O
uso do esterco para cozer pão em Ez 4.12-16, refere-se ao seu emprego como
combustível, o que é ainda comum no oriente – mas a sua proximidade tornaria o
pão impuro para os judeus. O texto não
manifesta dúvidas, os bolos de cevada, serão cozidos sobre o fogo do estrume,
“e cozê-los-ás sobre o esterco que sai do homem” (Ez 4,12). Esta é uma pratica
milenar dos habitantes do deserto, não existe outra maneira, e nem se poderia
entender de outro jeito. Adulteramos o texto dizendo, que “Deus mandou o homem
comer suas próprias fezes”.
Ezequiel,
apresentando uma cena profética do sítio de Jerusalém, objetou quando Deus lhe
mandou que usasse excremento humano como combustível para assar pão. Deus
bondosamente permitiu-lhe usar em vez disso estrume de gado. (Ez 4,12-17). Isto
parece indicar que não era costume fazer isso em Israel. O profeta Ezequiel
recebeu instruções de retratar as condições igualmente penosas do sitio que
sobreviria a Jerusalém por cozinhar a sua comida com fezes por combustível.
Em
algumas partes da terra, até o dia de hoje, esterco seco de gado, chamado por
alguns de “****** de vaca”, serve de combustível. Se tal conceito sobre o
esterco de pombas for correto, então a narrativa declara simplesmente o custo
do alimento (neste caso a cabeça dum jumento) e o custo do combustível para
cozinhá-lo. Talvez a sugestão mais provável seja a de que o esterco era usado
como combustível. Alguns dos povos nômades talvez usassem esterco como
combustível.
Beduínos
no deserto de Judá e no Negev ofereceram um chá feito na hora e o fogo era
alimentado por raízes e ramos secos. Sem dúvidas o estrume dos animais, cabras,
camelos etc., depois de secos é combustível para alimentar o fogo e o cozimento
de alimento.
O
estrume era a palha regada com líquidos imundos (Is 25,10), ou então as
varreduras das ruas e das estradas, que eram ajuntadas fora da cidade em
determinados sítios (Ne 2,13). Aplicava-se o esterco às arvores, abrindo covas
em volta das raízes (Lc 13.8). Sentar-se alguém no monturo era sinal do mais
profundo desalento (1 Sm 2.8 – Sl 113.7 – Lm 4.5).
Havia
um “lugar privativo” ou “latrina” à disposição dos soldados de Israel, fora dos
acampamentos do seu exército, e eles deviam cobrir seu excremento (Dt 23,12-14).
Isto preservava a pureza do exército perante Jeová e também ajudava a prevenir
que se espalhassem doenças infecciosas transmitidas por moscas.
Essa
porta tem tudo a ver conosco hoje em dia, essa porta significa a porta do lixo.
Em hebraico lemos essa palavra como “ashpoth” estrume (esgoto, lixo). Era
através dessa porta onde era retirado o lixo, a sujeira da cidade de Jerusalém.
E esse lixo era lançado no Vale do Hinom, em grego Geena, que significa
inferno. Ali esse lixo todo era queimado para não vir mau cheiro para a cidade
e também para não contaminar a cidade.
Quando
aceitamos Jesus, todo o resto é esterco. Nós aceitamos Jesus e isso é o
princípio para reconhecermos que precisamos Dele e para Ele entrar em nossa
vida. Conforme vamos vivendo com Ele, Ele vai nos limpando, vai nos lavando com
Seus rios de águas vivas, e vai nos ajudando através do Espírito Santo, a jogar
todo o lixo, a sujeira que estava dentro de nós, para fora. E, ao invés do
pecado, Ele nos preenche com Sua palavra, Seus ensinamentos e valores, para
assim nos fazer uma pessoa melhor e por conseguinte levar-nos à Salvação.
A
Bíblia nos mostra em 2 Coríntios 5,17 “Assim que, se alguém está em Cristo,
nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
Em
Mateus 23,27 nos mostra que não podemos ser como sepulcro caiado, bonito por fora
e morto e podre por dentro.
Que
possamos olhar para dentro de nós mesmos. Que consigamos arrancar a sujeira que
possa estar nos contaminando, o pecado que está nos impedindo de alcançar as
bênçãos.
O
apóstolo Paulo usou a palavra “esterco” (ou “lixo”, segundo algumas versões)
para se referir aos valores que antes considerava superiores, e aos quais
renunciou depois de conhecer Jesus Cristo como Salvador e Senhor.
“Mas
o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais
do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas.
Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele,
não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a
fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé”. Fp. 3,7-9]
Os
valores a que Paulo se referiu diziam respeito a posição social, religião,
prestígio pessoal, convicções pessoais, e outros. Evidentemente cada um de nós
tem a sua escala de valores. Uns consideram importante possuir bens materiais,
outros elegeriam como valor superior pertencer a um determinado grupo. Outros
prezam mais um diploma. Assim como no caso de Paulo, há valores que abraçamos
que se tornam incompatíveis com a fé em Jesus e com a vida cristã. Por isso,
frequentemente é necessário avaliar se aquilo que estamos valorizando não
precisa considerado como “esterco”.
É
surpreendente que muitos cristãos estejam trilhando o caminho inverso ao de
Paulo. Ensinados desde crianças a prezar os valores cristãos, estão abandonando
a comunhão com Cristo e com os demais cristãos, esquecendo a fé antes
professada e a vida devocional, para aderir aos valores do mundo. Precisamos,
como Paulo, esquecer as coisas que ficaram para trás e avançar para as que
estão adiante, pois nosso alvo é Cristo.
Devemos
exalar o perfume de Cristo, como vemos em 2 coríntios 2,15, para exalar aquilo
que carregamos dentro de nós.
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