quinta-feira, 22 de abril de 2010

JUNÍPERO NO DESERTO OU CARVALHO DE JUSTIÇA

Texto: Jeremias 17:1-18

O junípero, também chamado de tamargueira, é utilizado pelo profeta em comparação com a árvore plantada junto ao ribeiro de águas, saudável, frondosa e frutífera. Trata-se de um arbusto, de aparência rude e que, devido as suas raízes atrofiadas que não penetram até o nível de água abaixo da superfície, não tem perspectivas de melhoras.
As pessoas nascem e vivem como “juníperos” neste mundo e somente através de Deus elas podem ser transformadas em “carvalhos”.
É junípero enquanto não resolve a questão do pecado em sua vida (v. 1).
O pecado é algo terrível, que gera conseqüências desastrosas. No verso 1 o profeta declara: O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro; com ponta de diamante está gravado na tábua do seu coração...
Todo ser humano tem este problema. O povo de Judá estava longe de resolver o seu porque se recusava ao arrependimento: (23) Mas eles não escutaram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, para não ouvirem, e para não receberem instrução.
É junípero por causa da sua ligação com demônios (v. 2).
O v. 2 descreve: Enquanto seus filhos festejam ao redor dos seus altares e dos seus postes-ídolos, ao lado de árvores frondosas, sobre montes altos. Os postes-ídolos (Aserins, em hebraico) eram a reprensentação da deusa cananita Aserá.
A Lei era muito clara em proibir tais atitudes. Lemos em Dt 16:20-22: A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas, e possuas em herança a terra que o Senhor teu Deus te dá. Não plantarás nenhuma árvore como asera, ao pé do altar ao Senhor teu Deus, que fizeres. Nem levantarás para ti coluna, coisas que o Senhor teu Deus detesta.
Esta ligação do homem com o Diabo só lhe traz prejuízos. O verso 4 dá idéia dos prejuízos dos judeus: Assim tu, por ti mesmo, te privarás da tua herança que te dei, e far-te-ei servir aos teus inimigos, na terra que não conheces; porque acendeste um fogo na minha ira, o qual arderá para sempre.
Deus criou o homem para o louvor da Sua glória, mas o pecado e a ligação com o Diabo afasta o homem deste destino. Jesus veio justamente corrigir isto. Aos Efésios o apóstolo Paulo escreveu que em Cristo temos (Ef 1:7) a redenção pelo seu sangue, a remissão dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça. A conseqüência desta “redenção pelo sangue” é existirmos “para o louvor da sua glória” (cf. 1:6, 1:12 e 1:14).
É junípero porque confia na força do braço (v. 5).
Eis o teor do verso 5: Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor. Tal pessoa é maldita porque não consegue livrar-se da maldição – a força do braço é insuficiente.
O texto bíblico ainda destaca, no verso 10, a justiça de Deus: Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.
Deus é justo. Há uma maldição sobre a humanidade! Gn 3:17-19: ...maldita é a terra por tua causa, em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.
Nada do que a força do braço do homem possa fazer é capaz de livra-lo desta maldição. Somente Jesus (a semente da mulher, a quem Deus prometeu enviar ainda no Éden). Eis o que Gl 3:13 afirma: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.
Em contrapartida, a Bíblia afirma em Jr 17:7: Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Confiando no Senhor a maldição é quebrada. Gl 3:13 afirma: Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo.
É junípero porque é apegado às coisas materiais (v. 11).
Para elucidar esta questão o profeta compara as pessoas que vivem na rebeldia contra o Criador e que se valem dos bens e riquezas que tem às perdizes: Como a perdiz que ajunta pintainhos que não são do seu ninho, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim se mostrará insensato.
A Bíblia é clara em mostrar que os servos do Senhor têm vida muito melhor que os ímpios:
a) vida abundante: João 10:10 (Sl 119:165)
b) vida próspera: Lc 18:29 e 30 Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos, por amor do reino de Deus, que não haja de receber no presente muito mais, e no mundo vindouro a vida eterna.
c) vida de vitória: Rm 8:37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele
que nos amou.
d) vida de poder: Fp 4:13
e) vida bem sucedida: Sl 1:3 Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu futo na estação própria, e cuja folha não cai.
O profeta afirma que a pessoa comparada ao junípero se mostrará insensata “no seu fim”. A morte virá a revelar sua insensatez.
Conclusão:
Para aqueles que se arrependem e se entregam a Jesus Cristo há promessas maravilhosas. A metáfora que o profeta apresenta é bem diferente do junípero nos versos 7 e 8: Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano da sequidão se afadiga, nem deixa de dar fruto.


Paulo Rogério Petrizi

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