) Suas Capas Foram tiradas. (.Jo 19.23)
Gen37.28. Vendidos pelo preço de escravo. (Mt26.15)
(Gen39.20.) Presos em cadeias. (Mt 27.2)
(Gen    39.16,18.) Falsamente acusados. (Mt
26.59,60)
(Gen 40.2,3) Colocados c/ dois prisioneiros, um foi salvo o outro perdido (Lc 23.32)
(Gen 41. 41.) Ambos tinham 30 anos de idade no início do reconhecimento público. (Lc 3.23) (Gen 41.41.) Exaltados após o sofrimento. (Fp 2.9-
11)
(Gen 45.1-15.) Perdoaram seus opressores. (Lc
23.24)
(Gen 45.7) Salvaram uma nação. (Mt 1.21) (Gen 50.20) Deus reverteu em bem o que fizeram para ferí-los. (I Cor. 2.7,8)
 
Com a ajuda de Deus, qualquer situação pode ser usada para o bem, mesmo quando as pessoas desejam utilizá-la para o mal.
 
José claramente é um tipo de Cristo, toda a história a que fora submetido, apontava para alguém maior e superior, tudo que passou era uma vírgula do que haveria de ser, e acontecer na história da humanidade, mas ele apontou para este grande evento do salvador Jesus.
 
Tudo que uma pessoa que teme a Deus passa contribui para o bem e nada é comparado ao grande que Deus faz por trás. José para chegar ao governo do reino foi humilhado, desprezado, vendido, caluniado, tentado...Mas em tudo foi fiel e Deus o elevou a salvador, redentor, governador de um grande reino, no qual livrou de perecer o povo da promessa e nações inteiras.
 
Notemos um versículo que ocorreu com Cristo que confirma toda a tipologia existente em José:
 
Embora Jesus fosse o filho de Deus, teve de aprender por experiência própria o que era obedecer, quando a obediência significa sofrimento. Foi depois desta experiência, que ele provou que era perfeito, tornando-se o doador da salvação eterna a todos os que lhe obedecem." Meu amado irmão! Queres ser exaltado? Humilhai-vos debaixo da potente mão do senhor e a seu tempo ele vos exaltará (1Pe 5.5). Que possamos seguir os exemplos de José que é a figura mais perfeita de Jesus.
 

Profeta Vive no Deserto e Não no Palácio.

“Nenhum soldado em serviço se embaraça com os negócios desta vida, para que possa agradar àquele que o alistou” (2 Tm 2:4) .
 
 “Profeta vive no deserto e não no palácio”. No palácio há muito ‘barulho’, luxuria e lisonjas. Como escutar a voz de Deus em meio a tanto barulho terreno?
 
Paulo diz ao seu filho na fé Timóteo, “suporte comigo as aflições de um bom soldado, pois ninguém que se embaraça com as coisas desta vida de fato agradará o Senhor que o alistou”. Este post é para aqueles que têm um chamado pastoral! “Ai de mim se não pregar o evangelho”, diz Paulo. Que tarefa excelente, mas ao mesmo tempo enfadonha! Como alguém quer ser “rei e profeta” ao mesmo tempo? Cada um no chamado que lhe foi dado. Nunca vi um profeta verdadeiro, na Bíblia, se candidatar a rei de Israel. Pelo contrário, o profeta que ungia o rei, e o rei escutava o profeta.
 
A maioria das vezes que algum pastor (não me refiro a evangélicos os quais podem exercer sua função dentro da constituição Divina) se embaraça com os negócios dessa vida, por certo, o caminho da verdade é difamado.
João Batista não corrompeu seu chamado, mas como “Profeta do Deus Vivo” denunciou o que estava errado no palácio. É necessário um cuidado frente às lisonjas do mundo que veem carregadas de manjares malignos para que o propósito de Deus não seja estabelecido.
 
Muitas das vezes o povo quisera fazer de Jesus rei para aquele presente momento! Mas Jesus sabia quem era Ele, e qual era seu ministério: "O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18:36 NVI). Jesus não veio para ser rei deste MUNDO, mas testemunhar a verdade: "Então, você é rei!”, disse Pilatos. Jesus respondeu: "Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem" (Jo 18:37 NVI). O profeta é um arauto de Deus. Profeta é profeta, e, rei é rei! Cada um na sua função! Paulo sempre teve um testemunho exemplar frente aos magistrados, e mesmo em meio a acusações, provou que todas eram falsas. Nunca vi Paulo se candidatar a “Política Partidária” (contextualizando), mas na função de profeta de Deus, ele orava por cada uma delas.
 Aqueles Cristãos que tem o chamado para o magistrado façam-no com excelência. Mas aquele que deseja o episcopado, excelente cousa deseja.
Abandonar as ovelhas para cuidar dos negócios públicos, de fato, é colocar a mão no arado e olhar para trás. Nele o Senhor não tem alegria!
Muito mais pesado e temeroso é ser pastor do que Presidente da República, pois aqueles que foram constituídos por Deus para cuidar do seu rebanho darão conta não somente nesta vida, mas também na do por vir, de cada alma que lhe foi confiada.
 
Que Deus nos livre de tudo aquilo que nos embaraça para este serviço; seja a parte financeira, o pecado (corriqueiro), ou nossos relacionamentos caídos. Que Deus nos ajude em graça, com uma consciência tranquila, guiar as ovelhas até os passos verdejantes, sendo obreiros aptos a ensinar, que não tenham do que se envergonhar. Mas que manejam bem a Palavra da Verdade, sendo um exemplo em tudo aos de fora.
 

Descendo do Palácio Para Ver Seus Irmãos

 O povo Hebreu já vivia cerca de IV séculos como servos ou escravos do governo Egípcio, e agora, a história desse povo estava prestes a mudar de rumo, pois lá estava o menino Moisés o qual Deus já havia confirmado que tinha algo incomum na vida Dele desde o seu nascimento e infância (Êx 1:1-22; 2:1-10). Por isso foi chamado de “Moisés” que significa “tirado das águas” (Êx 2:10).
 
Depois que Moisés foi amamentado pela sua própria mãe, algo que não era previsto por Joquebede depois de ter colocado o menino em uma espécie de um cesto no Rio Nilo, a mesma foi assalariada para tal serviço (Êx 2:8,9), e só assim devolvendo mais tarde o menino para a filha de Faraó que criaria o menino a capricho da tradição do Império (Êx 2:10), (ainda bem que os primeiros ensinamentos para a criança foi dado pela sua Mãe biológica, Joquebede, que certamente instruiu a criança no ensinamento dos seus pais, que não era outro se não o Deus de Abrãao, Isaque e Jacó). Alguns Teólogos chegam a afirmar que a criança ficou com sua mãe até faixa de cinco anos de idade, período que os Psicólogos dizem ser importante na aprendizagem do indivíduo e que poderá refletir na faixa adulta, e foi o que aconteceu.
 
Durante o período de quarenta anos que viveu Moisés no palácio, desfrutou ele de algumas regalias que lhes era de direito. Viveu ele como príncipe na Coorte, aprendeu a ciência da época que até os dias de hoje nos surpreende; foi preparado nas artes de guerra e da política, na administração e conceitos da lei, e etc. Entendemos também que Moisés cursou na melhor faculdade dos seus dias, algo que não era do alcance de qualquer um. Por certo, não lhe faltava nada. Eu fico imaginando quando Moisés passava pelos funcionários do palácio ou os servos de Faraó, como era que eles se posicionavam diante de Moisés o sucessor do governo no império, parece que eu os vejo se curvando perante o Hebreu e lhe servindo a todo instante, pois eles estavam diante daquele que estava sendo preparado para assumir posteriormente o trono de acordo com o sistema político e tradicional do Império.
 
Meus queridos irmãos, sinceramente, o que me chama a atenção e me deixa alarmado, é que Moisés diante de toda essa autarquia e benesses que lhe foi outorgada, ele deixou-nos um exemplo de sua ação corajosa e destemida de: “DESCER DO PALÁCIO PARA VER SEUS IRMÃOS”, que belo exemplo a ser copiado por muitos que, muitas coisas aprendem nessa vida, menos essa postura que teve Moisés que por causa disto o Senhor o tomou para si para levar a um lugar melhor.
Tenho certeza de que, quando Moisés subia as luxuosas escadas do palácio, ele ao mesmo tempo lembrava que tinha de descer, pois a vida não consiste somente em subir e principalmente quando a subida não faz parte da chamada de um homem ou mulher de Deus. Quantos em nosso meio que acham que de uma vez que “subiram” não precisa “descer”, mas se ostentam no seu pedestal carnal e presunçoso, esquecendo-se daqueles que estão em baixo e precisam de auxílio.  Na verdade, o que Moisés tinha de mais relevante na sua vida palaciana, era a prática de defender e ajudar seus irmãos, algo que tinha sido feito por um
Governador do Egito anteriormente chamado, José (Gn 45:15-28). Por falar no generoso José, qual não foi a súplica que teve o seu irmão Judá quando em processo de quebrantamento disse: “porque como subirei eu ao meu pai, se o moço não for comigo”? Oxalá fosse de todos a preocupação que teve Judá de só subir se o seu irmão “subisse” com ele também! Hó que saudade nos dar do início da igreja primitiva em que os irmãos “subiam juntos”
 
(... Pedro e João subiam juntos... At 3:1). E olha que Deus prometeu ao Patriarca Jacó que se ele descesse o Senhor o faria subir (Gn 46:4). 
 
Ou não foi essa também a recomendação de Deus para o profeta Jeremias? (Jr 18:2).
 
O certo é, que Moisés “DESCEU DO PALÁCIO PARA VER SEUS IRMÃOS” (Gn 2:11), que traduzindo para uma linguagem bíblica, é sinônimo de amor pelo próximo, companheirismo, irmandade, é ser solidário e possuir o mesmo sentimento que teve Cristo Jesus (Fl 2:5). Que pena que são poucos os que praticam essa verdade, pois estamos vivendo dias difíceis aqui na terra em que pessoas no nosso meio só descem para ver seus irmãos quando é época de política (secular ou religiosa) no afã de conquistar seus irmãos que já estão a tanto tempo esquecido (se é que ainda o tens como irmãos), alguns até trajados de promessas nocivas, onde com o passar do tempo o esquece ou então “nos veremos na convenção”. Há outros que só desce do seu palácio pra ver os seus irmãos, quando é possível cantar com uma venda absurda de cd´s, dvd´s e quando não, deixa de ser irmão e passa a ser primor, parentesco inválido para a aprovação bíblica que nos diz que somos irmãos em Cristo Jesus! E porque não lembrarmos aqui também de alguns pregadores que metidos de pouse arrogante só desce do palácio para ver seus irmãos se o cachê for altíssimo e se a igreja não for capaz de acompanhar a sua altivez, para eles tais igrejas não passam de “igrejinhas”. Não são poucas as pessoas que permeiam em nosso meio e precisam urgentemente de aprender esta lição com Moisés (humildade), que não teve por maior valor as regalias do palácio, mas optou por algo mais sublime, honroso que é da própria essência do nosso Deus a saber: “Compaixão ou misericórdia (I Cr21:13; Sl 100:5,17). Afinal, Moisés já havia aprendido esta lição com Deus que “desceu dos altos céus para socorrer o seu povo quando estavam em momentos de aflição (Êx 3:7,8).
 
O “palácio” na vida de muitos pode estar representado pela posição eclesiástica, intelectualidade, riquezas, nos bens que possui, na vaidade que lhes cerca, fama, orgulho, perfeccionismo, e alguns caprichos carnais da mesma natureza. Meu Deus! Quantos não estão envolvidos nesse pecado que assola tanta gente e quantos não precisam de libertação? Portanto, não nos enganemos com os tais que só lembram-se dos irmãos só quando há interesses próprios, esquecendo-se que assim os ímpios fazem também, enquanto fomos chamados para fazermos diferença, ou então, evangelho não seria mais evangelho, e sim meramente “evangelho”.
 
Nada temos contra aqueles que com um coração puro realizam a obra de Deus com afinco, amor e sinceridade, mas temos protesto de rejeição contra os “interesseiros” que nem se quer faz lembranças daqueles que são do mesmo pai e tens as mesmas origens pelo sangue purificador de Jesus (I Jo 1:7-
9).
 
Vamos fazer nossa a ação que teve este servo de Deus chamado Moisés! Vamos descer do palácio em que nos encontramos, pois quem sabe, se esse não é o momento em que o nosso irmão mais precisa da gente? Esse nosso irmão pode estar perto de nós ou talvez possa ser que esteja longe, não importa! O que não pode é ficarmos hipnotizados com a luxúria palaciana que é efêmera e destrutível. É bom lembrar que a palavra “palácio” começa com a letra “P”, então “PASSA”, mas aquele que faz a vontade de Deus, segundo a bíblia, permanece para sempre. 
 
Cristianismo ou evangelho com a ausência do amor ao próximo é uma contradição as sagradas Escrituras e pela mesma está condenada, impugnada, pois a lei do Senhor nos ensina que para nós provarmos Deus em nossa vida, se faz necessário lembrarmo-nos dos nossos irmãos, lembrança essa que implica na ação do amor ao menos favorecido e principalmente aos domésticos na fé (Gl 6:10). Contudo, que o Senhor nosso Deus nos ajude a deixarmos a nossa jactância e que possamos “DESCER DO PALÁCIO PARA VER NOSSOS IRMÃOS” em tempo oportuno. Que haja também uma reflexão em cada um de nós e que possamos identificar qual o nosso palácio. A posição? A antipatia? A inveja? A concorrência desenfreada? O preconceito? As distinções? A carnalidade? Quem sabe outras que não foram escritas aqui?
 
Sabemos que o nosso alvo é “subir”, mesmo assim precisamos “descer”, pois na ótica Divina, “descer” é subir. Sendo assim, confronta a ótica humana que só tem pretensões e inclinações de “subir” não lembrando que quando paramos de “descer”, também paramos de “subir”. Então, quem quiser “subir”, “desça” e quando “descer” lembre-se do seu irmão, porque depois de estar lá em cima se torna mais difícil para alguns.
 

As Janelas do Palácio

Hoje em dia, no plano espiritual, nos deparamos com uma situação semelhante àquela vivida pelo povo de Jerusalém, e isso é o cumprimento da Palavra Profética. O que aconteceu com o povo de Jerusalém deve servir de exemplo e advertência para nós hoje em dia, para que não venhamos a abrir “brechas” e sofrer as consequências da nossa falta de vigilância.
 
 O profeta Jeremias mostra com clareza a forma como o inimigo penetrou nos palácios de
Jerusalém, e o que resultou depois disso: a morte das crianças nas ruas e dos jovens nas praças, pois não houve quem os defendesse e livrasse.
 
 O palácio é o lugar onde o Rei habita, e é também o lugar de onde ele governa. O palácio fala da nossa vida e o Rei que habita em nós é o Senhor Jesus. Ele governa nossa vida e está entronizado no nosso coração. A sua presença em nós nos proporciona vida eterna, que é a sua própria vida.
 
 Este palácio, que somos nós, tem várias janelas que precisam ser guardadas cuidadosamente, para que a morte não suba e penetre através delas, trazendo destruição. 
Estas janelas que precisamos guardar com toda diligência são nossos olhos, boca e ouvidos.
 
 A JANELA DOS OLHOS – Os olhos são os órgãos dos sentidos mais usados em nosso corpo. Eles estão sempre em atividade e atentos a tudo que se passa ao nosso redor, por isso devemos ter todo o cuidado com aquilo que colocamos diante deles. O mundo de hoje está oferecendo um verdadeiro banquete aos olhos de todos, mas a Palavra nos adverte que a concupiscência dos olhos é inimizade contra Deus. Muitas coisas que proporcionam prazer aos olhos, podem trazer a morte para nossa vida espiritual.
O Senhor Jesus disse que a candeia do corpo eram os olhos, e que se os olhos fossem bons, todo o corpo teria luz (sua revelação, sua vida), mas se os olhos fossem maus, então o corpo estaria em trevas (sem luz, sem vida). Devemos ter todo o cuidado com estas janelas tão fáceis de serem penetradas. Davi entendeu muito bem essa necessidade quando disse: “Não colocarei cousa má diante dos meus olhos...” (Salmo 101: 3).
 
 A JANELA DA BOCA – O Senhor Jesus disse que o que contamina o homem não é o que entra na sua boca, mas sim o que sai dela. Ele quis dizer que nossas palavras podem trazer toda sorte de contaminação e prejuízos para nossa vida, por isso devemos ter todo o cuidado com aquilo que falamos, pois, segundo Provérbios 18: 21 “a morte e a vida estão no poder da língua”.
A Palavra de Deus apresenta uma grande quantidade de exortações a respeito do cuidado que devemos ter com aquilo que falamos, como por exemplo: “o que guarda sua boca e sua língua, guarda sua alma da angústia” (Prov. 21: 23). O uso da palavra é algo de poder incalculável, de modo que através da palavra o rumo da nossa vida será determinado (Rom 10: 9).
 
Jó disse certa vez: “nunca os meus lábios falarão injustiça, nem a minha língua pronunciará engano” (Jó 27: 4).
 
 A JANELA DOS OUVIDOS – Outra coisa que devemos ter cuidado é com aquilo que estamos ouvindo. Muitos têm sofrido por dar ouvidos a conselhos que não procedem do Senhor. O mundo hoje está cheio de falsos conselheiros que têm encaminhado muitos que lhes dão ouvidos, para o abismo. Colegas de colégio e até mesmo parentes que não conhecem ao Senhor, não são as pessoas indicadas para buscarmos direção para nossa vida. Provérbios 17: 4 diz: “O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna”.
O Salmo 1 chama de bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios... antes tem o seu prazer na Lei do Senhor.
O apóstolo Paulo escreveu que: “a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rom 10: 17).
 
O Senhor Jesus disse que as suas ovelhas conhecem a sua voz e não ouvem a voz dos estranhos (Jo 10: 3, 4).
 
Tudo aquilo que entra através das “janelas” da nossa vida, segue direto para a mente e para o coração, determinando o nosso caminhar e o nosso destino (Prov. 4: 23). A Palavra de Deus diz que há dois caminhos diante do homem: o caminho da vida e o caminho da morte. Um destes dois caminhos está no coração de cada pessoa, dependendo daquilo que está penetrando no seu interior, através das “janelas” do seu “palácio”.
O propósito do inimigo é introduzir a morte pelas janelas da vida, e para isso ele não escolhe idade ou outro fator. Se possível, quanto mais cedo melhor para ele. Hoje nós podemos ver que muitas crianças e jovens estão expostos à ação do inimigo, quando são abandonadas à sua própria sorte nas ruas e praças desta vida, pois seus pais já foram vencidos. Precisamos cuidar de nossas vidas, de nossas janelas e de nossos palácios, para que possamos dar segurança às nossas crianças e jovens através da Palavra do Senhor nosso Deus, ensinando-as a manter fechadas para o mal, as janelas de suas vidas, abrindo-as apenas para aquilo que procede do Senhor.
 
 
Colunas de um Palácio
 
"Sejam ... as nossas filhas como colunas de um
palácio." (Salmo 144:12)
 
Há uma necessidade urgente de que alguém tome uma posição dentro dos lares, a fim de que o inimigo não ganhe espaço em sua tarefa incessante de tentar destruir as famílias. A mulher, que resolver ser a coluna de seu lar, terá uma tarefa não muito fácil e um preço a pagar em oração e em atitudes construtivas. A mulher como coluna deve ser sustentadora de seu lar, primeiramente em oração, de preferência junto com o seu cônjuge, que é seu companheiro e responsável principal na tarefa de manter um lar nos caminhos de Deus. A mulher como coluna do lar deve manter vivos em seu coração os princípios de Deus através de Sua Palavra, a Bíblia, como um centro de refrigério e equilíbrio para todos da casa que se achegam a ela a fim de receberem uma palavra, uma orientação, uma oração. Como colunas de um palácio, as mulheres que amam a Deus, podem estar equilibrando toda uma situação através de suas orações incessantes. Podem mudar o rumo de determinadas circunstâncias com suas palavras sábias e suas atitudes de mansidão. 
Ser uma coluna do lar é estar ligada em todas as necessidades das pessoas, procurando agir de tal forma a proporcionar um ambiente de paz e equilíbrio, para que todos os da casa possam ter a calma necessária para enfrentarem lá fora os problemas e desafios que o mundo oferece. Não há supermulheres. O que pode haver sim, são mulheres de oração, dedicadas aos seus maridos e filhos, sem perderem a sua individualidade de seres humanos com dons e talentos peculiares e que também precisam ser desenvolvidos ao longo de suas vidas. Mas se realmente essas mulheres forem colunas, elas saberão também levar a sua própria vida na presença do Senhor, recebendo dEle mesmo a direção para seus passos e o consolo para os seus corações nas horas difíceis. Seja sempre uma coluna em seu lar: uma coluna de bênção, de vida e de paz para todos os que se achegam a você. Uma fonte de amor e de boas palavras ao que está cansado.
 
 
 

Os Três Cômodos da Casa de Deus

Todo reino tem um Rei, e todo rei tem um palácio aonde ele desfruta de sua majestade.
Antigamente na época em que a monarquia era absoluta os palácios eram a marca do orgulho de um Rei.
Um rei sem palácio não era rei
O palácio era a marca de um governo prospero e de uma boa administração
E todo palácio tinha três grandes salas que eram de grande e suma importância para o reinado. Estas salas eram: sala do banquete, sala da tesouraria e sala do trono.
 
O interessante de tudo isso é que diversas vezes na bíblia, Deus usou figuras de um palácio para expressar sua majestade.
E assim como o palácio de todo rei tinha essas três salas, o palácio do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores também possui essas três grandes salas onde os seus súditos desfrutam da sua misericórdia.
 
Sala do Banquete: Era o lugar onde os reis costumavam se alegrar havia danças, cânticos e o essencial que era a comida.
Nota-se que quando a rainha de Sabá visitou a sala do banquete do palácio do rei Salomão ela ficou admirada:
“Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, E a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do SENHOR, ficou fora de si”.
Deus também nos convida para banquetear na sua presença, há uma mesa preparada para nós Deus nos convida para entrar na sala do banquete e comer aquilo que há de melhor nesta terra.
 Sacia a tua fome na presença do teu Rei, pois ele mesmo é o pão vivo que desceu do céu, a comida que não perece, a comida que nos faz caminhar por 40 dias sem parar. Não fique comendo bolotas de porco, mas como o maná que Deus preparou pra Ti.
 
Sala da Tesouraria: era o lugar aonde o Rei guardava as suas riquezas o ouro, a prata, o bronze, era o lugar onde se guardava os seus títulos.
A sala da tesouraria era o lugar onde estava guardado o poder monetário de um reino. Um reino sem uma sala da tesouraria era um reino falido.
E para toda sala da tesouraria havia um homem escolhido para guardar e cuidar desta sala. Vemos em Is 22. 15-22 que o próprio Deus escolhe um homem para ser o chefe da tesouraria em Israel
“E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá” .
Deus também tem a sua sala da tesouraria onde é guardada toda a sua riqueza destinada ao seu reino. E há também um tesoureiro que é responsável por essa sala e que possui a chave de Davi.
“E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre”.
 
Em um mundo globalizado as pessoas vivem o seu dia a dia preocupados com a sua vida financeira, muitos trapaceiam, mentem, roubam para se estabilizar materialmente.
Mas não tenha medo e nem seja ansioso, desfrute das riquezas de Deus, a riqueza dele não se corrompe e não se finda.
Quando precisar de alguma coisa consulte aquele que tem a chave de Davi, pois ele tem autoridade para derramar as riquezas do Pai sobre a tua vida. Não precisa se preocupar. O seu financiador nunca vai falir, ele não cobra juros e nem pede devolução.
Ele só deseja a nossa obediência e nossa fé.
Sala do trono: Era o lugar dos decretos, das audiências e dos segredos.
Era o lugar onde o Rei tomava a suas decisões, onde ele exercia o seu cetro
 
Um lugar separado onde só poderia entrar aqueles que tinham a permissão do Rei e aqueles que tinham mais intimidade.
 Deus também tem a sua sala do trono aonde ele exerce a sua vontade. O lugar onde ele toma a suas decisões e faz os seus decretos.
 
E ele lhe convida a entrar nesta sala, pois agora pelo sangue de Jesus temos acesso a ELE, e podemos compartilhar com ele os nossos segredos e os nossos dilemas. Ele também tem segredos para nos revelar e coisas a nos dizer.
 
Ao invés de ficar perdendo o seu tempo com coisas fúteis entre na sala do trono. Pois ele quer ter mais intimidade com você, fale com ele, confia nele e ele tudo fará
 
Você como filho do rei tem liberdade no palácio do Pai, desfrute então dos seus direitos como herdeiro do Reino de Deus.

Referências:

PACHECO NETO, Mario. Deserto ou Palácio? 2010. Disponível em: <https://ministeriodeusefiel.wordpress.com/2010/03/18/deserto-ou-palacio/>. Acesso em: 31 dez. 2013.
CHEN, Christian. David e a casa de Deus. 2007. Disponível em: <http://www.aguasvivas.ws/revista/45/02.htm>. Acesso em: 31 dez. 2013.
DEFFINBAUGH, Robert L. Edificando a casa de Deus. 2013. Disponível em: <https://bible.org/node/21032>. Acesso em: 31 dez. 2013.
 CÉSAR, Renato. Palácio para Deus? 2013. Disponível em: <http://www.eismeaqui.com.br/estudosbiblicos/4754-palacio-para-deus>. Acesso em: 31 dez. 2013.
ARANTES, Aloízio Sousa. Do monturo ao palácio. 2013. Disponível em: <https://adoradoresdoreidosreis.wordpress.com/2012/05/03/mefibosete-do-monturo-ao-palacio/>. Acesso em: 31 nov. 2013.

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