segunda-feira, 3 de junho de 2024

Paralisia do Sono

Pessoas que já possuem crenças relacionadas ao mundo místico, acreditam na possibilidade de influências sobrenaturais. Esse tipo de experiência tem sido alvo de conjecturas espirituais e científicas há muito tempo. Existem relatos documentados de séculos atrás.

No entanto, a ciência já encontrou respostas para essas questões. Concluiu-se que a paralisia do sono nada mais é do que a falta de sincronia entre cérebro e corpo. Esse transtorno acontece quando uma pessoa está quase adormecendo. Em alguns casos, a perturbação ocorre logo antes do despertar.

Antes de mais nada, é necessário que todos saibam que a paralisia do sono acontece a todos que dormem, o corpo fica muito tempo parado e as pessoas, geralmente, se movem pouco quando possuem um sono tranquilo. O problema ocorre quando o corpo continua paralisado, a pessoa acorda e não consegue se mover.

Embora você se sinta acordado, ocorre uma dessincronia entre o cérebro e os músculos. Em muitos casos, a pessoa não consegue mexer um dedo sequer, tampouco virar sua cabeça para os lados. Em outros, é comum também uma sensação de pressão sobre o peito ou falta de ar. Essa experiência pode durar até cinco minutos, o que gera uma sensação assustadora para algumas pessoas. Dessa forma, o corpo age como se ainda estivesse dormindo. Algumas pessoas em crise podem ver imagens como monstros e fantasmas. Mas isso ocorre porque sua mente, ainda não está totalmente desperta e com isso acaba mesclando realidade e sonho.

A perturbação acontece porque, quando dormimos, o cérebro ativa um mecanismo de defesa que impede que nos movamos. Esse mecanismo permanece ativo durante um curto momento antes ou depois do corpo entrar ou sair do estado de sono. Isso significa que a paralisia pode ocorrer em dois momentos: no início do sono ou ao acordar. Então, a pessoa que está passando por isso também tende a ter alucinações e essa é a pior parte. É só imaginar que alguém acorda, mas o corpo não reage e nenhum comando e, ainda por cima, sente, por exemplo, uma presença estranha de algo completamente fantástico em meio ao seu próprio campo de visão.

Certamente é algo muito assustador. Quando a pessoa é supersticiosa, pode acreditar realmente ocorreu algo sobrenatural naquele momento. Apesar disso, algumas pessoas confundem esse estado real com um sonho e vão alegar algo do tipo “tive um sonho onde não conseguia me mover”, sendo que isso realmente aconteceu.

Os principais sintomas são a imobilidade e a percepção. No primeiro, a pessoa não consegue ter o menor controle sobre o corpo, pois, o cérebro pensa que a pessoa ainda está dormindo e não “liga” os sensores. Então, não há controle sobre olhos, boca e nem respiração, o que pode causar extrema angústia. Aí entra o segundo sintoma, que é a percepção, que, aliada ao sentimento de medo e angústia da pessoa, a fará sofrer alucinações.

Essas alucinações tendem a ser impressionantes, pois, toda a carga emocional vivenciada pelo paciente irá fazer com que não consiga sequer diferenciar o que é real do que não o é. Podem ser em forma de sons estranhos e amedrontadores, cheiros estranhos, visões.

Além disso, há pacientes que relatam ter a impressão de que alguém o está pressionando, como se tivesse um peso em cima de si, ou uma presença estranha. Ainda há quem sinta estar flutuando fora do corpo, e ouvindo terríveis gritos femininos.

Mas, as alucinações também podem se manifestar com uma intensa sensação de sufocamento, onde o paciente não consegue ou tenha grande dificuldade para respirar, um episódio que pode durar segundos e até vários minutos.

Vários podem ser os fatores que causam esse distúrbio, que os cientistas atribuem a quem sofre de narcolepsia, condição que faz as pessoas terem distúrbios no sono e até mesmo não conseguirem resistir a ele. Também contribuem os baixos índices de hormônios e aminoácidos específicos, como melatonina e triptofano.

Ao redor do mundo, as culturas possuem várias interpretações sobrenaturais para a paralisia do sono. Por exemplo, no Oriente é atribuído a fantasmas, nos países europeus acreditam ser causados por bruxas e, nos Estados Unidos, muitos afirmam ver extraterrestres.

Existem alguns distúrbios do sono que comprometem gravemente a qualidade do repouso e, consequentemente, o rendimento diário das pessoas. Com relação à paralisia do sono, embora esteja consciente, a pessoa fica impossibilitada de se movimentar e falar. Ou seja, durante uma crise, é possível perceber as coisas ocorrendo em seu redor. Entretanto, os músculos de seu corpo não respondem aos comandos do cérebro. A incapacidade de se mexer leva de segundos a minutos. Parece pouco tempo, mas pode se tornar um momento interminável e desesperador.

Quando deitamos para dormir, nossa mente vai relaxando aos poucos e vamos perdendo consciência do ambiente ao nosso redor. A paralisia, nesse caso, ocorre um pouco antes do corpo entrar completamente no sono. Nessa ocasião, o corpo entra em estado de relaxamento muscular máximo, enquanto a mente ainda permanece em transição. As atividades cerebrais que produzem os sonhos têm início e surge, então, uma confusão mental. Sentimos que temos plena consciência de tudo ao redor, mas a mente está parcialmente em vigília. Enquanto isso, fragmentos de sonhos se confundem com visões.

Ao fim de uma noite, quando começamos a acordar, estamos saindo da chamada fase de sono REM. Durante essa fase nossos músculos estão imóveis e nosso corpo, totalmente relaxado. Ao recobrar a consciência, antes do corpo sair dessa fase, também é possível experienciar a paralisia do sono. Entenda um pouco mais sobre o sono REM e o que ocorre com nosso corpo quando estamos nesse estágio.

O sono alterna períodos de adormecimento profundo e de vigília. Todo esse processo envolve vários mecanismos complexos do corpo, e se divide em quatro estágios, incluindo a fase REM. O sono não REM é dividido em três estágios, de acordo com a profundidade gradual do adormecimento. A fase REM (em inglês: movimentos rápidos dos olhos) se caracteriza pela atividade cerebral acelerada.

Na ausência de distúrbios do sono, a fase REM se alterna em ciclos com os outros estágios. Essa rotatividade se repete a cada período de 70 a 110 minutos, totalizando entre 4 e 6 ciclos por noite. Alguns fatores podem alterar a rotatividade normal das fases do sono, como: Idade, temperatura do ambiente, ritmo circadiano, uso de substâncias químicas e alguns tipos de doenças.

Além da rápida atividade do cérebro, no estágio REM ocorrem rápidos movimentos oculares e máximo relaxamento dos músculos. E é nessa fase do sono que temos os sonhos. A intensa atividade cerebral do sono REM produz sonhos com imagens e histórias complexas. Enquanto isso, ocorre o total relaxamento dos músculos, que é chamado de atonia muscular. Durante esse estágio o corpo perde sua mobilidade.

Quando ocorre a paralisia do sono, o cérebro está saindo da fase REM para um estágio de sono mais leve. No entanto, a atonia muscular persiste, impedindo a pessoa de se movimentar. Nessa ocasião, imagens e fragmentos do sonho ainda podem ser visualizados, provocando as conhecidas alucinações da paralisia do sono.

É provável que 4 a cada 10 pessoas experimentem a paralisia do sono. Na maioria das vezes, a primeira crise ocorre durante a adolescência. Entretanto, o distúrbio pode ocorrer em qualquer idade. Existem vários fatores ligados a esse distúrbio do sono.

Dentre eles, os mais comuns são: falta de sono; sono irregular ou precário; dormir de costas; estresse excessivo; abuso de medicamentos; insônia recorrente; câimbras noturnas; em alguns casos – não sendo regra – transtornos como a narcolepsia e o transtorno bipolar.

Durante um episódio de paralisia do sono, a pessoa experimenta algumas das sensações seguintes: incapacidade de se movimentar; consciência de que está acordado; incapacidade de falar; pressão sobre o peito e dificuldades para respirar; sensação de estar flutuando, cabeça girando, ou de que a cama esteja se movendo.

Na paralisia do sono também ocorrem as experiências hipnagógicas (alucinações sensoriais, auditivas e visuais), como: Sensação de que existe algum intruso na casa ou no quarto: portas se abrindo; passos; presenças ameaçadoras se aproximando; Alucinações visuais que incluem: espíritos malignos, demônios e outros seres com intenções assassinas; Sensação de estar caindo ou sobrevoando o próprio corpo. Ao despertar completamente, o indivíduo é capaz de lembrar-se minuciosamente dos detalhes da experiência. No entanto, não consegue afirmar com certeza o que foi real e o que não passou de alucinação.

As primeiras medidas para tratamento da paralisia do sono são comportamentais. É necessário dormir uma quantidade de tempo adequada, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos.

O tratamento medicamentoso não é indicado em todos os casos. Apenas pessoas que estão sofrendo com depressão e ansiedade, advindas desse distúrbio, recebem intervenção farmacológica.

Durante anos, a paralisia do sono foi descrita de múltiplas formas, sendo inclusive atribuída à presença mística de seres maléficos. Acreditava-se que alienígenas, demônios e espíritos aterrorizavam os seres humanos durante a noite.

Então, há uma segunda situação, que é tão real quanto a primeira, porém, muito mais perigosa se não estivermos em comunhão com Deus.

O Salmo 91, um dos mais conhecidos e mais lindos salmos escritos por Davi. Em um trecho, ele diz assim: “Você não temerá o pavor da noite, nem a flecha que voa de dia, nem a peste que se move sorrateira nas trevas, nem a praga que devasta ao meio-dia.” (Salmos 91:5,6).

O Salmo 91 fala de algumas estratégias de Satanás contra a nossa vida. O pavor da noite são os ataques psicológicos causados pelo inimigo. “Mas, isso acontece com o cristão também?”. Sim, acontece. Quantas vezes você já teve algum pesadelo terrível enquanto dormia?

Mas, Davi também fala que aquele que teme a Deus não precisa ter medo, pois ele pode repreender aquele ataque pelo sangue de Jesus.

Deus nos ensina a usar a autoridade que existe no nome de Jesus. Ore e clame pelo sangue de Jesus e o diabo para de atacar. É uma batalha espiritual durante a noite de sono.

O Salmo 91 fala de um segundo tipo de ataque, que é a peste que se move sorrateira nas trevas. Costuma atingir o corpo físico. Você já reparou que a maioria das doenças costumam piorar à noite? E mais, tem pessoas que acordam machucadas e com dores pelo corpo.

Certa vez, uma pessoa enviou um e-mail contando que sonhava que estava lutando contra o diabo e que, quando acordava, estava cheia de marcas pelo corpo. Isso mostra como a batalha espiritual é algo sério. Contou também que seus pais sempre a levava para o terreiro de umbanda quando era criança.  

Essa pessoa precisava de libertação e isso só aconteceria se ela entregasse totalmente a sua vida para Jesus e passasse a usar a autoridade que o Senhor deu a ela através do Espírito Santo para expulsar os demônios que estavam tirando a sua paz. A grande verdade é que o mundo espiritual tem muito poder sobre o mundo físico e o nosso sono é um dos alvos favoritos de Satanás.

Se você tem vivido experiências ruins como a da paralisia do sono, precisa resistir a isso, pois o Senhor quer te proteger assim como fazia com Davi. Em Tiago 4 está escrito: “Submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês” (Tiago 4:7).

Creia nessa promessa e nunca se esqueça de que o poder de Deus é muito maior que o do inimigo!

Três atitudes a tomar quando tiver uma paralisia do sono:

1) Mantenha a calma. Sei que pode parecer impossível manter a calma diante de uma situação tão desesperadora quanto a paralisia do sono, mas devemos crer que o Senhor cuida de nós em todos os momentos, até enquanto estamos dormindo. Jesus disse que no mundo teremos aflições, mas Ele venceu o mundo e por isso precisamos ter coragem e bom ânimo, porque com a ajuda Dele, nós também iremos vencer!

Veja o que a Bíblia diz: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6,7).

Você precisa criar o hábito de orar por tudo e em todo momento, e quando estiver passando por uma paralisia do sono, você estará preparado e não irá se desesperar. E a promessa é de que o medo não vai entrar no seu coração, porque a paz de Deus vai te proteger.

 2) Adore a Deus. Quando você passar por uma experiência de paralisia do sono ou ter algum pesadelo, comece a adorar ao Senhor, porque é na adoração que os demônios vão embora. Eles não suportam quando um filho de Deus adora ao Senhor de todo o coração.

E na Bíblia existe um exemplo muito claro disso. Quando o rei Saul era atormentado por demônios, só conseguia ficar em paz depois que Davi cantava seus salmos tocando a harpa.
Veja o que a Bíblia diz em 1 Samuel 16: “Sempre que o espírito mandado por Deus se apoderava de Saul, Davi apanhava sua harpa e tocava. Então Saul sentia alívio e melhorava, e o espírito maligno o deixava.” (1 Samuel 16:23)

Existe muita gente sofrendo hoje em dia porque não conhece o poder que Jesus tem sobre o maligno; não sabem que nenhum mal, físico ou espiritual, pode ser maior do que a presença de Deus.

Então, quando você perceber que está passando por uma paralisia do sono, cante um louvor que conhece, mesmo que mentalmente, porque isso vai trazer calma e paz ao seu coração e, aos poucos, você irá se recuperar.

3) Descanse no Senhor. Davi começou o Salmo 91 dizendo: “Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo poderoso pode dizer ao Senhor: Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio” (Salmos 91:1,2), porque quando ele trouxe a Arca da Aliança para Jerusalém, construiu um tabernáculo para ela. Ele amava muito estar na presença do Senhor, que ia para perto do tabernáculo sete vezes ao dia. Não era à toa que nunca perdia uma guerra e Israel era tão próspero. E, quando o sol se punha, fazia uma sombra nas asas dos querubins da Arca da Aliança e ele se deitava bem ali e acabava dormindo. É por isso que disse: “À sombra do Onipotente você descansará”. Davi não podia tocar na Arca da Aliança, senão morreria, mas o simples fato de estar perto dela (até na sombra), já fazia com que se sentisse protegido de qualquer mal.

Você também pode dormir à sombra do Onipotente. Hoje a Arca da Aliança não existe mais, mas graças ao sacrifício de Jesus na cruz, Deus se faz presente em nossos corações através do Seu Espírito Santo.

Com isso, se você clamar pelo cuidado Dele antes de ir dormir, você também descansará debaixo da proteção do Senhor. E os anjos do Senhor te guardarão de todo ataque espiritual.
Seja por questões físicas, neurológicas ou espirituais, a paralisia do sono é, sem sombra de dúvidas, uma das experiências mais aterrorizantes que alguém pode experimentar. Mas essa situação pode ser menos traumatizante se você conseguir manter a calma e adorar ao Senhor, crendo que a vitória já é sua. Lembre-se que Deus nunca permite que seus filhos passem por dificuldades, no mundo físico ou espiritual, maiores do que podem suportar.

A Bíblia diz: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” (1 Coríntios 10:13)

Se você tem passado por experiências de paralisia do sono, não se desespere, porque o Senhor nosso Deus, sempre estará a nossa disposição para nos ajudar e te amparar; basta que peça a ajuda Dele! Não há demônio, alucinação ou força da mente que resista ao poder do Espírito Santo de Deus!


http://portalmundocurioso.com
(Pastor Antonio Junior; Wagner – Mundo Curioso).

quarta-feira, 22 de maio de 2024

"Onde não há bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi há abundância de colheitas." (Pv. 14,4)

Provérbios 14:4 afirma: "Onde não há bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi há abundância de colheitas." Este versículo encapsula uma verdade profunda sobre a natureza do trabalho, a produtividade e a prosperidade, e pode ser desdobrado em várias camadas de entendimento.

Na agricultura antiga, e ainda hoje em muitos lugares, os bois são vitais para a realização de tarefas pesadas. Eles aram a terra, facilitando o plantio de sementes que, por sua vez, crescem e resultam em colheitas abundantes. No entanto, a manutenção de bois vem com seus próprios desafios. Eles necessitam de alimentação, abrigo e cuidados constantes, e inevitavelmente produzem esterco, criando a necessidade de limpeza e manejo diário.

"Onde não há bois, o celeiro fica limpo", não se refere apenas à literalidade da sujeira física. A limpeza do celeiro pode simbolizar uma vida sem complicações, sem os desafios e o esforço necessário para manter os bois. Esse estado de ordem e simplicidade, embora pareça atraente à primeira vista, também implica uma ausência de produtividade e, consequentemente, de abundância. Um celeiro limpo, sem bois, é um celeiro vazio, sem colheitas.

Por outro lado, "pela força do boi há abundância de colheitas" nos lembra que o trabalho árduo, apesar das dificuldades e do "esterco" que ele gera, é essencial para alcançar a prosperidade. Os bois, com sua força e capacidade de trabalho, representam os recursos e esforços que aplicamos em nossa vida cotidiana para gerar resultados positivos e crescimento.

Este versículo pode ser aplicado metaforicamente a muitas áreas da vida. Nos negócios, por exemplo, a "sujeira" pode ser vista como os desafios operacionais, os riscos, e os esforços contínuos necessários para manter a empresa funcionando. A ausência desses desafios pode levar a um ambiente mais tranquilo, mas também a um estagnação e falta de progresso.

Em um contexto pessoal, a "sujeira" pode representar os obstáculos e as dificuldades que enfrentamos ao perseguir nossos objetivos e sonhos.

Evitar esses desafios pode manter nossa vida aparentemente em ordem, mas também nos priva das recompensas que vêm com a superação de dificuldades e com o trabalho duro.

Provérbios 14:4, portanto, nos ensina a aceitar que o caminho para a verdadeira abundância e prosperidade está inevitavelmente ligado ao esforço e à disposição para lidar com as complicações que surgem. A presença de "esterco" é um sinal de que há atividade, movimento e progresso. É uma parte integral do ciclo de produção e crescimento.

Assim, a sabedoria deste provérbio nos incentiva a não buscar uma vida livre de desafios e complicações, mas a valorizar e aceitar os esforços necessários para alcançar a abundância. Ele nos lembra que o verdadeiro sucesso e prosperidade vêm de um trabalho árduo e dedicado, e que é preciso abraçar os inconvenientes como parte do processo. Em suma, este versículo bíblico é uma ode à importância do trabalho diligente e à aceitação dos desafios que nos levam ao crescimento e à colheita de frutos abundantes.

terça-feira, 21 de maio de 2024

A Soberba Derruba o Homem

"A soberba derribou o homem, a humildade só pode levantá-lo" é uma afirmação profundamente reflexiva sobre a natureza da queda e da redenção humanas. Ela nos convida a contemplar a dinâmica entre a arrogância e a humildade, destacando como essas atitudes moldam o destino e a jornada de cada indivíduo.

Somos confrontados com a imagem da soberba, um estado de espírito que infla o ego e nos leva a acreditar que somos superiores aos outros. A soberba é como uma armadilha sutil que nos engana com a ilusão de grandeza e poder, mas que, na realidade, nos torna vulneráveis à queda. Ela nos leva a agir de maneira imprudente e irresponsável, nos afastando da verdade e da sabedoria.

"A humildade só pode levantá-lo". Aqui, somos lembrados do poder transformador da humildade, uma qualidade que nos convida a reconhecer nossas próprias limitações e imperfeições. Ao abraçarmos a humildade, somos capazes de nos libertar do jugo da soberba e nos elevar a um novo patamar de consciência e compaixão.

A humildade não é um sinal de fraqueza, mas sim de força interior e integridade. É através da humildade que aprendemos a aceitar a nossa humanidade, com todas as suas virtudes e falhas, e a nos relacionarmos de forma mais autêntica e compassiva com os outros. É uma jornada de autoconhecimento e crescimento espiritual que nos leva a uma maior compreensão do nosso lugar no mundo e do nosso papel na criação.

Somos convidados a examinar nossos próprios corações e a considerar como a soberba e a humildade influenciam nossas vidas e relacionamentos. É um lembrete de que, embora possamos ser tentados pelo orgulho e pela vaidade, é a humildade que verdadeiramente nos eleva e nos permite alcançar as alturas mais nobres do espírito humano.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Quanto Pesa o Pecado

O fardo do pecado que muitos não sentem porque estão mortos espiritualmente Durante uma reunião ao ar livre, certo pregador anunciava o Evangelho de Cristo quando um jovem, em ar de troça, disse em voz alta: "O senhor fala-nos do peso do pecado, mas eu não o sinto!" Depois continuou de forma impertinente: "Quanto pesa o pecado? Cinco quilos? Quarenta quilos?"

O pregador respondeu-lhe assim: "Responda-me a esta pergunta: se colocar sobre o peito de um defunto um peso de 200 quilogramas, acha que ele sentirá?" - "Não, porque está morto", respondeu o jovem. - "Então", concluiu o ministro do Evangelho, "o homem que não sente o peso do pecado está espiritualmente morto!"

A observação daquele rapaz pôs à prova o que ele de facto era. Grande verdade é o que está escrito na Bíblia, a Palavra de Deus: "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados" (Ef 2:1).

E o leitor? Sente o peso do seu pecado? Sente o peso da sua desobediência a Deus, da sua transgressão à Lei Divina? Se não sente essa carga, devia verdadeiramente alarmar-se, pois encontra-se morto no sentido espiritual, está separado da comunhão divina, separado do Criador - a Fonte da vida espiritual e eterna!

Imaginemos um indivíduo terrivelmente enfermo. Sofre de intensas dores mas, de súbito, as mesmas desaparecem. Diz ao médico que já se sente muito melhor porque não tem dores, e pensa ficará curado em pouco tempo.

O médico sacode a cabeça em sinal negativo, pois sabe que ele entrou em estado gangrenoso, razão porque os tormentos passaram. Está na fase terminal: condenado a morrer. Fisicamente acha-se insensível, não podendo, por consequência, sentir o sofrimento.

Não será assim o seu verdadeiro estado espiritual? Não sente interesse sobre a sua culpa e não compreende nada do seu futuro eterno. A situação é alarmante.

Desperte antes que seja tarde! Creia de coração em Jesus Cristo, recebendo-O pela fé como seu único e suficiente Salvador, como Redentor dos seus pecados.

Jesus é o único Ser que pode dar-lhe a salvação, a vida eterna!

domingo, 19 de maio de 2024

Decadência do Universo

 
A ideia da decadência do universo devido ao pecado é uma perspectiva que emerge principalmente de uma visão teológica, particularmente na tradição judaico-cristã. Esta visão sugere que o universo, originalmente criado perfeito por Deus, começou a decair como resultado do pecado humano. Este conceito tem raízes profundas em textos bíblicos e teológicos, influenciando a compreensão de muitos sobre a condição atual do mundo. O impacto da queda do homem no Eden afetou todas as partes do universo.

É preciso dizer que absolutamente tudo de errado em nosso mundo é por causa do pecado. Se não houvesse pecado, não haveria nada errado. Se não houvesse pecado, tudo seria muito bom. Tudo criado nos céus, tudo criado na terra seria muito bom, como no sexto dia.

Mas, por causa do pecado, tudo é muito ruim. Desde guerras mundiais, terrorismo, assassinatos em massa, assassinatos em série, acidentes de avião, acidentes de automóvel, incêndios, mutilação de pessoas por acidentes, desastres de reatores nucleares como Chernobyl, envenenamento por radiação, poluição, câncer, doenças cardíacas, todas as doenças e todas as relações os rompidos, todos os pensamentos, todas as crianças órfãs, todas as drogas, todo crime, todas as negligências de todas as formas, todas as confusões, todos os conflitos, todas as lutas, todas as decepções, todas as ansiedades, todos os medos, todas as culpas, todas as depressões, todas as tristezas, todas as falhas, todo remorso, assim como toda luxúria, egoísmo, orgulho, ódio, cobiça, rebelião, assassinato, roubo e atos sexuais fora do casamento, irresponsabilidade e desobediência aos pais.

Em resumo: todo mal, toda tristeza, todo fracasso, toda morte é por causa do pecado.

E as pessoas que não acreditam no pecado e não entendem a queda não podem diagnosticar melhor o dilema humano. É impossível entender o mundo. É impossível entender o cosmos, o mundo ordenado da criação. É impossível entender o homem. É impossível entender a desintegração da matéria. É impossível entender o mundo e o universo em colapso. É impossível entender o comportamento do homem se você não entender que tudo isso é produto do pecado. E todo pecado no mundo é resultado da desobediência do homem.

Tudo está errado por causa do pecado. E, finalmente, tudo morre. Tudo no mundo físico morre, e o pecado é o assassino.

E nós realmente precisamos tirar as máscaras que o pecado usa e revelar a cabeça da morte que está por trás da máscara. Charles Haddon Spurgeon. pregou no Tabernáculo Metropolitano, em Londres, em 21 de maio de 1863, o sermão, “A Morte do Cristão”:

“Quem é o coveiro grisalho que cava o túmulo do homem? Quem é a tentação sedutora que rouba sua virtude? Quem é o assassino que derrota sua vida? Quem é a feiticeira que primeiro engana e depois amaldiçoa sua alma? O pecado. Quem, com o hálito gelado, vingança das belas flores da juventude? Quem quebra o coração dos pais? Quem leva os cabelos grisalhos dos velhos com tristeza para o túmulo? O pecado. Quem, por uma metamorfose mais hedionda do que Ovídio jamais imaginou, transforma crianças gentis em víboras, mães delicadas em monstros e seus pais em piores que Herodes? Os assassinos de sua própria inocência? O pecado. Quem lança o fruto da discórdia nos corações da família? Quem acende a tocha da guerra e carrega em chamas sobre terras trêmulas? Quem, por divisões na igreja, rasga a túnica perfeita de Cristo? O pecado. Quem é essa Dalila que canta ao nazireu adornado e entrega a força de Deus nas mãos dos incircuncisos? Quem, com sorrisos cativantes no rosto e bajulação de mel na língua, fica à porta para oferecer os ritos sagrados de hospitalidade e, quando a desconfiança adormece, traiçoeiramente perfura nossas têmporas com um prego? Que sereia é essa que, sentada em uma pedra à beira da piscina mortal, sorri para enganar, canta para seduzir, beija para trair e passa o braço em volta do pescoço para pular conosco para a perdição? O pecado. Quem transforma o coração suave e gentil em pedra? Quem arrancou a razão de seu elevado trono e leva pecadores enlouquecidos como os porcos Gadarenos a despencarem de um precipício para dentro de um lago de fogo? O pecado.”

Toda a criação, em todos os aspectos, está sofrendo coletivamente através das dores da maldição que Deus colocou sobre ela, a futilidade, a incapacidade de ser o que foi projetado para ser, e isso é tudo resultado do pecado.

Por causa do pecado, agora nenhuma parte da criação existe como Deus pretendia que fosse. Você não é do jeito que Deus pretendia que fosse. Não sou do jeito que Deus pretendia que eu fosse.

Os pássaros não são do jeito que Deus queria que fosse, e os animais não são do jeito que Deus queria que eles fossem, e as plantas não são do jeito que Deus queria que fosse, e as sementes da terra não são do jeito que Deus queria que fosse, e a água não é da maneira que Ele pretendia, a terra e as montanhas, e todos os maravilhosos específicos do reino estelar. Todos os planetas, e todas as estrelas, e tudo o que acontece no infinito não é o que Deus originalmente queria que fosse.

Tudo está limitado a algum nível de futilidade. Tudo foi sujeito, o que significa que foi derrubado; sustenido, foi levado abaixo. A futilidade é emataiotēs em grego, e basicamente significa "não ter sucesso". Seria um bom significado para a palavra. Ou outra maneira de dizer isso, "incapaz de atingir uma meta". Ser um fracasso, basicamente.

Portanto, todo o universo criou falha em ser o que Deus o projetou para ser. Está tudo aquém da intenção de Deus. É incapaz de alcançar seu objetivo. Foi literalmente, na queda, submetida a uma existência fracassada.

Há uma escravidão à corrupção. A escravidão indica uma incapacidade de se libertar, um cativeiro que não pode ser quebrado. Aqui está este universo, sem sucesso, tentando alcançar o objetivo pretendido. É impossível fazer isso. Nada no universo pode ser o que Deus o projetou para ser. E, portanto, está escravizado aos princípios de corrupção. Isso simplesmente pode ser definido por duas palavras: decadência e finalmente morte. Tudo está em decadência e rumo à extinção. Tudo no universo está indo nessa direção. A coisa toda está escravizada à corrupção.

É assim que é no universo. Tudo tende à morte. Tudo está em processo de decadência. Todo o universo sente o efeito de ter sido, por Deus, submetido à futilidade.

Você vai de um universo, onde Deus disse que Ele viu tudo e era muito bom, para um universo onde nada é muito bom. Tudo está arruinado. Tudo é afetado pela interferência e, finalmente, se dirige para a morte. Esta é uma mudança profunda. Esta é uma alteração por atacado. Esta é uma versão completa.

Toda a morte que existe no universo pode ser rastreada até um homem, Adão. O que Adão fez no Jardim, o que ele fez quando sua esposa o levou a fazer isso, literalmente, trouxe pecado a este universo, e com isso trouxe morte a todo o universo, pois Deus submeteu tudo à futilidade, levou a escravidão à corrupção e a deixou gemer e sofreu até o dia em que Ele renovar a terra, quando mitigar a maldição e, finalmente, no fim do reino milenar, quando Ele elimina a criação caída e cria um novo céu e nova terra.

A doutrina cristã da redenção afirma que a obra redentora de Cristo tem implicações cósmicas. Em Apocalipse, é prometida uma nova criação, um novo céu e uma nova terra, onde a maldição do pecado será removida e a harmonia original será restaurada (Apocalipse 21-22). Isso reflete a esperança de que a decadência atual do universo não é o estado final, mas que haverá uma renovação completa.

sábado, 18 de maio de 2024

O Céu não é Lugar de Vip's


"O céu não é lugar de VIPs", reflete uma visão teológica e um princípio fundamental do cristianismo: a igualdade de todos os cristãos perante Deus. No contexto celestial, este conceito é baseado em diversos ensinamentos bíblicos onde não há distinção de status ou privilégios, baseados em critérios terrenos como riqueza, poder ou influência.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo escreve em Gálatas 3:28: "Não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." Isso demonstra que, em Cristo, todas as barreiras sociais e culturais são derrubadas, e todos os crentes são considerados igualmente valiosos.

Em Mateus 20:16: "Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos." A parábola dos trabalhadores na vinha (Mateus 20:1-16) ilustra que Deus recompensa conforme Sua graça, e não conforme o mérito humano ou a ordem de chegada.

Jesus frequentemente ensinou sobre a importância da humildade e do serviço aos outros. Em Mateus 20:25-28, Ele diz aos Seus discípulos: "Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." Aqui, Jesus inverte a lógica mundana de poder e status, destacando que a verdadeira grandeza no Reino de Deus é alcançada através do serviço aos outros.

Em Mateus 23:11-12: "O maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado." Jesus ensina que a verdadeira grandeza no Reino dos Céus é encontrada na humildade e no serviço aos outros, não no status elevado.

Em Lucas 16:19-3, esta parábola contrasta a vida de um homem rico e de um mendigo chamado Lázaro, onde o mendigo encontra consolo no céu enquanto o rico sofre. Essa história sublinha que o status terreno não determina a condição eterna.

Tiago 2:1-9 adverte contra o favoritismo e a discriminação dentro da comunidade cristã. Ele condena a prática de tratar pessoas ricas ou de status elevado de forma preferencial em detrimento dos pobres, afirmando que Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino.

Muitas parábolas de Jesus também sublinham a ideia de que o Reino de Deus é para todos, independentemente de sua posição social. A parábola dos trabalhadores na vinha (Mateus 20:1-16) mostra que todos os que respondem ao chamado de Deus são recompensados igualmente, independentemente de quando começaram a trabalhar.

A ideia de que "não existem Vip's no Reino de Deus" é um lembrete poderoso de que, na perspectiva divina, todos têm o mesmo valor e dignidade. Este princípio encoraja uma cultura de humildade, igualdade e serviço mútuo dentro da comunidade cristã.

Por que existe tanta competição dentro das igrejas? Porque alguns se confundiram e passaram a viver um evangelho de aparência e ciúmes, onde a igreja A é superior a igreja B? A igreja fiel não tem placa denominacional, mas ela vive as doutrinas que estão inseridas na bíblia, e não placa.

A fé que tem Jesus como seu autor e consumador, não é uma fé que estimula a disputa de cargos ou funções eclesiásticas, porque o chamado da fé vai muito além dessas coisas efêmeras ou transitório, e a fé é dos humildes.

Não existe sala VIP no céu, todo cristão que vive a palavra, o projeto de Deus, as doutrinas bíblicas que são embasadas em toda bíblia, independente da placa de igreja, serão arrebatados para o mesmo céu, verão a mesma Árvore da vida, o mesmo Rio da vida, as mesmas Ruas de ouro. Então para que competir? Que evangelho é esse? O evangelho que te salvou não é o evangelho do rancor, da raiva ou do ódio; O evangelho que te salvou é o evangelho do amor, da paz, da alegria, da madrugada, da oração, do jejum, da leitura a palavra, do amor ao próximo, o evangelho da Graça. Lembre-se, que o evangelho que salvou Paulo, Pedro, foi o Evangelho do amor.

O que você quer? Elogios? Reconhecimentos? Cargos ou funções?

Pare para pensar no Evangelho que está vivendo, que Evangelho é esse? "Importa que Ele cresça e eu diminua", Ele cresça, porque a Ele é toda glória, todo louvor, toda honra, toda força, porque Ele é digno de reconhecimento e gratidão.

Você é de quem? Do orgulho? Do rancor? Do reconhecimento humano? Do cargo ou função que tem na igreja? De suas ambições? Eu escolho ser de Cristo. É Cristo que nos salva, é Cristo que morreu por você que está lendo esse texto, e é Cristo que vai te levar para o céu.

sexta-feira, 17 de maio de 2024

O Homem, Coroa da Criação!

A coroa da criação, uma expressão poética que transcende o tempo e a compreensão humana, encontra sua origem na essência divina que permeia toda existência. O Salmo 8:4,5 ecoa como um cântico de admiração diante da grandiosidade do Criador e da singularidade do ser humano. Nesse encontro entre o finito e o infinito, entre o celestial e o terreno, emerge a sublime confiança que o Senhor deposita na humanidade.

No entanto, essa confiança divina é envolta em mistério e paradoxo. Como pode um Deus onipotente e soberano confiar em criaturas tão frágeis e imperfeitas como nós? Como pode Ele, que é completo em Si mesmo, investir em seres tão incompletos e falíveis? A resposta reside na essência da graça divina, na sua insondável misericórdia que transcende qualquer lógica humana.

Somos chamados, não apenas para existir neste vasto universo, mas para sermos a coroa da criação, os embaixadores do amor e da reconciliação divina na Terra. Como embaixadores de Cristo, somos convocados a representar o próprio Deus perante a humanidade, a levar adiante a mensagem de esperança e redenção. Em II Coríntios 5:20,21, somos lembrados da grandiosidade dessa responsabilidade e da magnanimidade do sacrifício que nos possibilita essa posição: Cristo, aquele que não conheceu pecado, tornou-se pecado por nós, para que pudéssemos ser justiça de Deus.

Nesse contexto, somos desafiados a refletir sobre o privilégio e a responsabilidade de sermos coroados pela graça divina. Cada ser humano, apesar de suas limitações e fraquezas, carrega consigo uma centelha divina, uma chama que o conecta ao próprio Criador. E é nessa conexão que reside a verdadeira essência da nossa missão: manifestar o amor, a compaixão e a justiça divina em meio às vicissitudes da vida terrena.

Portanto, que possamos, em humildade e gratidão, abraçar o chamado divino e honrar a confiança depositada em nós. Que possamos ser fiéis embaixadores do Reino de Deus, proclamando Sua glória e Sua graça a cada passo do caminho. Que possamos, enfim, ser a coroa da criação, refletindo a luz do amor divino em um mundo que tanto necessita dela.

Ser coroa da criação é uma escolha que transcende os limites da compreensão humana. É uma decisão divina de investir em nós, de confiar em nossa capacidade de manifestar Sua glória e Seu amor neste mundo. Mas essa escolha não nos deixa desamparados, pois somos agraciados com o Espírito da promessa, que habita em nós e nos capacita a cumprir nosso propósito divino.

A presença do Espírito Santo, dentro de nós é a garantia de que toda chamada que recebemos se tornará possível. Ele concedeu os dons divinos que residem em cada um de nós, capacitando-nos a realizar obras que ultrapassam nossas próprias habilidades. Assim, somos capacitados a ser verdadeiramente coroa da criação, refletindo a imagem e semelhança do nosso Criador.

Quando contemplamos a grandiosidade do nome do Senhor, somos levados a um profundo senso de admiração e reverência. O Salmo 8 nos lembra da magnitude da criação divina e da singularidade do ser humano dentro dela.

Somos feitos um pouco menor que os anjos, coroados com glória e honra, e com a responsabilidade de exercer domínio sobre todas as obras das mãos do Senhor.

Diante das adversidades e crises que possam surgir em nossa jornada, a presença do Eterno e Sua Palavra nos fortalecem e nos consolidam. Nada pode nos separar do amor e do propósito divino quando estamos firmados na rocha da Sua presença.

Assim, ser coroa da criação não é apenas um título que recebemos passivamente, mas uma escolha ativa que fazemos a cada dia. É uma escolha de honrar a confiança que o Senhor depositou em nós, de manifestar Sua glória e Seu amor em tudo o que fazemos. Somos escolhidos para sermos coroa da criação, e é nessa escolha que encontramos nossa verdadeira identidade e propósito.

Ser coroa da criação não é apenas um título ou uma identidade, mas uma missão que nos foi confiada pelo próprio Senhor. Ele não nos deu simplesmente um apelido; Ele nos batizou com uma identidade única e significativa: somos coroa da criação. E com esse batismo, Ele nos colocou em uma rota firme e nos instruiu a seguir seus passos, a fim de não nos perdermos em embaraços pelo caminho.

A missão de ser coroa da criação é uma jornada de honra e dignidade, cujo objetivo principal é dar glória ao Rei e dignificar o Reino. Assim como uma coroa só cumpre sua função quando colocada sobre a cabeça legitimada do monarca, nós, como coroa da criação, honramos e legitimamos o reinado do Senhor na Terra. Somos uma autoridade submissa ao comando divino, e é por meio de nossa obediência e fidelidade que o sinal no mundo espiritual é homologado.

A coroa, por si só, é um tesouro de testemunho. Quando o Rei é coroado, ela ganha poder sobre os territórios que representa. Da mesma forma, quando reconhecemos e proclamamos a soberania de Deus em nossas vidas e em nosso mundo, concedemos a Ele autoridade sobre todas as esferas da existência. É através da nossa submissão voluntária e da nossa vida de testemunho que o Reino de Deus é estabelecido e manifestado aqui na Terra.

Portanto, ser coroa da criação não é apenas uma posição de honra, mas uma missão de grande responsabilidade. Somos chamados a correr com paciência a carreira que nos está proposta, mantendo nossos olhos fixos em Jesus, o autor e consumador da nossa fé. Que possamos, assim, cumprir fielmente nossa missão, dando honra ao Rei e dignificando o Reino em tudo o que fazemos.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Concepção Virginal de Jesus: Intervenção Divina Direta na História Humana.

O conceito de uma mulher dar à luz um filho sendo virgem é frequentemente associado ao milagre da concepção virginal, mais notavelmente na tradição cristã com a figura de Maria, mãe de Jesus. Este evento é considerado um dos maiores milagres na teologia cristã e é celebrado como um sinal da intervenção divina direta na história humana.

A concepção virginal de Jesus é relatada nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Segundo essas narrativas, Maria foi concebida pelo Espírito Santo, sem a participação de um pai humano, mantendo sua virgindade antes do nascimento de Jesus. Este evento é visto como o cumprimento de profecias do Antigo Testamento, especialmente a de Isaías 7:14, que menciona uma virgem conceber e dar à luz um filho chamado Emanuel, que significa "Deus conosco".

A concepção virginal é interpretada como uma prova da divindade de Jesus. Sendo concebido pelo Espírito Santo, Jesus é visto não apenas como um homem, mas também como o Filho de Deus, plenamente divino e plenamente humano. Se Jesus fosse concebido de maneira natural, seria difícil sustentar a doutrina de que Ele é o Filho de Deus de maneira única. A concepção pelo Espírito Santo afirma a divindade de Jesus e Seu papel singular na salvação da humanidade.

Maria é frequentemente exaltada por sua pureza e obediência a Deus. Sua virgindade é vista como um símbolo de sua santidade e dedicação a Deus.

Este milagre é um exemplo de como Deus intervém diretamente na história humana para realizar Seus planos. A concepção virginal é vista como um ato de graça e poder divino, mostrando que nada é impossível para Deus.

Historicamente, o milagre da concepção virginal tem sido um ponto de controvérsia e debate. Para os cristãos, ele confirma a fé na natureza divina de Jesus e na veracidade das Escrituras. Para os céticos e críticos, pode ser visto como um mito ou uma alegoria.

A ideia de um nascimento virginal não é exclusiva do cristianismo. Outras culturas e religiões também têm narrativas de nascimentos milagrosos, embora com diferentes significados e contextos. Por exemplo, na mitologia grega, a deusa Atena é dita ter nascido da cabeça de Zeus, e na mitologia hindu, o nascimento de Krishna é cercado de eventos sobrenaturais.

Na era moderna, a concepção virginal continua sendo um tema de fascínio tanto para teólogos quanto para estudiosos. A ciência moderna não pode explicar tal evento sem recorrer à ideia de um milagre, reafirmando assim a fé dos cristãos na intervenção divina. Para muitos, o milagre da concepção virginal permanece um mistério profundo que aponta para a realidade de uma dimensão espiritual além do que é imediatamente observável.

O milagre de uma mulher dar à luz um filho sendo virgem é uma doutrina central para muitos cristãos, simbolizando a divindade de Jesus, a pureza de Maria e a intervenção direta de Deus na história humana.

A concepção virginal desafia as leis naturais da reprodução. Na biologia, a fertilização de um óvulo humano requer a contribuição de um espermatozoide. No caso de Maria, a certeza é que ela concebeu Jesus sem essa contribuição, sendo ainda virgem. Isso indica uma ação que transcende as possibilidades naturais, apontando para a intervenção direta de um poder sobrenatural, ou seja, de Deus.

Na teologia cristã, a concepção e nascimento de Jesus são partes integrantes do plano redentor de Deus para a humanidade. A intervenção divina direta através da concepção virginal marca o início deste plano na história humana, indicando que a redenção e a reconciliação entre Deus e a humanidade são obra de Deus desde o início.

A escolha de Maria, uma jovem humilde e virgem, para ser a mãe de Jesus é vista como um ato de graça divina. Não há mérito humano que explique essa escolha, mas sim a graça de Deus, que intervém na vida de Maria de uma forma direta e transformadora.

Os primeiros cristãos, incluindo os autores dos Evangelhos, testemunharam e registraram a concepção virginal como um evento milagroso e fundamental. A continuidade dessa tradição ao longo dos séculos na Igreja reforça a certeza na intervenção divina direta.

O nascimento de Jesus, começando com a concepção virginal, teve um impacto profundo e duradouro na história humana. A fé cristã, que se desenvolveu a partir desse evento, transformou sociedades, culturas e milhões de vidas ao longo dos séculos. A origem milagrosa de Jesus é vista como um ponto de inflexão na história, indicando a intervenção direta de Deus.

A concepção virginal é considerada um sinal da intervenção divina direta porque representa um evento sobrenatural que transcende as leis naturais, cumpre profecias, revela a natureza divina de Jesus, inaugura o plano redentor de Deus e tem um impacto profundo na história e na espiritualidade humanas.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Forjados no Processo.

"Forjados no processo" é uma expressão poderosa que ressalta como as dificuldades e desafios que enfrentamos ao longo de nossas vidas moldam quem somos. Assim como o ferro é forjado através do calor e da pressão, nós também somos moldados e fortalecidos pelos desafios que enfrentamos.

Essa ideia sugere que é nos momentos difíceis que desenvolvemos resiliência, determinação e sabedoria. Cada desafio que superamos nos torna mais fortes e mais capazes de enfrentar os próximos obstáculos que encontramos em nosso caminho.

Ser "forjado no processo" implica que nossas lutas não são em vão; elas nos preparam para um propósito maior e nos ajudam a nos tornar as melhores versões de nós mesmos. Essa mentalidade nos encoraja a abraçar os desafios da vida como oportunidades para crescimento pessoal e desenvolvimento.

Vejamos a importância do propósito na superação de desafios.

O processo pode ser difícil e doloroso, mas quando temos um propósito claro e significativo, ele pode nos fornecer a motivação e a direção necessárias para curar as feridas emocionais e continuar avançando. O propósito pode nos dar um senso de significado e esperança, ajudando-nos a encontrar força mesmo nos momentos mais difíceis.

Essa é uma perspectiva profundamente espiritual sobre a relação entre o propósito e o processo. Muitas pessoas encontram significado e compreensão em sua jornada através de uma lente espiritual. Quando Deus permite a dor dentro do processo para nos ajudar a entender nosso propósito é uma maneira de reconciliar os desafios e dificuldades da vida com uma fé em um plano maior.

Nessa visão, as adversidades não são apenas obstáculos a serem superados, mas oportunidades para crescimento e compreensão mais profunda do plano divino para nossas vidas. A dor pode ser vista como um meio pelo qual somos levados a descobrir nosso propósito e a nos conectar com algo maior do que nós mesmos.

Essa abordagem pode fornecer conforto e esperança em tempos difíceis, oferecendo uma perspectiva de que nossas lutas têm um propósito e que não estamos sozinhos em nossa jornada.

Existem ministérios que nascem no meio da dor. Existem vocações que nascem no meio das feridas. Talvez Deus está permitindo essa ferida para que dentro dela você encontre o seu ministério. Deus está permitindo a decepção, as frustrações, a porta fechada, a traição, as desilusões, as rebeliões, os enganos, para que através dela você entenda o Seu propósito. Existem propósitos que são manifestados no meio da dor.

Existem propósitos que nós entendemos no meio das dificuldades. Deus te feriu para mostrar qual é a tua vocação. Deus te feriu para mostrar a você qual é o teu chamado. E não é diabo que está permitindo a ferida. Não é inferno que está tocando em você.

É Deus que está permitindo o mal chegar. Para que dentro da ferida você entenda o propósito. Pelo amor de Deus, guarda essa frase: a área que mais dói, é a área que Deus mais vai te usar.

A área que você mais está gritando, a área que você mais está sofrendo, é a área que Deus mais vai te usar para outras pessoas. Ah, livros vão nascer dessa ferida. Canções vão nascer dessa ferida. Pregações vão nascer dessa ferida. Ministérios vão nascer dessa ferida.

Você está ferido e não está entendendo. Você está quebrado e não está entendendo. Você está machucado e não está entendendo. Eu estou te dando destino, eu estou mostrando propósito, eu estou cercando a tua vida, Estou te dando ministério! Está sofrendo! É Deus que está fazendo nascer a chamada. Mas está doendo! Sabe que dor é essa? Dor do parto.

Você está gerando. Tem algo que Deus está fazendo nascer. Tem ministérios que Deus está desabrochando. Que Deus está fazendo crescer sobre a tua vida. Que Deus está te dando um entendimento. Para você entender o propósito, Deus criou o processo, permitiu a dor para que dentro do processo você entenda o propósito.

Deus está permitindo a crise para que dentro desse sofrimento você entenda qual é a tua chamada, qual é a tua vocação.

Ministério não é para quem canta bem, ministério não é para quem prega bem, ministério não é para quem fala bonito, ministério não é para quem sabe falar em língua estranha, ministério não é para quem tem anel de teologia no dedo, ministério não é para quem tem bacharel em teologia, ministério não é para quem sabe, tem intelectualidade. Ministério não é para quem tem mestrado. Ministério não é para quem tem conhecimento. Ministério não é para quem toca bem, quem fala bem, quem entrega bem. Ministério é para quem suporta a dor da pancada!

Tem ministérios que estão sendo forjados no meio da guerra. Deus está te forjando e está te ensinando no meio da dor para você entender qual é o seu propósito. Porque sem processo você não vive o propósito. E só vive o propósito quem suporta o processo. Aguenta o processo!

Suporta a ferida! Está doendo? Está te ferindo? Mas amanhã você vai pregar para tua família! Amanhã essa ferida vai pregar para o teu filho! Amanhã você vai olhar para alguém e vai dizer... Eu passei pela mesma história! Passei problemas no casamento! Passei no vale da sombra da morte! O médico disse que não tinha cura! As pessoas olharam para mim e disseram... Não tem jeito!

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Igreja e Hospital

Na vida cotidiana, entre os edifícios de concreto e as ruas movimentadas, encontramos dois espaços fundamentais: o Hospital e a Igreja. No coração do hospital, a maternidade é o epicentro da vida, onde a esperança se manifesta em cada choro de bebê recém-nascido. É ali, sob os cuidados diligentes dos profissionais de saúde, que os milagres do parto acontecem, trazendo ao mundo novas vidas. No entanto, paralelamente, na Igreja, também se espera o nascimento. 

“Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; porém não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:7).

Uma igreja que não testemunha esse renascimento, que não vê a chegada de novos convertidos, está fadada à estagnação espiritual e ao declínio.

No entanto, assim como no hospital há os obstetras e os cuidadores dos recém-nascidos, na Igreja também há aqueles com dons e ministérios específicos. São os mensageiros da fé, capacitados pelo Espírito Santo, que proclamam o Evangelho com poder e convicção. Os pregadores, evangelistas e mestres da Palavra desempenham papéis cruciais nesse processo de nascimento espiritual. Eles são como os cirurgiões espirituais, operando na alma dos pecadores perdidos, trazendo-os à luz da salvação. Através da pregação da Palavra, eles conduzem os corações endurecidos à transformação, desempenhando um papel vital na expansão do Reino de Deus.

Dessa forma, os novos convertidos são acolhidos na comunidade de fé, onde são nutridos e fortalecidos espiritualmente. Assim como no hospital, onde os bebês são cuidados após o parto, na Igreja, os novos crentes encontram um ambiente acolhedor e amoroso, onde podem crescer e amadurecer na fé. E assim, o ciclo da vida espiritual continua, com a igreja desempenhando seu papel vital como o local onde os nascimentos espirituais ocorrem, renovando constantemente a comunidade dos fiéis.

No berçário espiritual, entra em ação o trabalho dedicado dos enfermeiros e enfermeiras espirituais, incumbidos de cuidar dos bebês espirituais que acabaram de nascer na fé. Assim como os bebês recém-nascidos no hospital, essas almas novas na fé são frágeis e dependentes, necessitando de cuidado especial e atenção constante. É crucial aquecê-los com o calor do amor divino, nutri-los com a alimentação da Palavra de Deus e envolvê-los no afeto da comunidade de fé.

Os enfermeiros espirituais têm a responsabilidade de dar o primeiro alimento espiritual, de embalá-los nos braços da graça divina e de garantir que se sintam amados e protegidos neste novo caminho de fé. Assim como no berçário de um hospital, eles observam cada movimento com cuidado e zelo, conscientes de que essas almas recém-nascidas são totalmente incapazes de enfrentar o mundo espiritual sozinhas. São bebês espirituais, e precisam desesperadamente de alguém para cuidar deles.

Pode ser que Deus tenha capacitado você para ser um desses cuidadores, para servir na maternidade espiritual ou no berçário da fé.

Seu ministério pode ser o de ajudar no nascimento espiritual de outros, conduzindo-os ao conhecimento da verdade e ao encontro com Cristo, ou talvez seja o de cuidar e nutrir aqueles que deram seus primeiros passos na jornada da fé.

Seja qual for o chamado, o importante é estar pronto e disposto a servir, a fim de que os bebês espirituais possam crescer e florescer na comunhão da igreja, tornando-se discípulos maduros e comprometidos com o Reino de Deus.

Nos hospitais, além da maternidade, existe uma área destinada ao atendimento às crianças, e na igreja, quando os bebês espirituais são bem cuidados e alimentados adequadamente, eles crescem e se desenvolvem. Assim, esses bebês da fé gradualmente se tornam crianças espirituais, atingindo uma nova fase em sua jornada de fé. No entanto, mesmo nessa etapa de crescimento, eles ainda necessitam de cuidados especiais e orientação constante.

Nesta fase, as crianças espirituais já conseguem se alimentar sozinhas, mas ainda não têm discernimento para distinguir o alimento espiritual saudável do que pode prejudicar sua saúde espiritual. Assim como as crianças pequenas que precisam que alguém prepare sua comida, essas crianças espirituais dependem dos líderes e pastores para guiar e instruir sobre o alimento espiritual adequado.

É importante ressaltar que as crianças espirituais têm preferências alimentares peculiares. Elas são atraídas por aquilo que é saboroso ao paladar espiritual, muitas vezes preferindo os ensinamentos que trazem satisfação imediata em vez daqueles que são essenciais para o seu crescimento espiritual. Como crianças que preferem doces e guloseimas, elas podem se desviar do caminho da verdade em busca de gratificação instantânea.

Além disso, as crianças espirituais também podem ser bagunceiras e barulhentas. Elas são extremamente sensíveis e melindrosas, facilmente afetadas pelas circunstâncias ao seu redor. Portanto, é crucial que a igreja esteja atenta às necessidades dessas crianças espirituais, oferecendo-lhes amor, orientação e disciplina, para que possam crescer de forma saudável na fé e se tornarem adultos espirituais maduros, capazes de discernir entre o bem e o mal, e de seguir firmes no caminho da verdade.

As crianças espirituais, assim como as crianças físicas, têm suas peculiaridades. Elas podem chorar sem motivo aparente, dormir nos momentos menos oportunos e acordar quando deveriam estar descansando. Podem quebrar coisas, falar o que não devem, ficar de mal humor e buscar constantemente por elogios. Mas, afinal, são crianças espirituais, e o que mais podemos esperar delas senão comportamentos típicos da infância espiritual?

É uma jornada de aprendizado e crescimento, e não podemos exigir delas atitudes de adultos. Elas ainda estão em desenvolvimento, e precisam de paciência, amor e compreensão. É por isso que é essencial que haja pessoas cuidando delas, orientando-as e incentivando-as em sua jornada de fé.

Assim como uma boa alimentação é essencial para o crescimento físico das crianças, o discipulado, o ensino e o aconselhamento são alimentos essenciais para o crescimento espiritual. No entanto, não podemos esquecer de proporcionar momentos de comunhão, de brincadeiras e de demonstrar amor de forma prática e tangível.

Esses momentos de descontração e afeto são fundamentais para uma infância espiritual saudável e feliz.

Talvez você seja uma dessas pessoas que Deus capacitou para cuidar das crianças espirituais neste grande hospital que é a Igreja. Seja você um líder, um mentor, um conselheiro ou simplesmente alguém disposto a dedicar seu tempo e amor ao cuidado dessas almas em crescimento, saiba que seu papel é crucial para o desenvolvimento e amadurecimento da fé daqueles que estão apenas começando sua jornada espiritual.

Nos hospitais e clínicas, os clínicos gerais desempenham um papel crucial no cuidado dos pacientes. Eles são os primeiros a diagnosticar e tratar uma variedade de enfermidades crônicas, fornecendo o cuidado inicial necessário. Quando identificam a necessidade de tratamento especializado, encaminham os pacientes a um especialista na área relevante.

Na Igreja, encontramos equivalentes espirituais desses clínicos gerais, que realizam o trabalho de ensino de forma abrangente. Eles podem ser professores de Escola Bíblica, líderes de grupos pequenos ou ministros que atuam na instrução e nutrição espiritual de todos os membros da congregação. Esses líderes espirituais oferecem alimento espiritual a todos, mas também fornecem o remédio necessário àqueles que estão lidando com enfermidades espirituais crônicas.

Assim como os pacientes que, apesar de serem curados, tendem a recair devido à falta de adesão ao tratamento prescrito, há pessoas na igreja que continuamente enfrentam os mesmos desafios espirituais, mesmo após terem recebido cura. Essas pessoas precisam ser corrigidas e advertidas sobre suas atitudes para evitar recorrências. Os clínicos gerais espirituais muitas vezes desempenham esse papel, fornecendo orientação, correção e instrução para aqueles que precisam.

Talvez Deus tenha capacitado você para ser um desses clínicos gerais espirituais na igreja, auxiliando no diagnóstico e tratamento espiritual dos membros da congregação, oferecendo cuidado compassivo e orientação sábia para aqueles que enfrentam desafios em sua jornada de fé. Seja qual for o seu chamado, saiba que seu serviço é essencial para o bem-estar espiritual da comunidade de fé.

Os cirurgiões são como os salvadores em momentos de desespero médico, encarregados das operações mais delicadas e cruciais. Quando todos os outros tratamentos falharam e não há mais esperança através de medicamentos ou terapias convencionais, é necessário recorrer à cirurgia. É um tratamento drástico, mas muitas vezes é a única opção para restaurar a saúde do paciente. Da mesma forma, na Igreja ou através dela, às vezes é necessário recorrer a medidas extremas para restaurar ou até mesmo salvar aqueles que estão espiritualmente doentes.

Assim como uma cirurgia é dolorosa e sofrida, o processo de disciplina na igreja pode ser difícil e desafiador. Pode ser demorado e exigir muito esforço, tanto do paciente quanto daqueles que estão envolvidos em ajudá-lo.

No entanto, se a cirurgia espiritual for realizada corretamente e com todas as precauções e cuidados necessários, ela pode restaurar a qualidade de vida espiritual do indivíduo. Não podemos simplesmente expulsar ou excluir os doentes espirituais da comunidade da fé. Afinal, não é para isso que existe o hospital espiritual que é a igreja? Nosso papel, como uma igreja verdadeiramente cristã, não é descartar aqueles que precisam de tratamento, mas sim acolhê-los, cuidar deles e ajudá-los em sua jornada de restauração espiritual.

Portanto, assim como um cirurgião cuida do paciente durante o período de preparação, procedimento e recuperação, a igreja deve cuidar dos membros durante todo o processo de disciplina e restauração espiritual. Somente através do amor, da paciência e da orientação adequada podemos ajudar aqueles que estão em necessidade espiritual a encontrar cura e restauração em Cristo.

De fato, Deus capacita certos crentes para a tarefa de liderar e realizar operações espirituais delicadas na vida da igreja. São homens e mulheres de Deus, vocacionados e preparados para esse trabalho crucial. Eles compreendem a importância e o momento certo de realizar essas intervenções espirituais, orientados pelo Espírito Santo e equipados com sabedoria e discernimento divinos.

Você já pensou que poderia ser um desses líderes espirituais? Talvez Deus tenha plantado em seu coração o desejo de servir de maneira especial na vida da igreja, ajudando a restaurar e fortalecer aqueles que estão em necessidade espiritual.

Entretanto, há um lugar na vida dos pacientes espirituais que é temido por todos: o Centro de Tratamento Intensivo espiritual, onde os crentes estão em sério risco espiritual. Assim como no CTI médico, as pessoas aqui estão em um estado crítico. Muitas estão espiritualmente em coma, vivendo apenas porque estão conectadas aos "aparelhos" da fé. Estão quase mortas espiritualmente, incapazes de se comunicar com Deus e com os outros. Estão inconscientes de sua condição espiritual e não conseguem se envolver na vida da igreja ou no propósito de Deus para suas vidas.

É neste momento que os líderes espirituais capacitados entram em ação, realizando as operações mais delicadas e cruciais para trazer vida e restauração àqueles que estão à beira da morte espiritual. Eles estão dispostos a enfrentar os desafios e as dificuldades deste trabalho, sabendo que estão cumprindo a vontade de Deus ao ajudar a resgatar aqueles que estão perdidos.

Portanto, se você sente um chamado para este tipo de ministério, não tema. Deus capacitará e fortalecerá você para esta tarefa importante. Esteja pronto para ser usado por Ele na restauração daqueles que estão no CTI espiritual, trazendo esperança, cura e vida em abundância em Cristo Jesus. É verdade, espiritualmente muitas pessoas se encontram em um estado crítico.

Elas perderam a capacidade de enxergar as coisas espirituais, não mais se envolvem em conversas sobre Deus e não percebem a gravidade do pecado que têm cometido continuamente. Alguns, que um dia foram ativos e engajados na vida da igreja, agora estão tão doentes espiritualmente quanto aqueles a quem um dia ajudaram.

No entanto, mesmo nesse estado de quase morte espiritual, essas pessoas ainda estão vivas porque alguém ora e intercede por elas. Deus ainda as ama e as tem preservado. Mas elas precisam urgentemente de tratamento intensivo espiritual. Elas precisam de remédios específicos, de muita paciência e de uma dose extra de fé para que possam voltar à vida espiritual plena que um dia desfrutaram.

O coma espiritual pode durar horas, dias, meses e até anos. Requer dos médicos e enfermeiros espirituais que trabalham nesse setor uma enorme perseverança, esperança, confiança e fé. Mas, enquanto essas pessoas estiverem ligadas aos "aparelhos" da graça e da misericórdia de Deus, há esperança de que tudo possa mudar.

Você pode ter sido chamado e capacitado por Deus para trabalhar em um CTI espiritual e cuidar dessas pessoas enquanto estão inconscientes espiritualmente, até que despertem para a vida espiritual plena em Cristo. É uma tarefa desafiadora, mas também é uma das mais gratificantes, pois você tem o privilégio de ser instrumento nas mãos de Deus para trazer vida, restauração e renovação espiritual àqueles que estão à beira do abismo espiritual. Seja fiel ao chamado e confie que Deus fará a obra em seu tempo e de acordo com sua vontade soberana.

Esta área é reservada para os mais idosos, aqueles que já viveram muitos anos e agora estão na fase da velhice. Os cuidados aqui são tão especiais quanto os dispensados às crianças. De fato, alguns dizem que nesta fase da vida, voltamos a ser como crianças, necessitando de cuidados delicados e atenção constante.

Nossos queridos mais experientes precisam de uma alimentação adequada à sua idade. Assim como as crianças, eles têm necessidades específicas que precisam ser atendidas. Alguns sofrem de enfermidades próprias da idade, muitas vezes decorrentes do excesso de trabalho ao longo da vida ou de uma alimentação inadequada. Além disso, alguns carregam feridas antigas que ainda não cicatrizaram completamente. Todos esses aspectos exigem atenção e carinho constantes, mas acima de tudo, esses idosos possuem uma sabedoria de vida sem igual, que não pode e não deve ser desprezada.

Eles apreciam muito conversar e compartilhar os acontecimentos de suas vidas. Ouvir suas histórias com atenção sincera não só é um remédio para eles, mas também nos enriquece com valiosos ensinamentos e sabedoria. Cada experiência vivida por eles é uma lição valiosa que podemos aplicar em nossas próprias vidas.

Portanto, é essencial dedicar tempo para cuidar e honrar nossos idosos, valorizando sua sabedoria e experiência de vida. Ao fazê-lo, não apenas proporcionamos conforto e cuidado a eles, mas também enriquecemos nossas próprias vidas com suas preciosas histórias e ensinamentos.

Aprendemos tanto com nossos idosos, e é importante lembrar que um dia estaremos na mesma posição que eles. Quem sabe, talvez você tenha sido capacitado por Deus para cuidar deles, para honrar e respeitar sua sabedoria e experiência.

Percebemos como existem muitas semelhanças entre um hospital literal e uma igreja local. Ambos são lugares de cura, restauração e cuidado. Ambos têm profissionais dedicados a ajudar os necessitados em diferentes estágios da vida. E ambos têm o objetivo de trazer conforto, esperança e renovação.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

A Melhor Versão de Mim Mesmo

Em meio às agruras do dia a dia, mergulho nas profundezas da minha alma em busca da melhor versão de mim mesmo. Contemplo a jornada que é a vida, com seus altos e baixos, seus desafios e suas alegrias. E em meio a essa busca incessante, encontro um farol de esperança e amor: a imagem de Jesus, o Filho de Deus.

Ele, que caminhou sobre a Terra há séculos atrás, deixou um legado de compaixão, perdão e amor incondicional. Como poderia não aspirar a moldar minha própria jornada à Sua imagem?

Na quietude do meu ser, reflito sobre Suas palavras e ações. Como Ele acolhia os marginalizados, perdoava os pecadores e irradiava paz por onde passava. E percebo que a melhor versão de mim mesmo reside na capacidade de seguir Seus passos, de amar sem limites, de perdoar sem reservas, de compreender sem julgar.

Assim como Ele, almejo ser uma fonte de luz para os outros, uma presença que inspire esperança e fé. Reconheço que, para alcançar essa elevada estatura espiritual, devo me despojar do egoísmo, do rancor, da negatividade que muitas vezes obscurecem minha essência divina.

Caminhar rumo à melhor versão de mim mesmo conforme a imagem de Jesus não é tarefa fácil. Requer humildade para reconhecer minhas falhas, coragem para enfrentar meus medos e determinação para persistir mesmo diante dos obstáculos.
No entanto, à medida que me empenho nessa jornada de autotransformação, sinto uma paz profunda preencher meu ser. Cada pequeno passo dado em direção ao amor e à compaixão me aproxima mais daquilo que almejo ser: um reflexo do amor divino manifestado na Terra.

Portanto, que a cada amanhecer eu renove meu compromisso de buscar a melhor versão de mim mesmo, espelhando-me na imagem de Jesus, o Filho de Deus. Pois é nesse caminho de amor e luz que encontro verdadeira plenitude e propósito.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

O Propósito e a Missão de cada um de nós na Terra.

 
“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” (Jo. 4, 34). “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.” (Jo. 17,4).

Somos chamados a refletir sobre o propósito e a missão de cada um de nós na Terra. As palavras proferidas por Jesus, registrado no Evangelho de João, capítulos 4 e 17, ecoam através dos séculos, convidando-nos a mergulhar mais profundamente no entendimento do que significa viver uma vida com propósito e missão.

"A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra." (João 4:34).

Nesta breve declaração, Jesus nos revela a essência de sua existência terrena. Ele não se alimentava apenas de pão físico, mas sim da realização da vontade do Pai Celestial.

Somos confrontados com a verdade profunda de que nossa verdadeira nutrição, nossa verdadeira satisfação, não vem das coisas materiais ou passageiras deste mundo, mas sim de cumprir a vontade de Deus em nossas vidas.

Isso implica em buscar conhecer a vontade de Deus em uma jornada de busca e entrega e estar disposto a seguir seus mandamentos e direcionamentos, mesmo que isso exija sacrifícios ou renúncias pessoais.

Requer humildade para reconhecer que nossos planos e desejos podem não estar alinhados com os de Deus, tempo dedicado à oração, à reflexão nas Escrituras Sagradas, à comunhão com o Espírito Santo.

Além disso, somos desafiados pela palavra de Jesus em João 17:4, onde Ele declara: 

"Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer."

Somos chamados a glorificar a Deus através das nossas ações e do cumprimento da nossa própria missão. Viver de forma a refletir os valores e princípios do Reino de Deus em todas as áreas da nossa vida: em nossos relacionamentos, em nosso trabalho, em nossas comunidades. Somos chamados a ser luz e sal neste mundo, a fazer a diferença onde quer que estejamos. Cada um de nós tem uma missão única e especial, dada por Deus.

Jesus nos mostra que a vida com propósito não é apenas sobre buscar a vontade de Deus, mas também sobre realizá-la. Ele glorificou o Pai ao completar a obra que lhe foi confiada. Da mesma forma, somos chamados a glorificar a Deus através das nossas ações e do cumprimento da nossa própria missão.

O propósito e a missão de cada um de nós na Terra são intrinsecamente ligados à vontade de Deus. É um desafio diário vivermos de maneira alinhada com essa vontade, buscando cumprir a obra que Ele tem para cada um de nós. Isso envolve servir aos outros, praticar o amor ao próximo, e viver em comunhão com Deus, glorificando-O em tudo o que fazemos.
Que possamos, através da graça de Deus, encontrar e cumprir nosso propósito e missão nesta vida, para que, ao final de nossos dias, possamos ouvir as palavras do Mestre:

"Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21).

terça-feira, 7 de maio de 2024

Para Onde Estamos Olhando?

 
Para onde estamos olhando? - (João 4.3

Jesus estava em uma viagem de volta a Galileia e nos diz João que para Ele era necessário passar por Samaria, pois tinha um grande propósito em uma pequena aldeia chamada Sicar, um povoado com quase mil habitantes.

Ao chegar, seus discípulos foram a este vilarejo comprar comida enquanto que o Mestre os aguardou em um poço, que era chamado, Poço de Jacó.

Ali, uma mulher desconhecida de Jesus estava a tirar água. No diálogo, Jesus conseguiu de dentro inúmeras verdades libertadoras; e, o impacto de sua conversão fora tão forte que imediatamente ela tratou de promover uma cruzada de evangelização, onde 100% da sua cidade ouviram a mensagem de Jesus e muitos creram nele.

Seus discípulos ficaram admirados quando chegaram, e ao se alimentarem convidaram Jesus a fazer o mesmo, já que o Senhor estava a ensinar as pessoas que vieram ter com Ele.
Os discípulos se indignaram e tentaram convencê-lo, mas sua resposta os deixou perplexos. Disse Jesus:

“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e fazer a sua obra. Não dizeis vós que ainda restam quatro meses para a ceifa? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vedes as terras que já estão brancas para a ceifa.” (Jo 4.34,35)

Ambos estavam na mesma viagem, servindo aos mesmos propósitos. Estavam aprendendo de Jesus diariamente, entretanto as visões eram diferentes. Jesus conseguia ver a oportunidade de salvar centenas de almas em sua frente, entretanto os discípulos só conseguiam as suas próprias necessidades. Caminhavam com Jesus, mas não via o que Ele via. Comiam com Jesus, mas não conseguiam sentir o que Ele sentia. Durante muito tempo foram ministrados, mas não conseguiram absorver sua visão. Por isso Jesus disse: “Levantai os vossos olhos e vede.”

O que nós estamos vendo hoje? Não parece que somos diferentes dos discípulos. Basta olharmos em direção do contexto evangélico em nosso país e percebemos a distância da visão de Jesus:

Estamos preocupados mais com nossa reputação do que a grandeza do reino. Nunca houve um tempo, ao menos na história cristã brasileira que se preocupasse tanto com o marketing pessoal e a reputação diante da opinião pública quanto agora. Para muitos, pouco importa o que pensa Jesus acerca de tais assuntos, mas sim o que determinado assunto contribuirá para o “ibope” pessoal diante da mídia cristã. A igreja midiática, o que mais cresce em nosso tempo, ao passo que tem contribuído para a propagação do evangelho de Jesus, tem também ajudado e muito a polarização de cristãos nominais de vida de aparência, muita embalagem e pouquíssimo conteúdo, cheios de religiosidade, mas longe da prática da fé. Igualamo-nos aos meios seculares no que condiz a assuntos sociais e empresariais.

A quem usa do poder para financiar seus prazeres pessoais, usam a massa evangélica como curral eleitoreiro, fazem da igreja meros movimentos de promoção social. Misturamo-nos meios de comunicação, postulando a pregação do evangelho, entretanto não medimos escrúpulos e nem esforços para tirar o horário de outro “companheiro” de ministério, mesmo que para isso seja necessário meio obscuro e baixo nível de politicagem para conseguir o que se almeja. O “eu” é a única coisa que mais tem peso. O poder de controlar organizações, igrejas, massas, público é disputado como no meio secular, quando na verdade da fé, deveria se orar e esperar no Senhor para que a escolha fosse unicamente dele.
A igreja primitiva, nos assuntos mais comuns, aspirava e dependia do Espírito Santo para suas resoluções. (At. 15.20) Esse o tempo oportuno de procurarmos viver o exemplo do apóstolo Paulo que diz: “já não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gl. 2.20)

A maior parte de nosso tempo é gasto defendendo os dogmas de nossa denominação do que em busca de almas para o Reino.

Em uma análise simples, porém prática, percebemos que gastamos o nosso tempo na maioria em questões político-religiosa, que para nada se aproveita do que em planejamento estratégico para expansão do Reino. Afirmamos ter a mesma visão, embora concordamos em uníssono com um conjunto de doutrinas bíblicas, divergimos em ideologias e costumes culturais. Não aprendemos nem a sermos unidos como corpo, quanto mais à padronização de costumes regionais. Por isso podemos dizer que nossa denominação não tem um só perfil nacional, pois o sul é completamente diferente do norte. Enquanto estamos nos digladiando tentando encontrar o culpado de tudo isso milhares de almas morrem diariamente sem ter tido a oportunidade de conhecer Jesus. Deveríamos sim, defender nossa denominação se ameaçada, sem nunca omitir o maior alvo de Jesus, a salvação dos perdidos. Se gasta milhões em campanhas e projetos de liderança nacional quando na verdade, poucos valores são dados ao que realmente importa, vidas.

Investimos uma boa parte de nosso patrimônio em projetos pessoais cujo Senhor do Reino nunca nos mandou fazer.

Esforçamo-nos para edificar prédios e centros luxuosos de convenções, instalações caríssimas para pequenos encontros anuais ao invés de financiarmos a propagação de evangelho de maneira massiva e abrangente nos países que realmente necessita.

Há quem invista em grandes e lucrativas empresas postulando recursos que serão “destinados” aos campos missionários. Porém, na prática isso não acontece ao menos não integralmente, pois a maioria dos milhares de recursos levantados como que para o reino é realmente disposto uma pequeníssima, quase insignificante porcentagem.

Estamos engajados em uma batalha cristã de quem mais pode abrir templos na nação.

Ao observar as reuniões de culto em Atos dos Apóstolos, percebemos uma realidade distante da vivida em nossos dias.

Não havia entre os apóstolos sentimentos de inveja ou ciúmes pelo sucesso do outro, ao contrário havia intercessão para que aquele que estava na direção fosse realmente usado por Deus. Ninguém da igreja primitiva brigou pela presidência da igreja em Jerusalém. Quando Pedro se levantou a pregar ninguém questionou sua autoridade para falar diante de todos. Hoje ao que parece entramos em uma grande competição de quem mais consegue plantar igrejas, não importando se existe evangelho em tal lugar ou não. Ao invés de somarmos com aqueles que já estão pregando precisamos como que abrir “franquias”, pois o negócio de igreja é realmente promissor. Grandes concentrações de fiéis, sermões acalorados, rostos marcados de simplicidade (nem sempre verdadeira) são mecanismos usados para apresentar alguns projetos ousados de expansão religiosa no país que desencadeia em campanhas a mais campanhas financeira no meio televisivo, na maioria delas sem escrúpulo algum, na busca ansiosa de plantar portas estabelecidas como igrejas em todo país. O anelo é poder demonstrar orgulhosamente a quantidade de templos na nação. Lugares onde existem inúmeras placas de denominações e a cada dia nasce outra nova. Nada contra a plantação de igrejas, mas o que é preocupante é a motivação por trás dessa ideia.

Se de fato se abre igrejas em busca de almas, suponho que deveríamos seguir o conselho de Paulo, “anunciar a Jesus onde Ele ainda não fora anunciado”. (Rm. 15.20) Existe ao menos 60 países no mundo que possui uma igreja para cada milhão de habitantes, creio que é nesses lugares que os esforços devem ser concentrados, não em uma terra onde se disputa um membro como um programa disputa a atenção do telespectador.

Será que hoje, Jesus não diria a nós a mesma coisa que disse aos discípulos?: “Levantai os olhos e vede os campos...”

Nossos olhos só conseguem ver os muitos campos floridos, mas poucos conseguem ver realmente os campos brancos.

Campos floridos! Nada mais animador do que caminhar em meio a uma paisagem de flores coloridas, borboletas diversas, brisa suave, é realmente confortador. Entretanto esse não é o cenário que Jesus nos ensinou a viver. Os campos brancos prontos para a colheita são habitados por lobos devoradores e famintos, por ovelhas corajosas que se arriscam a pregar no meio deles. Campos brancos estão repletos de pessoas machucadas, feridas e abandonadas pelos portadores das novas de salvação, cenas lamentáveis de corrupção e o mau cheiro do pecado. Sim os campos estão brancos justamente porque o mundo ainda clama por misericórdia. O que dizermos do continente Africano, mais de cinquenta países que possui uma quantidade de evangélicos tão pequena que não é possível estimar sua porcentagem, com uma igreja para cada três milhões de habitantes.

O que dizer da Índia, com mais de um bilhão de habitantes perdidos em meio a 300 milhões de deuses. E os países do oriente médio, do norte do mundo, da Oceania, e o que dizer dos milhões nos países asiáticos. Porque estamos preocupados apenas com a nossa nação, e esquecendo o resto do mundo.

Existe cerca de quatro bilhões de motivos para desencadear um esforço massivo em prol do resto mundo, mas para que buscar o resto do mundo, se no Brasil é que se encontra o campo florido? Aqui se prega muito porque tem muito retorno. Abrem-se muitas igrejas porque elas são “lucrativas”. Poucas coisas enriquecem “líderes” como igrejas. A bondade, liberalidade de cristãos em todo país, movidos de paixão pelo evangelho, acreditando que está contribuindo realmente parra a promoção do Reino no mundo, tem sim feito a vida de muitos homens que um dia terão de prestar contas com o Senhor da Seara. E esse dia está perto. É tempo de levantar os olhos e ver os campos brancos para a colheita, não apenas os campos que nos darão retorno financeiro, mas os campos carregados de almas algemadas pelo pecado e dominadas pela cegueira espiritual, quem os poderá livrar.

Vivemos em tempos de púlpitos enlameados pela corrupção de líderes religiosos, pregadores e cantores que fizeram do campo uma bolsa de valores.

De norte ao sul do país encontram-se pessoas frustradas e decepcionadas ao ouvir histórias lamentáveis de nomes famosos em incontáveis falcatruas e corrupção moral. O nível de comprometimento com a verdade tem sido durável até o momento em que não compromete a vida financeira ou status em que vive. Não poucos daqueles que pregam santidade possuem vidas contaminadas por prostituição em todos os níveis. Eu mesmo já estive em hotéis em algumas cidades desse país em me foram oferecidos serviços adicionais de acompanhantes, alegando o servidor que outros já se utilizaram desse serviço, logo não se sentia constrangido em oferecer tal coisa a outro pastor. Transformaram o ministério em carreira, igreja em público, púlpito em palco, oferta em cachês.

Igualamo-nos ao perfil mundano a ponto de buscar inspiração musical lá fora, aceitando de forma suave a determinação do mundo que no comer ou vestir e até como cultuar.

Dias em que os verdadeiros homens de Deus são desprezados enquanto se valoriza os que não andam na verdade. Nesse tempo os filhos de Bar - Jesus é elite no mundo dos evangélicos, tempos em os filhos de Cevas por certo estariam em nossos púlpitos fazendo suas animações de plateia. Tempos esses que Elimas assumiria liderança e Alexandre o latoeiro seria conselheiro. (At. 13.6-9; 19.13; 2 Tm 4.14) Estamos vivendo os tempos em que Ananias e Safira são promovidos ao invés de serem disciplinados. É lamentável percebermos que chegamos a esse nível de cegueira espiritual. Já disse Jesus que o pior cego é aquele que não quer ver. Infelizmente alguns se tornam cegos pela falta de visão espiritual, isto é, o distanciamento daquele que tudo vê, a saber, o Espírito Santo. Outros vestem uma venda em seus olhos custeada por uma boa contribuição financeira, uma promoção ou mesmo o manter uma boca fechada.

Que o Senhor nos faça comprar de seu colírio para vermos o que é certo, os campos brancos. Por isso Jesus disse: vocês precisam absorver a minha visão.

Mas o que realmente importa? Que tal pensarmos que existe no mundo ao menos quatro bilhões de pessoas sem Jesus. Que o islamismo é a religião que mais cresce no mundo. Que o espiritismo foi à religião que mais cresceu no Brasil nos últimos dois anos.

Que dizer de uma nação que afirma viver um avivamento, um crescimento exponencial do cristianismo, mas não consegue ter uma só visão reino de Deus: almas.

Que tipo de igreja que temos hoje que consegue ser vizinho de centros de macumbaria e boates sem fazer diferença alguma, eleger deputados e senadores que na maioria deles saem com a ficha de bom moço manchada pela corrupção. Que igreja é essa que acha que pode ganhar do maligno no grito, na revolução, na iniciativa barraqueira diante das mazelas da sociedade. Essa deveria ser a Igreja que levanta a bandeira do cristianismo, sim, mas aquela que é vista no viver, na prática diária de uma justiça celestial, coisa que seria muito mais fácil fazer se tão somente trouxéssemos o Reino de Deus através de nossa vida. Afinal isso foi que Jesus nos ensinou, viver o evangelho antes de pregá-lo.

Finalmente, vejo em alguns lugares dessa nação, pessoas anônimas comprometidas e se sentido responsáveis pela salvação de milhões de africanos, indianos, chineses e outros, pelo simples fato de que estes estão sem dúvida, em comunhão com Pai, pois somente sentiremos o que o Pai sente se estivermos junto dele.

Logo, ver os campos brancos, como Jesus vê, só é possível se nossa vida estiver realmente em intima comunhão com Deus, mas isso é outra coisa, que se Deus quiser, faláramos depois. Levante seus olhos e veja os campos brancos, gemendo por vida em Jesus.

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