sexta-feira, 1 de março de 2024

Onde Passaremos a Eternidade


Um dos maiores erros teológicos já propagados, que já ficou tão famoso e conhecido que até parece que é bíblico, é a crença de que o cristão passará a eternidade no céu, o famoso “morrer e ir para a glória”. Contudo, em lugar nenhum as Escrituras dizem ou deixam entender que o salvo irá passar a eternidade no céu. O que elas ensinam é que Deus fará uma nova terra, que não servirá de enfeite, mas para ser habitada:

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Apocalipse 21:1).
“Porque, eis que EU crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Isaías 65:17).
“Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Isaías 66:22).
“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (II Pedro 3:13).

Se a primeira terra Deus “não a criou sozinha, mas a formou para que fosse habitada” Is.45:18), quanto mais a nova terra, que é a terra transformada para que seja a habitação dos santos! Se o homem vive hoje na terra e Deus fará uma nova, só pode ser porque viveremos na nova terra no futuro. Isso porque a cidade celestial de que tanto falamos de fato está no céu hoje, “preparada” para o dia em que será habitada pelos santos (Hb.11:16), mas descerá do céu para ser habitada pelos remidos aqui na nova terra:

“Eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Apocalipse 21:2).

Portanto, não somos nós que subimos e vamos habitar na cidade celestial, é a cidade celestial que desce para a nova terra!

“Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: ‘Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus” (Apocalipse 21:3).

Como vemos, não são os homens que estarão com Deus no céu, é Deus quem estará com os homens na terra!

O tabernáculo de Deus, que hoje se encontra no céu, futuramente estará “com os homens”, isto é, aqui na terra. Foi por isso que Jesus disse que os pobres herdarão a terra, e não o céu:

“Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança” (Mateus 5:5).

Jesus não disse que a herança futura dos justos será habitar no céu, mas na terra! É evidente que todas essas passagens não se aplicam apenas ao milênio, mas a todo o período eterno. Apocalipse 21:1-3 é pós-milenar, e fala de coisas que acontecerão após o milênio. Mateus 5:5 não é uma referência apenas a um período de mil anos, mas ao período eterno, pois Jesus retirou tal citação do Salmo 37:29, que diz:

“Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre” (Salmos 37:29).

Não diz que os justos herdarão a terra por mil anos e depois irão para o céu, ou que irão para o céu imediatamente após a morte, mas que herdarão a terra para sempre. Por incrível que pareça, alguns imortalistas tem a ultrapassada ideia de que nós estamos hoje na terra, vamos para o céu após a morte, voltamos para a terra no milênio e depois voltamos de novo para a eternidade no céu! Essa confusão imortalista não tem base bíblica alguma, pois as Escrituras são claras em relatar que a herança do justo é a terra, que será transformada na criação da “nova terra” prometida por Deus.

A esperança dos judeus da época de Cristo sempre esteve baseada na convicção do Reino de Deus vindo, ou seja, de Deus um dia estabelecer Seu Reino de forma visível aqui na terra, onde passaremos a eternidade. Isso fica claro quando vemos a esperança que José de Arimateia tinha a este respeito:

“José de Arimateia, membro de destaque do Sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus” (Marcos 15:43).

Os judeus estavam esperando o Reino de Deus vir a eles, e não que eles mesmos fossem ao Reino de Deus na morte. É por isso que o próprio Senhor Jesus disse:

“Pois EU lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus” (Lucas 22:18).

Na oração modelo do Pai Nosso, Jesus nos ensinou a orar: “venha o teu Reino, seja feita a tua vontade...” (Mt.6:10). 

Quando oramos pedindo que “venha o teu Reino”, não estamos pedindo a vinda apenas de uma pessoa (segunda vinda de Cristo), mas de um Reino. Esse Reino que virá nada mais é senão aquele mesmo Reino que João viu descer dos céus e se estabelecer na nova terra no Apocalipse (Ap.21:2), que é chamado de “a nova Jerusalém”. Jesus não orou para que ele voltasse, nem disse “venha o teu Filho”, mas que viesse o próprio Reino, em sua forma física e visível, como viu João e como esperavam os judeus.

Isso explica o porquê que vemos tantas vezes no Novo Testamento a menção de que “o Reino de Deus está próximo” (Lc.10:9; 10:11; 21:31; Mc.10:15), que quer dizer que esse Reino de Deus está chegando, que já está perto a hora em que o Reino chegará e será estabelecido aqui na terra. O Reino de Deus já havia chegado em sua forma espiritual (Lc.11:20), pois ainda não era o tempo de vir em sua forma visível (Lc.17:20), uma vez que em sua forma visível ele ainda não havia chegado, mas estava “próximo” (Lc.10:9; 10:11; 21:31; Mc.10:15), sendo estabelecido somente após o milênio (Ap.21:1-3).

Foi por isso que, ao chegar em Jerusalém, Jesus teve que “contar-lhes uma parábola, porque o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato” (Lc.19:11). Aquelas pessoas acreditavam que já estava na hora do Reino de Deus se manifestar em sua forma visível, da Jerusalém celestial descer do céu e do período eterno ter início, e por isso Jesus teve que contar uma parábola em que dizia que somente iria voltar “depois de muito tempo” (Mt.25:19).

A convicção não era de morrer e ir para o céu no momento da morte, mas se baseava na expectativa do estabelecimento visível do Reino de Deus aqui na terra, por toda a eternidade.

Quando Deus criou o homem originalmente, ele não o criou no céu, mas na terra. Portanto, seria mais condizente que, na restauração de todas as coisas (Mt.19:28), o padrão original de Deus para com a Sua criação fosse restabelecido com o homem em um Paraíso terreno. Adão e Eva foram criados na terra em um lugar específico, chamado “Jardim do Éden” (cf. Gn.2:15), mas foram expulsos de lá com a entrada do pecado no mundo, de modo que hoje esse Paraíso se encontra com Deus no céu (Gn.3:23,24; Ap.22:2,17).

Então, o que acontecerá quando houver a restauração de todas as coisas, quando o pecado for finalmente expulso do mundo? Esse Paraíso irá descer do céu e voltar para a posse dos seres humanos regenerados (Ap.21:2), assim como eram Adão e Eva antes do pecado. Seria incoerente que Deus tenha criado o homem originalmente na terra para que na restauração do modelo original fosse mudado para o céu. Nenhum escritor bíblico jamais expressou desejo de ir para o céu, o que eles almejavam era uma vida eterna. O Reino dos céus é o Paraíso celestial que hoje se encontra no céu, mas que descerá para a terra após o milênio (Ap.21:1-3).

Ao partirmos desta vida, nos encontraremos com Cristo no juízo após sermos ressurretos, e logo então ocorrerá o reencontro com os santos vivos arrebatados, junto a Jesus nos ares. Cristo vem com os seus santos (1Ts.4:14) porque estes santos foram ressuscitados primeiro (1Ts.4:16). Então, após o encontro entre os santos vivos arrebatados e os mortos ressurretos, o Senhor descerá à terra para estabelecer seu Reino milenar, quando a terra desfrutará de mil anos de paz.

Em seguida, haverá a ressurreição dos ímpios (Ap.20:5), que se reunirão e marcharão contra o Cordeiro e os santos na cidade de Jerusalém (Ap.20:8), e serão devorados pelo fogo consumidor que cairá do céu (Ap.20:9). Neste momento, todo o Universo é transformado pelo poder regenerador de Deus, novos céus e nova terra são feitos, e a cidade celestial, o Paraíso que estava no antigo céu, descerá para a nova terra, onde habitaremos para sempre com o Senhor. Toda essa visão também é compartilhada até mesmo por muitos pastores, que nem sempre tem coragem suficiente para admitir isso, pois seria negar um mito histórico que é a convicção de morrer e ir para o céu, que não possui qualquer respaldo bíblico.

Estar com Cristo é diferente de ir para o céu, pois estaremos com Cristo ressurretos no juízo, e não incorpóreos em um estado intermediário. Reino de Deus ou Reino dos céus também não é a mesma coisa do céu em si. Quando a Bíblia fala do Reino de Deus, ela pode estar se referindo simplesmente ao Evangelho (Mc.4:11; 4:26; Lc.4:43; 8:1; 8:10; 9:11; 9:60), ou também ao Reino dos céus, que se refere ao Reino que hoje está no céu, mas que descerá para a nova terra prometida após o milênio, quando a cidade celestial descer do céu e o próprio tabernáculo de Deus estiver com os homens (Ap.21:3).

Sendo assim, quando Cristo disse em Mateus 5:3 que “bem-aventurados são os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus” (cf. Mt.5:3), Ele não estava entrando em contradição com aquilo que Ele mesmo disse apenas dois versos depois, de que “bem-aventurados são os humildes, pois eles receberão a terra por herança” (Mt.5:5), nem tampouco estava dizendo que os humildes teriam um destino eterno diferente do destino dos pobres de espírito, porque o Reino dos céus de que Ele falava descerá à terra para habitarmos nela para sempre. Sendo assim, habitaremos na Jerusalém celestial (Reino dos céus) estabelecida sobre a nova terra. É por isso que a nossa maior esperança, como diz Pedro, não é de morrer e ir para o céu, mas de que, “de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2Pe.3:13).

E é por isso também que o apóstolo Paulo disse:

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20).

Note que Paulo não disse que nós vamos para o céu, mas que a nossa pátria está nos céus. Essa cidade, que Paulo diz que está hoje no céu, descerá por ocasião do fim do milênio, como diz João (Ap.21:2), se estabelecendo na nova terra. Paulo completa o pensamento dizendo que de lá (do céu) nós também esperamos o Salvador Jesus Cristo. Esse “também” colocado aqui pelo apóstolo liga esses dois acontecimentos, a descida de Jesus à terra e a descida da cidade celestial à terra. Não é apenas Jesus que irá vir à terra, mas também Jesus. Diante do contexto, esse “também” está relacionado à “nossa cidade que está nos céus”, a nova Jerusalém celestial.

Portanto, a convicção de Paulo não era em morrer e ir morar no céu para sempre, mas era a expectativa da volta de Cristo e da descida de cidade santa na nova terra prometida.

Infelizmente, a partir do momento em que a mentira da imortalidade da alma começou a ganhar força nas igrejas cristãs, essa realidade foi completamente distorcida e deturpada. As pessoas de hoje em dia oram dizendo “venha o teu Reino” sem saber o que isso significa. Têm em mente aquela versão popular da vida após a morte, onde a expectativa do cristão é baseada na ilusão de se estar no céu em um estado incorpóreo entre a morte e a ressurreição, e não na visão realista bíblica da vida corpórea e terrena após a ressurreição.

Toda uma teologia escatológica bíblica sólida foi destruída para dar lugar a um conto de fadas, onde espíritos flutuam nas nuvens do céu tocando flautas e conversando com os anjos, ao invés do realismo bíblico onde a vida futura se dá através da ressurreição de um corpo físico, para habitar em uma nova terra física, embora transformada do pecado e dos pecadores.

Embora o paganismo greco-romano e o judaísmo sustentassem uma grande variedade de crenças sobre a vida além da morte, os cristãos primitivos eram extremamente unânimes sobre o assunto.

Muitos cristãos tem a vaga impressão de que iremos para o céu, e lá passaremos toda a eternidade. Talvez por falharem em entender determinadas porções do Novo Testamento. Quando Paulo fala em Filipenses 3.20-21 que “nossa pátria está nos céus”, ele não está dizendo que iremos para lá quando terminarmos nossa obra aqui. O texto diz que Jesus virá do céu a fim de transformar nosso corpo presente em um corpo glorioso como o d’Ele, e que fará isso por meio “do poder que Ele tem de subordinar a si todas as coisas”. Em suma, o Jesus ressuscitado é o modelo para o corpo futuro do cristão e o meio pelo qual ele virá à existência.

O texto de Colossenses 3.1-4 diz, de forma semelhante, que quando Cristo – que é a nossa vida – se manifestar, nós também seremos manifestados com Ele, em glória. No presente, já temos vida n’Ele, e essa nova vida que possuímos (invisível para o mundo), irromperá em plena realidade e visibilidade corpórea.

A passagem mais clara está em Romanos 8.9-11. Se o Espírito de Deus habita em vocês, diz Paulo, então “aquele que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também os seus corpos mortais, por meio do seu Espírito”. Deus dará vida, não a um espírito sem corpo, mas a seus “corpos mortais”.

Paulo não é o único no Novo Testamento a sustentar tal ensino. João declara que, quando Jesus “se manifestar”, seremos “semelhantes a Ele, porque havemos de vê-lo como Ele é” (I João 3.1-3). O corpo ressurreto de Jesus, que no presente é quase inimaginável para nós em sua glória e poder, será o modelo do nosso corpo.

Preciso detalhar ainda mais uma questão que tratei no início: o que Jesus quis dizer quando declarou que havia muitas “moradas” na casa do seu pai? (João14.2).

Essa expressão tem sido usada, de modo geral, no contexto de perda ou desolação, com o sentido de que os mortos (ou ao menos os mortos cristãos) simplesmente irão para o céu para sempre, em vez de serem ressuscitados para uma nova vida corpórea.

Porém, a palavra usada aqui para “moradas” é monai, normalmente usada no grego para designar não um descanso eterno, mas uma escala durante uma viagem para algum outro lugar, no futuro. Para os que morrerem na fé, antes da ressurreição, a promessa é de estar com Jesus.

Nas palavras de Paulo aos filipenses, morrer é “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1.23). Ressurreição nada tem a ver com esse pensamento. Não é uma maneira de se referir à “vida após a morte”. Ressurreição é uma nova vida corpórea após algum tipo de existência depois da morte.

O que podemos dizer sobre passagens como a de I Pedro 1, onde fala de uma salvação que “está reservada nos céus”? Para a maioria dos cristãos, essa passagem está dizendo que o céu é o lugar onde iremos receber a “salvação”, ou mesmo que a “salvação” consiste em irmos para o céu quando morrermos. O que Pedro está dizendo é que o céu é o lugar onde os propósitos de Deus para o futuro estão guardados. Eles não permanecerão ali para sempre, pois nesse caso seria necessário ir ao céu para desfrutar deles, mas é ali que eles são mantidos a salvo, até o dia em que se tornarão realidade na terra.

A herança futura de Deus, o novo mundo incorruptível e os novos corpos que devem habitar esse novo mundo recriado, já estão mantidos a salvo esperando por nós. Eles serão trazidos a este mundo, no novo céu e na nova terra.

Apocalipse 2 1-22 descreve um novo céu e uma nova terra, criados por Deus para serem o lar dos justos. O importante a respeito desta nova criação é que aqui, por fim, Deus e a humanidade redimida viverão juntos em comunhão e harmonia. Para nós, isto quer dizer que “o mesmo Deus estará com eles e será seu Deus..., não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (21.3,4). Para Deus, isto significa o cumprimento das possibilidades que eram inerentes na criação original de um Adão e uma Eva inocentes.
 
O Senhor agora fará novas todas as coisas e criará um novo céu e uma nova terra. Fazendo Sua criação do primeiro céu e primeira terra desaparecerem, Ele fará uma nova terra e um novo céu. Deus fará o novo céu e a nova terra e viverá com os santos. Os santos que participarem da primeira ressurreição partilharão desta bênção. Isso é algo que a humanidade não poderia sequer sonhar com suas mentes humanas, mas é o que Deus preparou para os Seus santos. Os santos e todas as coisas darão glória, honra, louvor e graças a Deus por suas grandes obras.

É Deus quem desce aqui na terra para viver com os homens, Deus vai trazer o tabernáculo celeste, que é a Nova Jerusalém para junto dos homens aqui na terra.

Vendo desta forma poderemos dizer que: Não vamos morar no céu com Deus, mas Deus trará o céu até nós para morar conosco. (Compilado + Lucas Banzoli).

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Os Gigantes da Bíblia

Interpretação sobre os "filhos de Deus": Algumas interpretações defendem que os "filhos de Deus" mencionados em Gênesis 6 se referem aos descendentes de Sete, que buscavam viver uma vida justa e piedosa. Essa visão contrasta os "filhos de Deus" com as "filhas dos homens", descendentes de Caim, frequentemente associados à impiedade e ao pecado. 

Essa interpretação enfatiza uma distinção entre os justos e os ímpios, em vez de interpretar os "filhos de Deus" como anjos.

Gigantes e anomalias genéticas: A ideia de que os gigantes mencionados na Bíblia eram o resultado de anomalias genéticas ou condições ambientais específicas é uma interpretação que busca uma explicação natural para a existência desses seres. Ela destaca que, naquela época, as condições de vida e os fatores ambientais poderiam ter contribuído para o desenvolvimento de pessoas de estatura física impressionante.

Interpretação dos Nefilins: A palavra "Nefilins" é frequentemente interpretada de diferentes maneiras. Enquanto algumas interpretações a veem como referência a seres de estatura física imponente, outras a consideram como pessoas poderosas e influentes, não necessariamente gigantes no sentido literal, mas sim destacando seu status e prestígio na sociedade da época.

Enfoque na literalidade da Bíblia: Algumas das reflexões destacam a importância de interpretar a Bíblia de forma literal e enfatizam que as histórias e eventos descritos devem ser entendidos conforme são apresentados no texto bíblico, sem buscar significados simbólicos ou alegóricos. Essa abordagem visa a compreensão direta e simples da mensagem bíblica.

É importante reconhecer que a interpretação da Bíblia pode variar entre diferentes tradições religiosas e grupos teológicos, e que há espaço para uma variedade de perspectivas e entendimentos dentro do contexto da fé. Cada indivíduo pode encontrar significados e insights únicos ao refletir sobre as Escrituras, e é essencial abordar essas questões com respeito e humildade diante da diversidade de interpretações que existem.

Uma abordagem histórica sobre a interpretação dos "filhos de Deus" e dos "Nefilins" em Gênesis 6:1-4 pode ser elucidativa.

Ao longo dos séculos, essa passagem tem sido objeto de interpretação variada dentro da tradição judaico-cristã.

Interpretação Judaica Antiga: No judaísmo antigo, alguns rabinos interpretavam os "filhos de Deus" como sendo os descendentes de Sete, que eram considerados justos, e as "filhas dos homens" como sendo descendentes de Caim, que eram vistos como ímpios. Essa interpretação enfatiza a ideia de uma divisão entre os justos e os ímpios na sociedade pré-diluviana.

Interpretação Cristã Primitiva: Nos primeiros séculos do cristianismo, algumas correntes interpretativas, influenciadas pela tradição judaica, também viam os "filhos de Deus" como descendentes piedosos de Sete. No entanto, com o tempo, surgiram interpretações alternativas que identificavam os "filhos de Deus" como anjos caídos.

Interpretação Patrística e Medieval: Muitos dos pais da igreja, como Orígenes e Agostinho de Hipona, adotaram a interpretação de que os "filhos de Deus" eram anjos caídos que se relacionaram com mulheres humanas. Essa visão ganhou destaque na teologia cristã durante a Idade Média e influenciou significativamente a compreensão da passagem.

Reforma e Pós-Reforma: Durante a Reforma Protestante e o período pós-reforma, houve uma variedade de interpretações sobre essa passagem. Alguns teólogos reformados mantiveram a visão tradicional de que os "filhos de Deus" eram anjos, enquanto outros adotaram interpretações mais alegóricas ou simbólicas.

Interpretações Modernas: No período moderno, com o avanço dos estudos bíblicos e a influência da crítica histórica, surgiram diversas interpretações sobre Gênesis 6:1-4. Algumas abordagens buscam compreender o texto dentro de seu contexto cultural e literário, enquanto outras enfatizam aspectos teológicos mais amplos, como o tema da justiça e da corrupção moral na sociedade humana.

Ao longo da história, a interpretação dos "filhos de Deus" em Gênesis 6:1-4 tem sido diversificada e sujeita a mudanças de acordo com o contexto cultural, teológico e hermenêutico. Essa passagem continua a ser objeto de estudo e debate entre estudiosos e teólogos, refletindo a complexidade da tradição religiosa judaico-cristã e sua interpretação das Escrituras.

Existem algumas interpretações e teorias que buscam abordar a questão da sobrevivência dos gigantes pós-diluvianos.

Descendência de Noé: Alguns sugerem que os gigantes "pós-diluvianos" podem ter surgido como resultado de mutações genéticas ou outras causas naturais que ocorreram entre os descendentes de Noé após o dilúvio. Essa visão argumenta que, mesmo que Noé e sua família fossem de estatura normal, poderiam ter ocorrido mudanças genéticas ao longo das gerações que resultaram em pessoas de estatura incomum.

Sobrevivência de Nefilins: Outra teoria sugere que alguns dos Nefilins, os gigantes mencionados em Gênesis 6:1-4, podem ter sobrevivido ao dilúvio de alguma forma e continuado a existir após o evento catastrófico. Isso poderia ter acontecido por meio de descendência ou de alguma forma de preservação especial durante o dilúvio.

Interpretação Simbólica: Alguns teólogos interpretam os relatos sobre os gigantes de forma mais simbólica ou figurativa, entendendo-os como representações de poder, influência ou opressão em determinados períodos históricos. Nessa perspectiva, os gigantes não são entendidos literalmente como pessoas de estatura física incomum, mas como figuras que exerciam domínio sobre os outros devido ao seu poder político, militar ou econômico.

Dentro da tradição judaico-cristã, além das interpretações mencionadas anteriormente, existem outros pontos de vista sobre os gigantes "pós-diluvianos". Aqui estão alguns exemplos adicionais:

Descendência de Linhagens Diferentes: Alguns estudiosos propõem que os gigantes pós-diluvianos podem ter surgido de uma linhagem ou grupo étnico diferente daquele de Noé e sua família. Essa interpretação sugere que, além dos descendentes de Noé, pode ter havido outros grupos de humanos que sobreviveram ao dilúvio e eventualmente deram origem a pessoas de estatura incomum.

Migração ou Contato com Outros Grupos: Outra teoria é que os gigantes pós-diluvianos podem ter surgido como resultado da migração ou do contato com grupos humanos que viviam em regiões distantes e que não foram afetados pelo dilúvio. Essa interpretação pressupõe a existência de comunidades humanas isoladas que desenvolveram características físicas distintas ao longo do tempo.

Influência de Seres Sobrenaturais: Alguns teólogos e estudiosos sugerem que os gigantes pós-diluvianos podem ter sido influenciados ou criados por seres sobrenaturais, como demônios ou entidades espirituais malignas. De acordo com essa visão, os gigantes não seriam necessariamente descendentes humanos, mas sim seres criados ou modificados por forças espirituais.

Evolução ou Adaptação: Alguns teólogos e estudiosos consideram a possibilidade de que os gigantes pós-diluvianos tenham surgido como resultado de processos evolutivos ou de adaptação ao ambiente. Essa interpretação sugere que mudanças ambientais ou seleção natural poderiam ter levado ao desenvolvimento de características físicas incomuns em certas populações humanas.

Esses são apenas alguns exemplos de diferentes pontos de vista sobre os gigantes "pós-diluvianos" dentro da tradição judaico-cristã. Cada interpretação busca reconciliar as narrativas bíblicas com os dados históricos, científicos e teológicos disponíveis, refletindo a diversidade de abordagens e perspectivas dentro do estudo das Escrituras e da fé religiosa.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

“Bem-aventurados sois vós...”
(Mt 5,11)

Todo ser humano deseja ser feliz, e o desejo de felicidade é o dinamismo mais profundo que toda pessoa traz inscrita no íntimo do seu ser. Em outras palavras, a aspiração primeira que nos habita é a “alegria de viver”. Por isso, atentar contra a felicidade de viver é a agressão mais grave que se pode cometer contra o ser humano.

No entanto, na experiência de fé de muitas pessoas, a imagem de “Deus” não está associada à busca da “felicidade”. De fato, são muitos os que veem em Deus um autêntico rival da própria felicidade, pois costumam relacionar Deus com a proibição de muitas coisas que lhes dão prazer e lhes fazem felizes, ou com a obrigação de fazer outras coisas que lhes são pesadas e desagradáveis.

E, sobretudo, para muitos, “Deus” é uma ameaça, uma proibição constante, uma censura, um juiz implacável com o código de leis nas mãos... enfim, uma carga pesada que complica a vida, tornando-a sem sabor e sem sentido

Além disso, muita gente vê em Deus a imposição de verdades que não compreende, a limitação da própria liberdade, a necessidade de submeter-se a poderes e autoridades que lhe causam rejeição...

E, para culminar, são muitos aqueles cuja experiência de fé é vivida de maneira negativa, alimentando culpas, acentuando os escrúpulos, fomentando divisões e conflitos internos, comportamentos de caráter obsessivo, práticas piedosas carregadas de moralismo e expiação..., e outras patologias.

É evidente que um “Deus” assim gera, nas pessoas, sentimentos de culpa, de insegurança e de medo. Podemos, então, compreender perfeitamente porque muitas pessoas prescindem de Deus em suas vidas, inclusive, recusam abertamente tudo o que se refere a Deus, à religião e aos seus representantes. Um “Deus” que é percebido e sentido como um problema, como uma presença que entra em conflito com nossa felicidade, por mais que nos digam que Ele é bom, que nos ama e que é Pai, é e será sempre um “deus” inaceitável e até insuportável.

Um Deus assim não tem e nem pode ter relação alguma com a aspiração maior que carregamos dentro de nós: o desejo de sermos felizes na vida.

Não é fácil passar de uma espiritualidade que fez do sofrimento e do sacrifício um lugar de redenção, de santidade, de predileção por parte de Deus, a uma espiritualidade que integra a busca da felicidade, não só como um direito humano, senão como um sinal do Reino.

Falar de felicidade nos leva necessariamente a nos perguntar se é possível ser felizes em um mundo cheio de dores, injustiças, mortes prematuras, solidão, vida sem sentido...

No entanto, como seres humanos não podemos renunciar à busca da felicidade. O importante é que não vivamos esta busca de uma maneira solitária, nem que nossa busca seja à custa dos outros ou à margem das grandes maiorias sofredoras. A isso não se pode chamar felicidade.

A felicidade é a busca fundamental do ser humano, o sonho da humanidade desde o começo da história. O difícil é ter sabedoria para poder reconhecer os caminhos que nos conduzem a ela.

As Bem-aventuranças é um programa para viver a felicidade; e o motivo primeiro é porque todas elas são, na verdade, o caminho da santidade universal (acima e além de toda religião, pois elas são simples e profundamente humanas). As Bem-aventuranças são como o mapa de navegação para nossa vida; são o horizonte de sentido e o ambiente favorável para nossa santificação, entendida como empenho para viver com mais plenitude, segundo o querer de Deus.

Jesus, num determinado dia, subiu à montanha e com grande solenidade declarou felizes os pobres, os aflitos por causa do Reino, os mansos que não recorrem à violência, os que tem fome e sede de justiça, os misericordiosos, os que não tem segundas-intenções no coração, os que trabalham em favor da paz, os perseguidos por causa da justiça. Todos eles(as) são declarados felizes porque são os que mais se parecem com Deus, ou seja, deixam transparecer em suas vidas a santidade d’Ele. E a felicidade está justamente na vivência do chamado universal à santidade.

A santidade é, pois, um dom recebido de Deus, que alimenta na pessoa o desejo e a disposição de “sair de si mesma” para viver a experiência do amor na relação com o mesmo Deus, no encontro com os outros e no cuidado e proteção da Criação.

“Viver a partir da santidade de Deus” representa a melhor definição da santidade cristã: reconhecer-nos como quem recebe tudo de Deus, deixar-nos amar e guiar por Ele, assemelhar-nos a Ele para fazer carne viva em nós os sentimentos de compaixão e misericórdia que Ele tem com as pessoas.

Em outras palavras, a santidade significa viver o divino que há em nós. Só descobrindo o que há de Deus em nós, poderemos cair na conta da nossa verdadeira identidade.

Todos somos santos, porque nosso verdadeiro ser é o que há de Deus em nós; embora a imensa maioria das pessoas não tem consciência disso ainda, não podemos deixar de manifestar o que somos. Somos santos pelo que Deus é em nós, não pelo que nós somos para Deus. Para Jesus, é santa a pessoa que descobre o amor que chega até ela sem mérito algum de sua parte, mas deixa-se envolver por este amor expansivo e passa a viver uma presença amorosa.

Somos convidados a deixar semear na terra de nossa vida o anúncio mais impressionante de felicidade que Jesus nos faz. Como não ficar maravilhados diante das bem-aventuranças e deixar que cada uma delas nos des-vele e nos fale d’Ele? De fato, elas são o auto-retrato de Jesus; antes de proclamá-las, Ele as viveu na radicalidade.

As bem-aventuranças constituem a carta magna do Reino e princípio fundamental do seguidor de Jesus; nela aparece a visão que Jesus tinha e desejava para o ser humano. Elas oferecem um programa de felicidade e de esperança, ou seja, elas nos ensinam a ser ditosos, no desprendimento e na solidariedade, na pureza de coração e de vida, na liberdade radical, na esperança... tanto no nível pessoal como comunitário.

As bem-aventuranças compartilham uma mesma visão: valem para todos os seres humanos.

O Deus que nelas aparece não é “confessional”, não é “patrimônio” de uma religião específica; não exige nenhum ritual de nenhuma religião, senão o “rito” da simples religião humana: a pobreza, a opção pelos pobres, a transparência de coração, a fome e sede de justiça, a luta pela paz, a perseguição como consequência do empenho em favor da Causa do Reino...

Essa “religião humana básica fundamental” é a que Jesus proclama como “código de santidade universal”, para todos os santos. Adroaldo Palaoro (Sacerdote Jesuíta).

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Necrose Espiritual

A necrose espiritual é uma condição devastadora que afeta a alma humana de maneira profunda e progressiva. Ela se manifesta como um gradual apodrecimento interior, onde as virtudes e os valores espirituais perdem sua vitalidade e significado. Seus sintomas são insidiosos e muitas vezes passam despercebidos até que a doença tenha se espalhado por toda a alma.
É crucial reconhecer os sinais da necrose espiritual e agir rapidamente para restaurar a saúde espiritual. A conversão sincera e o retorno ao amor e à devoção a Deus são essenciais para reavivar a alma e restaurar sua vitalidade espiritual. Somente através desse processo de cura e renovação podemos evitar a putrefação espiritual total e a perda definitiva da conexão com o divino.

Assim como a necrose física é caracterizada pela morte do tecido em um organismo vivo, a necrose espiritual representa a morte das faculdades da alma que nos conectam com o divino. Pode se propagar pela comunidade de fé, enfraquecendo-a e minando sua vitalidade espiritual.

Inicialmente, pode-se notar uma perda de sensibilidade espiritual, onde as pessoas afetadas não conseguem mais sentir a presença de Deus ou experimentar a alegria da comunhão espiritual. Como uma mão cujo pulso foi quebrado, a conexão vital com o sagrado é interrompida, deixando apenas um membro inerte e sem vida.

À medida que a necrose espiritual avança, os sintomas se agravam. A fé e a esperança, representadas pelos tendões da mão, tornam-se enfraquecidas e frágeis. Aqueles que sofrem desse mal podem ainda professar sua convicção, mas ela se torna vazia e desprovida de poder transformador. A esperança se torna mera resignação e a fé, uma formalidade sem vida.

Como resultado desse processo de deterioração espiritual, a alma se encontra em um estado deplorável, semelhante a um membro necrosado e atrofiado. A pessoa afetada perde a capacidade de responder ao chamado divino, e sua vida espiritual se torna uma sombra do que um dia foi.

Quando alguém é infectado pela necrose espiritual, sua mente e coração se tornam insensíveis à influência do Espírito Santo. Mensagens poderosas, conselhos sábios e até mesmo a leitura da Bíblia não conseguem penetrar nas profundezas de sua alma necrosada.

O orgulho e a vaidade humana são frequentemente identificados como as principais causas desse entupimento espiritual. Assim como o excesso de gordura pode obstruir uma veia no corpo físico, o orgulho e a vaidade entopem os canais espirituais que mantêm a vida espiritual fluindo. A autoconfiança e a busca por glória pessoal obscurecem a visão da necessidade de dependência total de Deus. É como se uma veia crucial estivesse entupida, impedindo o fluxo vital do Espírito para aquela parte do corpo espiritual.

É de extrema importância exercer cuidado ao reconhecer os sinais da necrose espiritual, que se manifesta através de palavras corrosivas e ações que promovem discórdia e rebelião entre os membros do corpo de Cristo. Aprender a discernir se uma fonte é saudável ou não, se suas palavras edificam ou destroem, é crucial para proteger nossa própria vida espiritual.

Os médicos chamam "enfarte" à obstrução de uma artéria, com o relativo bloqueio do fluxo de sangue e a consequente necrose daquela parte concreta do corpo que o sangue já não é capaz de irrigar e vivificar. Da mesma forma, também na vida dos fiéis e até no Corpo místico de Cristo podem verificar-se "enfartes espirituais."

Se um membro do corpo necrosou, o que o médico faz? Não há outro remédio senão amputá-lo, para que a necrose não se expanda para outros membros, levando o corpo inteiro à morte. Da mesma forma, quando a Igreja aplica a sua autoridade espiritual para tratar "enfartes espirituais" dentro do Corpo de Cristo, ela pode se encontrar diante da dolorosa necessidade de tomar medidas drásticas para preservar a saúde espiritual do corpo como um todo.

Encarar uma pessoa necrosada espiritualmente pode provocar uma sensação de mal-estar profundo. É angustiante testemunhar a destruição gradual de uma parte do corpo espiritual, consumida por agentes espirituais nocivos que corroem as células da fé e da devoção.

Assim como a necrose física é uma visão horrível, a necrose espiritual é igualmente perturbadora, representando uma ameaça séria à saúde espiritual da comunidade de fé como um todo. O perigo da necrose espiritual não reside apenas na perda da vida espiritual individual, mas também na contaminação do corpo de Cristo como um todo.

A necrose espiritual não é apenas um problema individual; ela afeta toda a comunidade de fé. Assim como um corpo humano sente a dor quando um de seus membros está ferido, a igreja como um corpo místico sofre quando seus membros estão espiritualmente necrosados.
É imperativo tratar a necrose espiritual com urgência e determinação. Assim como a intervenção médica é necessária para remover o tecido morto e restaurar a circulação sanguínea, o tratamento espiritual requer humildade, arrependimento e uma rendição completa a Deus. Somente através da remoção do orgulho e da vaidade, e do restabelecimento da conexão íntima com Deus, podemos esperar restaurar a saúde espiritual e preservar a vida do corpo de Cristo. Quando a indiferença e a apatia espiritual se instalam, a comunhão e a solidariedade são substituídas pelo egoísmo e pela alienação.

Portanto, a Igreja, assim como um médico, deve agir com sabedoria e amor ao lidar com os "enfartes espirituais", buscando a restauração e a saúde espiritual de todos os seus membros.
A disciplina eclesiástica visa não apenas corrigir o indivíduo em falta, mas também proteger o restante do corpo de Cristo da contaminação espiritual. É um ato de amor e responsabilidade, visando o bem-estar espiritual de toda a comunidade.

Diversas igrejas estão enfrentando uma forma avançada de necrose espiritual, onde as lesões irreversíveis nos tecidos da fé e da devoção resultam na morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo. Esta condição, às vezes chamada de "morte programada", ocorre quando os agentes patogênicos espirituais alteram as atividades metabólicas e bioquímicas normais das células, levando-as à morte espiritual.

Infelizmente, vemos pessoas dentro das igrejas pecando sem arrependimento, vivendo em adultério, roubando e perdendo completamente a sensibilidade espiritual. Isso afeta não apenas os membros individuais, mas também líderes de todas as esferas eclesiásticas, propagando a doença espiritual para outros.
 
No entanto, há esperança mesmo nos momentos mais sombrios. Assim como Cristo chamou Lázaro para fora do sepulcro, Ele continua nos chamando para sair da necrose espiritual e iniciar uma nova vida em Sua luz. O perdão de Deus e Sua misericórdia nos libertam do pecado e nos trazem paz. Sua misericórdia é uma luz de amor e ternura, transcendendo todas as leis e bloqueios humanos.

Portanto, devemos responder ao chamado de Cristo para sair do túmulo espiritual do pecado, reconhecendo Sua presença misericordiosa e buscando uma vida renovada em Sua graça. Somente através de um encontro pessoal com Ele podemos encontrar verdadeira felicidade, liberdade e salvação.

Por isso, é fundamental avaliar a fonte da mensagem, discernindo se ela edifica ou destrói. Ao adotar esses cuidados, podemos nos proteger dos efeitos nocivos da gangrena espiritual, mesmo que ela esteja presente em outras partes do corpo de Cristo.

É lamentável constatar que muitas igrejas estão enfrentando uma forma avançada de necrose espiritual. A necrose, sendo a manifestação final de células que sofreram danos irreversíveis, representa a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo. Embora a morte celular seja um processo natural para a manutenção do equilíbrio tecidual, quando ela ocorre de maneira descontrolada, pode levar à destruição dos tecidos e órgãos afetados.

Nesse contexto, a necrose espiritual pode ser vista como uma forma de "morte programada" da vida espiritual, onde a falta de nutrição adequada e a presença de agentes patogênicos espirituais levam à degeneração e morte dos valores e princípios espirituais que sustentam a comunidade de fé.

É uma condição grave que afeta muitos cristãos, levando à morte espiritual de partes significativas de sua fé e devoção. Assim como a necrose física resulta da falta de irrigação sanguínea, a necrose espiritual ocorre quando a vida espiritual é sufocada pela falta de conexão com a fonte de vida, que é Deus.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

"Ressurreição de Jesus até aos Últimos Dias"

A compreensão da ressurreição de Jesus, de acordo com a narrativa cristã, é vista como um evento único, central e específico na fé cristã que possui significados teológicos e escatológicos profundos, enquanto a ressurreição dos mortos é associada ao cumprimento final dos propósitos divinos para a história.

A ressurreição de Jesus não é equiparada à ressurreição de todos os seres humanos, que é uma postura central na esperança cristã futura.


A convicção na ressurreição dos mortos está associada à esperança cristã na vida eterna e à consumação do Reino de Deus. A ideia é que, ao final dos tempos, todos os seres humanos experimentarão a ressurreição, e haverá um julgamento final. Então, a ressurreição de Jesus é vista como um evento precursor e antecipação desse futuro evento universal. Enquanto a ressurreição de Jesus é um testemunho específico da ação de Deus na história, a ressurreição de todos está vinculada à escatologia cristã e ao cumprimento final do plano divino.

Sinal da Nova Criação: A ressurreição de Jesus é vista como o início de uma nova criação. Ela representa a inauguração de um novo tempo na história da salvação, antecipando a ressurreição futura de todos os cristãos e a restauração completa da criação. A ressurreição dos mortos é frequentemente associada à ideia de uma nova criação. Isso não se refere apenas à ressurreição física, mas à restauração completa da criação, onde o mundo será renovado e transformado.

Revelação da Identidade de Jesus: A ressurreição autentica a identidade de Jesus como o Filho de Deus e o Messias. Ela é uma confirmação divina de sua obra redentora na cruz e sua autoridade sobre a vida e a morte. É uma manifestação do poder de Deus sobre a morte, revelando seu controle supremo sobre todas as coisas.

Julgamento Final: A ressurreição geral está associada ao julgamento final. Na teologia cristã, esse julgamento ocorrerá quando Jesus retornar para avaliar a vida de cada pessoa. A ressurreição dos mortos é entendida como parte desse evento final, quando todos serão julgados e receberão sua recompensa ou punição.

Harmonização com a Escatologia Cristã: A espera pela ressurreição geral está em consonância com a escatologia cristã, que abrange eventos futuros relacionados ao fim dos tempos, como a segunda vinda de Cristo, o juízo final e a inauguração do Reino de Deus em sua plenitude.

A ressurreição dos mortos é vista como parte integrante do cumprimento final dos propósitos divinos. Enquanto a ressurreição de Jesus é vista como um evento único que antecipa e assegura a ressurreição geral, esta última é adiada até o momento em que todos os eventos escatológicos previstos na teologia cristã serão consumados.

Esta é uma história real de um Deus que, ao lidar com a humanidade, transforma impossibilidades em realidades, cumprindo Suas promessas além de qualquer expectativa, que continua a ser escrita, à medida que confiamos na sua fidelidade para cumprir cada promessa em nossas próprias vidas. História de redenção, um presente não merecido, livrando os homens do julgamento divino e da condenação eterna. A morte de Jesus foi um pagamento completo e suficiente para nosso perdão e reconciliação, e sua ressurreição é a prova da plena eficácia da sua obra expiatória. Sua morte não foi em vão; Ele ressuscitou, validando a obra realizada, assegurando nosso perdão diante de Deus.

A morte de Jesus, longe de ser um acaso, é parte de um plano divino, onde Deus entregou Seu próprio Filho para lidar com nossas transgressões, tratadas com seriedade, e condenadas; mas, a sua misericórdia nos redimiu pela sua morte, substitutiva, providenciada, para que não enfrentássemos a execução pelos nossos pecados. Ele é o Deus que ressuscitou Jesus para nossa absolvição.

Nessa narrativa única, Deus ressuscitou Jesus dos mortos, após três dias, devolvendo-o, trazendo à vida aquele que havia experimentado a mortalidade, elevando-o como Senhor do universo. Criador de todas as coisas, capaz também de ressuscitar os mortos e realizar feitos que desafiam a lógica humana. Chamou à existência aquilo que parecia impossível, Isaac, de um ventre estéril, cujo nascimento surpreendente foi um testemunho do seu poder criativo.

Nossa confiança deve estar em Deus, aquele que cumpre promessas que ultrapassam os limites do impossível. Confiamos naquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos. Confiamos naquele que chama à existência as coisas que não existem: o poder para gerar Isaac, de um ventre estéril de uma mulher com 90 anos de idade e seu marido, Abraão, quando tinha 100.

O fato de colocar a ressurreição de Jesus em primeiro lugar é que ela se une com o poder que fez Isaac nascer. Isso era impossível. Mas foi o que tornou a fé do patriarca Abraão, exemplar: ele creu naquele que ressuscitou dentre os mortos, e que vivifica os mortos.

A fé que é considerada para o perdão é a mesma fé em Deus que ressuscita os mortos; é a fé naquele que opera um poder inconcebível. Ele ressuscita mortos, Ele faz aquilo que as pessoas dizem que não pode ser feito. Deus pode cumprir toda promessa. Portanto, confiamos nele. Ele é o Deus que ressuscitou a Jesus “pela nossa absolvição”.

A morte de Jesus Cristo ocorreu pelo desígnio de Deus. Deus planejou sua morte. Ele não morreu simplesmente. Ele foi entregue à morte por Deus. Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou. E o desígnio teve um propósito: “Pelas nossas transgressões”. O desígnio de Deus foi lidar com nossas transgressões. Ele quis prover uma morte substituta para que não precisássemos morrer pelas nossas transgressões. E a única morte que poderia fazê-lo seria a morte de seu Filho.

Nossas transgressões não são varridas para debaixo do tapete. Não são ignoradas. São condenadas. Acarretam uma execução. Mas não a nossa. A de seu Filho, Jesus. Assim, somos redimidos pela sua morte, ou seja, somos salvos de nossos pecados. Somos libertos da condenação do inferno. Salvos do julgamento de Deus. E toda essa redenção não a merecemos. Merecemos morrer e ir para o inferno e suportar o julgamento de Deus.

Mas esta é uma redenção misericordiosa. Este é o Deus em quem confiamos para sermos perdoados — o Deus que realiza uma redenção misericordiosa. Ele designou nos salvar de nossas transgressões através da morte de seu Filho.

Quando Jesus morreu pelas nossas transgressões, um pagamento total e suficiente foi realizado para o nosso perdão e reconciliação. Trata-se de ser considerado livre de culpa ou pecado. Portanto, seria injusto ter deixado Jesus na sepultura, visto que Ele pagou totalmente por nossos pecados. Assim, Deus o ressuscitou dentre os mortos para vindicar a expiação e a obediência de Jesus.

A ressurreição de Jesus foi uma confirmação do que Ele realizou em sua morte e foi perfeitamente bem-sucedido. A compra de nossa reconciliação, ou seja, quando Jesus morreu e derramou seu sangue pelas nossas transgressões, expiou os pecados que o matou. Uma vez que esses pecados agora são cobertos e pagos, não há razão para que Jesus permaneça morto. Sua morte foi somente para pagar por nossos pecados. Quando eles foram perfeitamente pagos, não há mais obrigatoriedade de sua morte. Seria injusto mantê-lo no túmulo. Ele não poderia ficar mais ali, porquanto não era possível que Ele fosse retido pela morte.

Numa confiança profunda naquele que opera um poder insondável, lançamo-nos ao mistério de Deus, o autor de uma história extraordinária que transcende a realidade que conhecemos.

Cumprimento das Escrituras: A ressurreição de Jesus é entendida como o cumprimento de profecias do Antigo Testamento, e ela ocorre de acordo com o plano divino para a redenção da humanidade. Ela é vista como um ponto culminante na história da salvação, mas a consumação final desse plano divino está ligada ao fim dos tempos. A história da salvação, na visão cristã, ainda está em andamento, e o retorno de Jesus e a ressurreição dos mortos são eventos esperados que marcarão o encerramento dessa história.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O Horizonte do Tempo

A jornada da vida é um caminho sinuoso, repleto de encruzilhadas, altos e baixos, que nos leva a lugares inexplorados e nos desafia a descobrir quem somos. É como um livro cujas páginas se desdobram a cada experiência, uma narrativa contínua escrita pelas nossas escolhas, desafios e vitórias.

Deus, o observador eterno, contempla essa jornada com um olhar que transcende o tempo. Ele não se detém nas páginas já escritas, mas se deleita na história que se desenrola a cada novo capítulo. Seu olhar não é crítico, mas é permeado por um amor infinito que abraça a essência de quem somos agora.

Nos momentos em que lançamos o olhar sobre o ombro, contemplando as pegadas deixadas para trás na areia do tempo, vemos não apenas nossos erros e acertos, mas as lições valiosas que moldaram nossa alma. Cada escolha, cada desafio superado, é uma marca na areia que revela a resiliência de nosso espírito.

A vida, esse presente constante, é uma jornada de constante evolução. A cada passo, aprendemos, crescemos e nos transformamos. Deus nos vê não apenas como somos, mas como nos tornamos ao longo dessa jornada. Ele percebe os gestos de bondade que florescem no solo do coração e a compaixão que cultivamos, nutrindo a essência que nos define.

O horizonte do tempo estende-se diante de nós, uma promessa de novos dias e oportunidades. A sabedoria está em aprender a olhar para além desse horizonte, abraçando o presente com gratidão. Cada momento é uma dádiva, uma chance de viver, amar e aprender. Ao vislumbrar o futuro com esperança, permitimos que a jornada da vida se desdobre com uma promessa renovada de possibilidades.

Deus olha para o que somos e para o que ainda seremos, não para o que fomos.

A vida é uma jornada em constante evolução. Deus olha para nós não com olhos críticos, mas com amor infinito. Ele vê a essência de quem somos agora, os gestos de bondade, as lições aprendidas e a compaixão que cultivamos. A vida é um presente constante, uma jornada cujo significado se desdobra a cada passo.

Às vezes, olhamos para trás e vemos os caminhos que percorremos. As pegadas do passado são como marcas na areia, revelando nossas escolhas, nossos desafios e nossas vitórias. Contudo, o olhar de Deus não está fixo no que fomos, mas no que somos e nos tornamos.

Que possamos aprender a olhar para além do horizonte do tempo, abraçando o presente com gratidão e vislumbrando o futuro com esperança.

Que, nesta jornada, possamos carregar conosco a compreensão de que Deus não julga o passado com rigidez, mas celebra a constante evolução de nossas almas. Que possamos caminhar adiante, guiados pelo amor divino, conscientes de que a essência de quem somos transcende as páginas já escritas, e que a verdadeira magia da vida está no desdobramento contínuo de nossas histórias pessoais.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Promessas e Desafios!

Em um mundo repleto de incertezas, há algo intrinsecamente transformador em nossas vidas: a presença de Deus! Em uma jornada marcada por altos e baixos, a promessa divina se entrelaça com as complexidades da existência cotidiana.

Na tapeçaria da vida, os fios da adversidade se misturam aos das bênçãos, criando um cenário único e multifacetado. A presença de Deus não é apenas um conceito espiritual; é uma força que permeia nossas ações diárias, moldando nossas escolhas e atitudes diante dos desafios que surgem.

Essa presença transcende o puramente espiritual, refletindo-se nas circunstâncias práticas que enfrentamos. Não é apenas uma experiência subjetiva, mas algo tangível que os outros podem reconhecer pelos resultados positivos e pela prosperidade evidente que se manifestam em nossa vida.

As bênçãos de Deus não são concessões automáticas de favores e graças. A promessa divina não elimina os desafios, mas os tece habilmente em nossa vida, moldando nossas jornadas e proporcionando crescimento espiritual durante os períodos difíceis.

A fé, a fidelidade e a prosperidade formam um trio inseparável. Aqueles que permanecem fiéis e confiam em Deus são abençoados não apenas espiritualmente, mas também em aspectos materiais. Suas vidas tornam-se testemunhos vivos da presença divina, espalhando bênçãos não apenas sobre si mesmos, mas também sobre os que os rodeiam.

Ao contemplar as histórias bíblicas, percebemos uma dinâmica recorrente entre a promessa de Deus e as dificuldades enfrentadas. Assim como personagens bíblicos encontraram força e crescimento espiritual em meio à adversidade, nossa própria jornada pelo deserto molda o cenário para eventos futuros em nossas vidas.

A responsabilidade de confiar em Deus, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, é a âncora que nos mantém firmes. Sua presença é real, uma fonte de força que capacita a mantermos nossa integridade e confiança na soberania divina.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Sementes: O Início da Vida e a Promessa do Amanhã

Queremos bons frutos, bons resultados, em todas as áreas da vida, mas nem sempre valorizamos as sementes. Lutamos com as conseqüências por termos sido pouco atenciosos com as causas. Se desejamos grandes realizações, não podemos desvalorizar os começos humildes. Quem é fiel no pouco será colocado sobre muito (Mt.25.21).

Os frutos, de modo geral, com suas cores e sabores, são muito atraentes. As sementes, porém, são bem discretas. Muitas delas são desprezadas, embora possuam grande poder genético para a multiplicação e perpetuação de suas espécies. 

Não podemos nos esquecer de que as sementes de hoje estão diretamente relacionadas aos frutos de amanhã. A preguiça de hoje trará necessidades amanhã. As ações do presente podem retornar em quantidade multiplicada. Todos são semeadores. Estamos sempre semeando para nós e para os outros. De modo muito especial, os pais semeiam na vida dos filhos. Devemos fazê-lo com muito zelo, persistência e responsabilidade. 

Os grãos, mesmo que sejam pequenos, podem gerar grandes plantas, inclusive árvores gigantescas. Pequenas sementes podem produzir grandes frutos. É o caso das melancias. 

Pequenos gestos, palavras, ensinamentos e exemplos podem trazer grandes conseqüências, boas ou ruins. Alguns atos, realizados em poucos minutos, podem determinar o rumo de uma vida, marcando o futuro de modo indelével. Nossas atitudes e decisões produzirão muitos frutos, conforme a espécie que escolhemos para semear. 

As sementes são poderosas. Muitas são desvalorizadas e passam despercebidas. Algumas, tendo germinado em local impróprio, produzem árvores tão fortes que são capazes de romper grandes estruturas. 

“É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu” (Lc.13.19; Mc.4.31).

É preciso vigilância em relação às sementes que estamos lançando no solo da nossa vida e também com aquelas que as outras pessoas lançam a todo instante. Precisamos ficar atentos, rejeitando tudo aquilo que possa nos contaminar. 

“O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se" (Mt.13.24-25). 

Observe que Satanás também é um semeador. Espalhar sementes pode ser fácil. Recolhê-las pode ser muito difícil, desaconselhável ou até impossível. Portanto, não podemos ser irresponsáveis. A colheita será árdua, se não tivermos plantado o bem. Comer os frutos poderá ser um grande sofrimento do qual não poderemos nos esquivar. É muito fácil dizer palavras ofensivas, mentiras, calúnias, maledicências. Entretanto, os danos causados poderão ser irreparáveis. 

Nesta linha de raciocínio podemos avaliar a seriedade da questão sexual. A semente humana gera o fruto do ventre (Salmo 127.3), e isso não pode ser realizado de modo leviano. Quantos estão espalhando sua valiosa semente por aí, como se Deus não fosse lhes pedir contas a esse respeito! 

É fácil a constatação de que sementes ruins prosperam por si mesmas. As boas precisam de muitos cuidados, pois são alvo de predadores diversos. 

“Eis que o semeador saiu a semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na” (Mt.13.4). A semente da palavra

A palavra de Deus é a bendita semente celestial (Lc.8.11; Mt.13.24). Precisamos recebê-la todos os dias em nosso coração, cuidando para que ela não se perca. A germinação não é automática. Precisamos aceitar a palavra e tomar decisões no sentido de aplicá-la em nossas vidas. Só assim, ela produzirá frutos. De nada adianta deixar a bíblia guardada na estante ou aberta sobre a mesa. A semente precisa estar no coração e na vida. Precisa ser cultivada e cuidada para que produza.

“Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas” (Ec.11.6).

O inimigo está atento à semeadura da palavra de Deus (Mt.13.4,19). A leitura bíblica, a pregação, o ensino e a meditação não lhe passam despercebidos. Ele logo procura um meio de prejudicar a ação da semente na vida do homem, conforme vemos na parábola do semeador, proferida pelo Senhor Jesus: 

“Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho” (Mt.13.19).

Certamente, o inimigo está muito interessado em parar o trabalho dos semeadores. Aqueles que anunciam a Palavra de Deus devem estar sempre atentos. Uma das formas de ataque de Satanás é algo muito sutil. Ele simplesmente lança outra semente naquele mesmo terreno, uma outra palavra em oposição ao que Deus falou (Gn.3.4).

Semear pode parecer um despedício de sementes e uma perda de tempo. Quando a semente cai na terra, ocorre uma explosão imediata, e aparece uma planta enorme? Nada disso. Naquele instante nada acontece. O ato de semear parece inútil e inofensivo. Contudo, o tempo passa e tudo muda. A planta cresce e pode vir a produzir inúmeros frutos. Uma única semeadura, pode render muitas colheitas. É o que acontece com as árvores frutíferas.

O pregador do evangelho, ou aquele que ensina a palavra de Deus, pode não ver resultados imediatos do seu esforço, mas não deve desistir. 

“Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Salmo 126.6).

Não podemos ser omissos. Se temos boas sementes, devemos semear.  

“Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós” (Os.10.12).

“Então te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta será fértil e cheia; naquele dia o teu gado pastará em largos pastos” (Is.30.23).

Se a semente é boa, mas nada está acontecendo, não desanime. Espere. Por outro lado, se a semente é ruim e a consequência parece não vir, não pense que Deus deixará o culpado na impunidade. Todo pecado é uma semente maligna. O fruto da maldade virá no tempo certo e alcançará aquele que o plantou. 

Além de sermos semeadores, somos também ceifeiros, ainda que não queiramos. Não podemos ignorar ou menosprezar isso.

“O que semear a perversidade segará males; e com a vara da sua própria indignação será extinto” (Pv.22.8).

O arrependimento e a conversão aplacam os maiores danos que o pecado possa produzir, mas não todos. Portanto, a prevenção continua sendo o melhor remédio.

“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gál.6.7).

Cuidado com as sementes misturadas. 

“Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto da semente que semeares, e a novidade da vinha”. (Dt.22.9).

Algumas pessoas querem servir a dois senhores, como se isso fosse possível. Espalham boas sementes no domingo e semeiam a maldade nos outros dias da semana. Não podemos fazer isso. Aquele que anuncia o evangelho, mas não vive de acordo com a verdade, matará as boas plantas que tentou cultivar. 

Escolha boas sementes e espere bons frutos. 

“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (IICor.9.10). 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Periélio Espiritual

Moramos na Terra que está inserida no espaço, no meio do sistema solar, que por sua vez está envolto por outros 400 bilhões de sóis com possíveis 400 bilhões de sistemas solares. Além disto, ainda há bilhões de cometas, satélites e uma infinidade de asteroides. Todos esses incontáveis corpos estão num espaço de 2.600.000 anos luz, ou seja, 23.530.000.000.000.000.000 km². O impressionante é que os estudiosos (físicos e astrônomos) pensam que há entre 200 e 400 outras galáxias, sendo Andrômeda a mais próxima, a 2 bilhões de anos luz. Multiplique-se 2 bilhões por 9,5 trilhões e teremos a quantidade de km que se separam uma da outra.

Dá para imaginar a área total dos 400 bilhões de Galáxias mais os 399 bilhões de espaços intergalácticos de 2 bilhões de anos/luz cada um? O número de km é infinito para a mente limitada do homem. Quais são a extensão, a área e o volume ocupado pelo Universo?

Impressiona-nos o só pensar sobre os movimentos dos corpos celestes. Desde a segunda série elementar sabemos que a Terra tem o movimento de rotação (em torno dela mesma) e o de translação (em torno do Sol), e ainda há outros 13 movimentos: nutação (movimento de inclinação do seu eixo – produzindo verão e inverno); de dilatação e de maré alta e baixa); de revolução (todo o sistema solar (satélites, cometas, asteroides, planetas e o Sol) em relação ao centro da galáxia; rotação da Galáxia em torno de si mesma e também em torno de outras galáxias.

No movimento de translação em torno do Sol a Terra faz uma volta elíptica, ou seja, há ponto em que passa mais próxima do Sol (periélio) e noutro ponto passa mais longe (afélio). Notemos que simultaneamente a Lua também gira em torno dela e também em torno da Terra e a acompanha em todos os seus movimentos. Isto ocorre com todos os satélites (64) do sistema solar. Os asteroides também circulam em torno do Sol na órbita entre Marte e Júpiter. O Sol tem seu movimento de rotação, e, junto com todo o sistema planetário, faz todos os movimentos pela galáxia, e com esta, os movimentos galácticos. E segundo Edwin Hubble todos os corpos estão no movimento de expansão. E não se chocam!

Deus criou grandes forças fundamentais na natureza: gravidade, força forte, força fraca e eletromagnetismo.

Todos os corpos exercem essas forças mutuamente uns sobre os outros, mantendo-os perfeitamente cada um na sua órbita e sua distância impedindo que se choquem! Essas forças foram estudadas por Isaac Newton e Albert Einstein.

Em 1895 a astronomia tomou impulso com a construção do Telescópio YERKS, com o Monte Palomar em 1948, o Monte Wilson em 1949 e com o Telescópio espacial Hubble (homenagem a Edwin Powel Hubble) em 1990, e por último, o Telescópio Espacial James Webb, em 2021. Os primeiros estudos com galáxias ou nebulosas extragalácticas foram realizados com eles. Embora Ticho Brahe, fosse o primeiro astrônomo a inventar a luneta em 1780.

Deus tem dois livros: um obviamente é a Bíblia Sagrada. O outro é um livro que infelizmente a igreja não está muito acostumada a examinar. Trata- se de um livro anterior a Bíblia. Antes da Bíblia ser formada e concluída este “outro livro” já estava disponível. Aliás, tal livro está pronto antes mesmo da formação do homem. Quem tem os olhos espirituais iluminados pela graça de Deus é capaz de ler linha por linha e ter o discernimento do que Deus fala por meio deste outro livro sem ser a Bíblia.

É graças a existência dele, que não existe um só povo na Terra para o qual Deus não tenha dado testemunho de Si, ainda que a Bíblia nunca tenha chegado nas mãos deles. Não houve uma única geração de seres humanos que não tenha recebido o testemunho de Deus através deste outro livro. Estou me referindo ao livro da natureza, o livro da criação.

Isto não é de hoje, Thomas de Aquino, Agostinho de Hipona e Lutero por exemplo, já recorriam ao livro da Criação para nele encontrar a manifestação de Deus. Mas, de um tempo para cá a igreja foi se abitolando e perdeu este contato com a natureza. A igreja se tornou mística demais. Ouve-se falar de seres angelicais, querubins, serafins, arcanjos, sala do trono, harpa, etc. Tudo isso é muito bonito, mas até que ponto este apego da igreja nas coisas invisíveis não acaba nos desvencilhando daquilo que é concreto? Deus se revela no concreto. Paulo foi veemente em sua epístola aos Romanos, quando ele diz que:

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas.” (Romanos 1:20).

Toda vez que olharmos para a Lua, o Sol ou as estrelas, Deus poderá estar falando conosco. Ele fala através do arco íris, do vento, do mar, até por meio de um inseto! Nós é que não prestamos atenção.

No quarto dia da criação Deus resolve criar dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia (Sol) e o menor para governar a noite (Lua). Durante este processo de criação, Ele vai atribuindo funcionalidades para os luminares, tais como: iluminar a terra, fazer separação entre o dia e a noite, servir de sinais, para tempos determinados, para dias e anos. (Gênesis 1: 14 ao 19). Tais luminares foram criados com funções previamente determinadas e as vem cumprindo fielmente até hoje.

Da mesma forma que o Pai colocou o Sol e a Lua nos céus com funções previamente determinadas, assim também Ele “Nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus." (Efésios 2:6). "Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” (Efésios 3:10).

Ele é o nosso Sol da justiça (Malaquias 4:2). Aquele que tem luz própria e é fonte de tudo. Partindo desse princípio, de que Deus é o Sol da justiça e de que Nele estamos assentados nos céus, podemos atribuir à Lua uma representação da Igreja.

A Lua não cria sua própria luz como o Sol faz, mas brilha refletindo a luz que o Sol lança sobre ela. Portanto, é perfeitamente aplicável atribuirmos as mesmas funções dos luminares para a igreja nos dias de hoje. Assim como a Lua foi colocada na expansão do céu para governar na noite e assim iluminar a Terra, da mesma forma a Igreja tem a função de ser luz do mundo. (João 5:14).

No paraíso o homem desfrutava da comunhão imediata com Deus, e mesmo assim ele consegue a proeza de pecar alienando-se da fonte de sua existência. Como consequência, o homem se viu completamente perdido em meio às trevas da ignorância espiritual e toda a humanidade mergulhou numa noite escura e duradoura. É neste cenário de escuridão pós queda, que a igreja é colocada para resplandecer como astro, no meio de uma geração corrompida e perversa. (Filipenses 2:15).

Durante este período de trevas, Deus deu a Sua Lei e enviou profetas para que provessem alguma luz para a humanidade, servindo de guia: "O mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida."(Provérbios 6:23).

A forma que ocorre esta dinâmica da Igreja no mundo, é a mesma que a Lua aplica por meio do Perigeu e Apogeu.

Perigeu e Apogeu são dois conceitos da astronomia, que indicam a menor distância (perigeu) e a maior distância (apogeu) de um corpo celeste em relação ao planeta Terra.

Todos vivemos um perigeu e apogeu existencial. Existem momentos que exigem de nós uma aproximação, e existem momentos que nos exigem um afastamento.

“...e foi tarde e a manhã, o dia quarto.” (Gênesis 1:19)

A humanidade está em transição, passando da tarde para manhã. De um período nebuloso para um amanhecer glorioso. Todo momento de transição requer cuidado e aproximação. A humanidade necessita do “perigeu da Igreja.”

Quando a lua se encontra no seu perigeu, ela pode estar aproximadamente 50 mil quilômetros mais perto da terra do que quando está no seu apogeu, o que modifica bastante a sua aparência. É neste momento que somos brindados pelo seu brilho esplendoroso.

A dimensão física da Lua não altera com o tempo, assim como o seu volume permanece igual. No entanto, o seu aspecto pode mudar, dependendo da sua fase. Quando está mais perto da Terra (perigeu), a Lua aparenta ser muito maior e mais brilhante.

Da mesma forma, o amor de Deus não muda. Nele, não existe sombra de variação. Porém, a percepção que o mundo tem deste amor, depende da ação da Igreja. Se ela insistir em viver só para si, em reter a luz que tem recebido do Sol da Justiça e não a refletir no mundo, a humanidade nunca terá acesso ao brilho deste amor.

Quando a Lua se aproxima da Terra, por meio do perigeu, é que acontecem as chamadas marés altas, ou seja, é a aproximação da Lua que faz a maré subir. Por exemplo, no Egito tem o Rio Nilo, a aproximação da Lua faz com que a maré do mar suba e inunde o Rio Nilo.

É como se a água que deveria ir em uma direção viesse na outra. Na cheia do Rio Nilo, as terras são irrigadas e as plantações florescem. A aproximação da Lua exerce poder no crescimento das plantações.

Da mesma maneira, a Palavra de Deus diz que “A terra se encherá do conhecimento da Glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Habacuque 2:14).

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (II Pedro 1:19).

A ação do perigeu da Igreja, é uma ação contingencial, ou seja, é pratica, necessária, mas não dura para sempre. Tem prazo de validade, até que o dia amanheça e a Estrela da Alva (Cristo,) apareça. A Lua é para governar a noite, e, passada a noite, ela não se faz mais necessária.

A mesma transição que a humanidade, espiritualmente falando vive, cada indivíduo vive também. Todo ser humano está em um processo de transição, de um entardecer para o amanhecer. Portanto, ninguém pode abrir mão da presença de um perigeu, alguém que se aproxime a fim de ajudar na condução deste processo transacional. É neste momento que entra o amor, que nos dá disposição de irmos além e onde os frutos do Espírito Santo se revelam.

A aproximação não é para sufocar, mas sim para tirar a pessoa do sufoco. Quando o propósito se cumpre, é o momento de afastar, de sair de cena, é a hora do apogeu. Hoje infelizmente, as pessoas não percebem o tempo da vida: se afastam quando é para se aproximar, se mantém próximas quando é para se afastar. “Para tudo há um tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo da Terra, tem o tempo de juntar e o tempo de espalhar.” (Eclesiastes 3).

Foi Isaac Newton, pai da Física, que descobriu uma das forças mais misteriosas da natureza. Reza a lenda que ele estava descansando do almoço debaixo de uma macieira, quando uma maçã despencou em sua cabeça e ele se perguntou: porque que as coisas quando não estão presas, não ficam flutuando, mas caem? Que força é essa que puxa e atrai? Ele descobriu então a força da gravidade.

Desde Isaac Newton para cá, homens como Einstein e tantos outros se debruçaram sobre isso e até hoje ninguém deu conta de entender como a gravidade funciona. Mas afinal, o que está por de trás da gravidade? O que se sabe é que corpos maiores atraem corpos menores.

O que faz com que a Lua esteja presa à órbita da Terra é o fato de a Terra ser um corpo maior. Logo, a Lua gira em torno da Terra e não consegue se desprender, é atraída pela gravidade da Terra, mas não cai. O mesmo ocorre com a Terra em relação ao Sol. É a gravidade do Sol que mantém a Terra em sua órbita.

Um dia chega um doutor da lei até Jesus, querendo saber o que precisava fazer para herdar a vida eterna. A reposta para isto foi simples: Amar a Deus acima de tudo e o próximo como a si mesmo. Mas a questão é: quem é o meu próximo? Em outras palavras, a quem tenho obrigação de amar? Jesus então vem com uma parábola:

“Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou aos pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele.” (Lucas 10:34).

Jesus termina perguntando para aquele homem: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.” (Lucas 10:36,37).

A gravidade representa a mais poderosa lei do universo, a saber, o amor. O amor atrai! Não devemos esperar que alguém se aproxime de nós, mas sim deixarmos nos atrair em direção ao outro, é isso que o amor faz.

"...cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2:3).

Quando olhamos para o outro com as lentes do amor, o enxergamos com sendo superiores a nós mesmos. Lembre-se- se que na lei da gravidade corpos maiores atraem corpos menores e os mantém presos uns aos outros.

Da mesma forma, quando considero o outro como sendo superior a mim mesmo, ele ganha status de corpo maior, logo exerce sobre mim uma espécie de “força gravitacional do amor”, onde somos atraídos e movidos para servir uns aos outros, gerando assim uma relação recíproca. O amor sempre toma a iniciativa! Leva-nos a viver uma aproximação (perigeu) e é nesta aproximação que o brilho da glória de Deus é manifestado.

Chegará o momento do Apogeu, onde falaremos como Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (II Timóteo 4: 7). Até lá, temos muito trabalho para fazer, pois “a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” (Romanos 8: 19-21).

O apogeu virá por meio do perigeu, o caminho para glória passa pela humildade.

Como você deve lembrar, a Terra possui duas rotações: uma que ela faz em torno do seu próprio eixo, que dura 24 horas, e uma que faz em torno do Sol, que normalmente leva 365 dias.

Porém, o que nem todo mundo sabe é da existência do periélio, período no qual a Terra se aproxima mais do Sol enquanto dá a volta na estrela mãe, e o afélio, nome dado ao momento em que o nosso planeta se encontra mais distante do Sol.

Apesar de pouco estudados, esses conceitos astronômicos são comuns, com eventos ocorrendo com certa frequência. Mas o periélio do ano de 2024, em especial, chamou a atenção de estudiosos e entusiastas da astronomia. A Terra chegou “pertinho” do Sol logo no início de 2024

De acordo com informações veiculadas pelo site norte-americano EarthSky, que reporta relatos de observação astronômica, a Terra atingiu o periélio no dia 2 de janeiro de 2024.

Especialistas afirmam que a órbita da Terra em relação ao sol não é tão larga quanto a de outros planetas. Porém, em eventos como esse o planeta azul chega a ficar a cerca de 152 milhões de quilômetros do lumiar diurno, o que, astronomicamente falando, é bem pouco.

Durante o periélio o Sol costuma aparecer maior nos céus, sobretudo no hemisfério sul da Terra. Também pode ser sentido um aumento nas temperaturas do verão nesse hemisfério, que ocorre justamente entre dezembro e março, época “preferida” desse movimento de aproximação.

Por outro lado, apesar de ser mais comum no início do ano, o periélio pode ocorrer em outras datas, a depender de eventos astronômicos diversos. De qualquer forma, a variação não costuma ser maior que um ou dois dias para mais ou para menos. Devido à dinâmica orbital previsível, curta e contida da Terra, é improvável que o afélio e/ou periélio possam causar alguma mudança significativa na forma como vivemos por aqui.

Quando o nosso planeta terra chega ao ponto mais distante do sol em 2 milhões de quilômetros além de sua órbita normal, temos o afélio terrestre. Se o planeta fica 2 milhões de quilômetros mais perto do sol, chamamos de periélio. Estamos em média a 152 milhões de quilômetros do sol. A órbita da terra ao redor si mesma tem em uma inclinação de 23 graus e 27 minutos. Se nesse momento temos o inverno no Brasil acontece o verão na Europa. A sua volta ao redor do sol deste modo produz as 4 estações do ano.

No início, as civilizações criam que a Terra era plana e tudo girava entorno dela. A filosofia, e a religião estavam estabelecidos sobre essa crença. Quando ficou claro que a Terra é esférica e gira em volta do sol, isso afetou profundamente o modo de enxergar a vida, desenvolver a ciência e exercitar a espiritualidade. A Terra não gira apenas entorno de si como você também não vive apenas em função da sua pessoa. Sua vida percorre uma órbita ao redor de Cristo.

A descoberta do periélio da Terra, assim como o de outros planetas, ajudou a confirmar a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, que explica a gravidade como uma curvatura do espaço-tempo causada pela massa dos corpos celestes.

Importante lembrarmos que Jesus falou de vários periélios espirituais.
Há um momento na Escatologia Bíblica (estudo dos acontecimentos profetizados para o futuro) em que todos os salvos serão aproximados intima e plenamente de Jesus.

“Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o Seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar (convergir) em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra.” - Ef. 1:9-10.

Assim, no fim do tempos, Deus reunirá tudo que foi preservado da queda (os anjos eleitos) e os salvos da queda (os seres humanos que foram remidos dos seus pecados) em Cristo, na Eternidade, chamada, em Apocalipse 21 e 22, e Isaías 65, de Novos Céus e Nova Terra.

Na Eternidade futura haverá a unidade perfeita entre o Criador Redentor e os salvos em Cristo.

Mas, a Bíblia Sagrada também fala de um periélio de comunhão santa e íntima com o Senhor agora, quando exorta o homem, dando o seu ultimato:

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto!” (Isaías 55:6).

E aos que vão ao Pai, através de Jesus, em conversão, a Palavra de Deus também exorta:

“Buscai ao Senhor e a Sua força; buscai a Sua face continuamente! (1 Crônicas 16:11).

Imitemos a fé de David que, ao ouvir o chamado de Deus para um periélio espiritual de comunhão mais íntima com o Senhor, prontamente atendeu e respondeu com um sim de fé e obediência:

“Quando Tu disseste: Buscai o Meu rosto; o meu coração disse a Ti: O Teu rosto, Senhor, buscarei.” )Salmos 27:8).

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