Construtores sábios Para a Eternidade

Chuvas, rios e ventos são as calamidades e aflições que se abatem sobre os homens, como as falsas acusações, intrigas, luto, mortes, perda de amigos, os aborrecimentos, e todos os males em nossa vida. São comparações com as tentações, com as perseguições, com as heresias na igreja, etc. Representam, coletivamente, as violências da perseguição, do sofrimento e das tentações, sob as quais tudo, exceto a vida que repousa sobre a verdadeira fundação, cederá. 

As chuvas torrenciais, as inundações e os furacões do Oriente causam muitos danos às casas de aparência fortes, destruindo as não solidamente construídas. 

As chuvas são as aflições temporais, momentos de prova apavorantes, às forças concentradas de uma chuva torrencial que ameaça o telhado da casa. Como dá medo a chuva que cai, seguida de uma ventania! 

Há uma tormenta que vem e provará a obra de todo homem. Quando Deus tira a alma, onde está a esperança do hipócrita? A casa desabou na tormenta, quando mais a necessitava o construtor, e esperava que lhe servisse de refúgio. Quando caiu era demasiado tarde para edificar outra. 

Os rios são as provas que resultam do maltrato por parte de outros homens; essas torrentes tempestuosas podem corroer as paredes por baixo. 

Os ventos são as tentações e as provas que se originaram em Satanás ou nos demônios. Ventos impetuosos como de furacão ameaçam os lados da casa. 

Chuvas, rios e ventos são ensaios de vida que podem ser resistidos por uma vida baseada na doutrina cristã. 

Essas forças naturais aliadas fazem lembrar que o sol de verão nem sempre brilha. Não faz diferença se somos "prudentes" ou "insensatos", todos temos tensões, aflições, decepções, perdas, tentações, temores e pensamos sobre a morte e a vida no além. 

Mas também podem ser interpretadas escatologicamente, como a vinda final dos tempos. Alude ao Reino dos céus, à salvação, ao destino dos seres humanos. Para que alguém alcance esse destino e o Reino dos céus, os lugares celestiais, é mister que ouça e pratique as palavras do Rei. 

Ambas as casas eram atraentes e sólidas; mas Jesus revela a firmeza delas. O material usado e o processo de construção estavam corretos quando foram erguidas, e ambas pareciam no prumo certo, firmes e fortes. 

A casa é o símbolo da vida. A vida deve ser edificada com bom senso, considerando o futuro, e não apenas o presente, de acordo com os princípios bíblicos. A vida física deve ser usada para obter e desenvolver a vida eterna. Não caiu, porque é a própria igreja como edifício de Cristo. (Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela). Mt. 16,18. 

A vida não é mais que construir o caráter, os hábitos, as lembranças, as expectativas, tanto de fortalezas como de fraquezas; ao construirmos a casa da vida, adicionamos uma coisa sobre a outra, como se fosse pedra sobre pedra. 

Nosso desejo é que a construamos de forma segura. 

A construção não traz a ideia de dois fundamentos, porque a areia não é um fundamento. Aquele que edifica sobre a areia não tem alicerce algum; ignora essa necessidade. 

Mas nenhuma dessas abala a alma, que é fundada sobre a rocha. 

Edificar a casa sobre a rocha significa ser um discípulo que ouve e coloca em prática o que aprendeu, não age com imprudência e superficialidade. A rocha se refere a Jesus e à Sua palavra. A alusão é à terra rochosa, pedregosa, que serve de bom alicerce para as edificações. Os que constroem sobre a rocha, aumentam diariamente o seu poder em servir, o seu conhecimento de Deus, as suas vitórias sobre os seus defeitos, as suas alegrias e esperanças, até que suas vidas se tornem um palácio digno para Deus habitar. 

Já os fariseus, os falsos profetas, os discípulos e autoridades falsas, são exemplos de pessoas com alicerces falsos. Todos esses são insensatos. Como estão em perigo os homens cujas decisões não se baseiam na ajuda de Deus, encontrada pela oração; cujas alegrias não são baseadas na confiança do amor de Deus; cuja confiança não é baseada na presença revelada por Deus; cujas virtudes não tem raízes; cuja bondade não tem motivação; cuja esperança não tem fundamento. A fundação sobre a areia denota um fundamento frouxo, o ato de professar a religião externa. 

Os sentimentos inconstantes e incertos de alguns homens, que amam ser louvados, são fieis aos costumes e assim por diante. Não tem fundação e, portanto, está condenada à destruição. 

Há boas pessoas, que não são do Senhor, que constroem bem e acham que suas casas estão edificadas bem e sabiamente sobre o dinheiro, os amigos, a saúde, o sucesso nos negócios - todas essas coisas são louváveis em si mesmas, mas são desastrosas, se não forem alicerçadas sobre a Rocha. 

Que o Senhor nos faça construtores sábios para a eternidade.