terça-feira, 1 de março de 2022

Pandemia, Guerra e Carnaval

Parece que o povo está mascarado! Em meio à crise pandêmica, a guerra entre Rússia e Ucrânia, as ruas tomadas de foliões ávidos celebrando uma superficial vida, pulando e dançando carnaval, e cair na avenida..., mas a Covid-19 não para de contabilizar as mortes... agora, é questão de nomenclatura: com toda essa velocidade irrefreável, vamos considerá-la apenas, endemia...

Com milhares de pessoas morrendo ao redor do mundo, a morte ficou banalizada. A vida ficou banalizada. Trata-se da própria desumanização das relações e das ações sociais. A pandemia está banalizando a morte. A guerra está banalizando a vida. A morte durante o coronavírus virou algo tão rotineiro que não se pensa mais nela como algo dolorido e triste, mas como números. Porém, somos mais que números. Números são vidas que se vão. São novos tempos muito ruins e estão morrendo tantas pessoas que não percebemos a dor dos outros.

A morte causa dor e essa não pode ser banalizada. A vida e a morte, a pandemia e guerra são tratadas como coisas meramente descartáveis e funcionais.

Como sobreviver à pandemia, à guerra, ao fim do mundo? Depois de chorar pelos mortos, iremos dançar com as escolas de samba, os carros alegóricos, a libertinagem, até o mundo acabar?

Ainda não amenizou a calamidade, e o entusiasmo do povo brasileiro para sair às ruas e desfrutar da sobrevivência, numa espécie de catarse coletiva, é estrondoso.

No início de 2022, depois de dois anos marcado pelas mortes causadas pelo Coronavírus e pelos sinais de uma talvez, 3ª Guerra Mundial, com que alegria as pessoas vão para as ruas!

Aos foliões, a prova da banalização da morte e da vida, da pandemia e da guerra, é que não se escandalizam com ela. Tem gente que já acha isso normal; outros que nem se interessam mais pelas notícias bélicas dos jornais e Tv, que de tão recorrentes parecem até repetidas.

O que torna as pessoas insensíveis, como ocorre no Brasil atual, onde a dor dos outros não importa?

Violência física, violência psíquica, violência encoberta. Uma espécie de conformismo com a brutalidade das cenas, dos choques e das informações. O mal está enraizado.

A banalização da morte é a decadência de qualquer civilização. É doloroso saber que muitos não se importam com o extermínio de centenas de jovens, mulheres e crianças. Banalizamos a vida dos desconhecidos, contanto que o nosso círculo de conhecidos viva para sempre!

“Ai dos que chamam ao mal de bem e ao bem de mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo.” Is. 5,20.

Ainda não é hora de enfiar o pé na jaca e de cair no samba, no frevo ou no axé; tiremos as máscaras. A banalização da cruz, a cruz de Cristo, temida, proibida, banalizada, porém triunfante! Oremos pelo fim da pandemia, guerra e carnaval! Senhor, tem misericórdia de nós!

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