No livro de Gênesis 16:13, encontramos um dos momentos mais
marcantes da revelação de Deus no Antigo Testamento. Agar, serva de Sarai, está
fugindo para o deserto após ser maltratada por sua senhora. Ali, sozinha e
vulnerável, ela tem um encontro com o Anjo do Senhor, que a consola e lhe dá
uma promessa de descendência para seu filho Ismael. Em resposta a essa
manifestação divina, Agar proclama:
"E o nome do Senhor, que com ela falava, ela chamou
El-Roi; pois disse: Não vi eu neste lugar Aquele que me vê?" (Gênesis
16:13)
Agar chama Deus por El-Roi, que significa "O Deus
que me vê". Essa declaração revela a natureza do Senhor como Aquele
que observa todas as coisas, que enxerga as dores e necessidades de Seus
filhos, mesmo quando se encontram em desespero e solidão.
Ao reconhecer que Deus a vê, Agar sente-se segura e protegida.
Da mesma forma, quando entendemos que Deus nunca fecha os olhos sobre nós,
encontramos segurança e confiança em Seu amor. Ele não se distrai, não se
ausenta, não deixa de perceber cada detalhe de nossa vida. Seu olhar não é um
olhar distante e impessoal, mas sim um olhar cheio de graça, misericórdia e
propósito.
Esse conceito se conecta diretamente com a ideia de que Deus
nunca fecha as pálpebras. No Salmos 121:4, lemos:
"O Guarda de Israel não dorme, nem dorme."
Na vastidão do tempo e do espaço, onde a criação repousa em
ciclos de dia e noite, há um Ser cuja vigília jamais cessa. Enquanto os homens
cedem ao cansaço e suas reservas se fecham em busca de descanso, Ele permanece
desperto. Seus olhos sempre estão abertos, porque Ele nunca fecha as pálpebras.
Essa passagem reforça que Deus não apenas vê, mas está
constantemente atento. Diferente dos seres humanos, que precisam descansar, Ele
não cessa Sua vigilância amorosa. Ele não ignora as dores do mundo, nem se
esquece dos que sofrem. Deus não conhece fadiga ou descuido.
Seu olhar acompanha cada detalhe do universo e cada coração humano, sem nunca se distrair ou ser abordado, protegendo e guiando aqueles que depositam sua confiança Nele. Seus olhos percorrem a terra sem pestanejar. Ele vê o medo dos corações, o anseio das almas, o clamor dos aflitos. Ele vigia os passos do justo e do injustiçado, do forte e do fraco, do rei e do servo. Não há trevas espessas o suficiente para ocultar alguém de Sua visão, nem distância grande o suficiente para afastar alguém de Seu olhar.
El-Roi, o Deus que vê, é o mesmo Deus que nunca fecha as pálpebras.
Ele observa cada um de nós com um olhar que não apenas enxerga, mas cuida, guia
e sustenta. Isso nos convida a confiar nele, sabendo que jamais estaremos
sozinhos. Aquele que nunca fecha as pálpebras, uma expressão que enfatiza Sua
vigilância constante, cuidado ininterrupto e soberania absoluta sobre toda a
criação.
Os mortais piscam, cochilam, dormem. Seus olhos se fatigam,
precisam de sombras para se renovar. Mas Deus não conhece fadiga. Ele não
precisa de proteção contra a luz, pois Ele mesmo é a Luz. Seu olhar nunca se
apaga, nunca se interrompe, nunca se distrai.
Os vigias das cidades podem cambalear no seu posto, os reis
podem repousar nas suas câmaras, e até as estrelas se escondem sob o véu da
noite. Mas Aquele que criou todas as coisas não tosqueneja, nem dorme. Nenhuma
ameaça passa despercebida, nenhum sussurro se perde em Seu silêncio.
Essa vigilância divina não é apenas uma observação distante,
mas um olhar amoroso e providencial. Ele vê as dores, as lutas, os sonhos e os
passos de cada pessoa. Como um pastor que não abandona seu rebanho, Ele está
sempre presente, sustentando e conduzindo Seu povo.
Seu olhar acompanha cada detalhe do universo e cada coração humano, sem nunca se distrair ou ser abordado, protegendo e guiando aqueles que depositam sua confiança Nele. Seus olhos percorrem a terra sem pestanejar. Ele vê o medo dos corações, o anseio das almas, o clamor dos aflitos. Ele vigia os passos do justo e do injustiçado, do forte e do fraco, do rei e do servo. Não há trevas espessas o suficiente para ocultar alguém de Sua visão, nem distância grande o suficiente para afastar alguém de Seu olhar.
Essa onisciência e onipresença de Deus também se manifesta em Jesus, que promete estar com Seus seguidores “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20).
Aquele que nunca dorme nos convida a confiar, sabendo que Ele está sempre atento, guardando-nos com amor inabalável.
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