“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus nova terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3.13).
Que jamais nos esqueçamos de nossa cidadania celeste obtida por Cristo na cruz. Aqui, neste mundo cruel e iníquo, não passamos de peregrinos. Mas com a ajuda de Nosso Senhor, caminhamos para a Nova Jerusalém de Deus.
Emílio Conde, num momento de raríssima inspiração, assim cantou a esperança do crente em relação à Nova Jerusalém: “Quão glorioso, cristão, é pensares/ Na cidade que não tem igual / Onde os muros são de puro jaspe E as ruas de ouro e cristal / Pensa como será glorioso / Verse a triunfal multidão / Que cantando, aguarda a chegada / Dos que vencem a tribulação.” (Harpa Cristã, 26)
O anseio demonstrado pelo irmão Conde, que já dorme no Senhor, é também o nosso. Não podemos depositar a nossa esperança num mundo que jaz no maligno, e que não poupa esforços por destruir a santíssima fé que recebemos de Cristo Jesus. Embora estejamos ainda aqui, o nosso coração acha-se ligado àquela ditosa cidade, cujo arquiteto e artífice é o próprio Deus. Na Jerusalém Celeste, passaremos a eternidade na companhia de Cristo Jesus o Imaculado Cordeiro que se entregou a si mesmo, redimindo-nos de nossas iniqüidades.
A crença na Jerusalém Celeste não é uma ficção futurística, nem um devaneio inconseqüente. Trata-se de urna doutrina sólida, cujas raízes podem ser descobertas já no alvorecer da História Sagrada. Haja vista o sonho de Jacó. O patriarca viu uma escada unindo a terra ao céu, e por esta desciam e subiam os anjos de Deus (Gn 28.10-17). Na consagração do Santo Templo, o rei Salomão confessa a sua fé na imensidade do Todo-Poderoso, afirmando que o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos humanas (2 Cr 6.18). Referia-se ele à excelsa habitação do Senhor. Mais adiante, nos Salmos, pergunta o poeta: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” (SI 15.1).
No livro de Isaías, deparamo-nos com explícitas referências aos novos céus e à nova terra: “Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17). Embora haja abundantes referências e muitas inferências sobre a futura morada dos santos, as passagens citadas são mais do que suficientes para mostrar-nos que a crença no porvir não é uma fantasia; é uma doutrina digna de todo o crédito.
O verdadeiro cristão tem a sua esperança centrada em Deus. Sabe que, neste mundo, não passa de um peregrino que, orando e chorando, encaminha-se para a Jerusalém Celeste. Concentremo-nos, pois, no exemplo de Abraão, nosso pai na fé.
1. A experiência de Abraão. Apesar de Abraão haver recebido a terra de Canaã por herdade perpétua, sua esperança achava-se voltada para os céus, conforme escreve o autor da Epístola aos Hebreus: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb 11.8-10).
Ora, se a herança temporal e terrena do patriarca era algo mau- dito, o que não dizer da promessa de uma cidade arquitetada e construída pelo próprio Deus? Abraão, olhando além do horizonte material, visualizou a Jerusalém Celeste.
2. Pensando nas coisas que são de cima. No capítulo 12 de sua Segunda Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo revela que, certa vez, foi arrebatado ao terceiro céu, onde ouviu palavras inefáveis que o comum dos mortais não poderia escutar. Teria ele visto a Jerusalém Celeste? Eis porque exorta-nos a pensar nas coisas que são de cima; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl 3.1,2).
Que exortação! Se a nossa mente estivesse sempre centralizada nas coisas que são de cima, jamais perderíamos tempo com as coisas passageiras desta vida.
Ao contrário do que ensinam os incrédulos, a Nova Jerusalém não é uma suposição nem algo imaginário; é real e concreta. No Apocalipse, temos dela uma descrição rica e pormenorizada. Vejamos o que é, de fato, a gloriosa cidade que, uni dia, estaremos adentrando, a fim de estarmos para sempre com Nosso Senhor Jesus Cristo.
1. Definição. A Nova Jerusalém, também conhecida como a Jerusalém Celeste, é o lugar que nos preparou o Senhor, para que, na consumação de todas as coisas, estejamos eternamente com Ele. É descrita ainda, pelo próprio Senhor, como a casa de meu Pai, onde há muitas moradas (Jo 14.1-4). Isto significa que há lugar para todos os que vierem a recebê-lo como o seu único e suficiente Salvador.
2. A localização da Nova Jerusalém. Acha-se esta cidade muito além do espaço sideral, num lugar jamais imaginado pela mente humana. Neste exato momento, enquanto ansiamos pela chegada do Cordeiro, a Nova Jerusalém, lindamente ataviada, aguarda a chegada do Esposo que, juntamente com a Igreja, adentrará os seus limites, levando os céus e a terra, conforme cantamos no hino três da Harpa Cristã, a ser a mesma grei. É o que podemos adiantar, por enquanto, acerca da localização da Nova Jerusalém. Quando lá estivermos, viremos a conhecê-la detalhadamente.
3. Suas dimensões. A cidade forma um cubo perfeito numa alusão ao Santo dos santos do Tabernáculo. Suas dimensões chegam a 12 mil estádios (Ap 21.16) que, de conformidade com as medidas atuais, equivalem a 2.260 km2. Isso, em medidas terrenas. As medidas celestes estão do outro lado; não são aprendidas aqui. Concluímos que a cidade toda formará um perfeito santuário, no qual o Senhor será sublime e eternamente glorificado pelos redimidos de todas as eras da História Sagrada.
4. Seu aspecto. A beleza da cidade é singularmente indescritível. Utilizando-se da limitação e das imperfeições da linguagem humana, embora inspirado por Deus, João assim descreve-nos a Ditosa Cidade: “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas e falou comigo, dizendo; Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou- me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel. Da banda do levante, tinha três portas; da banda do norte, três portas; da banda do sul, três portas; da banda do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro” (Ap 21.9-15).
A marcha da história rumo ao julgamento é concluída em Apocalipse 20. Ali, depois de mil anos de paz imposta por Jesus como o Messias Governante, Satanás é libertado. Não há dúvida de que os primeiros mestres na igreja estavam convencidos de que esse reino milenar seria estabelecido, e durante seu período, as promessas dos profetas do AT a Israel seriam cumpridas. Mas surge a questão: por que? Além do fato de que esse período iria permitir que Deus cumprisse literalmente as promessas dos profetas, por que essa era seria uma parte do seu plano eterno?
O fato de que depois de sua libertação Satanás rapidamente reúna seguidores é sugestivo. De certa forma, toda a história humana é uma demonstração da verdade das palavras de Deus a Adão, advertindo- o para que não comesse o fruto proibido: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Essa realidade estava demonstrada na ira assassina de Caim contra Abel. Estava demonstrada no mergulho da sociedade pré-diluviana numa corrupção tão grande que somente um dilúvio devastador poderia livrar aquele mundo do mal.
A realidade da queda do homem estava demonstrada na idolatria que reinou até os dias de Abraão; na falta de disposição da geração do Êxodo que se beneficiou dos milagres de Deus, mas que não confiou suficientemente nEle pata entrar na Terra Prometida. A realidade da queda do homem estava exibida na recusa de Israel em viver segundo a Lei de Deus, e no fracasso dos cristãos em viver plenamente a transformação que o Espírito de Deus veio possibilitar.
Por repetidas vezes, época após época mostrou o terrível efeito dos pecados nos seres humanos. Mas uma questão ainda permanece: e se os seres humanos vivessem em um ambiente perfeito? E se uma sociedade moral se tornasse uma realidade e durante centenas e centenas de anos fosse removida qualquer influência do mal? E se o bem penetrasse em cada instituição humana e somente o bem fosse o exemplo para os jovens enquanto amadurecessem? De acordo com muitos cientistas sociais modernos, em tal utopia os seres humanos seriam diferentes. Seriam erradicadas as tendências em relação ao pecado, que nós percebemos em nós mesmos e vemos em todas as outras pessoas?
Como é fascinante encarar o reino milenar como o laboratório de comportamento dos cientistas, e como a demonstração definitiva de Deus do terrível impacto do pecado. Mesmo depois de mil anos do reinado beneficente de Cristo, os seres humanos não regenerados ainda correm para seguir Satanás quando ele é libertado. Eles alegremente voltam as costas para Cristo e cortem em direção à promessa de “liberdade”, pata seguir os impulsos que anteriormente foram forçados a conter.
Agora, por fim, a verdade é inegável. Os seres humanos estiveram completamente corrompidos pelo pecado. Somente a fé pessoal na obra salvadora de Cristo pode ser suficiente para escrever qualquer nome no Livro da Vida. A medida que cada homem separado de Cristo é chamado diante do grande trono branco de Deus para enfrentar o julgamento fina!, cada um deles é declarado deficiente, e é condenado. Condenado, de acordo com as palavras severas de João, a um “lago de fogo e enxofre” (19.20), onde, com Satanás e o Anticristo, “serão atormentados para todo o sempre” (20.10).
O livro do Apocalipse, em harmonia com o restante do Novo Testamento e também com o Antigo Testamento, afirma a siigu1aridade dos seres humanos. Criado à imagem de Deus, nenhum indivíduo pode ter sua identidade simplesmente extinta. Cada um de nós está destinado a permanecer como um ser, autoconsciente e alerta, por toda a eternidade. Para os perdidos, isto significa a punição eterna. Para os salvos, o significado está delineado em Apocalipse 21 e 22.
Apocalipse 2 1-22 descreve um novo céu e uma nova terra, criados por Deus para serem o lar dos justos. O importante a respeito desta nova criação é que aqui, por fim, Deus e uma humanidade redimida viverão juntos em comunhão e harmonia. Para nós, isto quer dizer que “o mesmo Deus estará com eles e será seu Deus.., não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (21.3,4). Para Deus, isto significa o cumprimento das possibilidades que eram inerentes na criação original de um Adão e uma Eva inocentes. Pois no novo mundo não há lugar para os “tímidos, e os incrédulos, e os abomináveis, e os homicidas, e os fornicadores, e os feiticeiros, e os idólatras e todos os mentirosos” (21.8). O novo mundo só é habitado pelos redimidos e pelos justificados.
Estes dois capítulos também descrevem algumas características do novo universo. Como o nosso universo atual, ele contém um planeta chamado terra, mas um planeta que não está preso a nenhum sol. Como diz João, “a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é sua lâmpada” (21.23).
Uma das características mais surpreendentes do novo mundo é a “Nova Jerusalém” (21.2), descrita como um cubo cujos lados têm cerca de 1.500 milhas de extensão, com portões de pedras preciosas. Alguns, interpretando mal a passagem, ridicularizaram a idéia de que o “céu” pudesse ser tão pequeno. Como poderiam todos os crentes já falecidos estar contidos em um espaço como este? Mas assim como a antiga Jerusalém era apenas um dos espaços disponíveis para a primeira criação, a Nova Jerusalém não representa a totalidade do céu.
A glória de Deus sempre se expande muito além de nossa capacidade de compreensão. E, desta forma, a Nova Jerusalém é somente a capital da nova terra, que por sua vez é o centro de um vasto universo de hostes estelares. Por mais poderosa que a imaginação humana tenha provado ser, o que Deus preparou para nós está muito além de nossa capacidade de imaginar ou fantasiar.
E é aqui que as Escrituras nos deixam. Com uma advertência e uma promessa. Deixem que aqueles que fazem o mal continuem fazendo o mal. No final, Deus será vindicado. E deixem que aqueles que decidiram seguir a Jesus aguardem fervorosamente pelo futuro. Em breve poderemos ouvir sua voz ecoando: “Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo sua obra” (22.12).
O estado celestial que antes foi descrito como uma cidade, e chamada de nova Jerusalém, aqui é descrito como um paraíso, aludindo ao paraíso terreno que foi perdido por causa do pecado de Adão; aqui há outro paraíso restaurado pelo segundo Adão. Um paraíso numa cidade, ou uma cidade toda em um paraíso! No primeiro paraíso, só havia duas pessoas para contemplar a beleza e experimentar os prazeres dele; mas nesse segundo paraíso, cidades e nações inteiras encontrarão prazer e satisfação abundantes. E aqui observe:
O rio do paraíso. O paraíso terreno era bem irrigado. Nenhum lugar que não o seja pode ser agradável ou frutífero. Esse rio é descrito: 1. Por sua nascente - o trono de Deus e do Cordeiro”. Todas as nossas fontes de graça, conforto e glória estão em Deus; e todos os nossos rios que vêm dele, vêm pela mediação do Cordeiro. 2. Por sua qualidade - “…puro e claro como cristal”. Todos os rios de conforto terreno são barrentos; mas esses são claros, saudáveis e refrescantes, dando vida, e preservando vida, para os que bebem deles.
A árvore da vida, nesse paraíso. Havia uma árvore dessas no paraíso terreno (Cn 2.9). Esta de Apocalipse excede aquela em muito. E agora, com relação a esta árvore, observe: 1. A situação dela - “no meio de sua praça e de uma e da outra banda do rio”; ou, como poderia ter sido mais bem formulado: no meio entre o caminho da margem e o rio. Essa árvore da vida é nutrida pelas águas puras do rio que vêm do trono de Deus. A presença e as perfeições de Deus fornecem toda a glória e as bem-aventuranças do céu.
2. A fertilidade dessa árvore. (1) Produz muitos tipos de frutos - “. . . doze frutos”, apropriados para o paladar refinado de todos os santos. (2) Produz fruto o ano todo - “…de mês em mês”. Essa árvore nunca está vazia, nunca é infrutífera; sempre há fruto nela. No céu, não há somente uma variedade de prazeres puros e satisfatórios, mas uma continuidade deles, e sempre frescos. (3) O fruto não é somente agradável, mas saudável. A presença de Deus no céu é a saúde e felicidade dos santos; ali eles encontram nele o remédio para todas as suas enfermidades, e são preservados por Ele no estado mais saudável e vigoroso.
A perfeita liberdade nesse paraíso de tudo que é mau (v. 3): “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém”; nenhum maldito - katanathema, não há serpente aí, como havia no paraíso terreno. Aqui está a grande excelência desse paraíso. O Diabo não tem o que fazer aí; ele não pode afastar os santos de servir a Deus para se submeterem a ele, como ele fez com os nossos primeiros pais, nem ao menos pode ele perturbá-los no seu serviço a Deus.
A suprema felicidade desse estado paradisíaco. 1. Ali os santos verão a face de Deus; aí irão desfrutar da santa visão. 2. Eles pertencerão a Deus, pois Ele colocará o seu nome e selo na testa deles. 3. “…e reinarão para todo o sempre”; o seu serviço será não somente liberdade mas honra e domínio. 4. Tudo acontecerá com conhecimento e alegria perfeitos. “Eles serão cheios da sabedoria e do conforto, continuamente andando na luz do Senhor; e isso não por um tempo, mas “. para todo o sempre”.
1 Cr 11.7,8 “E Davi habitou na fortaleza, pelo que se chamou a Cidade de Davi. E edificou a cidade ao redo, desde Milo até completar o circuito; e Joabe renovou o resto da cidade.”
A primeira referência à cidade de Jerusalém é sem dúvida em Gn 14.18, Onde Melquisedeque é citado como rei de Salém (Jerusalém; ver Gn 14.18). Na época dos israelitas cruzarem o Jordão para entrarem na terra prometida, a cidade chamava-se “da banda dos jebuseus” (Is 15.8) ou “Jebus” (11.4). Deixou de ser capturada durante a conquista de Canaã por Josué. E permaneceu em mãos dos cananeus até o tempo em que Davi chegou ao reino. O exército de Davi tomou Jebus de assalto, e Davi fez dela a sua capital (2 Sm 5.5-7; 1 Cr 11.4-7). Jerusalém serviu de capital política de Israel durante o reino unido E, posteriormente, do reino do Sul, Judá. Salomão, sucessor de Davi, edificou o templo do Senhor em Jerusalém (1 Rs 5-8; 2 Cr 2-5) De modo que a cidade também tomou-se o centro religioso de adoração ao Deus do concerto. Por causa dos pecados de Israel, Nabucodonosor de Babilônia sitiou a cidade em 586 a.C., E finalmente a destruiu juntamente como templo (2 Rs 25.1-11; 2 Cr 36.17-19). Jerusalém permaneceu um montão de ruínas até o retomo dos judeus da Pérsia em 536 aC. Para reedificar tanto o templo quanto a cidade (Ed 3.8-13; 5.l-6.15; Ne 3.4). Já nos tempos do NT, Jerusalém voltara a ser o centro da vida política e religiosa dos judeus. Em 70 d.C., porém, depois de freqüentes rebeliões dos judeus contra o poder romano, A cidade e o templo voltaram a ser destruidos. Quando Davi fez de Jerusalém a sua capital, esta começou a receber vários outros nomes em consonância com a sua índole; nomes corno: “Sião” (2 Sm 5.7); “a Cidade de Davi” (1 Rs 2.10); “santa cidade’ (Ne 11.1); “a cidade de Deus” (Sl 46.4); “a cidade do grande Rei” (SI 48.2); “cidade de justiça, cidade fiel” (Is 1.26); “a Cidade do SENHOR” (Is 60.14); “O SENHOR Está Ali” (Ez 48.35) e “a cidade de verdade” (Zc 8.3). Alguns desses nomes são proféticos para a futura cidade de Jerusalém.
A cidade de Jerusalém tinha um significado especial para o povo de Deus do AT.
(1) Quando Deus relembrou sua lei diante dos israelitas na fronteira de Canaã, Profetizou através de Moisés que, a determinada altura no futuro, Ele escolheria um lugar ”para ali pôr o seu nome” (Dt 12.5,11,21; 14.23,24). Esse lugar seria a cidade de Jerusalém (1 Rs 11.13; 14.21) Onde o templo do Deus vivo foi erigido; por isso, recebeu o nome de: “santa cidade”, “a Cidade de Deus”, e “a Cidade do SENHOR”. Três vezes por ano, todo homem em Israel devia ir a Jerusalém, Para aparecer “perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, Na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabemáculos” (Dt 16.16; cf. 16.2,6,11,15).
(2) Jerusalém era a cidade onde Deus revelava sua Palavra ao seu povo (Is 2.3); era, portanto, “do vale da Visão” (Is 22.1). Era, também, o lugar onde Deus reinava sobre seu povo Israel (SI 99.1,2; cf. 48.1- 3,12- 14). Logo, quando os israelitas oravam, eram ordenados a orar “para a banda desta cidade” (1 Rs 8.44; cf. Dn 6.10). As montanhas que cercavam Jerusalém simbolizavam o Senhor rodeando o seu povo com eterna proteção (Sl 125.1,2). Em essência, portanto, Jerusalém era um símbolo de tudo quanto Deus queria para o seu povo. Sempre que o povo de Deus se congregava em Jerusalém, todos deviam lembrar-se do poder soberano de Deus, Da sua santidade, da sua fidelidade ao seu povo e do seu compromisso eterno de ser o seu Deus.
(3) Quando o povo de Deus destruiu seu relacionamento com Ele por causa da sua idolatria e de não querer obedecer aos seus mandamentos. O Senhor permitiu que os babilônicos destruíssem Jerusalém, juntamente com o templo. Quando Deus permitiu a destruição desse antigo símbolo da sua presença constante entre os seus, Estava dando a entender que Ele pessoalmente estava se retirando do seu povo. Note que a promessa de Deus, de um “concerto eterno” com seu povo, Sempre dependia da condição prévia da obediência deles à sua vontade revelada. Dessa maneira, Deus estava advertindo o seu povo, daqueles tempos e de agora, que todos devem permanecer fiéis a Ele e obedientes à sua lei, Se quiserem continuar a desfrutar de suas bênçãos e promessas,
A cidade de Jerusalém também era importante para a igreja cristã.
(1) Jerusalém foi o lugar onde nasceu o cristianismo. Ali Jesus foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos. Foi também em Jerusalém que o Cristo glorificado derramou o Espírito Santo sobre os seus discípulos no Pentecostes (At 2). A partir daquela cidade, a mensagem do evangelho de Jesus Cristo espalhou-se “até aos confins da terra’ (At 1.8; cf. 24.47). A igreja de Jerusalém foi a igreja-mãe de todas as igrejas, e a igreja a qual pertenciam os apóstolos (At 1.12-26; 8.1). Ao surgir uma controvérsia se os gentios crentes em Jesus tinham de ser circuncidados, Foi Jerusalém a cidade onde reuniu-se o primeiro concilio eclesiástico de importância para resolver o assunto (At 15.1-31; 012.1- 10).
(2) Os livros do NT reiteram boa parte do significado da Jerusalém do AT, Mas com uma nova aplicação: de uma cidade terrena para uma cidade celestial. Noutras palavras, Jerusalém, como a cidade santa, já não estava aqui na terra Mas no céu; onde Deus habita e Cristo reina à sua destra; de lá, Ele derrama as suas bênçãos; E de lá, Jesus voltará. Paulo fala a respeito de Jerusalém “que é de cima”, que é nossa mãe (GL 4.26). O livro de Hebreus indica que, ao virem a Cristo para receber a salvação, Os crentes não chegaram a uma montanha terrestre, mas “ao monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial” (Hb 12.22). E, ao invés de preparar uma cidade na terra para os crentes, Deus está preparando a nova Jerusalém, que um dia descerá “do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2; cf. 3.12). Naquele grande dia, as promessas do concerto serão plenamente cumpridas: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, E eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3). Deus e o Cordeiro reinarão para sempre e sempre no seu trono, nessa cidade santa (Ap 22.3).
(3) A cidade de Jerusalém terrestre ainda tem um papel futuro a desempenhar no reino milenar de Deus? Isaias em 65.17 do seu livro fala de “céus novos e nova terra” (Is 65.17), E em seguida apresenta um “Mas” enfático sobre a grandeza da Jerusalém terrena, no versículo 18. O restante do cap. 65 trata das condições mileniais, Muitos crêem que quando Cristo voltar para estabelecer seu reino milenial (Ap 20.1-6), Ele porá o seu trono na cidade de Jerusalém. Depois do julgamento do grande trono branco (Ap 20.11-15), A Jerusalém celestial descerá à nova terra como a sede do reino eterno de Deus (ver Ap 21.2 ).
Quem entrará na Jerusalém Celeste? Aquele, cujo nome encontra- se no Livro da Vida do Cordeiro. Portanto, se você ainda não recebeu a Jesus como o seu único e suficiente Salvador, aceite-o neste momento, e siga-o fielmente até o fim. E, assim, entrará você na Cidade, e para sempre estará com o Senhor.
Ressaltamos, porém, que o nosso maior prazer não será propriamente estar na Jerusalém Celeste; e, sim, permanecer na companhia de Nosso Senhor Jesus Cristo pelos séculos dos séculos. Maranata! Luciano Santo
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