sábado, 30 de abril de 2022

A Trilha para o Trono

De acordo com Paulo, nós que cremos em Jesus fomos levantados da morte espiritual e assentados com Ele no reino espiritual. "Estando nós mortos em nossos delitos, (Deus) nos deu vida juntamente com Cristo...e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2,5-6).

Então, onde é esse lugar celestial onde estamos assentados com Jesus? É nenhum outro senão a própria sala do trono de Deus - o trono da graça, a habitação do Todo-Poderoso. Dois versículos adiante, lemos como fomos levados a esse lugar maravilhoso: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (2,28).

Essa sala do trono é a moradia de todo poder e domínio. É de onde Deus governa sobre todos os principados e potestades, e reina nas coisas dos homens. Aqui da sala do trono, Ele monitora cada movimento de Satanás e examina todo pensamento do homem.

E Cristo está assentado à destra do Pai. As escrituras nos dizem: “Todas as cousas foram feitas por intermédio dele” (Jo. 1,13), e, “nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Coloss. 2,9). Em Jesus reside toda a sabedoria e paz, todo poder e toda energia, tudo que é necessário para viver uma vida vitoriosa e frutífera. E nos é concedido acesso à todas essas riquezas que estão em Cristo.

Paulo está nos dizendo, “Tão certo quanto Cristo foi levantado dentre os mortos, nós fomos levantados com Ele pelo Pai. E, tão certo quanto foi levado para o trono de glória, fomos levados com Ele ao mesmo glorioso lugar. Porque estamos nEle, estamos também onde Ele está. Esse é o privilégio de todos os crentes. Quer dizer que estamos sentados com Ele no mesmo lugar celestial onde habita”.

É claro que o mundo tem todo o direito de questionar esse conceito. Como um cristão poderia estar vivendo no espaço celestial, assim como na terra? Mesmo crentes admitem que não compreendem o ensinamento de Paulo aqui. E confessam não experimentar essa verdade em suas vidas diárias.

Nem temos de olhar para o exemplo de uma igreja confusa e desesperada para vermos isso. Só temos de examinar o nosso próprio caminhar com Cristo. Multidões de cristãos estão derrubados e com medo; vão à igreja, cantam louvores a Deus, e testificam do poder vitorioso em suas vidas. Mas para muitos dentre estes mesmos cristãos, a vida é uma constante série de altos e baixos. Eles são aniquilados pelos cuidados e problemas do mundo; ao enfrentar provações são quebrados, e a fé some em um instante.

Eu lhe pergunto: isso reflete a vida celestial que Paulo descreve? Essa é a idéia que você tem em relação à vida do trono? Lemos que o próprio Cristo nos levou à uma posição celestial com Ele. Mas se é assim, então muitos cristãos estão vivendo muito abaixo das promessas concedidas por Deus. Pense nisso: se estamos efetivamente vivendo em Cristo, assentados com Ele na sala do trono celeste, então como algum crente pode ainda estar escravizado à carne? Recebemos uma posição nEle com um objetivo. Mas muitos no corpo de Cristo não a reivindicaram ou não se apropriaram dela.

Leia cuidadosamente as palavras de Paulo: “O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as cousas, o deu à Igreja” (Ef. 1,20-22).

A maioria dos cristãos não tem nenhuma dificuldade em crer que Cristo está lá. A gente prega: “Jesus está agora no trono. Está acima de toda potestade e poder, muito acima do alcance de Satanás”. Contudo achamos difícil aceitar a verdade que se segue: “E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (2,6). Podemos crer que Cristo já está nesta posição celestial, assentado com o Pai. Mas não conseguimos aceitar que nós também estamos assentados lá, na mesmíssima sala do trono. No entanto, o próprio Jesus já nos disse: “Vou preparar-vos lugar” (Jo. 14,2), não apenas na glória, mas agora mesmo.

Para muitos, isso soa como fantasia, uma ilusão teológica: “Você quer dizer que não tenho de viver uma vida quente e fria, um dia no alto, outro lá embaixo? Quer dizer que quando for abalado pela tribulação, não preciso hesitar? Que eu posso manter intacta a minha intimidade com Cristo?”.

Sim, exatamente. Paulo declara, “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1,3). Note onde Paulo diz é concedida toda bênção espiritual: na sala do trono. Todas as riquezas de Cristo estão à nossa disposição lá: firmeza, poder, descanso, paz crescente.

Então, por que há tantos cristãos bem intencionados perdendo essas coisas? Seria porque não estamos ocupando a nossa posição no lugar celestial com Cristo? Será porque ouvimos tanta falação atualmente quanto à necessidade de avivamento? Seria porque multidões de crentes simplesmente não estão vivendo a vida ressurrecta?

Paulo deixa claríssimo: para ter as bênçãos de Cristo fluindo através de nós, temos de estar assentados com o Senhor na sala do trono nos céus.

Satanás está devastando a casa de Deus, e não está sendo desafiado. Pelo contrário, ele prossegue livre enganando muitos no corpo de Cristo, causando desespero e confusão, e trazendo ruína aos que serviram Deus por toda uma vida.

Um sociólogo agnóstico escreveu um livro sobre a situação da igreja. Ele conclui o seguinte em relação aos cristãos: “Longe de viverem no ‘outro mundo’ (céu), os fiéis são notavelmente iguais ao mundo secular... Na prática, não são do jeito que deveriam ser em sua teologia... A cultura os atropelou... A conversa sobre inferno, condenação e mesmo pecado foi substituída pela linguagem não condenatória da compreensão e da empatia”. C. S. Lewis disse algo parecido há décadas atrás: “O maior inimigo da igreja é o ‘mundanismo satisfeito’”.

Parece que a igreja desabou, cedendo aos problemas que estão em torno de nós. Em termos simples, deixamos de nos concentrar na vitória de Cristo ou em vivermos vida vitoriosa. Vejo sintoma disso na proliferação de conselheiros. Por que? Porque poucos cristãos crêem ser possível viver a vida celestial nesses tempos difíceis. Pelo contrário, correm atrás de aconselhamento, chorando, “Tive um dia terrível. Por favor, me dê algo que me ajude chegar até amanhã”.

Nos deparamos com o mesmo foco em muitas das pregações modernas. A maioria dos sermões de hoje se concentra em atender às necessidades das pessoas, ao invés da vida vitoriosa que temos em Cristo. Os pastores oferecem três passos para sobrevivência para mais um dia, um plano do tipo “Como aprender a” - para simplesmente se ir levando. Essas mensagens negligenciam completamente a sala do trono, e o posicionamento celestial que nos foi dado em Cristo.

A verdade é: esse mundo sempre foi complicado. Sempre esteve sob a ameaça de tragédias, à beira do colapso. Tal tem sido a mentalidade de piedosos pastores durante séculos. A minha biblioteca em casa contém poderosas mensagens pregadas por ministros Puritanos do século 17. Eles advertem quanto à bebedeira, à delinqüência juvenil, à fornicação, à bestialidade, à agitação política, aos transtornos familiares desenfreados. Resumindo, eles falaram há centenas de anos atrás sobre todas as coisas que vemos acontecendo hoje. E alguns deles achavam que Deus não teria como suportar tanta corrupção por outros cinqüenta anos.

Em 1860, um pastor cheio do poder em Nova Jersey prevenia quanto à “amplidão das trevas” que estavam envolvendo o país. Ele pregava sermões flamejantes gritando contra a apatia e o mundanismo da igreja. Esse homem também escreveu um livro chamado “The Millenial Experience” onde descrevia doutrinas e cultos falsos que brotavam por todo lado. Ele, também, pregou sobre as mesmas coisas que vemos tendo lugar hoje.

O povo de Deus sempre enfrentou um inimigo que ataca de todos os lados. As coisas hoje podem estar bem piores do que no tempo dos Puritanos, mas enfrentamos o mesmo diabo. E aqueles mesmos pastores ensinavam que toda bênção profetizada para o futuro estava disponível então ao povo de Deus. Não importa se vemos a corrupção aumentando em torno de nós. Segundo Paulo, a graça de Deus nos vem muito maior do que essa.

Então, por que não crer em Deus visando hoje essas mesmas bênçãos espirituais? Por que deixamos de crer que Ele nos responde antes de pedirmos? Se estamos em Cristo - se Ele ao mesmo tempo está dentro de nós, e à destra do Pai - por que as nossas vidas não refletem isso?

O que quero dizer com grande despertamento? Estou falando a respeito do que Paulo descreve como revelação e iluminação: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (Ef. 1,17-19).

Paulo está dizendo aos efésios: “Oro para que Deus lhes dê uma renovada revelação, que abra os seus olhos para o chamado que lhes tem enviado. Peço que dê a vocês nova compreensão quanto à vossa herança, às riquezas de Cristo que lhes pertencem. Há um poder arrebatador que Deus deseja liberar em vocês. É o mesmo poder que estava em Jesus. Sim, o mesmo poder que está no Cristo celestial entronizado, está em vós agora mesmo”.

Segundo Paulo, o tremendo poder de Deus “o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais”, corresponde à mesma “suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (1,20,19). Por essa razão, Paulo exorta: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (II Cor. 13,5).

Como devemos nos examinar? Fazemos isso medindo-nos em relação às impressionantes promessas de Deus. Devemos nos perguntar: “Eu recorro e valho-me dos recursos de Cristo para resistir ao diabo? Eu acesso o Seu poder para vencer o pecado? Eu vivo continuamente na alegria, na paz e no descanso que Jesus prometeu a todo crente sem exceção?”.

Amado, a vida do trono não é fantasia. Não se trata de um ilusionismo teológico qualquer. É uma provisão tornada possível a nós através da cruz de Cristo. Logo, se algum crente não possuir essa vida do trono, ele só pode concluir uma coisa: “Eu ainda não me apropriei da posição celestial que me foi dada com Cristo. Se não posso ver Seu gigantesco poder em ação em mim, então não assumi o meu lugar nEle”.

O seu “grande despertamento” pessoal chega no dia em que você olha para a sua vida e clama:

“É preciso haver mais do que isso na vida em Cristo. Todos os planos que eu tinha foram desmanchados, os meus sonhos destruídos. Vivo como um escravo dos meus medos e dos desejos da carne. Mas não agüento mais isso”.

“Sei que o Senhor me chamou para mais do que essa vida de derrota. E não serei hipócrita. Oh, Deus, há de verdade um jeito de Tu me concederes a força para eu viver em vitória? Tu estás verdadeiramente querendo me tornar mais do que vencedor em minhas provações? É mesmo verdade que Tu tens como me conceder perfeita paz em meio às batalhas?”

“Seria realmente possível eu ter contínua intimidade contigo? Seria verdade eu não ter mais de escorregar para a apatia, ou ter de lutar para Lhe agradar? Será que há mesmo um lugar de descanso em Ti onde nunca mais precisarei de avivamento - pelo fato da minha fé estar constante e leal?”

Você está preste a despertar quando admite: “Amo Jesus, mas não estou experimentando a vida do trono da qual Paulo fala”. Esse é o momento em que você está sendo direcionado à revelação e à iluminação. O próprio Deus o escolheu - não para viver uma vida sem alegria e em desespero sob a pressão do inimigo, mas para ter uma posição celestial. E chegou a hora de você olhar para o alto e reivindicar esse lugar em Cristo.

Não se chega a esse lugar celestial pelo choro. Não dá para entrar lá por meio do estudo ou de obras. Não, o único caminho em direção à vida do trono é por meio de um sacrifício vivo: “Apresentei os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm. 12,1).

Paulo está falando aqui por experiência própria. Eis aqui um homem que foi rejeitado, tentado, perseguido, surrado, aprisionado, vítima de naufrágio, apedrejado. Paulo também tinha sobre si todos os cuidados da igreja. Mesmo assim, testifica: “Em todas as situações vivo em contentamento”.

Agora ele está nos dizendo: “Então, você quer saber como eu cheguei ao conhecimento desse caminhar celestial? Quer saber como cheguei ao contentamento seja qual for a situação na qual eu esteja, ou como consegui encontrar descanso verdadeiro em Cristo? Eis a trilha, eis o segredo para se apropriar de sua posição celestial: apresente o seu corpo como sacrifício vivo ao Senhor. Cheguei ao contentamento unicamente pelo sacrifício de minha própria vontade”.

A raiz grega para “vivo” aqui sugere “por toda a vida”. Paulo está falando de um comprometimento de união, um sacrifício feito de uma vez por todas. Contudo, não se engane: esse não é um sacrifício que tenha a ver com a propiciação pelo pecado
– o sacrifício de Cristo na cruz é a única propiciação válida: “Agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hb. 9,26).

Não, Paulo está falando de um tipo diferente de sacrifício. Mas ainda assim, não se engane: Deus não tem prazer no sacrifício fabricado pelo homem no Velho Testamento. Hebreus nos diz: “Não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado” (10:6). Por que tais sacrifícios não eram agradáveis ao Senhor? Colocando em termos simples: porque não exigiam coração.

Mas o sacrifício que Paulo descreve é do tipo no qual Deus tem grande prazer, precisamente porque envolve o coração. Que sacrifício é esse? É o sacrifício da morte da nossa vontade, de pôr de lado a nossa auto-suficiência, e do abandono de nossas
ambições.

Quando Paulo exorta: “Apresentei os vossos corpos”, está dizendo basicamente, “Chegue-se ao Senhor”. Mas, o que isso significa exatamente? Significa nos aproximar de Deus com o propósito de ofertar-nos inteiros a Ele. Significa ir a Ele não em nossa própria suficiência, mas como filho ressurrecto, como santificado na retidão de Jesus, como aceito pelo Pai através de nossa posição em Cristo.

O próprio Jesus ofereceu Sua vida como sacrifício vivo. Não estou falando do sacrifício que Ele fez por nossos pecados na cruz. Não, houve dois aspectos em relação ao sacrifício de Cristo. Primeiro, houve a Sua propiciação pelo pecado. E então houve o abandono de Sua vontade ao Pai. Para resumir, Jesus se deu não só como sacrifício por nossos pecados, mas como sacrifício vivo para ser usado como instrumento pelo Pai. Veja o Seu testemunho:

“Eis aqui estou...para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb. 10,7). “Não vim porque eu, de mim mesmo, o quisesse, mas aquele que me enviou é verdadeiro” (Jo. 7,28). “Nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai e ensinou. E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (8,28,29). “Eu falo das cousas que vi junto de meu Pai” (8,38).

Todo cristão é chamado a participar desse aspecto do sacrifício de Cristo. Devemos nos apresentar a Deus, submeter nossa vontade a Ele, e ingressarmos numa vida inteiramente dependente dEle. Devemos ir a Ele dizendo: “Senhor, renuncio à minha vontade em favor de Ti. Troco a minha vontade pela Tua. Estou me comprometendo a nunca mais dizer ou fazer qualquer coisa a menos que me dirijas a isso”.

É claro que Jesus é o nosso exemplo nisso. Ele não agiu segundo a Sua vontade, mas falou e agiu apenas segundo o direcionamento do Pai. E fez tudo isso com um propósito: conduzir “muitos filhos à glória” (Hebreus 2:10). Em resumo, Cristo nos mostrou a trilha para o trono. Estava dizendo: "Siga-me, pondo de lado a tua vontade, teus planos, os teus sonhos. Comprometa-se com uma vida totalmente dependente do Pai. Então a tua vida trará glória para Ele".


Eis aqui a glória à qual todo cristão é escolhido a cumprir. Veja, muitos são chamados como filhos do Pai, com todos os privilégios de filiação - mas nem todos caminham nessa glória, mesmo tendo nós sido destinados a apropriarmo-nos dela. Bem, uma incrível glória será manifesta quando Cristo voltar para levar Seus servos. Mas há também uma glória direcionada para ser manifesta na igreja de Deus aqui na terra. Estou falando da glória de estar em Cristo onde Ele está agora: "Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu" (Hb. 2,13).

Essa glória espera o servo que vai ao altar para apresentar seu corpo como sacrifício vivo. Ele abandonou todos os seus planos e ambição, porque experimentou as terríveis conseqüências de caminhar segundo sua própria vontade. Ele está esgotado de tanto lutar para acertar seus problemas. E não agüenta mais ver planos fracassarem, sonhos ficarem travados. Então ele vai ao altar para resolver a questão de uma vez por todas: submeter-se inteiramente à vontade de Deus.

Tal é o sacrifício que todo crente deve fazer se quiser conhecer a mente de Deus. O Senhor nunca compartilha Seus planos com os que se agarram aos próprios esquemas. Por que Ele irá direcionar alguém que esteja determinado a fazer o que já resolveu? Eu conheço um pouco os dois lados dessa trilha. Em várias ocasiões, segui minha própria vontade. Mas eu também conheço a liberdade que vem por se poder declarar, de uma vez por todas: “Nada tenho a fazer senão cumprir a vontade de Cristo. Não tenho necessidade de levantar um grande trabalho. E não preciso estar envolvido em coisas boas, a menos que Ele me leve a isso. Não tenho de provar nada a ninguém. Eu só quero é confiar em Jesus e depender inteiramente dEle”.

Posso dizer por experiência própria: esse ponto de quebrantamento e confiança é que lhe leva a encontrar o despertamento e o iluminar do qual Paulo fala: “Todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8,28). Você desiste de enfrentar as durezas da vida com sua própria força. Você já teve o suficiente de hesitação na fé, de medo que não sai, de nunca ter certeza quanto ao quê fazer. Então você leva tudo ao altar – o seu ego, seu orgulho, seus planos – e vai a Jesus com espírito quebrantado e coração contrito. Você chegou ao ponto em que confia unicamente nEle para que tudo coopere para o bem.

No momento que você renuncia à sua vontade para a dEle, o sacrifício foi feito. Acontece quando você simplesmente desiste de lutar para tentar agradar a Deus por si. Você não consegue ter méritos para Lhe agradar através de uma vida correta ou praticando boas obras. Não, você está compromissado simplesmente a confiar nEle. E quando apresenta seu sacrifício vivo a Jesus, eis a resposta dEle: “Sim, venha e arrazoemos. Se você sacrificou sua vontade, não é razoável você vir e assumir
o seu lugar comigo pela fé?”.

Na verdade, esse ato de fé é o “culto racional” ao qual Paulo se refere: “Apresentei os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm. 12,1). Trata-se de confiar nEle com a nossa vontade, crendo que Ele concederá todas as bênçãos que necessitamos.

Pense nisso: deixa de ser racional abrir mão de sua vontade - mas não crer que pode ingressar na plenitude de Cristo. Ele lhe chamou para tomar a vontade dEle, pela fé: “Se tu queres a Minha vontade – se queres viver uma vida na qual poderá sacar da Minha paz, do Meu descanso, da Minha sabedoria o tempo todo – então venha à sala do trono pela fé. Aqui, tu estás em Mim. Quando orar, será como se Eu estivesse orando através de ti. Tu estarás onde Eu estou”.


Se você está cansado de lutar, está na hora de se perguntar: estou pronto para me oferecer no altar, como sacrifício vivo? Está pronto para dizer: “Não seja feita a minha vontade, Jesus, mas a Tua. Cansei de tentar dirigir minha própria vida.

Eu a destrocei completamente. Agora estou pronto para confiar em Ti totalmente.Tu apenas possuis o poder, a autoridade, as orientações que preciso. Então, vou a Ti pela fé. E confio que falarás a mim fielmente, dizendo, ‘Eis o caminho, andai
por ele’”.

Se isso lhe descreve, então você está pronto para pegar seu lugar celestial com Cristo. Mas fique avisado: Satanás fará tudo que puder para tentar abalar sua postura de retidão. Os seus problemas e sofrimentos não vão acabar simplesmente porque está assentado com Cristo. Em verdade, podem aumentar. Mas agora possuirá os recursos interiores para enfrentar suas dores, porque o poder de Deus está operando em você. E você pode informar ao diabo:

“Oh vil serpente, fique sabendo: eu não estou mais no endereço velho. Não moro mais na rua do Desespero. Eu assumi uma nova posição, na sala do trono de Deus. E estou residindo em um novo lugar, nas regiões celestiais com Cristo. Então, se você quiser me atingir, terá de fazê-lo aos cuidados do Deus Todo-Poderoso. Ah, eu também atendo por um nome novo. Agora você pode me chamar de ‘príncipe vencedor com Deus’”.

Prezado santo, a sala do trono agora lhe está aberta. Aceite o que Cristo fez, e ousadamente assuma a sua posição com Ele, pela fé. Ele aceita a renúncia de sua vontade. Agora, peça que Ele abra os olhos do seu entendimento. E confesse, “Creio naquilo que o Senhor diz a respeito de mim: que sou um príncipe de conquistas. Também creio que estou onde Ele diz que estou: na sala do trono dos céus. Estou assentado com Ele num lugar de autoridade sobre toda obra de Satanás. Aleluia, Ele me mostrou o caminho para o Seu trono. E agora a minha habitação diária é nEle” (David Wilkerson).

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