“Sola Scriptura” é uma frase em latim, cujo significado é “somente a Escritura”. De acordo com a reforma, é o princípio segundo o qual a Bíblia tem sempre a primazia se, confrontados os princípios doutrinários legados pela igreja, forem estes conflitantes com aqueles nela, Bíblia, contidos.
Entre os cristãos a regra não é discutir ou investigar, não é ser um convencido ou um sabe tudo racionalista, mas sim ouvir, crer e perseverar na Palavra de Deus, através da qual, somente, obtemos todo e qualquer conhecimento que temos de Deus e das coisas divinas. (Martinho Lutero)
Se a igreja perdeu a Palavra, ela não está simplesmente doente; sua garganta foi cortada (João Calvino).
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm. 3.16).
Essas palavras, mais do que nunca, precisam ser lembradas, ditas nas praças, pregadas nos púlpitos e defendidas em nossas declarações e vidas.
As Sagradas Escrituras -- que foram e são a base de toda a pregação apostólica, que foram e são o princípio magno dos protestantes reformados, entre os quais incluam-se os batistas -- correm o risco de tornarem-se ainda mais periféricas que em séculos passados.
Em nossos dias as mensagens transformaram-se, de sermões contendo a verdadeira explanação bíblica, em homilias de baixo nível, que não passam de um remédio farinhento de auto ajuda, contendo uma enxurrada de pensamentos positivos enganosos e ilusórios.
Há também a turma dos desinformados, que fala sobre o que desconhece e escreve o que não sabe. Outro dia estava lendo um livro intitulado “Família Acima de Tudo”, de Stephen Kanitz (um guru do mundo corporativo) e nele o autor escreve: “Infelizmente, a Bíblia diz muito pouco sobre criar um filho. Além de ‘ame-os’, uma frase que a maioria dos pais nem sabe exatamente o que significa, encontramos de fato poucas referência sobre o cuidado com os filhos no texto bíblico” (Kanitz, Família Acima de Tudo, p. 44). Quanta insipiência Bíblica!
Pior mesmo são os teólogos do analfabetismo exegético, hermenêutico e bíblico, defensores de que a Palavra de Deus necessita de uma nova leitura, ou ainda, de que a Bíblia não é infalível, mas está sujeita a intervenções “divinas”, como já dizia um conhecido teólogo chamado Karl Barth, que infelizmente para alguns batistas, foi o maior teólogo do século XX. Quanta parvoíce teológica!
Só para informar, Karl Barth, além de questionar a inspiração verbal e plenária da Bíblia, afirmou não crer que a Palavra de Deus fosse infalível.
Confesso que, ao ouvir de um pastor batista a afirmação de que Karl Barth constitui-se no maior teólogo do século XX, pensei que tal colega deveria rever suas convicções batistas, pois semelhante afirmação conflita de imediato com a nossa primeira e maior declaração, que é: nós, batistas, cremos na Bíblia como nossa regra de fé e prática (ou conduta).
Quero também lembrar que Deus não age em dissonância soberana com a Sua própria Palavra, pois Ele é fiel à mesma (Pv. 30.5,6; Sl. 119. 142, 152, 160; Dt. 4.2; Ap. 22.18,19; 2 Tm. 3.14-17). No entanto, incrivelmente, essa concepção “barthiana” permeou palavras e pregações entre os batistas brasileiros.
Quero concluir minha meditação fazendo uso das palavras do pregador inglês chamado F.B.Meyer, que afirmou: “Todo crente é ou uma bíblia, ou uma difamação; uma bíblia, para direcionar homens e mulheres para Cristo, ou uma difamação e vergonha (grifo meu), para o cristianismo”.
Que o Senhor nos ajude, como Igreja Batista de Vila Mariana, até a morte ou até nosso encontro com Cristo, a sermos fiéis à Sua Palavra e a proclamar que “Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso!” (Romanos 3.4).
Pr. Darcy
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