Com milhares de
pessoas morrendo ao redor do mundo, a morte ficou banalizada. A vida ficou
banalizada. Trata-se da própria desumanização das relações e das ações sociais.
A pandemia está banalizando a morte. A guerra está banalizando a vida. A morte
durante o coronavírus virou algo tão rotineiro que não se pensa mais nela como
algo dolorido e triste, mas como números. Porém, somos mais que números.
Números são vidas que se vão. São novos tempos muito ruins e estão morrendo
tantas pessoas que não percebemos a dor dos outros.
A morte causa dor
e essa não pode ser banalizada. A vida e a morte, a pandemia e guerra são
tratadas como coisas meramente descartáveis e funcionais.
Como sobreviver à pandemia, à guerra, ao fim do mundo? Depois
de chorar pelos mortos, iremos dançar com as escolas de samba, os carros
alegóricos, a libertinagem, até o mundo acabar?
Ainda não amenizou a calamidade, e o entusiasmo do povo
brasileiro para sair às ruas e desfrutar da sobrevivência, numa espécie de
catarse coletiva, é estrondoso.
No início de 2022, depois de dois anos marcado pelas mortes causadas
pelo Coronavírus e pelos sinais de uma talvez, 3ª Guerra Mundial, com que
alegria as pessoas vão para as ruas!
Aos foliões, a
prova da banalização da morte e da vida, da pandemia e da guerra, é que não se
escandalizam com ela. Tem gente que já acha isso normal; outros que nem se
interessam mais pelas notícias bélicas dos jornais e Tv, que de tão recorrentes
parecem até repetidas.
O que torna as pessoas insensíveis, como ocorre no Brasil
atual, onde a dor dos outros não importa?
Violência física, violência psíquica, violência encoberta.
Uma espécie de conformismo com a brutalidade das cenas, dos choques e das
informações. O mal está enraizado.
A banalização da morte é a decadência de qualquer
civilização. É doloroso saber que muitos não se importam com o extermínio de
centenas de jovens, mulheres e crianças. Banalizamos a vida dos desconhecidos,
contanto que o nosso círculo de conhecidos viva para sempre!
“Ai dos que
chamam ao mal de bem e ao bem de mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas,
do amargo, doce e do doce, amargo.” Is. 5,20.
Ainda não é hora de enfiar o pé na jaca e de cair no samba,
no frevo ou no axé; tiremos as máscaras. A
banalização da cruz, a cruz de Cristo, temida, proibida, banalizada, porém triunfante!
Oremos pelo fim da pandemia, guerra e carnaval!
Senhor, tem misericórdia de nós!
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