Os que ministram a Palavra de Deus devem pregá-la com mais ênfase para alcançar as pessoas para o Reino dos Céus e não distanciá-las de lá (1 Co 9.22-23). Para tanto, não precisam alterar o conteúdo da mensagem bíblica, diluir suas verdades, maquiar seus mandamentos e suprimir suas posições (Tt 1.9). A dificuldade aparece quando alguns que se acham pregadores comportam-se como se anunciar o Evangelho fosse ofender e magoar os ouvintes – a Bíblia não ensina isso (Zc 8.16; Rm 12.18). Nenhuma autoridade espiritual está isenta de boa educação e respeito aos outros (Fp 2.3), como também qualquer repreensão não pode ser vazia de amor (Pv 13.24; Hb 12.6).
Em nossos dias há “pregadores” que se portam como matadores espirituais com armas de pesado calibre e farta munição de grosserias e atropelos de aplicação. Essa tropa de choque antiética e esculachante que como pretenso esquadrão de Deus gosta de citar o profeta João Batista para justificar a brutalidade verbal de suas exposições do tipo “dispersa multidão” (Mt 3.7; 12.34); não edifica os crentes locais e muito menos resgata os pecadores. Tal comportamento truculento expressa ignorância, estupidez acentuada, ausência de sabedoria e carência de espiritualidade. Uma pregação que afugenta as pessoas da igreja e que as afasta do centro de transformação que é Cristo (Col 1.21; Mt 11.28; Jo 6.37; 1 Co 5.17); nunca deve ser considerada como expressão do Evangelho. Igreja é lugar que recebe gente desconsertada para ser endireitada e transformada. Conheço gente assim; que chegou destruída na igreja e hoje é uma benção!
A salvação da alma humana é um dos objetivos principais do plano da redenção (Tt 1.2; Hb 9.26; 1 Pe 1.20; Ap 13.8). O céu é pra cima, mas têm falador mal educado que se pudesse enfiava o rosto de seus ouvintes na terra solta de suas particulares interpretações, os encharcaria com bastante rancor de suas ilações teológicas e ficaria na torcida para que viessem a chafurdar numa fétida lama existencial. Essa desconstrução do Evangelho (me recuso a chamar isso de pregação), não provoca arrependimento – é perigoso alguém querer se suicidar. Na verdade, espírito de porco quem tem são esses “fuzileiros de púlpito” que vociferam uma santidade similar a dos anjos de Deus, que tentam nos mostrar auréolas em torno de suas cabeças; mas que como iludidos mortais, não resplandecem glória e serenidade, mas terror e medo – que são as únicas coisas que refletem e espalham.
Se depender desses, não há como ninguém se aproximar do Deus Santo e misericordioso. Essa Swat com coletes de rancor e bombas de gás lacrimogêneo (pois fazem muita gente chorar de tristeza) tem tanta raiva dos que não andam conforme seus conselhos de pureza que chegam a respirar e a transpirar ódio nos púlpitos; eles conseguem liberar mais veneno em seus “sermões de extermínio” do que qualquer névoa de veneno tóxico. São arautos de uma “verdade que mata ou fere gravemente” a vacilante ovelha desgarrada que no desespero da solidão espiritual e eclesiástica procura por uma porta de amor e pastoreio – ela busca por um aprisco (Sl 119.176; Lc 15.4). Os oradores dessas mensagens de destruição em massa estão sempre externando o seu farisaísmo separatista e realçando sua altivez saducéia. Pregadores do Evangelho de Cristo essa turma deixou de ser a muito tempo!
Conheço pastores e líderes locais que jamais deixaram de proferir a verdade para a congregação local. Nunca foram omissos quanto à posição da igreja frente ao pecado inserido neste século depravado (Tg 4.4; Rm 12.1; 1 Jo 2.15). A diferença é que em todas às vezes eles pregam com mansidão, seguindo o exemplo do mestre Jesus (Mt 11.29); estão fundamentados na bíblia (2 Tm 3.16), agem através do verdadeiro amor cristão (1 Ts 3.12) e se portam educadamente como convém a ministros do Evangelho (1 Co 10.32). Um perfil pastoral dessa natureza nos corrige na Palavra e ainda nos faz glorificar a Deus no fim do sermão. Lembra das características da pregação e ensino de Jesus ? Pois é; àquela pregação nos alcança ainda hoje – e nos desafia verdadeiramente a uma nova vida – isso quando somos alvejados por abençoados pregadores, como os que citei neste parágrafo.
Na óptica divina, as pessoas são mais importantes que listas de comportamento local. Também refiro-me a aquilo que não é doutrina bíblica e que algumas líderes e igrejas estabeleceram como regra de fé e prática – na forma de regulamentos internos – e que acaba determinando em exclusão de gente crente pra valer – que não pecou contra Deus – mas que transgrediu o infundado e extra bíblico regimento. No propósito de salvação do Senhor as vidas são mais importantes (Lc 12.20; 23.43; Tg 5.20) do que regras de ferro e fogo ou de proibições mais ardidas que pimenta mexicana e sem nenhum amparo escriturístico (Cl 2.20-23).
Santidade não se trata apenas de comportamento externo (quem nos dera que fosse) como uma saia que chega aos pés, cabelo comprido, homem não usar bermuda, mulher não usar calça, não tomar coca cola, não ir à praia, não assistir TV ou repugnar tecnologia. Santidade é em sentido prático o modo integral de vida do salvo por Jesus (1 Ts 5.23; Jo 17.17). É Cristo de dentro pra fora e da cabeça aos pés – é em Jesus e com Jesus o tempo todo! Silvio Costa
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