Jesus Cristo morreu como um criminoso, com verdadeiros criminosos dos dois lados. Dois ladrões condenados à morte foram crucificados com Jesus. Quando outras pessoas blasfemavam e zombaram de Jesus, esses ladrões também o insultaram (Mateus 27:44; Marcos 15:32).
Em algum momento durante as seis horas que Jesus ficou pendurado na cruz, a conversa dos ladrões mudou. Um continuou zombando do Senhor, mas o outro percebeu o erro destes comentários e o repreendeu. Ele disse: “Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (Lucas 23:40-42).
Não sabemos o nome deste ladrão, nem outros detalhes da sua vida, mas sabemos que chegou a reconhecer a inocência de Jesus e sua posição no plano de Deus. Jesus seria o Rei eterno, e o ladrão arrependido queria participar desse reino.
Depois destas palavras do ladrão, a resposta de Jesus mudou o destino eterno deste homem. “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43). O ladrão não mereceu a salvação, e neste fato bem representa todos nós, pois não merecemos a vida eterna (Romanos 3:23; 6:23). O ladrão foi salvo por causa da sua fé mediante a graça do Senhor, que é o único caminho para a nossa salvação (Efésios 2:8-9). Quando reconhecemos o problema do pecado que nos separa de Deus, percebemos que temos muito em comum com o ladrão que confessou sua fé em Jesus na cruz.
Há, porém, diferenças importantes entre nós e o ladrão na cruz. É importante observar essas diferenças para evitar o erro comum de procurar a salvação em exatamente os mesmos termos que observamos no caso desse ladrão. Os mesmos princípios básicos – a salvação pela fé mediante a graça – são válidos para todos. Mas seria errado procurar ser salvo exatamente como ele foi. Considere algumas diferenças importantes.
1) Nós não estamos morrendo numa cruz. Pessoas que falam de serem salvas da mesma maneira nunca querem repetir toda a experiência do ladrão. Ele foi crucificado!
2) Jesus não está fisicamente presente conosco. Durante seu tempo aqui na terra, Jesus perdoou os pecados de várias pessoas por simples declarações. Ao paralítico em Cafarnaum ele disse: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Marcos 2:5). Quando uma mulher pecadora ungiu seus pés na casa de um fariseu, Jesus viu seu amor e disse: “Perdoados são os teus pecados” (Lucas 7:48). Esses casos servem para provar o poder divino de Jesus, como ele mesmo explicou: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mateus 9:6). Mas, ninguém nos leva numa maca para a casa onde Jesus está fisicamente presente, e não chegamos a tocar nos pés dele. Ele agia assim durante seu tempo aqui na terra, deixando os homens verem de primeira mão sua misericórdia e seu poder.
3) Nós vivemos depois da morte de Jesus. Talvez a mais importante das diferenças entre nós e o ladrão na cruz é o fato de estarmos em lados opostos da cruz! O ladrão procurou e recebeu a salvação antes da morte de Jesus. Nós procuramos a salvação depois da sua morte. Este fato faz uma diferença crítica. Um testamento entra em vigor após a morte do testador (Hebreus 9:16-17). O testamento de Jesus tomou efeito depois da sua morte. No Novo Testamento que Jesus nos deu por meio dos apóstolos, ele não exige um contato físico com ele, nem a morte na cruz. Ele revelou seus termos para a nossa salvação quando falou da necessidade da fé, da confissão, do arrependimento, do batismo e da obediência ao evangelho (Marcos 16:16; Romanos 10:9-10; Atos 2:38; 22:16; Hebreus 5:9).
O ladrão não precisou ser batizado, e nós não precisamos morrer numa cruz, mas para entrar e permanecer no reino de Cristo, precisamos demonstrar a mesma fé submissa e obediente.
Dennis Allan
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