Adão, o primeiro homem, foi criado à imagem do Homem do Futuro, do Homem Pleno, Cristo Senhor. Quando Deus amassava o barro, pensava em Cristo, o Homem do Futuro. E assim, o homem que Deus formou, fazia-o à imagem de Cristo. A imagem era a encarnação, o homem que Deus tinha em mente era a encarnação, e isso plasmou-se já, ao formar Adão.
O homem foi criado à luz de Cristo, o Homem do Futuro, reproduzindo, já em si, a imagem do Verbo que havia de encarnar. A vocação de todo homem é tornar-se imagem do Adão Celeste, Cristo.
Ao criar o homem, Deus predestinou-o a finalizar-se em Cristo. No último Adão, Cristo, o primeiro encontra a sua realização e plenitude. O homem foi chamado a configurar-se com Cristo porque
foi constituído, no seu ser, pela chamada de Deus à comunhão com Ele.
O homem não se conhece a si mesmo. Para si mesmo, de fato, o homem é um ser cheio de mistério. Criado à imagem de Deus, ele não consegue entender-se totalmente se não no Homem Perfeito, Cristo Jesus, que não é apenas, como todos nós, imagem de Deus, mas que é, Ele próprio, pessoalmente, a Imagem do Deus invisível e único Filho do Pai.
O homem só se compreende plenamente a partir de Cristo que é o "Homem Perfeito", a "imagem de Deus invisível", o "novo Adão". Por isso, só n'Ele o homem pode atingir a sua plena realização. Só em Cristo se revela integralmente o que significa "ser criado à imagem de Deus".
Como protótipo da humanidade, Cristo é a única resposta para dar ao homem de hoje, pois é à luz de Cristo que a Igreja percebe a grande dignidade do homem, a sublimidade da sua vocação e a excelência do fim a que se destina.
Cristo, o Novo Adão, ilumina todos os homens que vêm a este mundo, e só Ele sabe o que está no homem.
O Verbo de Deus fazendo-se homem e inserindo-se nos dinamismos do mundo e da história, não só revelou o sentido profundo das realidades humanas, mas enriqueceu-as com uma nova significação. Na verdade, Cristo Jesus, o único Filho de Deus, tornou-nos participantes de uma vocação mais elevada: para que, acreditando n'Ele e no Pai que o enviou, tenham a vida eterna.
Fê-los participantes dos bens da graça divina, que, elevando os homens à dignidade de filhos de Deus, converte-se em poderosíssima defesa e ajuda para uma vida mais humana, possibilitando aos homens, iluminados pela luz de Cristo, compreender bem aquilo que são realmente, a sua excelsa dignidade e o seu fim. Cristo chama os homens à filiação divina, inaugura a nova criação.
A esta humanidade caída, como ovelhas perdidas, o Filho de Deus, enviado pelo Pai, veio buscar. Na plenitude dos tempos, o novo Adão maravilhosamente restaurou, em si mesmo, o que o velho Adão havia perdido e institui, com a raça de Adão, uma nova e eterna aliança que não pode ser quebrada.
A criação do homem acontece sob o signo da encarnação de Cristo, ou seja, Adão existe em razão do Novo Adão que ele prefigura; o homem existe em razão de Cristo. O homem é primeiro, criatura e só depois, é elevado à ordem sobrenatural, para a liberdade da glória de filhos de Deus. O homem foi enaltecido por Cristo e elevado à sua máxima dignidade.
A Igreja tem a missão de conduzir os homens a essa verdade plena que se revela em Cristo, a fim de que estes possam atingir a sua realização verdadeira, uma vida mais humana de acordo com sua dignidade inerente. Apenas Cristo pode esclarecer plenamente o mistério da vida humana, de fazê-los descobrir e a concretizar a sua vocação sublime, a saber, a divina.
O mistério que habita todo ser humano, só poderá ficar plenamente iluminado através da luz que brota do Evangelho, que revela ao homem o plano de Deus sobre si próprio e, ao mesmo tempo, dá-lhe uma visão integral de si mesmo e da sua vocação, não só terrena, mas também eterna.
Ao criar o Homem, Deus predestinou-o a finalizar-se em Cristo. No último Adão, o primeiro encontra a sua realização e plenitude. Cristo é “o novo Adão” não no sentido cronológico (vem depois do primeiro), mas no sentido ontológico, ou seja, é o “novíssimo Adão”, o Último e Perfeito.
I Jo 3,2 diz: “Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos ainda não se manifestou. Sabemos que por ocasião desta manifestação, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é”. Entendemos que a imagem diz respeito à situação atual, mas a semelhança aponta para o futuro, a escatologia final.
Portanto, a humanidade encontra-se orientada a Cristo e é n'Ele consumada. Verificamos, assim, que a encarnação precede a criação e que esta encontra nela o seu ponto culminante. Cristo é o "Homem Perfeito" que vem restaurar a semelhança divina alterada pelo pecado.
A concretização da criação é visualizada em Cristo, o Homem Perfeito, do qual o primeiro era figura. O homem, tendo sido criado por Deus, possui já, de certo modo, uma identidade crística, está predestinado a Cristo. Todo o homem, amado e salvo por Deus, foi chamado pelo nome e alcançará a plenitude da sua vocação com a visão beatífica de Deus e a sua participação na vida divina.
Cristo é a chave, o centro e a meta do homem na história. Cristo é na verdade novo Adão e o rei do mundo. Em Cristo, Deus se comprometeu de forma irrevogável com a humanidade. Ao desvelar o rosto paterno de Deus, manifestou também a verdade profunda sobre nós próprios, mostrando que fomos criados à imagem de Deus e que somos chamados a uma vida de comunhão com Ele.
Os homens podem ser conduzidos à verdade plena que se revela em Cristo e atingir a sua realização verdadeira quando acolhem o significado mais profundo da existência, na busca de uma compreensão por meio do mistério de Cristo. Iluminados pela Sua luz, ensinando aos homens a passar pelos bens temporais de modo a não perder os bens eternos, podem compreender a sua própria existência. Cristo dá sentido a todas as dimensões do homem.
Em toda a criatura humana, Deus reconhece a sua imagem e semelhança. Para restituir o esplendor original e a verdadeira dignidade, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher. Como homem, Jesus Cristo foi constituído pessoa na sua própria relação pessoal com o Pai. N'Ele Deus revelou, de modo perfeito, ao mundo, como deve ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Também pela encarnação, a natureza humana foi levada à sua máxima perfeição. Assumindo a nossa humanidade, Jesus Cristo foi constituído como o primogénito dos filhos de Deus, partícipe da imensa comunidade dos homens, seus irmãos.
Portanto, Cristo é o único que conhece o homem, só Ele conhece verdadeiramente o homem por dentro. Cristo, como Novo Adão, Homem Perfeito, revela o homem ao próprio homem, a sua origem e o seu destino. A realização integral do Homem, terá a sua plenitude em Cristo, no fim dos tempos.
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Falar do homem significa mostrar Cristo como origem e fonte da perfeição humana, e igualmente como modelo supremo: por isso é em Cristo que o capítulo sobre a vocação do homem é concluído, no qual se encontra a palavra última e suprema da verdade, que não exclui a própria cruz.
Falar do homem significa mostrar Cristo como origem e fonte da perfeição humana, e igualmente como modelo supremo: por isso é em Cristo que o capítulo sobre a vocação do homem é concluído, no qual se encontra a palavra última e suprema da verdade, que não exclui a própria cruz.
Em Cristo somos nova criação, nova humanidade, chamada à vida plena no Espírito, a sermos "filhos no Filho.”
Na realidade, o mistério do homem só se esclarece no mistério do Verbo encarnado. Porque Adão era figura do que havia de vir. Ou seja, a fé cristã não conta com uma definição abstrata da realidade humana; o que o homem é, é-nos explicado na realidade concreta de Cristo, que, sendo "imagem de Deus", "é também o Homem Perfeito", não já em sentido moral, mas ontológico.
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Só à luz de Cristo, o Homem Perfeito, se poderá compreender completamente o homem, a sua vocação e o seu destino. Em Cristo, Deus e o homem comunicam perfeitamente. Cristo revela o pai e revela o homem. O homem é para si mesmo mistério. Cristo, ao revelar o Pai e ao ser revelado por Ele, acaba por revelar o homem a si mesmo. Ao tomar posse do homem, agarrando-o e mergulhando até ao fundo do seu ser, obriga-o, igualmente, a descer até dentro de si mesmo, levando-o a descobrir, de forma inesperada, regiões até então desconhecidas. Por Cristo, a pessoa torna-se adulta, o homem emerge definitivamente do universo, toma plena consciência de si.
Só à luz de Cristo, o Homem Perfeito, se poderá compreender completamente o homem, a sua vocação e o seu destino. Em Cristo, Deus e o homem comunicam perfeitamente. Cristo revela o pai e revela o homem. O homem é para si mesmo mistério. Cristo, ao revelar o Pai e ao ser revelado por Ele, acaba por revelar o homem a si mesmo. Ao tomar posse do homem, agarrando-o e mergulhando até ao fundo do seu ser, obriga-o, igualmente, a descer até dentro de si mesmo, levando-o a descobrir, de forma inesperada, regiões até então desconhecidas. Por Cristo, a pessoa torna-se adulta, o homem emerge definitivamente do universo, toma plena consciência de si.
A vinda de Jesus coroa a atividade criadora e testemunha Deus que manifesta o Seu amor na comunicação da vida. Jesus vem trazer essa vida em plenitude, cumprindo o desígnio criador de Deus. Cristo, o Filho de Deus, é o modelo do homem. Deus quer que o homem alcance a sua plenitude humana e assim se torne Seu filho.
Toda a obra de Jesus consistiu em, mediante o dom do seu amor, capacitar o homem para que possa realizar em si mesmo o projeto de Deus que fez-se referência à situação do homem ferido pelo pecado, mas restaurado em Cristo. Gestos de Deus na história.
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