Um sapo estava pensando em como poderia fugir do clima frio do inverno. Alguns gansos selvagens sugeriram que ele migrasse com eles. Mas o sapo sabia que não podia voar. “Eu tenho um cérebro brilhante”, disse o sapo, “deixe comigo”. Depois de pensar um pouco, pediu que os dois gansos o ajudassem. O plano consistia em dois gansos segurarem um em cada ponta de um forte caniço, enquanto o sapo se segurava com a boca no meio do caniço.
E assim a viagem começou. Quando passavam sobre uma pequena cidade, os moradores saíram para ver aquela cena estranha. Alguns gritaram: “Quem poderia bolar algo tão genial?” O sapo foi se inchando de orgulho, se achando importante. E, de tão inchado, não resistiu e exclamou: “Eu bolei tudo!”
Seu orgulho foi a sua própria ruína, pois no momento em que abriu a boca, se soltou do caniço e estatelou-se no chão, morto.
Moral da história: “A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito, a queda”. “Seja outro o que te louve, e não a tua boca” (Pv 16.18; 27.2). A singeleza dessa fábula serve para lembrar que a humildade, longe de ser uma fraqueza, é um artigo extremamente necessário à vida. Melhor é ser humilde e receber o justo reconhecimento dos outros, quando isso for oportuno, que viver a tolice de vangloriar-se e assistir a própria queda.
Temos assistido constantemente a exemplos de soberba de líderes se vangloriando de seus feitos. O dono do navio Titanic afirmou soberbamente: “Nem Deus afundaria esse navio”. É atribuída a Tancredo Neves a seguinte afirmação: “Nem Deus me impedirá de assumir a Presidência”. Os resultados nós todos sabemos.
Quem não se lembra da soberba de um deputado do Espírito Santo, a bater no próprio peito, e exclamar: “Eu sou invencível!”? Pouco tempo depois, preso e humilhado, caiu na insignificância e nada mais disse.
“Nunca na história deste país” é a frase mais repetida, o emblema maior da soberba. “Nunca na história da República” é a filha indigente desta. Mas a boa notícia é que ainda é tempo de humilhar-se, antes que a ruína bata à porta e a queda aconteça.
É bom que nos lembremos que o Senhor coroa a humildade com as suas bênçãos. Todos somos sujeitos a uma certa medida de orgulho, principalmente quando tudo vai bem conosco e nos sentimos auto-suficientes. Alguns, quando recebem uma bênção, podem achar que é porque merecem. Mas tudo isso é orgulho tolo.
A pessoa humilde, ao contrário, reconhece que “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17). E também: “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo 3.27).
Conta-se a história de um milionário que foi a um banquete e sentou-se perto de um grupo de pessoas que conversavam sobre oração. Ele declarou: “Oração pode ser boa para vocês, mas eu não preciso orar. Trabalhei duro para obter tudo o que tenho. Não pedi nada para Deus!”
Um professor replicou: “Existe uma coisa que o senhor não possui e poderia pedir a Deus”. “O que seria isto”, perguntou o milionário. O professor respondeu: “O Senhor poderia orar por humildade”.
É bom lembrar o conselho do sábio Salomão: “Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade” (Pv 18.12). E também o que Jesus disse: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Que caminho você vai escolher?
Samuel Câmara
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