quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

El Roy, o Deus Que Tudo Vê, Que Não Fecha as Pálpebras!

No livro de Gênesis 16:13, encontramos um dos momentos mais marcantes da revelação de Deus no Antigo Testamento. Agar, serva de Sarai, está fugindo para o deserto após ser maltratada por sua senhora. Ali, sozinha e vulnerável, ela tem um encontro com o Anjo do Senhor, que a consola e lhe dá uma promessa de descendência para seu filho Ismael. Em resposta a essa manifestação divina, Agar proclama:
 
"E o nome do Senhor, que com ela falava, ela chamou El-Roi; pois disse: Não vi eu neste lugar Aquele que me vê?" (Gênesis 16:13)
 
Agar chama Deus por El-Roi, que significa "O Deus que me vê". Essa declaração revela a natureza do Senhor como Aquele que observa todas as coisas, que enxerga as dores e necessidades de Seus filhos, mesmo quando se encontram em desespero e solidão.
 
Ao reconhecer que Deus a vê, Agar sente-se segura e protegida. Da mesma forma, quando entendemos que Deus nunca fecha os olhos sobre nós, encontramos segurança e confiança em Seu amor. Ele não se distrai, não se ausenta, não deixa de perceber cada detalhe de nossa vida. Seu olhar não é um olhar distante e impessoal, mas sim um olhar cheio de graça, misericórdia e propósito.
 
Esse conceito se conecta diretamente com a ideia de que Deus nunca fecha as pálpebras. No Salmos 121:4, lemos:
 
"O Guarda de Israel não dorme, nem dorme."
 
Na vastidão do tempo e do espaço, onde a criação repousa em ciclos de dia e noite, há um Ser cuja vigília jamais cessa. Enquanto os homens cedem ao cansaço e suas reservas se fecham em busca de descanso, Ele permanece desperto. Seus olhos sempre estão abertos, porque Ele nunca fecha as pálpebras.
 
Essa passagem reforça que Deus não apenas vê, mas está constantemente atento. Diferente dos seres humanos, que precisam descansar, Ele não cessa Sua vigilância amorosa. Ele não ignora as dores do mundo, nem se esquece dos que sofrem. Deus não conhece fadiga ou descuido.
Seu olhar acompanha cada detalhe do universo e cada coração humano, sem nunca se distrair ou ser abordado, protegendo e guiando aqueles que depositam sua confiança Nele. Seus olhos percorrem a terra sem pestanejar. Ele vê o medo dos corações, o anseio das almas, o clamor dos aflitos. Ele vigia os passos do justo e do injustiçado, do forte e do fraco, do rei e do servo. Não há trevas espessas o suficiente para ocultar alguém de Sua visão, nem distância grande o suficiente para afastar alguém de Seu olhar.
 
 
El-Roi, o Deus que vê, é o mesmo Deus que nunca fecha as pálpebras. Ele observa cada um de nós com um olhar que não apenas enxerga, mas cuida, guia e sustenta. Isso nos convida a confiar nele, sabendo que jamais estaremos sozinhos. Aquele que nunca fecha as pálpebras, uma expressão que enfatiza Sua vigilância constante, cuidado ininterrupto e soberania absoluta sobre toda a criação.
 
Os mortais piscam, cochilam, dormem. Seus olhos se fatigam, precisam de sombras para se renovar. Mas Deus não conhece fadiga. Ele não precisa de proteção contra a luz, pois Ele mesmo é a Luz. Seu olhar nunca se apaga, nunca se interrompe, nunca se distrai.
 
Os vigias das cidades podem cambalear no seu posto, os reis podem repousar nas suas câmaras, e até as estrelas se escondem sob o véu da noite. Mas Aquele que criou todas as coisas não tosqueneja, nem dorme. Nenhuma ameaça passa despercebida, nenhum sussurro se perde em Seu silêncio.
 
Essa vigilância divina não é apenas uma observação distante, mas um olhar amoroso e providencial. Ele vê as dores, as lutas, os sonhos e os passos de cada pessoa. Como um pastor que não abandona seu rebanho, Ele está sempre presente, sustentando e conduzindo Seu povo.

Essa onisciência e onipresença de Deus também se manifesta em Jesus, que promete estar com Seus seguidores “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20).
Aquele que nunca dorme nos convida a confiar, sabendo que Ele está sempre atento, guardando-nos com amor inabalável.
 
Se Deus cochilasse, ainda que por um breve instante, Seu olhar poderia se desviar. Mas Ele não pisca, não dorme, não se cansa. Seus olhos eternos contemplam todas as eras, desde o princípio até o fim.
 
Assim, enquanto o mundo está em movimento, Ele vela. Enquanto os sonhos transitam entre esperança e temor, Ele mantém firmes aqueles que Ele sustenta. Porque Ele é o Guardião sem sono, o Vigia sem descanso, o Deus que não fecha as pálpebras. (Pr. Maurício)

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