quinta-feira, 21 de abril de 2022

Aranhas de Agur, Pequenas Faxineiras Biológicas.

“Quatro seres da terra são pequenos, e, no entanto, muito sábios: As formigas, criaturas de pouca força, contudo, armazenam sua comida no verão; os coelhos, criaturas sem nenhum poder, contudo, fazem suas casas nas rochas; os gafanhotos, que não têm rei, contudo, avançam juntos em fileiras; a aranha, que se pode apanhar com as mãos, contudo, encontra-se nos palácios dos reis”
(Pv 30.24-28).

O livro de Provérbios foi quase todo escrito pelo o sábio Salomão, mas existe neste livro um conjunto de provérbios que não pertence a Salomão, e sim a um professor árabe cujo o nome era Agur, filho de Jaque. Era um dos muitos assessores do rei Salomão.

Não sabemos quem foi Agur, nem onde ele viveu, mas seu pai, Jaque, era um grande conhecedor das Escrituras Sagradas, e transmitiu ao filho, esses conhecimentos. São do seu filho Agur as palavras constantes do texto de Provérbios 30.1-33. Um árabe convertido apresenta lições de sabedoria.

Filho e Pai eram muito sábios. Tiveram contato com a literatura hebraica de sabedoria, porém os dois se converteram a um padrão superior ao conhecimento dos homens. Agur era filho de Jaque, um dos oráculos do reino (sacerdotes), célebre e sábio professor árabe de uma tribo ismaelita do norte da Arábia, chamada Massá (Gênesis 25,13-14). Itiel e Ucal foram seus discípulos, deixando um importante legado, por profecia. Era o que os profetas geralmente chamavam de Massa. Itiel e Ucal são mencionados como os nomes de seus alunos, a quem ele instruiu. Itiel significa Deus comigo. Ucal significa o Poderoso.

Alguns pesquisadores dizem que ele tenha sido, à semelhança de Jó e Balaão, um indivíduo não-israelita que tinha conhecimento do verdadeiro Deus. 

Agur viveu entre os reinados de Salomão até o reinado de Ezequias. Mesmo não sendo israelita, conhecia o Deus de Israel. Ao admirar as obras da criação, admite sua ignorância sobre esse magnífico Deus que está por trás de toda esta fascinante natureza. Um verdadeiro sábio, intelectual. Profundo conhecedor da natureza humana, das relações sociais, dos valores que compõem a sociedade daquela época. Um sociólogo que ultrapassou o seu tempo. Os seus ensinos são inalteráveis até os dias de hoje.

Agur tem nome de origem Hebraica: cobrador, coletor ou colecionador. Não existem muitas informações sobre sua identificação. Peritos rabínicos acham que Agur seja figurado, e na verdade se aplicaria ao rei Salomão como epíteto.

No entanto, a obra de Soncino "Livros da Bíblia" - (os Sederim, “ordens” ou grandes divisões e tratados (livros) do Talmud da Babilônia, como traduzido e organizado para publicação pela Soncino Press em 1935 – 1948.) ao comparar o livro de Provérbios destaca a diferença de estilo entre os provérbios de Salomão com os atribuídos a Agur.

Em sua coleção de provérbios, Agur fala sobre a sabedoria. Ele reflete sobre como a genuína sabedoria provém do Senhor em contraste com a pequenez e os limites da sabedoria humana. Agur também destaca a suficiência e o caráter imutável da Palavra de Deus.

Destaca a incapacidade do homem de criar a terra. Afirma que a Bíblia é um escudo protetor que tem poder de nos refinar e mostra quão arrogante era a geração em que vivia, fazendo um ativo combate à mentira.

Agur, o homem que Deus inspirou para escrever esta passagem de fato era muito observador e tinha por certo o costume de meditar e daí aprender muito com o Senhor e sua criação.

Assim como Jesus usou a natureza para ensinar, Agur, um árabe convertido também usou. Assim como Jesus explicou muitas coisas usando a simplicidade natural, Agur também nos ensina através de quatro pequenos animais que alcançam grandes proezas. Assim como a palavra de Deus é útil para nos ensinar, orientar e corrigir, este texto escrito pelo professor árabe também faz parte da Bíblia. Assim como Moisés, Paulo e Pedro foram inspirados pelo Espírito Santo, o árabe Agur também o foi, por isso extraímos grandes lições bíblicas de seus escritos.

Alguns acham que Agur não é o nome deste autor, mas uma palavra definidora do seu caráter; pois esta palavra significa coletor, e sendo um coletor, ele não compôs estes provérbios sozinho, mas recolheu os ditos sábios e observações de outros, e isto se infere do que ele diz no verso 3.

Não devemos enterrar nosso talento, ainda que seja apenas um, mas, como temos recebido o dom, então ministremos o mesmo, ainda que seja para coletar o que outros escreveram sobre a Palavra de Deus.

Agur, quando foi considerado pelos outros como sendo mais sábio do que a maioria, reconheceu-se o mais tolo. Seja qual for a opinião elevada que outros possam ter de nós, devemos ter baixos pensamentos acerca de nós mesmos.

Agur fala de si mesmo como que lhe faltando uma revelação para guiá-lo nos caminhos da verdade e da sabedoria. Ele diz que não aprendeu a sabedoria por qualquer poder próprio. Ele não teve o conhecimento que tiveram os santos, os anjos, nossos primeiros pais na inocência, nem diretamente das coisas santas de Deus, tendo uma visão delas, nem fazendo qualquer juízo delas, senão de aprender de outros aquilo que Deus teve o prazer de torná-las conhecidas.

O homem natural, os poderes naturais, não podem perceber as coisas do Espírito de Deus.

As aranhas, pequenos invertebrados, ensinam missão, a despeito de sua insignificância (despeito, desgosto). ela pode ser encontrada nos palácios. Assim Deus tem levado os seus pequenos vasos (aos olhos humanos) aos mais elevados patamares (lugares altos) da sociedade, afim de que anunciem o evangelho aos que se acham investidos de autoridade e tantos outros nos nossos dias atuais. Grandes homens e mulheres têm pregado o evangelho a pessoas de alto nível da sociedade.

A aranha é tão indefesa que até uma criança a apanha com a mão, mas, mora no palácio do rei e na sua presença permanece sem ser notada. Quando deseja construir sua teia, parte de um único fio (comunhão) e através dele realiza toda uma obra que irá sustenta-la nos paços do rei. Ali ela ouve os segredos e toma conhecimento de todas as orientações que partem do trono real.

Olhando para estes quatro animaizinhos. Estamos perdendo ou ganhando deles? Caso estejamos perdendo destes, precisamos urgentemente sermos despertados. Vigilância, Fidelidade, União e Intimidade não são apenas qualidades importantes, elas são essenciais.

Você pode até ficar sem o que é importante para você, mas não sobrevive se lhe faltar o essencial.

Que essas interessantes e frágeis criaturas incentivem você a examinar os desafios que enfrenta na vida e encará-los sem preguiça, de maneira prudente e evitando dar desculpas, cooperando uns com os outros, e sendo útil.

A aranha é bem frágil, mas suporta muitas dores para construir sua teia. Anda por entre as casas e sobe até o topo dos quartos. E lá ela faz sua teia. Parece que não há nada que possa impedi-la.

Os empregados aparecem com suas vassouras e destroem as teias, mas as aranhas voltam ao trabalho e refazem tudo. Nenhum inseto é tão perseverante quanto a aranha. Ela faz seu trabalho quantas vezes forem necessárias. Ela não desiste.

Gostaria que vocês fizessem das aranhas um modelo para suas almas. Gostaria que vocês, assim como as aranhas, perseverassem e se fixassem no que é bom. Gostaria que vocês decidissem nunca desistir. Gostaria que vocês permanecessem tentando não fazer o que é mau, mas o que é bom, agradando a Deus. Sinto muito em ter que dizer-lhes isso, mas vivemos num mundo perverso e muitos tentarão fazer de você uma pessoa má. O inimigo fará de tudo para que você se esqueça de Deus. Homens maus lhes dirão que não há necessidade alguma de tentar ser tão bom.

Mas imploro para que não desista. Rogo para que persevere. Continue orando, lendo a Bíblia regularmente e indo todo domingo à igreja. Assim que largam a escola, muitas pessoas desistem de tudo o que é bom. Enquanto estão nela, usam suas Bíblias, hinários e livros de oração. Quando a deixam, abandonam também todos os seus livros. Geralmente começam a andar em más companhias e escolhem péssimos caminhos, além de ficarem à toa o domingo inteiro. Eles se esquecem de tudo o que foi ensinado; e isso não é perseverança. Isso é ser ainda mais tolo que a aranha. Isso é perverso e nada sábio.

E por fim, ele notou que apesar da dificuldade de locomoção das aranhas, que se penduram com as mãos, elas estão nos palácios dos reis. Ele observou a “excelência”, ele ressaltou a qualidade de se buscar o melhor.

Dessa forma aprendemos que é sábio fazer o melhor, não são dignos de menção honrosa aqueles que fazem as coisas mais ou menos, ou pela metade, ou somente o necessário para cumprir uma meta. Cada servo de Cristo deve buscar fazer o melhor.

Elas nos ensinam sobre a utilidade. São pequenas, insignificantes. Mas elas têm grande utilidade: comem as moscas, os insetos. São verdadeiras faxineiras biológicas. Embora insignificante se infiltra onde quer, inclusive diz aqui, nos palácios dos reis. Isso fala de ousadia, fala de anelar coisas grandes em Deus e de escalar os obstáculos a fim de conquistar novos patamares, novos espaços na vida. Embora pequenas são faxineiras biológicas. Há aqui uma grande lição para nós: Ser pequeno não é defeito, mas, ser inútil é imperdoável. A aranha pode ser um artrópode, mas na cadeia alimentar ela assume um papel fundamental para aniquilar com parasitas e insetos indesejáveis, esta sua característica pode definir a posição que ela ocupa, que não deixa de ser uma posição de destaque. Quando assumimos as responsabilidades naturais que temos durante a vida, automaticamente Deus nos coloca em posições de destaque, mas lembre-se, não deixe sentimentos perversos invadir o teu coração. Tudo flui de uma maneira natural. As aranhas ensinam-nos a sabedoria da perseverança. 

A Palavra de Deus diz: “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará: se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas” (Eclesiastes 11:4,6). E diz mais, “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2 Coríntios 4:1). Como diz o ditado, “Os desistentes nunca vencem e os vencedores nunca desistem”. Observemos o trabalho perseverante da aranha na construção de sua linda teia. A perseverança é uma grande virtude. Muitos têm falhado na vida por falta de perseverança. A mocidade deve ser perseverante, mesmo nas adversidades comuns da vida. – Filip. 4,13.

A aranha, um animal invertebrado, que são muito industriosas em nossas casas como as formigas no campo. As aranhas são muito engenhosas em tecerem suas teias com finura e exatidão, como nenhuma arte pode ser capaz de imitar.

Elas habitam nos palácios dos reis, apesar de todo o cuidado que é usado para destruí-las. A Providência divina mantém de forma maravilhosa esses tipos de criaturas, das quais os homens são contrários e procuram destruir. O Deus que é poderoso para preservá-las, é o mesmo que pode preservar os homens que se consideram pobres de espírito e dependentes dele, comprovando isto por meio da fé em Jesus Cristo. Isso aconteceu com Agur ele cresceu e não se desviou e pode fazer ainda mais; fazer uma coleção de provérbios registrado pelo rei Salomão em consideração a amizade e o amor que o rei tinha pelo os dois Pai e Filho. As sábias palavras de Agur estão escondidas em Provérbios 30.

Embora pequeno, esse animal se infiltra onde quer, inclusive, nos palácios dos reis. são pequenos, feios, e sem valor algum, mas habitam onde muitos grandes não chegam: os palácios reais. isso fala de ousadia, fala de anelar coisas grandes em Deus e de escalar os obstáculos a fim de conquistar novos patamares, novos espaços na vida.

A aranha tem três características importantes: ela é útil, pois come outros insetos, consegue alimento para si e no alto nenhum predador pode pegá-la.

A casa do rei é a igreja. Lá você encontra alimento (a Palavra de Deus) e proteção para todos os males, já que a Palavra pregada em uma reunião tem poder para proteger, guiar, fortalecer e mudar toda sua história.

A Bíblia nos mostra que são indefesos, porém, dotados de uma grande sabedoria. Com as mãos podem ser apanhadas, mas fazem dos palácios dos reis o seu refúgio. Por dois motivos, basicamente, é que encontramos esses “bichinhos” em nossa casa. O primeiro é porque buscam proteção, pois em outro lugar, seriam presas fáceis para seus predadores. O segundo motivo é que buscam algo para comer. Outros insetos, como os mosquitos e pernilongos, servem de alimentos tanto para a aranha como para as lagartixas. A sua sabedoria consiste em buscar abrigo e alimento em nossas casas.

Todo homem que deseja encontrar a sabedoria, deve também buscar abrigo, proteção e alimento no palácio do Rei dos reis e Senhor dos senhores. É na casa de Deus, a igreja, que encontraremos segurança e alimento para as nossas vidas.

Desde os tempos do Antigo Testamento, entrar na casa de Deus significava proteção. Todo homem que fosse perseguido injustamente e conseguisse entrar no tabernáculo e tocasse nas pontas do altar de bronze, receberia a proteção e seu perseguidor não poderia mais importuná-lo. Nos momentos de lutas e perseguições, devemos nos esconder debaixo da proteção de Deus. O homem sábio habita na casa do Senhor e Nele busca proteção e amparo.

Outro aspecto importante nas aranhas é o fato de buscarem alimento no palácio do Rei. O homem que deseja sabedoria sabe onde buscar alimento para sua alma. O alimento é a palavra de Deus, a Bíblia, cujas letras impressas não poderão alimentar o homem enquanto este não deixar estas mesmas palavras serem impressas nas páginas de seu coração e de sua mente.

A Bíblia é fonte geradora de fé, é “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho”. E é no templo de Deus, na igreja, que encontramos o ensinamento desta poderosa palavra. “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e aprender no seu templo” (Salmo 27:4).

As aranhas, têm uma missão de tirar certos insetos e larvas de nossas casas. Assim também é nossa responsabilidade, como obreiros do Senhor, tirar da casa do Rei, alguns insetos que poderíamos chamá-los de “heresias”. Cabe ao líder de uma igreja local, limpar a casa de Deus acerca dos ensinamentos errôneos e absurdos. Hoje, muitos líderes estão encapados em um “kit gospel” e estão se esquecendo de limpar as fábulas, as meninices, os costumes que vêm poluindo a casa de Deus. Não pregam mais a palavra de Deus, a pura revelação do Espírito Santo e se atrevem a inventar novas coreografias da fé, novas unções e táticas para persuadir o povo. Vivemos num tempo onde nos impressiona muito ver tanta ingenuidade do povo a cerca da palavra de Deus, em detrimento às “técnicas da fé” usadas por muitos pastores e líderes. Tais movimentos passam, são modas no meio evangélico que aparecem e desaparecem com o tempo, deixando alguns ricos, e muitos pobres, frustrados e faltos de entendimento. A moda passa, os movimentos e shows passam, as técnicas passam, o “kit gospel” é sempre trocado, mas, a palavra genuína de Deus não passa, não se enfraquece, não sai de moda, não se envelhece e continua abençoando vidas sem causar confusões, atritos e divisões. Ao contrário de muitos “movimentos espirituais”. Cabe ao líder, ao pastor, uma atitude sábia de reter o que é bom, ter certeza do chamado do ministério, aí então, não precisará ser alienado também, copiando, como papagaio, os movimentos e as pregações de outros pastores e líderes. Deus deu um chamado para cada um de nós, façamos como Salomão: Senhor, pedimos sabedoria para dirigir o Teu povo, sabedoria para ensinar a Tua palavra, sabedoria para tirarmos da Tua casa todo ensinamento que não provier das Santas Escrituras.

Como esses simples animais, tenhamos atitudes como a aranha, para buscar alimento e proteção na presença de Deus.


Fontes:

Revista Virtual Herança Judaica
Bíblia de Jerusalém

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