quinta-feira, 12 de agosto de 2021

O Céu Está Aberto

Desde a ressurreição e ascensão de nosso Senhor Jesus Cristo, o céu está permanentemente aberto. No momento em que oramos a Jesus, no instante em que invocamos Seu Nome, já estamos em Sua presença. Ao pronunciar as primeiras palavras, Ele já está a nos ouvir e nos encontramos imediatamente na presença de Deus. Não importa se nossas emoções nos fazem sentir enlevados ou se não sentimos nada. Deus está nos ouvindo, o céu está aberto para nós – sempre!

O que Jesus consumou através de Sua morte e ressurreição é algo único e singular, que não existia antes em lugar algum e que deveríamos aproveitar muito mais pela fé.

Antes que Jesus viesse ao mundo e antes de Sua ascensão, o céu se abria apenas em certas ocasiões (revelações) e depois se fechava novamente. A culpa do céu cerrado foi a queda em pecado, e desde então, com poucas exceções, se manteve assim até Jesus realizar a obra de salvação por todos nós. O pecado se interpunha entre os homens e Deus e impedia seu acesso a Ele. Apenas aqui e ali Deus abria o céu para transmitir alguma mensagem específica.

Vejamos um exemplo bíblico:

“Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus” (Ez 1.1).

Obviamente os céus se abriram porque estavam fechados. Nessa abertura, o profeta Ezequiel teve visões de Deus.

Quando comparamos todo esse relato com as descrições encontradas no Apocalipse, vemos uma forte harmonia e uma semelhança impressionante.

Deus apareceu a Ezequiel em forma humana, o que certamente aponta para o Messias ainda antes de Sua vinda ao mundo. Mas como naquela ocasião Ele ainda não tinha chegado a esta terra, o céu necessariamente voltou a se fechar quando a visão cessou, vindo a se abrir de forma definitiva apenas quando o Messias entrou em cena.

Com a vinda do Messias, apareceu no mundo Aquele que Ezequiel vira séculos antes no céu que se abrira. Quando o Senhor Jesus começou Seu ministério e foi batizado no rio Jordão, aconteceu o seguinte:

“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16-17).

Após a queda em pecado, o céu nunca tinha se escancarado dessa forma para qualquer ser humano. Com Ezequiel a abertura do céu aconteceu para que ele recebesse revelações. Mas com o Filho de Deus isso ocorreu para confirmá-lo em Seu ministério.

Na Sua primeira vinda, Jesus já anunciava o tempo em que o céu estaria aberto para sempre:

“Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1.51).

Jesus é a escada para o céu; por Ele chegamos ao céu e por Ele o céu vem até nós.

É curioso observar uma coisa que certamente tem seu significado: tanto a passagem de Ezequiel como a de João falam primeiro em descer e depois em subir. Por Jesus ter subido dos mortos primeiro, agora as bênçãos celestiais descem até nós.

Na Sua ascensão, Jesus adentrou os céus e mantém a porta aberta para sempre. O acesso ao Pai está livre. Aquilo que fora destruído pelo primeiro Adão foi restaurado por Jesus. A partir da subida de Jesus até o Pai não vemos mais a Bíblia dizendo que “os céus se abriram”, como foi dito a Ezequiel ou por ocasião do batismo de Jesus no Jordão. A partir desse momento vemos o céu aberto sempre, constante e continuamente, já que não voltou a se fechar depois que Jesus entrou por ele.

Uma grandiosa indicação de que agora o céu está permanentemente aberto e que temos acesso direto ao Pai é o dom do Espírito Santo, enviado a nós a partir do céu. Ele é o vínculo perene entre nós e o céu aberto.

“...pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o Evangelho, coisas essas que os anjos anelam prescrutar” (1 Pe 1.12).

Por essa razão Estêvão, cheio do Espírito Santo, podia dizer: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (At 7.56). Agora não lemos mais que “o céu se abriu” e sim “vejo os céus abertos”, porque não voltou a ser fechado depois que Jesus o abriu.

Essa mesma realidade pode ser vista em outras situações semelhantes relatadas no Novo Testamento, como no caso de Pedro, de quem está escrito:

“Então, vi o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas” (At 10.11).

João testemunha no Apocalipse:

“Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4.1; Ap 19.11).

Assim como a pedra do sepulcro foi removida e o túmulo não conseguiu reter Jesus, da mesma forma a porta do céu está aberta para cada um de nós:

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). (Norbert Lieth - Revista Chamada da Meia-Noite - abril de 2013.

“Estando ele a orar, o céu se abriu” Lucas 3.21,22

Existem momentos que as coisas não fluem como esperamos. Parece que o céu está fechado. Mas o céu se abre toda vez que Deus recebe nossas orações. A porta ou janelas dos céus também se abrem para derramar as bênçãos. Então os céus estão sempre abertos para nós.

Desde que a humanidade pecou, sua comunhão com Deus foi rompida (Romanos 3.23). Mas Jesus ao ser batizado, mostrou em cada ato, a restauração desta comunhão entre o Divino e o humano, como se o céu se abrisse novamente. Quando o céu se abre para nós?

Alguns momentos em que o céu se abre para nós:

1- Quando há OBEDIÊNCIA

“Aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus”.

O ministério sacerdotal se iniciava com trinta anos de idade (Nm. 4.3; 23) quando o candidato ao sacerdote passava por um ritual onde primeiramente deveria ser lavado em água (Êxodo 29.4) e assim “tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério” (Lucas 3.23) somente após ser batizado.

Ao ser batizado, Jesus não fez isso movido pela onda do povo que ia até as águas em multidões. O evangelista Mateus descreve com mais detalhes que João Batista relutou com Jesus “dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti” (Mateus 3.14) e o Mestre deu exemplo de obediência declarando que “convém cumprir toda a justiça” (Mateus 3.15).

Foi por causa da desobediência e do pecado que houve separação entre Deus e o homem e os céus se fecharam (Isaías 59.2). Quando Abraão obedeceu a Deus entregando Isaque, um anjo do céu lhe chamou duas vezes para lhe dar a resposta (Gênesis 22.11 e 15). Por isso Jesus quis obedecer a cada detalhe para receber autoridade de Deus e para que os céus estivessem sempre abertos sobre Ele. O céu se abre quando há obediência!

2- Quando há ORAÇÃO

“Estando ele a orar, o céu se abriu”

Foi exatamente no momento da oração de Jesus que o céu se abriu. Não sabemos se estava orando silenciosamente ou em voz alta, mas o autor deixa claro que estava orando.

A oração se dirige ao céu, por isso Jesus ensinou orar dizendo “Pai nosso, que estás nos céus” (Mateus 6.9). Para quem não ora, os céus estão fechados, mas que aprendeu a orar sabe que “todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus 7.8), ou seja, o céu está sempre aberto para a oração.

Quando Jacó estava em Betel e teve uma visão de anjos subindo e descendo a escada, então

“Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus” (Gênesis 28.16,17).

A partir daquele momento o céu se abriu para Jacó e sua vida foi transformada. O céu se abre quando há Oração!

3- Quando há PODER

“O Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba”

Logo em seguida ao céu se abrir veio uma pomba que simbolizava o Espírito Santo e pousou sobre Jesus. Este sinal mostrou que Deus quer repousar o seu Espírito sobre nós. O poder de Deus se manifesta através do Espírito Santo e quando há poder, então os céus estão abertos para que maravilhas aconteçam.

Durante o dilúvio, Noé usou uma pomba para saber quando as águas estariam abaixando. Enquanto não havia lugar para pousar a pomba sempre voltava para a arca até o dia em que trouxe um galho de oliveira e depois não voltou mais porque já havia passado o dilúvio (Gênesis 8.8-12).

O Espírito Santo de Deus ainda procura um lugar para pousar e muitas vezes não encontra porque há morte e enxurrada de pecados destruindo o mundo. Quando há vida, o Espírito mostra a unção, representada pelo galho de oliveira, que produz azeite. Então se há unção também há poder. Todo cristão precisa desta presença do Espírito Santo em sua vida. O céu se abre quando há poder!

4- Quando há PALAVRA de Deus

“Ouviu-se uma voz do céu”

Assim que a pomba apareceu, todos também ouviram uma voz vinda do céu. A voz de Deus vem do céu quando o céu se abre. Tudo que ouvimos de Deus vem do alto de seu trono de glória. Jesus mostrou que o Senhor quer se comunicar com seus filhos como um Deus que não é mudo como os ídolos, mas que fala (Salmos 115.5).

O apóstolo Pedro também viu o céu aberto e através de uma visão Deus falou com ele o que precisa entender a respeito da pregação aos povos que ainda não conheciam o evangelho (Atos 10.9-11).

Deus precisou abrir o céu para mostrar a Pedro que precisava dele para ganhar vidas. Isso porque o apóstolo era um pregador da Palavra e precisava continuar pregando.

Quem ama a Palavra de Deus sempre recebe a mensagem de Deus vinda do céu.

Mas quem não tem prazer em estudar as Escrituras não consegue entender a vontade de Deus. Sempre que precisar de uma Palavra do Senhor o céu se abrirá pra você. O céu se abre quando há Palavra de Deus!

5- Quando há COMPROMISSO

“Tu és o meu Filho”

O Senhor falou a respeito de Jesus para que todos soubessem que era o Filho de Deus. Isso mostra que pertence a Deus tendo um vínculo de filiação com o Pai Celeste. A partir daquele momento Jesus deveria passar a se comportar como Filho de Deus. Seu ministério começava ali.

Elias era um homem comprometido com Deus em um tempo de apostasia. Por causa de seu compromisso com o Senhor, tinha autoridade espiritual por isso “orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos” (Tiago 5.17,18). Para Elias o céu estava aberto quando precisasse e também fechado para quem não acreditava no Senhor.

Quando nos tornamos filhos de Deus passamos a ter compromisso com o Senhor e os céus estão abertos para nós como Jesus também falou que nos daria as “chaves do reino dos céus” (Mateus 16.19) para abrir ou ligar na terra e no céu. Ter uma chave significa um compromisso muito grande de abrir e fechar. Quem tem a chave está comprometido com o que ela abre. Este compromisso é que proporciona a liberdade para que Deus fale e abra o céu sobre a terra. Deus só fala intimamente com quem é comprometido com Ele (Salmos 25.14). O céu se abre quando há Compromisso com Deus!

6- Quando há AMOR

“Amado, em ti me comprazo”

As palavras de Deus a respeito de Jesus foram de amor para que o povo ouvisse que Jesus deve ser amado. Foi graças ao amor de Deus que os céus se abriram para manifestar a presença de Deus ao homem.

O diácono Estêvão era um homem tão cheio do amor de Deus que até quando as pessoas o apedrejavam para mata-lo ele “disse:

Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (Atos 7.26).

Se Estêvão não conhecesse o amor de Deus não teria condições de enxergar tamanha beleza mesmo em meio à dor das pedradas.

Deus é amor (I João 4.8) e onde Deus está existe amor. O oposto também é verdade, pois onde não há amor, Deus não está presente. Se você quer que o céu esteja aberto sobre sua vida e família, é preciso que “todos os vossos atos sejam feitos com amor” (I Coríntios 16.14). Deus procura um lugar onde possa habitar com seu amor, então abre o céu e se derrama sobre aqueles que o amam. O céu se abre quando há o amor de Deus!

7- Quando JESUS VOLTAR

“Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” João 1.51

Deus abre o céu muitas vezes para se comunicar com o ser humano. Mas a última vez que o céu vai se abrir será quando Jesus voltar para buscar os seus. Neste momento somente aqueles que viram o céu se abrir e já têm uma ligação com Deus é que poderão ir até a presença do Senhor nas alturas.

O apóstolo João testemunhou uma visão da volta de Jesus dizendo que “vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça” (Apocalipse 19.11). E os apóstolos também viram Jesus subir às alturas e o anjo lhes garantiu que “esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos 11.1). Ou seja, “todo olho verá” (Apocalipse 1.7) Jesus voltando, mas e somente aqueles que são suas testemunhas poderão subir com Ele.

Não espere até a volta de Jesus quando o céu se abrirá pela última vez, pois será tarde demais para quem não já tiver visto o céu se abrir. O céu vai se abrir quando Jesus voltar!
«Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.» João 1.43

Somos obrigados a confessar: É uma estranha promessa que Jesus faz àqueles dois discípulos. Vereis o céu aberto? Que será isso -- o céu aberto?

Entendemos que Jesus não fala do céu estrelado, do espaço, no qual se movem a terra, o sol, as estrelas. Ele fala do céu invisível, do Reino de Deus, da realidade dos anjos e dos exércitos celestiais, que obedecem ao Criador sem restrição alguma.

Vereis o céu aberto. Que promessa! Entendemos que ela vale também para nós. E não é este o nosso problema número um de não conseguirmos ver tal céu aberto, de não crermos naquela bendita abertura de que Jesus fala? O céu aberto -- isto é, que é possível ter a experiência do poder e da presença graciosa de Deus! Mas se ao menos houvesse uma prova! Um sinal! Nem precisava ser milagre, visão de anjos que sobem e descem, ou coisa parecida. Apenas uma prova clara de que Deus existe e de que ele se interessa por nós, por suas criaturas todas, pela igreja, pelo mundo. Mas este céu, se existe, parece ser uma realidade tão distante. As vezes, uma voz dentro de mim diz que tudo não passa de um sonho, de um belo ideal...
O inferno — este sim!

É só ler os jornais. É só ler a página que trata das ocorrências policiais: crimes, assaltos, vinganças, roubos, sequestros, torturas. Sim -- o inferno parece aberto, com entrada franca. Os maus espíritos parecem soltos. Muitas vezes os homens agem assim como se um fosse o diabo do outro. E não é só nos jornais que os maus espíritos marcam passagem. É no nosso próprio ambiente, Na irritação que reina em nosso lar. Na desonestidade de nosso relacionamento com vizinhos e colegas. Na injustiça social que nos rodeia e na qual nós próprios estamos envolvidos. Sim — é dentro de nosso próprio coração que o inferno se manifesta. Pensamentos de ódio, de inveja, medo, desânimo, desespero. Paixões descontroladas. Egoísmo grosseiro ou refinado. Sim — nossa experiência pessoal parece provar que o céu para nós está fechado. Porque tudo isso que acabamos de mencionar não pode existir no céu, já que o céu é justiça, paz, amor, alegria. É bom admitirmos com toda a honestidade que estamos vivendo fora do céu. A própria Bíblia o diz, afirmando que Deus colocou anjos à porta do paraíso para guardar o caminho da árvore da vida.

E agora ouvimos em nosso trecho bíblico que, contudo, há um lugar onde o céu está aberto. Que este lugar está relacionado com a pessoa de Jesus: Na noite de seu nascimento, os anjos anunciam a boa mensagem da salvação: Céu aberto, portanto. Na hora do batismo de Jesus, ouve-se uma voz do céu que diz: Este é meu Filho amado em quem me comprazo. Outra vez — céu aberto. A glorificação de Jesus no monte, quando suas vestes se tornaram brancas como a neve: Céu aberto. Getsêmani, Gólgota e a vitória no dia da ressurreição:

Anjos que confortam, santos que saem dos túmulos, jovens de vestes brancas que anunciam a ressurreição de Jesus. Céu aberto. Dia da ascensão — céu aberto. E a esperança da volta de Jesus em poder e glória: Céu aberto, definitivamente aberto!

Entendemos que esta mensagem não representa nenhuma ninharia. Se é verdade o que ela diz, então a nossa vida não é nenhuma prisão escura, nenhuma prisão sem saída.

Então Deus acendeu uma luz, então ele realmente nos abriu uma porta para a realidade chamada «céu», que nós, por nós mesmos, não conhecemos, nem somos capazes de criar. Se é verdade. . . — A Bíblia diz que é. E a Bíblia é um livro sério. Um livro comprometido, bem no seu centro, com a verdade, com a verdade última e total. — Mas, mesmo que eu consiga crer na mensagem da Bíblia: Não basta que eu saiba, ou que acredite que sobre Jesus o céu está aberto, que junto a ele o acesso a Deus está livre. Será preciso que eu chegue lá, que eu experimente aquela abertura do céu, que eu reconheça que o céu está aberto para mim, para nós, para todos.

Será preciso que a realidade «céu» se manifeste claramente em nossa vida e que nos torne capazes de vencermos aquela realidade perturbadora desta terra e mesmo a do inferno, que muito bem conhecemos.

Neste ponto de importância decisiva, o nosso texto nos presta uma ajuda inestimável. Aquele relato do primeiro capítulo do evangelho de João nos diz com muita clareza como podemos chegar a descobrir para nós o céu aberto — de uma forma que nossa vida fique modificada, iluminada, agraciada. Poderíamos citar como exemplo o caso de Filipe, o qual Jesus tinha encontrado no caminho e ao qual tinha dito: «Segue-me!» Filipe tinha encontrado o lugar. Mas talvez você diga: Filipe não serve como exemplo. Porque ele foi convidado por Jesus mesmo, e isso não acontece comigo. Se eu encontrasse Jesus e se ele me convidasse, então a situação seria diferente.

Vejamos, pois, a outra personagem de que fala o nosso texto bíblico. Falemos de Natanael. Este foi encontrado por Filipe, por um simples homem, homem sujeito a todas as falhas e fraquezas próprias de um ser humano. O que aconteceu a Natanael, poderá acontecer a qualquer um de nós. Encontrarmos uma pessoa que foi encontrada por Cristo e que não consegue esconder a experiência que fez junto ao Senhor. Que não se cala, envergonhada, escondendo a sua fé no Cristo de Deus. Repare bem: Natanael não foi uma pessoa que logo pegava fogo. Ele era uma pessoa bem reservada, crítica, quem sabe, desconfiada. Ele sabia que o mundo anda cheio de falsas mensagens e de falsos mensageiros.

Quando Filipe lhe diz que encontrou o Salvador prometido pelos profetas, Jesus de Nazaré, ele dá de ombros: «De Nazaré pode sair uma coisa boa?» Ele tinha argumentos para pensar assim. Os profetas não haviam apontado Nazaré como sendo a cidade do Messias. Nazaré um homem de Nazaré,-- que novidade poderia haver aí? Natanael não vê razão alguma para concordar com Filipe, para aceitar a convicção dele.

Aí Filipe poderia ter desistido. Ele não tinha feito sua obrigação? Não tinha dado seu testemunho? Se aquele Natanael não queria — paciência! Mas Filipe não desistiu. Também não tentou argumentar com Natanael, citando passagens bíblicas para provar que de Nazaré podia sair coisa boa. Talvez ele nem conhecia tão bem a Bíblia que tivesse sido capaz para isso. Mas ele fez uma coisa muito mais importante. Ele pegou Natanael pelo braço e disse-lhe: «Vem e vê!» — Foi só. Mas foi a coisa mais decisiva que alguém já tinha dito na vida deste homem: «Vem e vê!» E Natanael acompanhou Filipe — para ver.

E descobriu que, antes que pudesse ver e conhecer, ele já havia sido visto e conhecido por Jesus: «Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo (falsidade.» E quando Natanael, admirado, pergunta a Jesus. «Donde me conheces?» — Jesus lhe diz aquelas palavras cheias de segredo, mas também cheias de conforto: «Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.»

Então Natanael veio para ver, e descobriu que já tinha sido visto. Natanael achou que tinha sido encontrado por um homem, chamado Filipe, e ficou sabendo que o Filho de Deus já o tinha encontrado antes. Descobriu que o seu encontro com Jesus não era nenhum acaso, mas que era parte do plano de Deus que ele não tinha conhecido. O que é que Natanael terá feito debaixo da figueira? Será que tinha orado? Ou apenas tinha colhido figos? Não o sabemos. Mas estas palavras de Jesus — elas não são realmente confortadoras para nós? Nós achamos que estamos sozinhos, abandonados, solitários, rodeados de problemas, na fossa, sem ter alguém com quem falar. E em realidade os olhos de Deus já nos descobriram. Estávamos sendo guiados, sem o sabermos. Ao descobrir esta realidade milagrosa, Natanael se dá por achado: «Mestre, tu és o Filho de Deus -- tu és o Rei de Israel.» E então Jesus lhe diz que verá coisas maiores do que estas — que verá o céu aberto e os anjos descendo e subindo sobre o Filho do homem.

Será que é possível fazermos esta experiência ainda hoje? Eu lhe digo que sim.

Se você for um Natanael que desconfia, eu gostaria de ser um Felipe para você, hoje. Um Filipe que lhe diz: Vem e vê. Vem para onde? Ora onde Jesus está. — E onde ele está? «No meio deles», como ele mesmo disse. No meio daqueles que se acham reunidos em seu nome. Onde sua palavra é ouvida. Onde se realiza o batismo, onde se celebra a Ceia. Onde um discípulo dá testemunho de Seu poder e de Seu amor. Vem e vê.

Natanael vai descobrir esta coisa maravilhosa: Jesus me conhece. Ele me conheceu antes de eu o conhecer. Ele sabe o que me falta. Ele tem a resposta para as minhas perguntas. Ele tem uma tarefa para mim, uma missão, um serviço — para os quais eu fui criado. Eu posso seguir-lhe sob o céu aberto, livre de meu fardo, de minha culpa, de minhas dúvidas. O que é que Natanael mais precisa? E se você for um Filipe, um homem ou uma mulher que já conhece o céu aberto? Então as coisas também estão claras. Então passe adiante o que você viu e ouviu. Não faltará um Natanael que, talvez bem no íntimo, esteja à espera de alguém que lhe diga com toda a singeleza: Vem e vê! Vem e vê, porque já foste visto. Vem comigo ao lugar onde o céu está aberto.

Fontes:

https://ministeriopeniel.com.br/noticia/ler/id/2384

https://www.chamada.com.br/mensagens/ceu_aberto.html

https://www.esbocosermao.com/2013/12/quando-o-ceu-se-abre.html

https://www.luteranos.com.br/textos/joao-1-43-51-ceu-aberto-para-voce

Pr. Reuel Pereira Feitosa

Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

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