Ser humano, segundo os propósitos divinos, faz com que as criaturas caminhem passo-a-passo com seu Criador, em total harmonia e comunhão. É viver a vida plena, conforme os planos celestiais. É viver o céu na terra, é viver na terra, o céu!
De repente, mais que de repente, houve uma hecatombe! Um grito de desespero vindo do íntimo de sua alma, a bradar: _ Socorro! Quero voltar a ser humano! Quero sair daqui! Quero sair de mim mesmo! Quero voltar a ser eu mesmo! Quero sair de mim mesmo! Quero voltar a ser eu mesmo! A minha vocação! Quero voltar para mim mesmo! Quero voltar para Deus! Quero sentir novamente a felicidade, a bem-aventurança, a alegria imorredoura, a paz, a harmonia e a comunhão fraterna; quero ter novamente a gloriosa presença divina em minha vida, a presença de Deus!
Por que o homem teve essa consciência de ausência divina, de vazio de si mesmo? De perdido?
Há muito e muito tempo, longe, tão longe da Terra, um ser celestial criado antes mesmo dos homens, a coroa da criação, sentiu inveja primeiramente de seu Criador, e em seguida, da obra prima do Seu Criador, ou seja, do ser humano. Que disparate! Que inveja! Que pecado! Que orgulho! Que pretensão! Que desdita! Que infelicidade!
Sim, um ser celestial criado um pouco mais superior que os homens, dotado de maiores e melhores dons que ele, capaz de fazer melhor que ele, sentiu em si, no seu coração, o desejo de estar acima das estrelas nos céus, e, mais ainda, igualar-se a Seu Deus!
No entanto, a sabedoria divina, Onisciente, Onipresente e Onipotente entrou, num átimo de tempo, em execução, acabando com toda aquela pretensão desmedida.
Logo, este ser caiu... de esfera em esfera... de estrela a estrela e veio parar justamente nessa Terra, feita justamente para os homens, exclusivamente nós, os seres humanos.
O homem, por sua vez, deu ouvidos a esse plano maligno, perturbador e destrutivo, perdendo assim, toda sua similaridade divina, uma boa parte da imagem e semelhança do seu Criador, estampada nele.
Hoje, o homem passou a viver tateando no escuro, como que às apalpadelas, procurando talvez encontrar um apoio para sua galgada terrena rumo ao seu lar celestial. Está peregrinando, do paraíso perdido, ao paraíso recuperado. O homem vê, como num espelho. Lamentável sorte esta, a do ser humano.
Entretanto, o Criador, Todo Poderoso e Todo Bondade e Misericórdia que é a Sua essência, colocou em prática o soerguimento, a restauração do homem, segundo Sua imagem e semelhança.
Deus amou o mundo de tal maneira que, entristecido pela queda humana, fez-Se homem a fim de salvar aquele que estava perdido.
O verbo de Deus se fez carne e habitou entre os seres humanos. Deus humanizou-se! Deus tomou para Si, a natureza humana, para assim, restaurar nele, a sua natureza, imagem e semelhança.
É por isto que o homem, longe da presença gloriosa de Seu Criador clama a plenos pulmões: _ Socorro! Quero voltar a ser humano!
O Criador dos céus e da Terra e do homem, fez mais do que este poderia esperar: deixou de ser criatura, para ser filho; deixou o céu e veio para a terra; deixou sua glória para habitar num mundo de trevas.
Tudo isso, para que o plano divino o tome para Si, nos céus, com Seu Pai! O Espírito que Daquele ressuscitou a Seu Filho, agora habita nele. Que honra! Que felicidade! Que bem-aventurança!
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