sábado, 25 de setembro de 2021

A Agenda de Deus na Eternidade

Por meio da Física, que estuda a origem do Universo, não há como saber o que existia antes de tudo existir. Mesmo porque, se existia algo antes, não era da mesma forma que existe hoje, porque o existir da forma como conhecemos depende do espaço, do tempo e da matéria e isso só veio a existir com o Universo. Contudo, se o Universo procede de algo é porque algo já existia antes do Universo, mesmo que esse algo para nós hoje seja “o nada”, que deu origem ao Universo.

Dizer, que existia algo antes do Universo existir é tentar colocar o tempo, atrás do início do próprio tempo como se conhece, e, isso não faz sentido, porque já foi dito que o tempo só passou a existir com o Universo.

Contudo, pode-se considerar que o que “existia” antes do Universo existir era algo que já era, ou que é, e que sempre foi, e que sempre será, sem precisar existir, ou seja, o Universo procedeu de algo que é eterno.

Mas para que algo eterno gerasse algo que é temporal hoje, foi necessário que a eternidade sofresse algum tipo de ruptura para originar o que é temporal. Essa ruptura se deu na forma de uma transição do eterno para o temporal, ou seja, na forma de uma morte de algo no eterno para nascer o temporal. Da mesma forma, para que o eterno possa existir, o temporal tem que morrer. Logo, concluímos que a morte é um conceito ligado a transição entre os esses dois estados, eterno e temporal, temporal e eterno.

Portanto, para que o Universo que é temporal viesse a existir, algo no eterno teve que morrer. Essa morte desvinculou o eterno do temporal e o temporal do eterno. Ou seja, a possibilidade do temporal existir nasceu da morte de alguma parte no eterno, porque o eterno continuou eterno apesar do temporal ter passado a existir. Portanto, enquanto o eterno existia em si mesmo, não possibilitava o temporal existir, até que algo proveniente no eterno pudesse morrer para a eternidade, para nascer para o temporal. Isto significa que para o temporal existir, algo no eterno teve de ser sacrificado e o temporal procedeu do eterno e passou a existir no eterno.

Portanto, o temporal foi gerado do eterno. Nesse contexto, lembramo-nos que no livro do Apocalipse está escrito que: “O Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo (ou Universo)”.

E, que o mundo (ou Universo) foi criado em Deus, por Deus, e para Deus.

Sendo o Cordeiro, o Filho de Deus manifesto, Este foi imolado antes da fundação do mundo, para que o mundo fosse possível existir na aceitação de coexistência com o que é Eterno (Deus).

Sendo o Cordeiro imolado, o Seu sacrifício resultou na possibilidade de existência do mundo (ou Universo). Logo, a criação do Universo procedeu de Deus, e por Deus, por meio do Seu Cordeiro. A temporalidade do Universo deu origem à possibilidade do corruptível, ou seja, no momento em que a eternidade rompeu com a temporalidade e a temporalidade rompeu com a eternidade, a temporalidade ou o Universo pareceu existir sem causa anterior, ou seja, pareceu ter surgido espontaneamente, porque a eternidade não é mensurável pela temporalidade.

A criação já nasce no ambiente da redenção! Deus não levou sustos na história, pois o sacrifício já havia sido feito antes da queda! O sacrifício de Cristo foi o detonador da História. A História não começa com a criação de todas as coisas, e sim com o sacrifício do Criador. O Cosmos surge a partir da Cruz.

Imagine um livro em forma de um rolo de pergaminho. Ele não tem páginas, como os livros de hoje. Trata-se de uma grande tira de pergaminho, enrolada pelas duas pontas. Quando seus selos são rompidos, ele começa a desenrolar-se por igual. O lado esquerdo pode representar as coisas passadas, e o lado direito as futuras. A Cruz entra no meio, e faz com que o rolo se abra para os dois lados. Tudo acontece na Cruz, com a morte do Cordeiro. A História começa na Cruz, mas já surge contendo um passado e um futuro. No Kairós, a Cruz é o ponto inicial. Mas no Cronos, a Cruz ocorre na plenitude dos tempos.

Deus cria o mundo a partir da Cruz. Mas o cria, já com um passado e um futuro. Ainda que os cientistas tenham razão em dizer que o Universo tem 14,3 bilhões de anos, aos olhos de Deus, esse Universo veio à existência a partir da Cruz, como que instantaneamente.

Ali o rolo se abriu, para esquerda e para direita. Nada existia antes da Cruz, pelo menos, não da perspectiva divina.

Há quem defenda a hipótese de que Deus possa ter criado as coisas com aparência de certa idade. Mas tudo não passaria de “aparência”. Portanto, a Terra “aparenta” ter 4,3 bilhões anos, mas seria, de fato, muito mais jovem (aproximadamente 6 mil anos).

Os que defendem tal hipótese, argumentam que Adão fora criado já adulto. Quem quer que o encontrasse, lhe conferiria certa idade, ainda que ele houvesse sido criado “um dia antes”. Pode parecer um argumento plausível, pelo menos do ponto de vista teológico. Entretanto, não me parece ser este o modus operandi de Deus.

Por que Jesus não surgiu no mundo já em idade adulta? Por que Ele teve que ser gerado no ventre de uma mulher, e experimentado cada etapa do desenvolvimento humano? Se esse fosse o modus operandi de Deus, haveríamos de esperar que o mesmo se sucedesse com o advento de Jesus. Em vez de acreditar que Deus criou um Universo aparentemente velho, prefiro acreditar que Deus criou um Universo já com uma História pregressa, e um futuro glorioso. Não creio que Deus faria alguma coisa com a intenção de criar uma ilusão de ótica.

Portanto, concluímos que a Cruz é o início de tudo. Nada existia antes dela! Sem que o Cordeiro fosse morte antes da fundação do mundo, não haveria nada que cobrisse a nudez do primeiro casal. Nossa culpa foi expiada mesmo antes que houvéssemos pecado.

O que eles entendiam é que o evento da crucificação de Jesus de Nazaré já era a realidade cósmica sobre a qual todo o Universo se sustenta. Antes de Deus dizer: Haja Luz, Ele disse: Haja Cruz. Eis duas passagens enigmáticas das Escrituras Sagradas!

Como entender que o Cordeiro, que é Cristo, foi morto antes da fundação do mundo? Afinal, Sua morte foi um fato histórico ou meta-histórico? Teria havido Cruz, antes mesmo que houvesse luz? A nossa redenção aconteceu desde, ou melhor, antes da fundação do mundo.

Desta forma, concluímos que a criação procedeu da redenção. E para tornar a criação eterna será preciso a morte da temporalidade. Da mesma forma que para tornar algo temporal foi preciso que algo no eterno morresse. A morte de algo no eterno pode significar a vida da temporalidade, assim como a ressurreição do que está morto pode significar a morte da sua temporalidade. Ou seja, a morte do Cordeiro Eterno deu origem ao Universo temporal antes da fundação do mesmo. Da mesma forma que a ressurreição do cordeiro-homem representou a morte da temporalidade do Universo.

Logo, concluímos que, quando o Cordeiro morreu antes da fundação do mundo, Ele deu lugar ao surgimento do Universo.

Esvaziando-se Ele da sua eternidade e deixando o ser Homem-Eterno, para se tornar o homem-mortal encarnado em Jesus, o Cristo.

O cordeiro-homem sendo feito pecado por nossa causa, levou sobre Si todas as enfermidades-pecado do Universo. Desta forma Deus reconciliou consigo mesmo, por meio de Jesus, o Cristo, todas as coisas criadas.

Mas para que tudo receba o efeito dessa reconciliação, é necessário que o caminho do Cordeiro seja trilhado de volta, onde o cordeiro-homem foi morto para dá lugar à ressurreição do que é mortal. Logo, quando Jesus, o Cristo, morreu na cruz, Ele estava matando o pecado. E quando Ele ressuscitou, estava matando a temporalidade e tornando eterna a Sua criação, feita nEle, por Ele e para Ele.

Desta forma, entendemos que a morte é vida e a vida é morte. Logo, para se receber a reconciliação de Deus é necessário receber por fé a morte do Cordeiro imolado, como Deus-Eterno e Criador de todas as coisas e receber por fé também a morte do cordeiro-homem como morte do pecado e como ressurreição para a vida eterna.

Somente aqueles que não aceitarem esse processo de morte-e-vida e vida-e morte é que de fato, pelo seu livre arbítrio, morrerão eternamente para Deus, porque recusaram o único caminho propiciatório para a Vida-Eterna e reconciliada com Deus.

Agora, uma vez manifesto o Mistério de Deus (O Cristo), oculto desde os Tempos Eternos, Deus pode ser conhecido por nós como o Único Criador e Redentor da sua criação, não havendo outro deus ou outro redentor, a não ser Jesus, o Cristo-Eterno.

Desta forma, Deus nos elegeu Nele, eterna manifestação do Seu Ser, o qual é Senhor e Criador de todas as coisas, Redentor e Rei de Justiça Eterna, cujo Amor Eterno permitiu a nossa existência temporal e eterna com Ele, em Amor, para estarmos para sempre com Ele, desde que seja essa a nossa escolha em Graça.

Deus a tudo criou sob o signo do Cordeiro e de Sua Cruz. A criação acontece no ambiente da graça, da redenção, do perdão.

O Cordeiro Eterno foi imolado antes que houvesse Universo! O Cordeiro não foi imolado por razão existente. Ele foi imolado para, do nada, haver existência! A criação surgiu a partir do sacrifício do cordeiro.

Antes de existir Moisés e a lei, antes de existir Israel, antes de existir Adão e Eva, antes de existir os anjos, antes de existir o diabo, antes de existir seja o que for. Deus morre a fim de criar a vida. Assim sendo, é antes da fundação do mundo que nascem todos os mundos e todas as formas de existência, as quais são criadas pela Vida de Deus, e com liberdade de evoluir, crescer, se adaptar, procriar, ser eliminado...E isto por bilhões de anos, conforme nossas medições precárias de tempo.

O que se vê no Jesus histórico, que morre numa cruz, nada mais é da manifestação histórica no nosso tempo, no nosso mundo de algo que aconteceu na eternidade quando não havia ninguém. É por isso que Deus abriu o precedente da queda. Se existe possibilidade de alguém errar e o relacionamento com Deus é escolha, liberdade de escolha, só poderia ser provido a liberdade de escolha, se essa escolha sendo feita de uma maneira equivocada pudesse de alguma forma restabelecido um caminho: crucificação, sacrifício, cruz de Cristo, cordeiro imolado antes da fundação do mundo. Aquilo que aconteceu na história, aconteceu na eternidade. Num tempo específico resolve por seu plano de redenção em ação, ou seja, na plenitude dos tempos revela Cristo, revelação metafísica de Deus que é Cristo em Jesus, a expressão exata da divindade!

Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões.

O Calvário é a consumação histórica do que já tinha sido feito. “Está consumado!” O Calvário é o lugar onde o mundo testemunhou a graça de Deus sobre todo o homem.

É aqui no planeta terra aonde a escolha da morte foi realizada por esses seres desprezivelmente divinos que somos nós, que Deus resolveu historificar a morte do cordeiro antes da criação de todas as coisas, incluindo o espaço-tempo. Porque o cordeiro foi morto antes de haver qualquer dimensão. Foi para poder haver dimensão, foi para poder salvar do nada. Ele deu a vida para tirar do nada.

O primeiro ato de redenção é esse. É salvar o que não é e será do nada para ser. Do nada para a vida.

Porque o nada é mais do que a morte, porque um dia de novo a morte será dissolvida do nada. A redenção é anterior à criação. A redenção produz a criação.

O cordeiro foi morto antes da fundação do mundo, antes da criação de qualquer dimensão para que tudo fosse criado e no espaço-tempo, na plenitude dos tempos, na plenitude do espaço-tempo, na gravidez da história. O homem se jacta do que não é e fica sempre achando que a plenitude das coisas acontece conosco, quando na realidade a plenitude da história foi a gravidez dela em Cristo. Foi quando a história ficou grávida de Deus, aí foi a plenitude dos tempos.

Nada mais significativo do que você imaginar que uma categoria universal foi invadida, penetrada, habitada, residida pelo criador de todas as coisas num mistério impossível, porque Ele não cabe em tudo que Ele criou e coube relacionalmente com a criatura humana. Só porque a eternidade habita o coração do homem, só porque o homem que ocupa tempo-espaço é uma síntese de finito-infinito, ele é um portal de eternidade.

O sacrifício do Supremo, humilhação suprema é na dimensão mais fugaz que Deus faz, para se tornar servo de tudo e de todos e dar a sua vida pela criação. Ele se encarna na mais desgraçadamente ínfima das dimensões, do espaço-tempo, da mortalidade escolhida pelos seres ambíguos que carregam eternidade e morte em si mesmos. Aí vem Ele e se encarna para fazer toda a Sua vontade, para deixar perplexos os principados e potestades, sendo rico se fez pobre por amor de nós para que pela Sua pobreza nos tornássemos ricos, Nele.

O evangelho não se reduz à crucificação. A crucificação é uma ceia histórica do Cordeiro.

A crucificação é um movimento litúrgico do cordeiro na história, porque o cordeiro de Deus, o verdadeiro cordeiro, derramou seu sangue antes que houvesse sangue, mostrando que a linguagem do sangue é só uma linguagem humana, não é uma linguagem da representação original. A linguagem do sangue é só uma linguagem simbólica da vida.

O cordeiro é um outro arquétipo humano (linguagem, forma e expressões). Quando se diz que o cordeiro derramou, deu a sua vida antes da fundação do mundo por todas as coisas, não é porque antes de Deus criar a luz Ele criou o sangue.

Quando se fala de sangue está se falando de vida, quando se está falando de vida está se falando de algo que nenhum de nós tem linguagem para descrever.

Quando se diz que antes de haver crucificação, há 2.000 anos, comparado com os 14,3 bilhões do universo, se diz que antes de haver história, antes de haver tudo, o cordeiro é um arquétipo humano para designar o indesignável, deu a sua vida, se entregou para criar todas as coisas.

Não é possível gerar vida sem dar a vida. Não se transfere vida, sem dar. Nós somos salvos pela doação da vida de Deus!

Graça é favor imerecido, é dádiva de Deus, é amor de Deus, é suplemento de Deus, é perdão de Deus, tudo isso; a cruz é apenas a simbolização.

Nós fomos perdoados antes de haver mundo, sem uma única gota de sangue ter sido ainda derramada na história que só veio acontecer no tempo que aconteceu, há 2.000 anos, mas o perdão já estava garantido antes de se criar uma célula de sangue, antes de haver mundo, antes de haver ar, antes de haver qualquer coisa.

Jesus, o Cordeiro da Cruz, como sendo também o Cordeiro Imolado antes de qualquer coisa ter sido criada. Eles creram que o destino dos que amam ao Cordeiro é compartilhar da glória Dele antes de haver mundo. Mas a glória, toda glória, mesmo na eternidade, sempre é precedida pelo padecimento. Importou que o Cristo antes padecesse, e só depois entrasse em Sua glória, tanto na História, como também antes de haver Tempo e História, quando o Cordeiro se entregou em sacrifício antes de qualquer criatura ter sido criada.

A morte de Jesus não foi um acidente, foi o cumprimento da agenda de Deus. Estava decretada mesmo antes da fundação do mundo (Ap 13.8).

O Calvário não foi a providência de Deus para a queda. Antes, a queda deu-se como parte do projeto de Deus para o Calvário. Ou seja, Deus não projetou o Calvário por causa da queda; Deus projetou a queda por causa do Calvário. Não foi a queda que deu origem ao Calvário. Foi o Calvário que deu origem à queda. No plano de Deus, Cristo foi crucificado antes da fundação do mundo e portanto, antes da queda de Adão e Eva. Assim, o Calvário não foi em função da queda; pelo contrário, a queda foi em função do Calvário. Por isso podemos dizer que o Calvário é o motor da história.

Jesus é o Cordeiro santo de Deus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ele veio ao mundo para morrer e morrer pelos nossos pecados. Sua morte não foi um acidente, mas uma agenda.

Embora Sua morte no Calvário tenha sido há 2.000 anos, nos decretos de Deus, esse fato já havia sido determinado antes da fundação do mundo. Nossa salvação foi uma iniciativa divina, cuja origem recua aos tempos eternos. Quando Deus planejou nossa salvação não havia ainda nem céu nem terra. As estrelas ainda não brilhavam no firmamento, nem o sol dava a sua claridade.

Antes mesmo do princípio, no recôndito da eternidade, Deus já havia colocado o seu coração em nós e determinado que Jesus, o Cordeiro eterno, seria morto em nosso lugar, em nosso favor.

A cruz de Cristo não foi um sinal de derrota, mas de triunfo. Jesus não morreu como um mártir, mas como Redentor. Ele não foi à cruz como uma vítima indefesa nas mãos de seus algozes; Ele morreu voluntariamente.

Ele se entregou por você e por mim, e isso, desde a eternidade. Ele glorificou o Pai em Sua morte e conquistou para nós eterna redenção. A nossa salvação não foi uma decisão de última hora. Foi planejada na eternidade, executada na história e será consumada no último dia. Você já recebeu essa tão grande salvação?

Ele tira o pecado mundo, vivemos em paz, seguro, pois, Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele tira o pecado o tempo todo. Não andamos em pecado; andamos sem pecado; andamos sob a graça; andamos sob a cruz; justificados; desassombrados. Um poder extraordinário, que a ciência não dá, nem a astronomia, nem a genética, nem a psicologia, nem a matemática, nem o dinheiro, nada, nada! Quando cremos e tomamos posse - Caio Fábio - (https://youtu.be/Np8J55s9oYU).

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