Como podemos experimentar relacionamentos que nos abençoem e glorifiquem a Deus? É possível vivermos uma vida santa em tempos tão pecaminosos? A Bíblia nos diz que sim e aponta um caminho: “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus”(2 Coríntios 7.1 NVI).
I – A falta de santidade em meus relacionamentos produz:
Desejo nesta manhã convidá-lo a considerar as nossas origens e como a perda da santidade provocou prejuízos para toda a raça humana. Ao retornarmos ao livro de Gênesis podemos compreender o que ocorre conosco quando falta santidade em nossos relacionamentos.
1) Na queda da raça humana pelo pecado da desobediência o afastamento, a consciência culpada e a vergonha tomaram conta dos seres humanos.
“Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se”(Gênesis 3.7 NVI).
Os olhos do entendimento,ou os olhos da consciência, que vêem , percebem, acusam e castigam foram abertos. Eles perceberam a nudez da alma que é pior do que a de um corpo sem roupa, pois nos incapacita de perceber a presença de Deus. Eles perceberam que sua situação física estava espelhando a sua condição espiritual. Eles se tornaram dolorosamente conscientes do pecado e de suas terríveis conseqüências. Toda vez que pecamos estes mesmos processos se instalam em nos fazem sofrer estes prejuízos.
2) Na queda da raça humana pelo pecado da desobediência o medo de Deus, e o endurecimento do coração tomaram conta dos seres humanos.
“Ouvindo o homem e sua mulher os passos do SENHOR Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus entre as árvores do jardim. Mas o SENHOR Deus chamou o homem, perguntando: “Onde está você?” E ele respondeu: “Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi”. E Deus perguntou: “Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual lhe proibi comer?”(Gênesis 3.8-11 NVI).
Ao ouvirem a voz de Deus em vez de se alegrar sentiram um medo terrível e tentaram se esconder do Senhor. Ao pecarmos o nosso amor pelo Senhor e a nossa confiança nEle cessam e começamos a ter aversão pela presença do Pai. A inimizade nos conduz a uma fuga da presença de Deus e o nosso coração fica endurecido por causa do pecado. Assim não assumimos os nossos atos e começamos a jogar a culpa no companheiro ou companheira. Em nossa experiência esses prejuízos também ocorrem e com certeza nossos relacionamentos são prejudicados.
3) Na queda da raça humana pelo pecado da desobediência as desculpas, auto-justificativas e acusações tomaram conta dos seres humanos.
“Disse o homem: “Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi”(Gênesis 3.12 NVI).
Essa busca por uma justificativa para os nossos erros e pecados diante das cobranças de Deus vai sempre nos conduzir a problemas tanto com Deus por não admitirmos que erramos, quanto com o nosso semelhante porque agimos com deslealdade. Assim fugimos da confissão dos pecados e passamos a acusar os outros incluindo ao próprio Deus. Em todo conflito conjugal a troca mútua de acusações só piora o problema. E até o Diabo tem sido apontado como a razão maior porque temos desobedecido à vontade de Deus. A entrada do pecado em nossas vidas torna os nossos corações enganosos e desonestos.
4) Na queda da raça humana pelo pecado da desobediência a quebra da afeição trouxe dissabores e dificuldades no relacionamento dos seres humanos.
“O SENHOR Deus perguntou então à mulher: “Que foi que você fez?” Respondeu a mulher: “A serpente me enganou, e eu comi”(Gênesis 3.13 NVI).
Nenhum relacionamento suporta e sobrevive a tantos ataques e abalos, mais os prejuízos continuam se avolumando quando o afeto e o respeito são quebrados. Aqueles a quem deveríamos amar, proteger e respeitar são alvos de nossas acusações. Essa atitude de fuga de responsabilidade pelos nossos pecados pessoais vai se alastrando de modo que nos enganamos e até acreditamos mesmo que somos inocentes. Note que o Senhor está dando a Eva uma possibilidade de admitir o erro mas ela, assim como nós, encontrou um outro culpado: a serpente. Como você age em relação ao seus pecados?
5) Na queda da raça humana pelo pecado da desobediência a morte tornou-se participante da experiência cotidiana dos seres humanos.
“Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: “Vamos para o campo”. Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou”(Gênesis 4.8 NVI).
Não bastasse o primeiro casal ter a notícia de que a morte, a dor e o sofrimento fariam parte de sua rotina. Tiveram que experimentar a terrível dor de sepultar um filho e ver o outro sendo banido e tornar-se um fugitivo em função do homicídio cometido.
II – Restaurando a santidade relacional com a ajuda de Deus.
Entendemos que precisamos da ajuda de Deus para que os nossos relacionamentos sejam abençoados com a santificação prática que será efetivada em nossas vidas desde que obedeçamos a sua Palavra. O entendimento mais natural é que se buscarmos a santidade pessoal ela terá com certeza reflexos em tudo o que fizermos e mui especialmente em nossos relacionamentos:
“É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: “Quem se gloriar, glorie-se no Senhor”(1 Coríntios 1.30-31 NVI).
Os crentes devem alegrar-se e se gloriar em Cristo: nós pertencemos a Deus. Ele nos abençoa, trazendo-nos por meio de Jesus Cristo todas as bênçãos da salvação: sabedoria, justiça, santificação e redenção.
1) A santidade e suas implicações em minhas amizades.
“Este é o nosso orgulho: A nossa consciência dá testemunho de que nos temos conduzido no mundo, especialmente em nosso relacionamento com vocês, com santidade e sinceridade provenientes de Deus, não de acordo com a sabedoria do mundo, mas de acordo com a graça de Deus”(2 Coríntios 1.12 NVI).
Paulo tinha plena consciência de que em seus relacionamentos com os irmãos em Corinto foi sincero e santo e que isto só foi possível pela graça de Deus. Esse é o segredo para que aprendamos a nos relacionar com os perdidos sem necessariamente comprometer nossa santidade.
a) Eu não posso ter amizades e intimidade com pessoas deste mundo. Há muitas pessoas que preferem ser amigas deste mundo, das coisas deste mundo. Ao nos relacionar com os incrédulos devemos ser testemunhas de Cristo e não companheiros de pecados. Há um perigo tremendo quando você se torna amigo deste mundo pecaminoso você se torna inimigo de Deus(Tiago 4.4).
b) Eu não posso quebrar a confiança dos meus amigos. Há muitas pessoas que agem de modo vil ao faltar com a palavra ou não cumprir o prometido. Isso depõe contra a fé que temos e é um atentado a santidade que Deus implanta em nós.Lembre-se de que a santidade deve te conduzir a manter a confiança dos seus amigos.
c) Eu devo compreender que o meu relacionamento com Deus conduz minhas amizades. Deus quer influenciar todas as nossas escolhas, decisões, pensamentos e atitudes. E se isto deixa de acontecer com certeza vou pecar e estragar o projeto que Ele idealizou para a minha vida. Coloque suas amizades diante de Deus em oração e seja uma bênção!
2) A santidade e suas implicações em nossos relacionamentos afetivos.
Por relacionamentos afetivos entendo que existem três permitidos por Deus: namoro, noivado e casamento. Estes têm seus critérios específicos e regras próprias para que sejam bênçãos. Devem ser constituídos apenas entre crentes que desejam cumprir a vontade de Deus. Se você não consagrar o seu relacionamento ao Senhor o inimigo com certeza vai atingi-lo e quebrará sua santidade nesta área.
a) A vontade de Deus para os nossos relacionamentos e que eles sejam santos. O objetivo de Deus para cada um de nós é chamar, convidar para a santificação: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual”(1 Tessalonicenses 4.3 NVI). A santificação deve ser o objetivo de todos os crentes. Este ensino vale não só para o casamento, mas também para o namoro e o noivado. As pessoas que aceitam os padrões de imoralidade do mundo atual e não procuram separar e santificar o seu namoro, noivado ou casamento para Deus, estão desagradando o Senhor: “Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade”(1 Tessalonicenses 4.8 NVI).
b) A pessoa que rejeita a vida de santidade está desprezando o próprio Deus. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo porque Deus habita em nós. Por esse motivo a Bíblia nos aconselha a tomar uma série de atitudes: “Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo”(1 Coríntios 6.18-20 NVI).
O que você deve fazer para ter uma vida santa? Uma proposta radical para a questão dos pecados sexuais: fugir. Devemos cultivar o hábito de fugir da imoralidade pois este é o único modo de tratar isso. Esta fuga envolve até mesmo evitar que o pensamento esteja à mercê das fantasias e cobiças. Nenhum pecado atinge tanto a base, a essência do corpo quanto a imoralidade(impureza carnal). Outros pecados têm a colaboração dos membros do corpo, mas o pecado sexual realiza-se diretamente no corpo e contra o corpo.
Porque somos o santuário do Espírito Santo devemos zelar por nosso corpo. Cada cristão é um santuário onde Deus habita. Permitir a impureza em nosso corpo é sujar a casa do Deus limpo e santo. Nós não temos o direito de poluir esse santuário do Espírito; pois nada que seja inconveniente no templo de Deus é decente no corpo dos filhos de Deus. Quando damos lugar ao pecado, e permitimos que o mal tome conta de nossa vida, nós entristecemos o Espírito Santo(3.17).
Uma vez que somos templos de Deus, não podemos pensar de nós mesmos como pessoas independentes, como pertencentes a nós mesmos. Deus nos comprou por um preço elevado, mais alto do que prata e ouro, o sangue precioso de Jesus. É nosso dever glorificar a Deus através desse corpo que pertence a Deus.
Mas se continuarmos a corrompê-lo com a imoralidade jamais atingiremos o objetivo que o Senhor tem para nós. Você sabe que prejudicar propriedade alheia é crime? Então cuidemos para que não sejamos acusados de destruir o templo do Senhor. A única atitude conveniente é pedir perdão a Deus e solicitar que Ele nos ajude a nos mantermos puros moral e espiritualmente.
3) A santidade e suas implicações em nossas famílias.
Entenda-se por vida em família todo esforço e desejo que temos feito para convivermos com pais, filhos, maridos e esposas em acordo, amor, união e segundo a vontade de Deus.
a) Deus criou a família para a vida em santidade. A palavra santo tem o sentido de separado: a vida da família cristã deve ser separada dos valores e práticas pecaminosas da sociedade. A Bíblia dá muita ênfase à santidade na vida familiar. A família só pode ser feliz se viver em santidade.
b) Deus ordena que o casamento seja honrado. O casamento deve ser sem mácula, isto é, sem a mancha do pecado: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros”(Hebreus 13.4 NVI). É importante lembrar que vários problemas afetam a vida da família e, às vezes, por falta de santidade, compreensão, comunhão, vários casais decidem separar-se. Esse problema acontece até mesmo com famílias cristãs. Mas não é esta a vontade de Deus para a família.
Os cristãos devem reconhecer o valor da família e procurar desenvolver seus lares de acordo com os princípios bíblicos. Alguns crentes vão passar por um processo até, futuramente, formarem suas famílias. Outros, por já estarem casados poderão aplicar no seu viver diário o que aprenderam na Bíblia sobre a família. Todos os crentes, no entanto, por saberem da importância da família poderão ajudar muitos lares com seus conselhos.
4) A santidade e suas implicações em nossa igreja.
Quando entendemos o papel da santidade para a vida da IBJI nos esforçamos para que ela não perca a força do seu testemunho por causa de meus pecados pessoais. Se cada membro de nossa igreja tiver em mente que faz parte do corpo com certeza melhoraremos o nosso padrão de santidade e chegaremos mais próximos do que Deus deseja.
a) Devemos valorizar os nossos irmãos como o Senhor valoriza. Ao valorizar o seu irmão em Cristo você terá maior cuidado com o que fala e faz em seus relacionamentos aqui na IBJI. Olhando com os olhos de Cristo você terá compaixão e responsabilidade e procurará abençoar e servir.
b) Devemos edificar os nossos irmãos com a Palavra do Senhor. Ao edificar o seu irmão em Cristo você cumprirá a vontade de Deus que almeja que todos nós cheguemos à estatura de Cristo o varão perfeito e assim amadureçamos e digamos sim para Jesus e não para o pecado em todas as suas manifestações e formas.
c) Devemos nos sacrificar por nossos irmãos como o Senhor nos ensina. Este é um nível profundo e intenso de amor colocado em prática. Este é um modo de imitarmos a Cristo e impactarmos positivamente a vida daqueles por que o Senhor deu a vida na cruz. Santificação não se consegue no isolamento, mas na dedicação e entrega a Deus, seu povo e sua vontade.
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