“Retira-te daqui, vai para o lado oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão” (I Rs. 17,3).
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará! O profeta é direcionado a um lugar de provisão, sustento e milagres.
Esse ribeiro, é um dos muitos que desaguam no Rio Jordão. Esse local era um vale, com uma passagem estreita e profunda, sendo um ótimo local para se esconder. No fundo deste vale, corria um filete de água, um riacho chamado Querite. E lá ficou Elias – no começo da seca, escondido.
A ordem era que Elias fosse para junto de um ribeiro para beber dele e quanto à comida Deus ordenou aos corvos para sustentar o profeta. É absolutamente inusitado alguém ser alimentado pelos corvos, que são aves de rapina, aves carnívoras. Na mitologia grega os corvos são vistos como portadores de maus presságios, porque têm a plumagem negra e têm hábitos necrófagos, se alimentam de animais mortos e substâncias em estado de decomposição.
Deus disse que os corvos alimentariam Elias e apesar de serem carnívoros, comedores de carne estragada, os corvos enviados pelo Senhor, levavam pão e carne boa para Elias e duas vezes por dia, de manhã e de noite. O cardápio era o mesmo todo dia, dia e noite, mas nunca falhou. Elias não ficou um dia sequer sem comer e beber, porque Deus é fiel aos Seus servos e se responsabiliza pela missão de cada um.
Esta experiência de Elias no ribeiro de Querite pode ser a nossa. O ribeiro que seca pode ser:
(A) Uma conta bancária recheada, um negócio em franco desenvolvimento, uma indústria que vem produzindo crescentemente, um bom emprego de carreira espetacular. De repente o ribeiro secou.
(B) Um filho que você gerou no ventre. Passou noites em claro, cuidou com tanto amor, levou para escola, projetou o melhor. Num momento tudo muda, este filho enveredou pelas drogas e se destrói dia a dia, o riacho secou.
(C) Um casamento feliz que você sempre sonhou, e aí o parceiro fica indiferente, torna-se infiel e fala em abandonar o lar, o ribeiro secou.
(D) Uma vida saudável em pleno vigor. Então, uma doença inesperada agride seu corpo e te leva a nocaute, o ribeiro secou.
(E) Uma família abençoada em plena comunhão. Quando se recebe a noticia trágica de um acidente, ceifando a vida de um ente querido, o riacho secou. E agora, o que fazer?
O exemplo de Jó. Tudo estava bem com ele, mas um dia o seu ribeiro secou. Perdeu todos os bens, seus dez filhos, a comunhão com a esposa, sua influência na sociedade, círculos de amizade, sua saúde. Porém, sabia que Deus está no comando quando o ribeiro está borbulhando e quando o ribeiro está seco e o solo rachado (Jó. 1:20-22).
Elias no início do seu ministério era apenas conhecido como “Elias o tesbita”. Lá no final do capítulo, versículo 24, já se diz que ele é “homem de Deus”. Entre o momento de Elias ser conhecido como o tesbita e ser chamado de “homem de Deus”, está a experiência em Querite, (que significa colocar no tamanho certo). Deus queria treinar Elias em Querite, colocando-o no tamanho certo, na medida certa para ser usado por Ele.
No campo de treinamento de Deus. Muitas vezes se permite a crise, a dificuldade, os problemas para que o nosso carácter seja moldado. Pois, Deus quer fazer de cada servo seu, um homem, uma mulher de Deus no meio de uma geração corrupta.
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