Existe uma história escrita nas estrelas. As estrelas contam
histórias... Olhar para o céu é ver o passado. Olhe a noite, veja o céu em sua
devasta escuridão, mas olhe além, olhe as estrelas que lhe mostrarão o passado,
presente e futuro. As estrelas contam histórias de vidas, mortes, mistérios,
amores, coisas terríveis; as estrelas tudo veem, nada se escondem delas...nem
mesmo os segredos mais bem guardados; tudo o que elas veem elas sabem.
Você
nunca estará só se olhar para o céu e ver as estrelas!
Olhar para o espaço é uma viagem no tempo, na história. É
olhar para o passado. No Universo, não existe o presente, o agora, o instante
atual. Tudo que vemos é passado. Quando olhamos para as estrelas, estamos vendo
o passado delas. Se a estrela estiver bem longe, bem longe mesmo, ela pode até
nem mais existir da forma como a conhecemos hoje - e inclusive ter se
transformado em outro corpo celeste. Devido ao tempo que a luz leva para viajar
no espaço, quanto maior a distância a que olhamos, mais remoto o passado que
vemos. O presente, infelizmente, só será visível no futuro.
As estrelas, são representações de algo que já não
corresponde ao presente. Podemos vê-las, mas pertencem a outro tempo e outro
espaço, a exemplo do que são as próprias fotografias, que nos contam histórias
de algo que já não está mais ali. Grande parte dos pontos brilhantes que vemos
no céu à noite são apenas projeções de um passado muito distante, de corpos
celestes ou galáxias inteiras que podem até não existir mais! Assim, todas as
informações que nos chegam são de coisas que já aconteceram há bastante tempo.
Estudamos o universo através da luz de estrelas e galáxias
distantes. Quando observamos uma estrela, estamos captando a luz que ela emitiu
para o espaço. A luz não é instantânea, é por isto que estamos sempre vendo o
passado quando olhamos para o céu noturno. A luz é uma forma de energia que
viaja extremamente rápido pelos padrões terrestres com a incrível velocidade de
300000 km/s., entretanto, mesmo a luz leva um tempo considerável para viajar as
vastas distâncias no espaço. Por exemplo, a luz leva 1 segundo para viajar a
distância entre a Terra e a Lua, e leva 8 minutos para viajar a distância entre
a Terra e o Sol. Uma velocidade com a qual é possível dar 8 voltas em torno da
Terra em apenas 1 segundo. A luz das outras estrelas leva anos para chegar até
nós, por isso medimos as distâncias entre as estrelas em unidades chamadas
anos-luz. Um ano-luz é a distância percorrida pela luz em 1 ano, em torno de 10
trilhões de km. Note que o ano-luz é uma unidade de distância, e não de tempo.
Mas como a distância entre os corpos celestes também é
grande, pode levar um bom tempo para que a luz da estrela chegue até nós.
Talvez você saiba que ao olhar para as estrelas, não está as vendo realmente,
mas sim, uma representação do que elas eram no momento em que sua imagem (luz)
começa a viagem, da origem até nosso campo de visão. Dependendo do quão
distante a estrela está de nós, esse trajeto pode durar centenas ou milhares de
anos-luz para ser concluído, o que implica que a visão que temos pode
corresponder até mesmo a uma estrela que já não mais existe.
Se olhamos uma galáxia que está a 10 milhões de anos-luz de
distância, nós a vemos como era há 10 milhões de anos. Se observamos um
aglomerado de galáxias distante 1 bilhão de anos-luz, nós o vemos como era 1
bilhão de anos atrás. Por fim, a velocidade da luz limita a porção do universo
que podemos ver. Se o universo tem 14 bilhões de anos de idade, então a luz de
galáxias mais distantes do que 14 bilhões de anos-luz não teve tempo de nos
alcançar. Nós podemos dizer que o universo observável se estende por um raio de
14 bilhões de anos-luz da Terra. Quando olhamos para aquelas fotos magníficas
do telescópio Hubble, por exemplo, estamos vendo o universo como ele era no
passado, não como ele é hoje. Quanto mais fundo o Hubble olha dentro do Cosmos,
mais para trás no tempo ele vê, uma vez que a luz leva bilhões de anos para
atravessar o Universo Observável. Esta característica transforma o Hubble em
uma poderosa ‘máquina do tempo’ que permite aos astrônomos verem as galáxias
como elas se apresentavam há 14 bilhões de anos, entre 600 e 800 milhões de
anos após o Big Bang e nos permite atingir a visão do início da história do
Universo.
Só podemos enxergar um determinado objeto se a luz,
produzida ou refletida, sair do objeto e, atingindo nossos olhos, estimulá-los.
Logo, podemos entender que a luz sempre gastará um determinado intervalo de
tempo para deixar o corpo observado e chegar até o observador. Em situações
cotidianas, as distâncias entre os olhos e os objetos são muito pequenas diante
da velocidade de propagação da luz. Assim, o intervalo de tempo para que o
estímulo dos olhos ocorra é infinitamente pequeno. As distâncias entre os
corpos celestes e a Terra são tão grandes que o tempo gasto pela luz não pode
ser desconsiderado. Assim, as imagens captadas por telescópios não são atuais,
mas representam o estado do objeto observado levando-se em consideração o tempo
de chegada da luz. Quanto mais longe observamos, mais para trás viajamos no
tempo, o que permite estudar os primeiros “momentos” do universo. A imagem de
um objeto a 5.000 anos-luz da Terra representa o estado desse objeto 5.000 anos
atrás!
A estrela mais brilhante do céu noturno, Sirius, está a 8
anos-luz de distância, o que significa que quando enxergamos Sirius a vemos
como era 8 anos atrás.
A nebulosa de Orion, uma região de formação estelar visível
a olho nu como uma pequena nebulosidade acima das Três Marias, na constelação
de Orion, está a 1500 anos-luz da Terra. Portanto, nós vemos a nebulosa de
Orion como ela era há 1500 anos, mais ou menos na época da queda do Império
Romano. Qualquer evento que tenha acontecido, na nebulosa de Órion daquela
época para cá não pode ser observado por ninguém, pois a luz desses eventos não
pode ainda nos alcançar.
Que mensagem para nós se encontra dispersa pelo universo?
Que palavras são gatafunhadas pelas estrelas nos quadros de ardósia da noite
escura? Podemos seguir os vestígios das raízes na nossa árvore genealógica até
ao início do universo, há 14 bilhões de anos. Nessa altura, claro, não havia
sinais de vida, mas o potencial da vida estava no esquema do universo, tal como
o esquema de uma árvore está contido na sua semente.
Nenhum de nós é insignificante. Podemos ser pequenos e ter
poderes limitados, mas conseguimos compreender a nossa história nas estrelas e
sabemos que o universo não está completo sem nós.
Não se trata de uma fábula nem de uma fantasia romântica,
mas de mil fatos significativos. Também sabemos que não somos apenas uma parte
inseparável e necessária do universo, mas que o próprio plano do cosmos fez
tudo para que acabássemos por aparecer. As teorias do Big Bang e da Evolução
são reais, não contradizem o cristianismo e fazem parte dos planos divinos. O Big
Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige. O desenvolvimento de
cada criatura não contrasta com o conceito de criação, pois a evolução
pressupõe a criação de seres que evoluem. Há pessoas que leem o Gênesis e
entendem que Deus agiu “como um mago, com uma varinha mágica capaz de criar
todas as coisas; Deus é mágico, lembra? Ele sacode sua varinha fantástica e
puff, está explicado”.
Você já teve oportunidade de olhar para o céu numa noite
estrelada? Já pensou em como o brilho das estrelas faz toda a diferença no azul
escuro do céu? Tentou imaginar como o céu ficaria se não houvesse estrelas?
Com certeza, seria muito sem graça e provavelmente ninguém
olharia para cima nas noites quentes de verão porque tudo já seria muito
conhecido. Mas, com as estrelas a enfeitar o céu é tudo diferente! Numa noite
estrelada, a claridade das estrelas sempre traz novas nuances, novos espaços
para descobrir e desenhos imaginários a realizar, sensações que nos fazem
sonhar acordados e agradecer a Deus por ser tão criativo e meticuloso, por
pintar o céu com uma imensidão de pontinhos luminosos que enriquecem o azul
escuro.
Se olharmos para o céu escuro e imaginarmos que cada estrela
tem um propósito definido, uma missão única, que mais ninguém pode realizar por
ela, podemos compreender completamente o que o Criador deseja: que sejam
instrumentos únicos, especiais e irrepetíveis do Seu grande amor por toda a
humanidade, que vive oprimida nas sombras de uma vida vazia, sem brilho,
esquecidos em suas lutas diárias, solitários, vivendo de forma perversa e
degradante.
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