quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vencendo a impaciência

"Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes" (Is 30,15).

Pesquisadores de uma universidade em Chicago (EUA) publicaram há algum tempo os resultados de uma pesquisa sobre as consequências da impaciência para a saúde das pessoas.

Pessoas impacientes sofrem mais com problemas de hipertensão e têm mais probabilidades de contrair doenças cardíacas.

Eles utilizaram algumas perguntas para avaliar se uma pessoa é impaciente: Você se aborrece quando tem de esperar? Você come depressa? Você costuma sentir-se pressionado no fim de um dia normal de trabalho? Costuma sentir-se pressionado pelo tempo?

Aproveite e faça uma auto avaliação. Você é uma pessoa impaciente?

1. AS CONSEQUÊNCIAS DA IMPACIÊNCIA
A Bíblia afirma que a impaciência é uma manifestação de incredulidade e desconfiança. O profeta Isaías apresenta cinco consequências geradas pela impaciência:

1.1. A impaciência leva-nos a subs­tituir os planos de Deus pelos nossos. (Is 30.1)
Disse Deus: Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim (v.1). Israel rejeitou a Deus e o projeto que Ele tinha para a nação. Todo o povo rebelou-se contra a vontade de Deus. Os filhos se rebelaram contra o Pai. Eles não ouviram a Deus e executaram seus próprios projetos. Isto é consequência da incredulidade (SI 81).

Deus trabalha de acordo com os Seus planos. Ele tem planos para cada pessoa, para uma família e para uma nação (Jó 42.2; SI 33.11,12; Lc 19.9,10; 1Pe 2.9,10). E a sua vontade para nós é boa, perfeita e agradável (Rm 12.1,2).

A Bíblia diz que também podemos fa­zer planos, elaborar projetos e desejar realizações. O certo, porém, é que tudo deve ser colocado diante de Deus, para a sua aprovação e realização. O coração do homem pode fazer planos, mas a res­posta certa dos lábios vem do Senhor. Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos (Pv 16.1 e 3).

1.2. A impaciência nos conduz a fa­zer alianças com pessoas erradas (Is 30.1)
Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim e fazem aliança sem a minha apro­vação, para acrescentarem pecado sobre pecado! (v.1). Na afobação, o povo aliou-se aos ímpios e fez acordos com os ini­migos de Deus.

A impaciência também pode nos levar a fazer coisas que Deus não aprova. A amizade do mundo é inimiga de Deus (Tg 4.4). A comunhão ou a sociedade com incrédulos é condenada por Deus (2 Co 6.14-18). Quando desobedecemos a Deus, só acumulamos pecados.

1.3. A impaciência gera frustrações e decepções (Is 30.2,3)
Ai dos filhos rebeldes… Que descem ao Egito sem me consultar, buscando re­fúgio em Faraó e abrigo, à sombra do Egito! Mas o refúgio de Faraó se vos tornará em vergonha, e o abrigo na sombra do Egito, em confusão (v. 1-3).

A incredulidade de Israel o fazia sen­tir-se inseguro e ameaçado. Ao invés de buscar a Deus, eles procuraram refúgio e abrigo nos homens (S1146.1-5).

O povo do Egito durante quatrocentos anos escravizou e maltratou a Israel. O Faraó era um símbolo diabólico do opres­sor. Ele já havia sido derrotado e desmo­ralizado por Deus (Êx 15.1-19). Por isso que Deus afirma que Faraó e o Egito só poderiam oferecer para Israel, vergonha e confusão. O salmista Davi declara: Com efeito, dos que em ti esperam, ninguém será envergonhado; envergonhados serão os que procedem traiçoeiramente (SI 25.3).

1.4. A impaciência produz a rejeição do tempo ou do momento certo de Deus (Is 30.4)
O texto diz: Porque os príncipes de Judá já estão em Zoã, e os seus embaixadores já chegaram a Hanes (v.4). A incredulidade ou impaciência de Israel levouo a atitudes precipitadas, inoportunas e apressadas. Os príncipes e embaixadores foram correndo para o Egito.

Esquecemos muitas vezes que há tempo para todo propósito na terra. Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu (Ec 3.1). Jesus disse que o nosso tempo é sempre o agora, mas o tempo de Deus é o certo e melhor (Jo 7.6). Não seja precipitado! Não coloque o carro à frente dos bois.

1.5. A impaciência gera sofrimentos
Todos se envergonharão dum povo que de nada lhes valerá, não servirá nem de ajuda nem de proveito, porém de vergonha e opróbrio (v. 5). Toda precipitação de Israel resultaria em sofrimento, decepção e derrota. Deus já havia decretado a der­rota de Israel: Portanto, esta maldade vos será como brecha no muro alto, que, formando uma barriga, está prestes a cair, e cuja queda vem de repente, num momento. O Senhor o quebrará como se quebra o vaso do oleiro, despedaçando-o sem nada lhe poupar; não se achará entre os seus cacos um que sirva para tomar fogo da lareira ou tirar água da poça (Is 30.13,14).

Precisamos atentar para as consequências destrutivas da impaciência ou incredulidade. Devemos considerar o con­selho bíblico: Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado (Pv 19.2).

2. VENCENDO A IMPACIÊNCIA
A impaciência, portanto, é danosa e prejudicial. Ela é uma evidência clara da falta de fé em Deus. O profeta Isaías apresenta a solução para a impaciência: Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes (Is 30.15). Três lições bíblicas para superarmos a impaciência:

2.1. Precisamos de conversão para Deus
A conversão é voltar a mente e o coração para Deus. Ela é imprescindível no começo da vida cristã e indispensável no crescimento espiritual. Deus diz ao seu povo: Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra (2 Cr 7.14). Quando o apóstolo Pedro estava tomado pelo pecado da soberba, Jesus lhe disse: Tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos (Lc 22.32).

2.2. Precisamos sossegar ou tranquilizar o coração
A conversão a Deus sossega o coração. A fé tranquiliza e nos dá acesso à paz de Deus: Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti (Is 26.3). E é na tranquilidade que aprendemos quem é Deus, e o seu grande poder. O salmista declara que no contexto de turbulência e agitação, precisamos ficar quietos: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus (SI 46.10). A nossa força está na tranquilida­de (Is 40.31).

Ore e transfira para Deus toda a sua ansiedade.

2.3. Precisamos confiar nas pro­messas de Deus
As promessas de Deus estão em sua Palavra. Confiar em Deus é acreditar na sua pessoa e naquilo que Ele diz. Aguardo o Senhor, a minha alma o aguarda; eu espero na sua palavra (SI 130.5). Josué testemunha de maneira maravilhosa: Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu (Js. 21.45). Deus nunca falhou ou descumpriu o que prometeu. Ninguém jamais ficou envergonhado em esperar no Senhor.

Vivemos dias agitados. Estamos sempre sob pressão. Neste contexto, a impaciência é considerada uma virtude, por muitos. A medicina e a Bíblia, porém, advertem: a impaciência é prejudicial à sua saúde física, mental e espiritual.

Lembre-se que a paciência nos ajuda a conseguir aquilo que desejamos. Há um provérbio chinês que diz: Com tempo e paciência, a folha da amoreira se transforma num vestido de seda.

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