“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6.19-21)
Ao considerar esse ensino de Jesus fica muito evidente o quanto era importante para Ele, como ainda é, reconstruir os nossos valores. Muitos esquecem que após atravessar a porta estreita ainda nos espera o caminho apertado. E devido a esse “esquecimento” é bastante comum permanecermos valorizando aquilo que já não mais deveria ter valor.
De “bate-pronto” me responda: Televisão ou leitura bíblica? Entretenimento ou serviço? Demais coisas ou Reino de Deus? Benefício ou compromisso? Receber ou dar? “Olho por olho, dente por dente” ou a outra face? Poderíamos ir muito além, mas simplesmente seja honesto, quais são os teus atuais valores: ainda são os teus ou já são os de Jesus?!
Como pregador logo me surge uma explosão de idéias ao ler, refletir, meditar nessas preciosas palavras do Senhor Jesus. Consigo enxergar a partir desse texto, diferentes e importantíssimas aplicações para nossa vida cotidiana. Meu desejo e incentivo é que você se entregue a cada uma dessas palavras da mesma maneira que um perito garimpeiro se entrega as suas intermináveis escavações em busca de seu “valioso” tesouro. Mas em meio a essa busca quero chamar sua atenção para: DESTRUTÍVEL OU PERPÉTUO?
Dentre essas mais variadas aplicações eu quero falar sobre um aspecto que considero muito importante encontrado nas palavras de Jesus a respeito dos tesouros : Qual é a natureza do teu tesouro? Isso mesmo, teu tesouro é de qual natureza? Destrutível ou perpétua? Teu tesouro é aqui da terra, destrutível ou ele é dos céus, perpétuo?
Se você leu com atenção, e espero que sim, você percebeu que há uma clara distinção nas duas primeiras sentenças apresentadas por Jesus, que conforme a Bíblia estão separados em versículos dezenove e vinte. Acompanhe:
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;” (Mateus 6.19)
“mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;” (Mateus 6,20)
Primeiramente o sujeito principal de ambos os versículos é: “os tesouros” . E os tesouros mencionados por Jesus na primeira sentença, versículo dezenove é o mesmo apresentado na segunda, versículo vinte, que segundo o léxico de Strong significa: lugar no qual coisas boas e preciosas são colecionadas e armazenadas; porta-jóias, cofre, ou outro receptáculo, no qual valores são guardados; depósito, armazém, coisas armazenadas em um tesouro, coleção de tesouros . Podemos perceber que Jesus não estava falando sobre um bem em específico ou sobre algo único que valorizamos, antes Ele está se referindo a uma variedade de valores.
Em segundo lugar chamo sua atenção ao erro que pode ser cometido devido ao descuido causado por uma rápida e simples leitura: Existe uma contradição aqui, pois primeiro Jesus disse que não é para acumular tesouros depois Ele disse que é para ajuntar tesouros . Afinal é ou não é? Alguns ainda pioram a situação quanto tentam diferenciar as palavras: acumular e juntar , que no original grego são a mesma palavra e que em algumas traduções da língua portuguesa já são traduzidas conforme o original.
Um terceiro ponto, e aqui tudo começa a receber uma maior luz, é o lugar alvo onde devem ser acumulados os tesouros : No céu, conforme o versículo vinte, e não na terra, conforme o dezenove. Isso ganha um peso muito maior ao considerarmos o versículo que finaliza essa mensagem do Mestre:
“… porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6.21)
Qual é o lugar, aonde Jesus quer que o seu e o meu coração estejam? Sem dúvida alguma no céu! O que foi que Jesus disse para o homem, que comumente conhecemos como o jovem rico:
“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu ; depois, vem e segue-me.” (Mateus 19.21)
Jesus percebeu que o coração dele estava na terra, estava no corruptível, estava no destrutível. Então O Mestre lhe deu uma ordem que se fosse seguida reverteria no acúmulo de valores, tesouros , no céu, ou seja, seu coração se desprenderia da terra e passaria a valorizar o céu.
Responda sinceramente: Faz algum sentido Jesus ter concluído seu convite a dar toda riqueza aos pobres assim: “… e terás um tesouro no céu…” ? Por que Jesus fez menção disso: Ter um tesouro no céu? Veja que Jesus lhe aponta a forma de ser perfeito: “Se queres ser perfeito…” , e a forma disso acontecer era: “… dá aos pobres (…) e segue-me.” . Novamente, por que Jesus ao convidar o jovem rico a vender seus bens e dar aos pobres lhe aponta então o local a ele teria um tesouro: “… céu…”?
A resposta é simples: Jesus quer que vivamos na “dimensão” do PERPÉTUO! Chamo sua atenção para isso, pois o dia em que o Espírito Santo revelou essa verdade ao meu espírito, eu passei a compreender a importância das palavras do apóstolo Paulo:
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;” (Colossenses 3.1-2)
Perceba que Jesus diz que os tesouros acumulados sobre a terra serão destruídos pelas traças e pela ferrugem, isso mesmo, destruídos! Destruídos porque são destrutíveis. Embora a versão Revista e Atualizada, use a palavra “corroem”, essa expressão no grego também pode ser traduzida como “destruir”. Tanto a Nova Versão Internacional, como a Nova Tradução da Linguagem de Hoje, e também a versão espanhola Reina-Valera Revisión 1995, preferiram utilizar a palavra “destroem”.
Jesus também diz que os tesouros acumulados sobre a terra são levados embora pelos ladrões após os mesmos escavarem, ou seja, aquilo que com tanto esforço e dedicação você acumulou é levado mediante ao simples esforço de fazer um buraco ou ainda arrombar , que é justamente o que significa escavar no original.
Tenho por certo que o Mestre estava indicando a natureza destrutível dos tesouros acumulados sobre a terra quando fez essas comparações: Traça, ferrugem, escavar e roubar!
Exatamente isso, tesouros destrutíveis! Esperança depositada sobre aqueles ou aquilo que não pode dar esperança. Segurança firmada sobre pessoas e circunstâncias que ao menor sinal de mudança frustram as mais confiáveis expectativas. Realização buscada nas futilidades daqueles ou daquilo que é extremamente passageiro. Tesouros destrutíveis!
Conquistas esplendorosas sem despojos eternos! Vitórias expressivas sem troféus e medalhas inesquecíveis! Bênçãos surpreendentes sem transformação que perdure! Satisfação imediata sem valores perpétuos! Isso mesmo, tesouros sobre a terra, tesouros destrutíveis!
Ah como eu amo Jesus! Cada vez mais me apaixono por Ele. Cada vez mais quero ser amigo do meu amigão Espírito Santo! Cada vez mais eu quero ser íntimo do Papai! Diante do “DESTRUTÍVEL OU PERPÉTUO?”, há uma opção, há uma alternativa, há uma possibilidade, qual é a sua escolha?
“mas ajuntai para vós outros tesouros no céu , onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;” (Mateus 6.20)
Queridos, esses são dias de viver o PERPÉTUO! Sim, esses são dias de literalmente acumular, ajuntar nossos tesouros no céu. Não aqui na terra, mas no céu. Lembre-se a escolha é sua: DESTRUTÍVEL OU PERPÉTUO?
Luciano R. Meier
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