sábado, 22 de agosto de 2020

Brilhar Como as Estrelas

O profeta Daniel ficara triste e preocupado com as atrocidades que determinados poderes iriam fazer contra o povo de Deus. Entre as mensagens que têm o objetivo de animar e confortar a Daniel, está a do capítulo 12,3: 

Os entendidos, pois resplandecerão como o firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente”. 

Uma profecia repleta de palavras agradáveis. Entre elas, as seguintes: “Eles resplandecerão”. “Como estrelas”. “Sempre e eternamente”. 

Brilharão como as estrelas – isto é, com um esplendor como o dos luminares do céu, para todo o sempre, para toda a eternidade. 

Mostra a alegria que um grupo sentirá no final da viagem. Está contando o final feliz do filme. A viagem pode ter sido difícil, momentos de muita dor e sofrimento, mas Deus revelou a alegria que sentiriam os que com perseverança percorressem todo o caminho. 

Daniel, está usando um recurso da poesia hebraica conhecido como “quiasma”. Portanto, os sábios da primeira linha são os mesmos que conduzem a justiça na terceira linha. A palavra que foi traduzida por sábio pode ser entendida como os que são prudentes, os que tem discernimento, os que fazem que haja discernimento, os que ensinam. Daniel 12,10 fala destes sábios, e que estes foram purificados, embranquecidos, provados. Portanto, os sábios aí mencionados são aqueles que compreenderão as profecias feitas por Daniel, que partilharam o seu conhecimento com outras pessoas e se tornaram puros. 

Aqueles que são sábios – são sábios para a salvação pela fé em Cristo, que são verdadeiramente piedosos e justos, brilharão como o brilho do firmamento – Serão revestidos de glória e imortalidade; terá corpos conformados ao corpo glorioso de Cristo; brilha, diz Jesus, como o sol no reino de seu Pai. 

Nem todos os sábios são sábios aos olhos de Deus. Encontramos muitos sábios; mas somente aos olhos do mundo. Alguns planejam assaltos com muita inteligência. Também estamos acostumados a ouvir de pessoas que gastam muito tempo planejando algum ato errado, tudo cercado de muita inteligência. 

Para muita gente, pessoas que sonegam, que enganam, são chamadas de espertos e inteligentes. Aqueles que são honestos em todos os detalhes, que pagam todos os seus impostos, são chamados de tolos. 

Sábio aos olhos de Deus é aquele que conhece e pratica a verdade. E onde está a verdade? Jo. 14,6, responde: 

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida…” E mais: “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas palavras e as pratica, é comparado ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt. 7,24). 

Ser sábio para o mundo nem sempre significa ser sábio para Deus. Sábio, na visão de Deus, é aquele que deseja conhecer a Cristo e a palavra dEle. E além de ouvir, coloca tudo em prática. Ser sábio, para Deus, é sentir uma vontade constante de ler a Bíblia e praticar todos os ensinamentos que ela contém. São essas as pessoas sábias. 

Um prêmio muito especial que será dado àqueles que tiverem ensinado a muitos para a justiça. A palavra justiça no Antigo Testamento significa o mesmo que santidade. Aqueles que, ensinando, tiverem levado a muitos para a santidade, diz Daniel, no fim dos tempos brilharão como estrelas, para sempre, eternamente. Os sábios resplandecerão sempre e eternamente. Como entender essa expressão? Onde e quando isso vai acontecer? 

A palavra-chave é “eternamente”. O homem no seu estado atual, não pode ser eterno. O homem é finito, é limitado, é mortal. Mas Deus é eterno, infinito e imortal. Há, porém, uma promessa que num momento específico o estado do homem mudará. Hoje somos mortais, limitados, mas um dia poderemos dizer que tudo isto foi apenas uma fase de nosso passado. 

Temos uma grande promessa, feita por nosso Senhor, que por ocasião de sua Segunda vinda a esta terra o estado do homem mudará completamente. Está em I Cor. 15,51-53: 

“Eis que vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revista da imortalidade”. 

Os sábios de nossos dias brilham, porém, por pouco tempo, porque a morte repentina muitas vezes os atinge. Mas chegará um dia que a morte será apenas um elemento no passado. Nosso corpo com o passar dos anos se desgasta, adoecemos, morremos e voltamos ao pó. 

Brilhar como o brilho do firmamento – como o céu acima de nós, como a do céu à noite, espessa, com estrelas brilhantes e bonitas. Nenhuma comparação poderia ser mais impressionante. Cada um dos justos será como uma estrela brilhante e bonita e que, em número, ordem e harmonia, eles se parecerão com as constelações celestes à noite. Nada pode ser mais sublime do que olhar para o céu em uma noite clara e pensar no número e na ordem das estrelas acima de nós como um emblema dos justos no mundo celestial. 

Daniel, após ouvir esta profecia, é confortado e recebe o ultimo recado de Deus: 

“Tu, porém, vai até ao fim: porque repousarás, e estarás na tua sorte, no fim dos dias” (Dn. 12,13). 

Deveria repousar, o seu corpo mortal já não estava suportando tantos anos de atividade. O ministério dele havia terminado. A carreira como um grande sábio, havia chegado ao fim. A missão em favor do povo de Deus, também havia sido concluída. 

Chegara a hora do grande artista sair de cena. O repouso seria a sua sorte, mas só até um tempo determinado. Daniel ficaria em repouso até o tempo do fim. Até o dia do retorno de Jesus a esta terra. 

Não são palavras para incutir medo nos cristãos, mas garantia de que Deus tem o domínio da história da humanidade. 

O dia tremendo da vinda do Senhor será horrível somente para quem não O conhece, mas para aqueles que têm em Deus a sua confiança, podem até passar por perseguições, dias difíceis, enfrentar momentos tenebrosos, mas nunca há de faltar o consolo de Deus. O dia do Senhor não é de medo, não é dia de tragédia, pelo contrário, é o dia do socorro, da salvação e da libertação do Senhor, é o dia da glória do Senhor.

Após o julgamento final, os cristãos receberão a bênção eterna: 

“Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mateus 13:43). 

O brilho de um corpo depende da intensidade da sua existência. Existem corpos celestes e corpos terrestres; todavia, um é o esplendor dos corpos celestiais, e outro diferente é o brilho dos corpos terrestres. Um é o esplendor do sol, outro da lua, e outro ainda o fulgor das estrelas; e as estrelas diferem em luminosidade umas das outras. 

Ao falar da glória que teremos, após o julgamento final, o Senhor está falando da nossa vida interior. É semelhante à nossa luz, que deve “brilhar diante dos homens, de modo que eles glorifiquem vosso Pai, que está nos céus”. Em outras palavras: a glória intensa que gozaremos na eternidade, já deve começar aqui mesmo, quando refletimos a glória do Senhor em nossa vida diária. A glória de Deus não é para a nossa glória, mas para a aceitação da soberania do Senhor.

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