Estamos vivendo um período sem precedentes, uma época crítica, injusta e confusa, principalmente no meio do povo que se diz "de Deus". Acusações ferinas, críticas sem fundamento, setas que ferem o coração de quem não merece; falta de respeito e bom senso... Críticas que se transformam em calúnias. Tudo isto às escâncaras nos meios de comunicações, principalmente na TV e Internet.
A crítica pode ser uma ferramenta nas mãos de Deus, fazendo com que indivíduos centrados em si mesmos se transformem em pessoas que agem e vivem como Jesus. Quando feita por motivos corretos e com espírito adequado, a crítica pode tornar humilde um "grandão" e restaurar o relacionamento de um pecador caído com Deus. Mas pode ser também uma ferramenta nas mãos do diabo, quando feita com o intuito de denegrir e ferir injustamente alguém de quem não gostamos ou não "vamos com a cara".
Existem dois tipos de crítica: a justa e a injusta. Algumas críticas são geradas por pura inveja. Considere o homem que tinha orgulho do talento do seu cachorro em buscar varinhas de madeira atiradas ao longe. Certo dia, enquanto estava na praia, o dono do cachorro encontrou um homem e disse:
- Veja isso - e atirou um pedaço de madeira em direção ao mar. O cachorro correu imediatamente, lançou-se à água e, nadando, conseguiu pegar o toco de madeira e o trouxe de volta ao seu dono. O outro, balançando a cabeça, replicou:
- Que pena. Seu cachorro não sabe mergulhar.
Fugir da crítica é mais fácil do que lidar com ela. Alguns pastores evitam o risco de serem criticados assumindo uma posição neutra em questões controversas. Políticos evitam as críticas defendendo veementemente os dois lados da questão, noutras palavras, ficando "em cima do muro". Cônjuges evitam as críticas evitando a verdade. Dizer às pessoas o que elas querem ouvir é simples. Falar a verdade nua e crua pode causar problemas e conflitos. Porém, nunca esqueçamos o seguinte:
"Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos" (Provérbios 27.6).
Críticas injustas cercaram o apóstolo Paulo. Ele foi apedrejado em Listra, fugiu de Tessalônica e foi preso em Filipos. Paulo conviveu com críticas injustas até morrer. Numa última carta a Timóteo, Paulo escreveu:
"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; a não somente a mim, mas também a todos quanto amam a sua vinda" (2 Timóteo 4.7-8).
Quer dizer, ele não deixou que críticas infundadas destruíssem sua obra ou enfraquecessem sua fé.
Amados, a crítica nos refina para a missão estratégica de Deus. Não precisamos temer as críticas, mas, sim, pedir que Deus as use como ferramentas que nos ajudem a crescer mais na semelhança com Cristo.
Em Cristo, o mais criticado de todos.
Adail Campelo
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