"O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se" (II Pe. 3,9).
Nesta reflexão, encontramos o eco suave do convite divino, um chamado que ressoa através das eras. A passagem do tempo não diminui a paciência de Deus, mas nos oferece um espaço precioso para a jornada do arrependimento e da graça.
A passagem destaca a paciência de Deus em cumprir Suas promessas, Seu desejo de que todos se arrependam em vez de perecerem e Sua vontade, que ninguém se perca. Expressa a natureza misericordiosa de Deus.
A paciência divina destaca o fato de que Deus não está sujeito ao tempo humano. Ele opera em Seu próprio cronograma e está disposto a dar às pessoas, tempo para se voltarem para Ele.Todos são convidados a considerarem a paciência de Deus como uma oportunidade para o arrependimento e a mudança de vida. Ela nos lembra que a vontade de Deus é a salvação de todos e que, mesmo em meio às demoras aparentes, podemos confiar em Sua fidelidade e amor. Isso também ressalta a responsabilidade humana de responder ao convite de Deus para o arrependimento e aceitar Sua graça.
É no silêncio da alma que começamos, encarando a verdade de nossas escolhas e reconhecendo as falhas que marcam nossa jornada. O convite não é para os perfeitos, mas para os que reconhecem sua imperfeição. Em meio às sombras dos erros passados, surge a necessidade de mudança.
É necessário reconhecer a própria necessidade de arrependimento. Isso envolve uma consciência sincera dos próprios erros e pecados. O arrependimento implica mais do que simplesmente reconhecer o pecado; é uma mudança de mente e coração que leva a uma mudança de comportamento. Envolve a contrição verdadeira e o desejo de abandonar os caminhos errados. O arrependimento se revela como uma jornada de transformação, uma virada de página no livro de nossas vidas. Não é apenas o lamento pelo que foi, mas a decisão corajosa de seguir por um caminho diferente. É a sincera vontade de deixar para trás as vestes desgastadas do pecado e abraçar a promessa de uma nova criação.
O convite de Deus para o arrependimento não é apenas sobre seguir regras, mas sobre estabelecer um relacionamento pessoal com Ele. Isso envolve comunhão, oração e busca constante da vontade de Deus.
Aceitar Sua graça significa confiar na obra redentora de Cristo e acreditar que, através do sacrifício de Jesus na cruz, há perdão e reconciliação disponíveis. Aceitar a graça de Deus é mais do que um gesto passivo; é uma resposta ativa à oferta divina. É abrir as mãos para receber o presente do perdão, reconhecendo que somos indignos, mas amados. A graça não é ganha, é dada, e é nesse ato generoso que encontramos a base sólida para nossa esperança. A graça de Deus é um presente não merecido.
Aceitar a graça de Deus não é apenas um evento único; é um compromisso contínuo de viver de acordo com os princípios divinos. Isso envolve a busca constante da santidade e a orientação pelo Espírito Santo.
Mas essa aceitação não é o fim, é o início de uma jornada de compromisso. É uma mudança é contínua, uma sintonia constante entre o homem e o sagrado. Que nos compromete a seguir os passos do Mestre, guiados pela luz que a graça lança sobre nossos caminhos.
A fé se entrelaça com o tecido da transformação. É confiar no invisível, crer na obra redentora que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço. Crer na obra salvadora de Jesus Cristo e comprometer-se a seguir Seus ensinamentos. A fé é o fio que conecta o coração humano ao divino, dando significado à jornada de arrependimento e aceitação da graça. A fé desempenha um papel crucial. Isso implica confiar em Deus.
E assim, no delicado equilíbrio entre a responsabilidade humana e a soberania divina, nasce um relacionamento pessoal com o Criador. A oração se torna um diálogo íntimo, a comunhão um abraço espiritual. A jornada, embora desafiadora, é permeada pela presença constante daquele que é lento em irar-se, abundante em amor.
Que cada passo dessa meditação ecoe não apenas nas palavras, mas na essência da vida. Que o convite divino encontre resposta não apenas em pensamentos, mas em ações, moldando corações que, uma vez perdidos, agora se encontram na infinitude da graça. Mesmo que pareça que Deus está demorando em cumprir Suas promessas, isso não significa que Ele tenha se esquecido delas. Pelo contrário, Deus é fiel às Suas promessas, e a demora pode ser uma oportunidade para as pessoas se arrependerem.
Deus não deseja a destruição de ninguém. Seu desejo é que todos se arrependam de seus caminhos errados e encontrem a salvação. Isso ressalta o amor de Deus por cada indivíduo, independentemente de seus erros passados.
A vontade expressa de que "ninguém se perca" enfatiza a universalidade da salvação. Deus está interessado na redenção de todos, independentemente de sua história, pecados ou falhas.
Esses elementos destacam a responsabilidade ativa do ser humano em responder ao convite de Deus. Ao mesmo tempo, é fundamental reconhecer que a capacidade de arrepender-se e aceitar a graça de Deus é, em si mesma, um dom de Deus. A colaboração humana com a obra divina é uma expressão da graça transformadora de Deus em nossas vidas.
(Pr. Maurício).
Nenhum comentário:
Postar um comentário