“O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha”. (Provérbios 10. 5)
Este versículo é simplesmente profundo e maravilhoso, pois, fala sobre o filho que na época do verão trabalha e ajunta mantimentos, agindo com entendimento, inteligência e sabedoria. O que há de tão especial em ajuntar no verão?
Qualquer agricultor sabe que no inverno ou no outono não é tempo de ajuntar. É preciso conhecer as estações, saber o tempo de ajuntar. Por exemplo, um agricultor que tem uma grande colheita e não tem onde armazenar acaba fazendo montões com o que colheu na sua fazenda, não tendo celeiro para guardar. Sabe o que vai acontecer? A chuva virá e apodrecerá todo o mantimento e durante o inverno morrerá de fome, pois não tem nada estocado.
Amo o texto que Jesus diz: “Louco, esta noite pedirão a tua alma e o que você tem?” Nessa passagem, Jesus conta a história de um agricultor que teve uma grande colheita, guardou tudo em seu celeiro e disse estava pronto para folgar e descansar, entretanto, o inverno da alma dele havia chegado. O agricultor de acordo com seus conhecimentos técnicos da agricultura no mundo físico, não teve o entendimento necessário para ajuntar no celeiro espiritual.
Jesus usou o princípio da agricultura para falar de um princípio eterno. O filho sábio ajunta não só bens físicos no verão, mas também ajunta bens eternos nos celeiros do céu, pois, ele não sabe a hora que será chamado. Não ajunteis para vos tesouros onde a traça e a ferrugem corroem mais ajunteis para vos tesouros nos céus. Aleluia!
A segunda parte do versículo de Provérbios 10 fala sobre o filho que dorme na sega deste diz: “E filho que envergonha”. Que vergonha um filho que dorme, deixa passar o tempo da colheita e perde o momento! O pai deixa o filho tomando conta da seara e ele dorme, deixando o inimigo entrar e roubar a colheita. Este filho é uma vergonha para seu pai.
Este texto me assusta, pois, quantos de nós estamos dormindo na hora que deveríamos estar prontos para a colheita e deixamos que o inimigo entre, roube e destrua o fruto.
Mais uma vez preciso mencionar um ensino que Jesus deu aos seus discípulos concernentes ao joio e o trigo, usando uma parábola na qual narra a história de um agricultor que semeou trigo no seu campo, porém, enquanto os homens dormiam veio o inimigo e semeou o joio. Quando a plantação cresceu os homens se assustaram, pois, viram o joio no meio do trigo. A primeira solução que aqueles homens pensaram era arrancar a praga semeada, todavia, o dono do campo diz: “Agora não! Precisamos esperar a colheita, pois, ao arrancar o joio corremos o risco de tirar o trigo junto”. O joio só foi semeado no meio do trigo, porque aqueles que deveriam vigiar o campo dormiram, deixando uma brecha aberta para que o inimigo prejudicasse a plantação. O filho que dorme na sega é uma vergonha para o pai. Portanto, como está escrito em I Pedro 5.8:
“Orai e vigiai. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando a alguém para devorar”. I Pedro 5.8
Há uma grande expectativa nestes dias sobre a colheita que virá sobre a terra. Oro para que sejamos filhos abençoadores e que não durmamos na hora da ceifa.
Finalizando este texto, gostaria de mencionar algo que vem ao meu coração em quanto escrevo estas palavras. Será que o Filho, ou seja, Jesus dormiu? As escrituras narram um momento que os discípulos estavam no meio de uma tempestade e Jesus dormia tranquilamente no barco. Os discípulos apavorados o acordam dizendo: “Não se ti dá que morramos?”. Jesus se levanta e repreende a tempestade. Aquela tempestade circunstancial não perturbou o Filho de Deus. Mas nos versículos de Mateus 9: 36 a 38 relatam que quando Jesus viu a multidão, “Ele se moveu de íntima compaixão”, se perturbou dentro de si e disse aos seus discípulos: “… A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande mais trabalhadores para a sua seara”. O Filho então chama os discípulos e os envia de dois em dois para uma missão. Jesus não dormiu quando viu a seara. Ore a Deus para que não nos deixe dormir para que possamos também nos mover íntima compaixão pelos que perecem.
Pastor Judson de Oliveira
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